terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
A MILUH E UM BAGAÇO - se não gostar não beba!
Hoje não me apetece escrever sobre nada sério, assim muito importante, pesado, que nos deixa a todos mais macambúzios do que já andamos. Então, de que me lembrei? De falar da Miluh e de bagaço.
Já vão perceber, calma!
Ora bem. Ontem à noite, após a janta, fiz aquilo que, mais vezes do que me mandam os chatos dos médicos, me sabe pela vida! Sentei-me no meu sofá anatómico, acendi um cigarro e bebi um bagaço. Os cigarros, que antigamente eram feitos com tabaco, sabem hoje a uma mistela qualquer de alcatrão e cinzas, o que me leva até a imaginar que ali para o Alto de S. João haja algum centro importante fornecedor da Tabaqueira. Mas, apesar de diariamente me apelidar de cretino várias vezes, continuo ainda a contribuir para que os não-fumadores não sejam ainda mais estrangulados pelo baraço dos impostos socretinos, como bom pagador de impostos que sou. Agradeçam-me pois, os não fumegantes deste país!
Porém, o bagaço é outra loisa! Ainda que amartelado, tem ainda uns resquícios daquele gostinho do canganho destilado das minhas melhores bebedeiras juvenis. Ah, como estalava a língua no palato! Vai daí, aconchegado na forma do sofá e muito quentinho, passei os olhos pela pantalha da caixinha das mentiras, pisquei um deles, depois o outro, e... devo ter adormecido. Soube mais tarde que sim, dormira e havia, até, sonhado.
E qual foi o meu sonho? Nem mais: a Miluh !
E não foi pesadelo, aconteceu-me mesmo ter um sonho lindo. Vi-a muito bem arranjadinha, com um fatinho preto discreto e elegante, beiçolinhas pintadas, sorrindo e sorrindo, enquanto alguns seres de rostos pouco definidos lhe iam fazendo umas perguntas muito suaves e convenientes, amigáveis mesmo, como se fizessem parte das deixas de um guião de peça bem encenada. Quando por fim acordei, despedia-se na RÊ-TÊ-PÊ 1 a Srª Drª Dª Fátima dos Prós e Contra-Prós e fui ainda a tempo de me aperceber que o programa houvera de ter agradado a todos, tão alegremente afivelados para as câmaras estavam os sorrisos dos que se levantavam das cadeiras da plateia.
Disseram-me mais tarde que o espectáculo, afinal, não fora lá grande coisa, tão maus eram os actores e a encenadeira!
Agradeci ao bagacinho, desenfiei-me do sofá e fui vestir o pijaminha, seguindo-se à mijinha nocturna da ordem as abluções purificadoras da alma. Deitei-me e adormeci de novo. Santo bagaço! Que repouso!- Jorge G.
Publicação nº 542 - J.G.
Sino tocado em
fevereiro 26, 2008 -
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