O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
FIDEL - O ÚLTIMO DOS REVOLUCIONÁRIOS / DITADORES ?
"Ha llegado el momento de postular y elegir al Consejo de Estado, su Presidente, Vicepresidentes y Secretario". .......................................................................... "...El camino siempre será difícil y requerirá el esfuerzo inteligente de todos. Desconfío de las sendas aparentemente fáciles de la apologética, o la autoflagelación como antítesis. Prepararse siempre para la peor de las variantes. Ser tan prudentes en el éxito como firmes en la adversidad es un principio que no puede olvidarse. El adversario a derrotar es sumamente fuerte, pero lo hemos mantenido a raya durante medio siglo.
No me despido de ustedes. Deseo solo combatir como un soldado de las ideas. Seguiré escribiendo bajo el título "Reflexiones del compañero Fidel" . Será un arma más del arsenal con la cual se podrá contar. Tal vez mi voz se escuche. Seré cuidadoso.
Fidel anunciou assim, sem dramas, que não se encontra em condições físicas de prosseguir no seu lugar de líder de Cuba. Para o bem e para o mal desta pequena ilha das Caraíbas, Fidel Castro foi um dos grandes protagonistas da História Mundial da 2ª parte do séc. passado e do início do novo milénio.
Revolucionário para os admiradores e ditador para os seus críticos, esteve em foco na chamada Guerra Fria, resistindo ao colapso da tradicional aliada URSS e aos incessantes "ataques" dos Estados Unidos - embargos e 600 atentados, segundo ele. Dotado de fortíssimo carisma e de uma oratória envolvente, teve um papel de grande relevo, durante 50 anos, nos principais eventos da América Latina.
Revolucionário? Ditador? Mas poderia ele ter sido, no tempo e nas circunstâncias, revolucionário sem ser ditador?
Fidel apostou na independência dos cubanos face aos Estados Unidos. Apoiou-se em outra superpotência, mandou executar milhares de opositores, manteve o povo à margem dos bens de consumo capitalistas, dando-lhes um grau de instrução que, nos últimos tempos, serviu mesmo para trocar médicos por petróleo da Venezuela. Apesar de tudo, El Comandante - que teve pelo menos 8 filhos, dos quais 5 com a mulher Dalia Soto del Valle - mantém-se popular entre uma grande parte da população, por orgulho nacional e graças às duas "meninas-dos-olhos" do sistema castrista: a Saúde e a Educação. E isto, mesmo que Cuba, com os seus hotéis para estrangeiros e uma prostituição crescente, se assemelhe cada vez mais, nestes aspectos, à ditadura que Fidel derrubou em Dezembro de há 49 anos. Que futuro depois da sua morte, já que não creio que enquanto a sua figura pairar sobre o espaço cubano haja lugar a grandes alterações na política do país! Sou, intrinsecamente, contra qualquer forma de ditadura. Reconheço, no entanto, em Fidel, primeiro a coragem e depois, a cabeça-fria, a inteligência e a obstinação de um autêntico revolucionário que fizeram de Cuba um país livre e dos seus cidadãos um povo informado e digno. A liberdade de uma nação paga-se com sangue, suor, choros e sacrifícios e o povo tem pago essa mesma liberdade.
Oxalá que tudo não tenha sido apenas um interregno de meio século e que Cuba continue como a única dona do seu destino. - Jorge G., 19-02-2008
A 21 de Junho de 2006, na 14ª publicação, referi-me aqui no Sino da Aldeia ao "fenómeno Fidel Castro", então prestes a completar 80 anos. É esse escrito, baseado em excelente trabalho publicado no Courrier Internacional, que recordo agora.
Fidel faz 80 anos brevemente. Hoje, quase 20 anos após a queda do Muro, o mundo interroga-se sobre o futuro do castrismo que vem de há 47 anos, com os Estados-Unidos a parcas 90 milhas de distância. Na época da Guerra Fria Cuba usufruía de uma posição-chave no equilíbrio do terror nuclear. Com o desmembramento da União Soviética, tudo começou a faltar na Ilha. Assim, Havana voltou-se para o turismo. A sua economia passou a contar com duas moedas: o peso e o dólar americano Continuando a ter a Educação e a Saúde como sectores mais desenvolvidos e fortes, Cuba passou ultimamente a exportar médicos, sobretudo para a Venezuela de Hugo Chávez. Fidel, que sempre arranjou modo de manter acesa a chama da revolução, criou grupos de jovens para explorarem as gasolineiras do país. 10 mil militantes do Partido, sendo mais de 50% raparigas, fazem a exploração de bombas de combustível, tendo os gasolineiros encartados sido mandados para casa com 100% do salário. E isto porque era vulgar que em qualquer local do país se assistisse a bolsas de corrupção e se vendesse gasolina fora dos locais autorizados. Estes grupos de jovens, os “Trabajadores Sociales”, fazem também a distribuição de lâmpadas de baixo consumo, a verificação do uso por toda a gente da “panela de pressão chinesa” fornecida pela China, incentivam à troca dos velhos frigoríficos dos anos 50 por outros que consomem menor energia, controlam as contas das padarias e das empresas de construção civil. Foram espalhados pelo país cerca de 30 mil jovens revolucionários com idades entre os 16 e os 22 anos. Este escalão etário, há anos referido como potencialmente contra-revolucionário, está hoje formado em contabilidade e dá novo fôlego à mística da Revolução. Fidel prepara-se para a grande comemoração dos 50 anos de “La Revolución” já em 2009. Em Novembro passado discursou durante 5 horas na Universidade e depois ficou à conversa com os estudantes até de madrugada, tendo-lhes posto algumas questões retóricas como: “ Quando os velhos começarem a desaparecer para darem lugar a novas gerações de dirigentes, o que se passará? Será possível fazer com que o processo revolucionário seja irreversível?” “ Não está fora de questão que o país se auto-destrua”, disse Fidel . “ E é à nova geração que compete impedir esse facto”, acrescentou. Parando com a excessiva produção de cana-do-açúcar, Cuba vive hoje do Turismo, da venda do níquel e da exportação de médicos e de treinadores desportivos para a Venezuela. Fidel atacou os “novos-ricos” que, recebendo remessas de dinheiro de parentes que vivem em Miami e/ou trabalhando no sector do Turismo, podem ganhar 20 ou 30 vezes mais do que um médico ou um professor. Continuando a má qualidade dos transportes públicos, manter-se-á a gratuitidade para a Saúde e a Educação mas os subsídios para a electricidade e o alojamento serão reduzidos. Na actual viragem à esquerda da América Latina ( mais de 10 países operaram este ano essa mudança ou vão fazê-lo nos próximos meses), Cuba reaproximou-se do Continente e tem hoje boas relações com muitas nações. Desta forma Fidel Castro vai tentando que o Castrismo sobreviva a si próprio, enquanto os dissidentes espreitam uma oportunidade e a América aguarda atentamente o desenrolar dos acontecimentos.