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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
S.NICOLAU e O PAI NATAL - conclusão
Há dois tipos de posts. Um, a que eu chamo "o post rápido", feito a partir de uma imagem ou de um texto recolhido e que é mais ou menos colado para ser comentado; e outro, que eu chamo de "artigo", resultante de pesquisa e sobre a qual se elabora um texto e se complementa com imagens a propósito. É neste segundo tipo de post que surgem mais dificuldades, naturalmente. Resumir de forma atraente uma boa quantidade de informação, nunca ultrapassando uma dezena e meia de linhas de modo a que as pessoas leiam mesmo o que lá está, é por vezes uma tarefa impossível de levar a bom termo. Este é exactamente um tema paradigmático do que afirmo. Mas, com toda a boa-vontade, lá vou tentar não maçar, ainda que me tenha alongado para lá do que pretendia.
Provavelmente levado para o novo mundo pelos colonos holandeses, o culto a S.Nicolau instalou-se em New Amsterdam, a actual Manhattan, e existem vários relatos de que a festa de S. Nicolau se manteve, sabendo-se que este "visitava" os holandeses de New York na véspera do Ano Novo. Depois da Revolução Americana, os nova-iorquinos lembraram-se com orgulho das suas quase esquecidas raízes holandesas e a verdade é que a New York Historical Society realizou o seu primeiro jantar de aniversário de S. Nicolau em 6 de Dezembro de 1810. O artista Alexander Anderson foi encarregado de criar a primeira imagem americana de Nicolau para essa mesma ocasião. Mostrou, então, S. Nicolau a meter presentes dentro de meias penduradas numa lareira, com um poema que me abstenho de traduzir para não lhe retirar o mínimo sabor: "Saint Nicholas, my dear good friend! To serve you ever was my end. If you will, now, me something give, I'll serve you ever while I live."
Ora, esta imagem, teve um "boom" fantástico em 1823 com um poema destinado a ser imensamente popular, "A Visit from St. Nicholas", hoje mais conhecido como "The Night Before Christmas". E foi esse S. Nicolau de Washington Irving que fortemente influenciou a imagem de um velhinho gorducho, a fumar cachimbo (pasme-se, hoje!) e com um aspecto de elfo.
Da esquerda para a direita: 1848 - T. C. Boyd A Visit from Saint Nichola - Facsimile, St Nicholas Center Coll 1862 - F. O. C. Darley - A Visit from Saint Nicholas Image: Guttenberg Project
1869, aprox. - Thomas NastSanta Claus and his Works First red suit for a Nast Santa St Nicholas Center Collection 1881 - Thomas NastHarper's Weekly , January 1, 1881 - Val Berryman Collection
Outros artistas e escritores continuaram a mudar a imagem do "elfo" "Sancte Claus", ou "Santa Claus", daquela que tinha o inicial bispo europeu . Até que, em 1863, o cartunista politíco Thomas Nast iniciou uma série de desenhos anuais a preto-e-branco na Harper's Weekly, baseados nas descrições encontradas no trabalho de Washington Irving. Neles se estabeleceu um Santa Claus rubicundo, de longas barbas brancas, roupas de pele e um omnipresente cachimbo de barro. Nast desenhou o Pai Natal até 1886 e o seu trabalho teve considerável influência na formação do SANTA CLAUS AMERICANO. E, a par da transformação da aparência, deu-se a do nome através de uma natural alteração fonética do Sankt Niklaus alemão e do Sinterklaas holandês.
Em 1931, Haddon Sundblom começou uma série de 35 anos de anúncios do Santa para a Coca-Cola, que popularizou e estabeleceu firmemente "este" Pai Natal como um ícone da cultura comercial contemporânea. Não foi, pois, a Coca-Cola quem inventou o moderno Pai Natal nem que o vestiu de vermelho pela primeira vez. Deu-lhe foi imagem mundial e decisivamente estabeleceu a figura tal como hoje a conhecemos.
Da esqª. para a dir.ª - 1931 - Haddon SundblomFirst Sundblom Coke SantaPermission courtesy of the Coca-Cola Company
1955 - Haddon SundblomTime December 12, 1955 - St Nicholas Center Collection
Explicada, assim, a origem do moderno Pai Natal. S. Nicolau e o Pai Natal são a mesma personagem, sendo o segundo uma evolução da imagem do primeiro. Mas há diferenças entre eles, é claro! Repare-se:
O Pai Natal "pertence" às crianças; S. Nicolau é um modelo para todos.
O Pai Natal, tal como o conhecemos, desenvolveu a mensagem comercial das vendas de Natal; S. Nicolau contou a história de Cristo e falou de paz e boa-vontade difundindo a mensagem natalícia da Esperança.
O Pai Natal encoraja o consumismo; S. Nicolau encoraja a compaixão.
O Pai Natal aparece todos os anos durante um curto espaço de tempo; S. Nicolau faz parte da comunhão de santos, rodeando sempre os crentes com orações e o seu exemplo.
O Pai Natal voa nos ares desde o Polo Norte; S. Nicolau caminhava pela terra compadecendo-se e cuidando dos necessitados.
O Pai Natal, para alguns, substitui o menino de Belém; S. Nicolau, para todos, aponta para o Menino de Belém.
O Pai Natal apresenta a figura de um membro secular, um avôzinho de todos. S. Nicolau era um bispo, e sempre o foi, com o seu báculo e mitra e vestes eclesiásticas.