quinta-feira, 29 de maio de 2008
NO MUNDO DA FANTASIA - FADAS E ELFOS
Elas fazem parte da nossa infância e mesmo da criança que em nós nunca cresceu. São as fadas, esses seres fantásticos que os mais velhos temiam chamar pelos seus nomes, acreditando que estes invisíveis seres eram avessos a deixar-se descrever e catalogar com muita precisão.
Tinkerbell, a companheira do Peter Pan criado pelo romancista e dramaturo escocês Sir James Matthew Barrie e que a Disney tornou a mais famosa das fadas.
Fadas e elfos, seus companheiros masculinos, reflectem os nossos medos e as nossas esperanças e vivem no coração das crianças, nas lendas locais, no folclore e nos contos fantásticos que as longas tradições dos nossos antepassadoos nos legaram. Vivem no seio da Natureza, selvagem de preferência, onde são hóspedes e guardiões. Fadas e elfos distinguem-se de acordo com os países e as culturas em que habitam. Os franceses são muito cartesianos neste assunto, e para eles, as fadas são sempre do sexo feminino, ao contrário dos elfos. Já nos países anglo-saxões uma "fairy" tanto pode ser uma pequena fada, como um duende, um gnomo, um elfo. Para eles, elfos e fadas têm a mesma origem e, por isso, é legítimo empregar ambos os termos, sem distinguir sexo ou aparência. Mas, o que é uma fada? Existem vários tipos: do tamanho e aparência de humanos, distinguindo-se destes apenas pela sua enorme beleza sobrenatural e mágicos poderes; outras têm corpo, rosto e tamanho de crianças de seis a dez anos; e há as que têm tamanhos minúsculos e corpos translúcidos geralmente com asinhas de borboleta ou libélula, com uma pele colorida, em tons pastel, confundindo-se com as flores e as plantas de que são guardiãs. As de aparência humana são o reaparecimento das antigas deusas pagãs, como Afrodite ou Vénus. Encarnam a mulher ideal e personificam a alma que assola o coração do homem. São uma espécie de sacerdotisas, as grandes feiticeiras da Idade Média, tornadas intocáveis pelos seus poderes mágicos. As pequenas fadas são manifestações do mundo da poesia, da fantasia, do imaginário, a menos que sejam espíritos dos bosques e das flores, os espíritos dos elementos que povoam a Natureza. A literatura da Idade Média ensinou-nos que elas têm uma singular beleza e aquelas vestes longas e coloridas a branco, azul, dourado e sobretudo verde, sempre com aquela varinha mágica com uma estrela, símbolo do seu poder fantástico. Seduzem os corações tanto das crianças quanto dos homens, que por elas se perdem de amores. A fada assim descrita parece-se mais com a princesa dos contos que o herói deve conquistar e desposar.Os elfos são espíritos dos elementos do ar, ligeiros e diáfanos, com o poder de voar por entre as folhagens das árvores. Vestem-se totalmente de verde para melhor se confundirem com as folhagens e tocam uma música maravilhosa deixando o vento soprar nos ramos das árvores. Tal como as fadas, são dotados de poderes sobrenaturais e são mensageiros entre este e o Outro Mundo. Próximos dos anjos pelas suas funções e manifestações, de corpos finos e quase imateriais que os podem levar a aparecer e desaparecer a cada momento, estão no centro do antigo paganismo. Tal como as suas companheiras fadas, desempenham um papel no equilíbrio, saúde e desenvolvimento das plantas. Procuram a luz do sol e adoram música de sons suaves, harmoniosos, apaziguadores.
Com o passar dos séculos, o povo dos elfos e o dos homens afastaram-se um do outro, evoluindo em universos separados que só excepcionalmente se encontram. O pacto com as forças invisíveis foi quebrado: um pacto que outrora unia o homem aos espíritos, aos deuses e à natureza. Diz-se que um dia esse pacto será refeito e os elfos sairão dos seus esconderijos subterrâneos e estabelecerão uma nova aliança com os homens, no seio de uma Natureza reencantada. A fadas são os agentes da fecundidade, do poder, da realização plena do ser. São os símbolos da nossa evolução e realização pessoal, mas símbolos que agem e são eficazes. Mesmo se invocadas em vão nunca deixam de responder. Mas no fundo elas só nos ajudam a realizar o único objectivo que nos deverá interessar: sermos nós próprios. Para alcançarmos essea finalidade derradeira, bastar-nos-á abrir a porta que nos levará ao reino encantado: O reino das fadas e dos elfos.
Fontes: - Dubois, Pierre, "La grande encyclopédie des fées" - Hoëbeke,1996 - Scott, Michael, "Irish folk & fairy tales", Warner Books,1989 - Texto traduzido e adaptado através de Brasey, Édouard, "Fées et Elfes",Editions Pygmalion, 1999 Fotos: Colhidas na Net
Publicação nº 585 - O Sino da Aldeia - Jorge P.G.
Sino tocado em
maio 29, 2008 -
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