O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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terça-feira, 6 de maio de 2008
O SENHOR DE MATOSINHOS - A FESTA E A LENDA
O Senhor de Matosinhos, festa a que não faltava na meninice guiado por minha avó, abriu em 1 de Maio e durante 18 dias a Câmara Municipal espera atingir o número de um milhão de visitantes. O orçamento para a edição deste ano anda pelos 300 mil euros e quem visitar o concelhopode contar com a mais variada oferta: música, conferências,exposições, feiras de artesanato e da loiça, fogo de artifício, passeios, concursos, apresentação de livros, desporto, animação de rua, entre muitas outras actividades e em diversos espaços da cidade.
A igreja do Senhor de Matosinhos apresenta esta fachada de grande beleza concebida por Nicolau Nasoni. Uma das preocupações na organização deste evento foi, segundo o vereador da Cultura, “manter a origem religiosa das Festas”. Fernando Rocha destaca, por conseguinte, a decoração das flores na Igreja Matriz, a procissão do Senhor de Matosinhos e a Eucaristia no Feriado Municipal, a 13 de Maio, que atraem milhares de visitantes todos os anos. Trata-se de uma das mais populares festas do norte do país e o culto do Senhor de Matosinhos espalhou-se mesmo até ao Brasil, sobretudo a Minas Gerais para onde o levaram portugueses emigrantes da região à volta do Porto.
Ao Senhor de Matosinhos está associada uma lenda que cito de seguida.
LENDA DO SENHOR DE MATOSINHOS
Segundo a tradição, a imagem do Senhor de Matosinhos é uma das mais antigas de toda a cristandade. A lenda diz que esta imagem foi esculpida por Nicodemos, que assistiu aos últimos momentos de vida de Jesus, sendo por isso considerada uma cópia fiel do seu rosto. Nicodemos esculpiu mais quatro mas esta é considerada a primeira e a mais perfeita. A imagem é oca porque nela Nicodemos teria escondido os instrumentos da Paixão e, nesses tempos de perseguição, os objectos sagrados eram escondidos ou atirados ao mar para escaparem à fogueira. Nicodemos atirou a imagem ao mar Mediterrâneo, na Judeia, e esta foi levada pelas águas, passou o estreito de Gibraltar e veio dar à praia de Matosinhos, perdendo na viagem um braço. A população de Bouças (no passado sede do concelho a que Matosinhos pertencia) ergueu-lhe um templo e designou a imagem por Nosso Senhor de Bouças, venerando-a durante 50 anos pelos seus muitos milagres. Mas um dia, andava uma mulher na praia de Matosinhos a apanhar lenha para a sua lareira, quando encontrou um pedaço de madeira que juntou aos restantes. Em casa, lançou-o ao fogo mas este pedaço saltou da lareira não só da primeira, mas como de todas as vezes que ela o tentava queimar. A sua filha, muda de nascença, fazia-lhe gestos desesperados para transmitir qualquer coisa e, por fim, balbuciou, perante o espanto da mãe, que o pedaço de madeira era o braço de Nosso Senhor das Bouças. Assombrada pelo milagre a população verificou que o braço se ajustava tão bem à imagem que parecia que nunca dela se tinha separado. No século XVI, a imagem foi mudada para uma igreja em Matosinhos, construída em sua honra, ficando a ser conhecida por Nosso Senhor de Matosinhos.