sábado, 13 de outubro de 2007
Postais antigos - Aguadeiros de Lisboa
A profissão de aguadeiro só surgiu após a construção do Aqueduto das Águas Livres, em 1799. Foi, portanto, durante o Séc.XIX e primeiros decénios do Séc.XX que estes homens foram figuras de relevo na vida da cidade.
Os aguadeiros eram, na sua maioria, de origem galega. Transportavam pelas ruas da cidade barris de água que vendiam a quem passava. Abasteciam-se nos vários chafarizes de Lisboa, esperando a sua vez nas longas filas de espera e percorriam depois as ruas da cidade com os seus pregões - "Há água fresquinha! Quem quer, quem quer?"
Mas a profissão não podia ser exercida de qualquer maneira por quem quisesse.
Tinham de se inscrever e de obter primeiro a autorização na Câmara e se não a tivessem pagariam uma multa.
Anunciavam a água em cada rua por meio de um pregão ou de corneta, escrevendo numa tabuleta a origem da sua água. Se, por acaso, vendessem uma diferente da indicada pagariam igualmente uma multa equivalente a 1 terço ou mesmo a metade da multa por falta de licença.
Eram compelidos a vender água a todas as pessoas e ao mesmo preço.
Os cântaros tinham que estar tapados e não podiam deixar as pessoas beber por eles ou pelas torneiras dos depósitos.
Também eram obrigados a usar ao peito um emblema da cidade, bem como a prestar auxílio à população em caso de incêndio. Nesta época ainda não havia bombeiros organizados como actualmente e, por isso, cada aguadeiro devia regressar a casa sempre com um barril bem cheio, não fosse haver um incêndio durante a noite.
Publicação nº 477 - J.G.
Sino tocado em
outubro 13, 2007 -
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