terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
Entrudo tradicional - 2
Lindoso
"O Carnaval de Lindoso É o melhor do Concelho Todos gostamos de ver O enterro do Pai Velho" ~~ No Alto Minho, é bem famoso o Entrudo do Lindoso (Ponte da Barca) com os ancestrais festejos do Pai Velho. Cumpre-se a tradição em Terras do Lindoso, sempre na época do Entrudo, nos lugares de Castelo e de Parada. Em dias de Domingo Gordo e Terça – feira de Carnaval .
Em frente aos espigueiros e à eira comunitária, tendo como cenário o Castelo Medievo, o busto de madeira do Pai Velho transportado num carro de bois, seguido de outro carro de bois, Carro das Ervas, engalanados, com a chiadeira habitual, tilintando de campainhas e com as cangas ornamentadas de monelhas, ramos de flores em cada chifre; à frente a lavradeira, camponesa rústica qual loura Ceres ( Deusa da Fecundidade), bem ourada com os cordões das avós; atrás as rusgas de concertinas, bombos, ferrinhos e castanholas e a que não faltam as máscaras dos mais foliões… eis os cortejos de Domingo Gordo no lugar do Castelo, depois da missa (11.00 horas ) e, da parte de tarde, no lugar de Parada (14.30 horas), com idêntico cerimonial.
Tudo se esconde até terça – feira de carnaval onde idênticos cortejos se realizam ainda com festa mais rija, para terminar depois dos bailaricos, nos dois lugares, com o enterro do Pai Velho, cerca da meia noite, em que se atinge o clímax do ritual colectivo concretizado na queima do boneco de palha e a leitura do seu testamento. Pai Velho que não despensa o "seu" ritual gastronómico em dia de Domingo Gordo.E são os rapazes e raparigas que cantam os Reis que têm a obrigação da ceia composta pelo tradicional cozido onde não faltam a orelheira, salpicão de fumeiro, tracanaz de presunto, os chispes e o focinho de porco. Se lhe acrescentarmos umas boas costelas barrosãs e um pé descalço, mais umas chouriças de cabaço, ai temos o cozido do Lindoso em honra do Pai Velho: duas travessas fumegantes a rescender a sabores de salgadeira, da vezeira e do quinteiro: a das carnes; outra com batatas, cenoura e couve galega; o alguidar tortulho com arroz branco e rodelas de chouriça, paio e salpicão, tudo acompanhado de um verde tinto a deixar nas malgas vidradas uma velatura de musselina rósea.
Cabanas de Viriato, Beira Baixa Aqui, a "dança dos cus" mantém viva uma tradição nascida em 1865, quando o sucesso de uma representação do grupo de teatro trouxe para a rua actores e actrizes. Ao som de uma valsa, inventaram uma marcha que percorre a vila em contradança, com os pares divididos por duas filas que esperam o repique da música para virem ao centro e provocarem o choque dos traseiros.
A Sociedade Filarmónica parece ter sido fundada a pedido: surgiu em 1872, e o regente-fundador apressou-se a compor uma dança especial, a "Valsa de Carnaval", que ainda hoje é repetidamente tocada durante as várias horas que demora o desfile.
As "zambombadas" são uma sonora designação para não menos barulhentas sessões de bombos, fortemente percutidos durante a noite, e que começam a percorrer a vila e a anunciar o Carnaval com 15 dias de antecedência.
De domingo a terça feira, nas horas deixadas livres pela "dança dos cus", ouvem-se as "entrudadas", sessões de declamação de quadras populares, ditas ao ritmo dos bombos, denunciando segredos da vila. Ouve-se então o que toda a gente já sabe, mas que algumas pessoas queriam manter em segredo.
Amareleja, Alentejo Sob a direcção do mestre que conduziu os ensaios, e ao ritmo da concertina, o grupo, em regra composto por mais de uma dezena de elementos, percorre o povoado, detendo-se junto às tabernas ou à porta de algum morador que esteja pronto a recebê-lo e a oferecer o petisco.
A acompanhar os versos, de má-língua, escritos com grande antecedência e afinados em sucessivos ensaios, que ocupam as três a quatro semanas anteriores ao Carnaval, anda um acordeão. Com os elementos da estudantina dispostos em roda, as quadras são cantadas em coro. É a voz do povo. Dois ou três elementos, mascarados, ocupam o centro e vão reproduzindo as situações que as quadras relatam. À volta, o coro, vestido a rigor, calça, colete e chapéu preto, faixa à cintura e lenço ao pescoço, responde com quadras que são o julgamento da moral popular.
A indiciar que vem de longe o Entrudo da Amareleja está o nome dado aos "entrouxados", que desde o início de Fevereiro começam a aparecer pela vila. São os "entremezes", designação herdada de uma modalidade de representação pré-vicentina, profana e de crítica de costumes.
Chamusca, Ribatejo
Um grupo de mais de uma dezena de elementos, munido de vários potes , ou quartões , transportados num burro velho, partem pela vila, parando nas tascas, adegas de amigos e cafés . Em roda, lançam o quartão de uns para os outros, e quem o deixar cair paga uma rodada. É "o jogo do quartão".
O "enterro do galo" dá-se depois de, à meia-noite, um padre, um sacristão, uma viúva e várias carpideiras procedem ao funeral de um galo. É chegada a hora da má-língua, de passar em revista os acontecimentos do ano, compilados pelos membros do grupo, mas também sugeridos pela população. Uns dão indicações de acontecimentos que coleccionam durante o ano, outros deixam envelopes anónimos com quadras. Depois o padre, o sacristão ou o galo que as digam. Para que alguns dos presentes possam corar.
Publicação nº 294 - jorgg
Sino tocado em
fevereiro 20, 2007 -
20 comentários
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