JORDÂNIA
Considerada uma das nações mais ocidentalizadas do Médio Oriente , a Jordânia é um país rico em história e cultura. A Jordânia é marcada por uma arquitectura que representa os diversos momentos históricos que viveu. Ruínas em Jerash ao norte , além de palácios e anfiteatros do Século VII na capital, Aman.
Cristãos de todo o mundo fazem anualmente peregrinações para ver o Monte Nebo ( local onde Moisés avistou a Terra Prometida ) incluindo o Rio Jordão , Mar Vermelho e cenários de “muitos milagres realizados por Jesus e seus discípulos”. Por ser um país pequeno, as distâncias entre os principais pontos podem ser percorridas em curto espaço de tempo. Desde as termas de Himmas , ao norte , o Mar Morto com os seus famosos banhos de lama , a impressionante paisagem desértica e lunar de Wadi Rum no extremo sul e as espectaculares ”resorts ” de Aqaba são alguns dos muitos lugares que devem constar no roteiro de qualquer visita à histórica e fascinante Jordânia.
PETRA - Símbolo de Engenharia e Protecção
Candidata a ser “uma das novas 7 maravilhas do mundo” - Parte I
A cidade rosada de Petra, a duas horas de carro da capital Aman, encravada nas pedras, serviu de cenário para o filme "Indiana Jones e a última Cruzada" .
Instalada estrategicamente numa encruzilhada de rotas das caravanas de camelos que na Antiguidade ligavam o Oriente ao Ocidente, a lendária cidade de pedra cor-de-rosa, “quase tão antiga quanto o próprio tempo”, é misteriosa como os seus constructores, os nabateus, povo de origem semita mencionado na Bíblia, beduínos nómadas saídos do deserto da actual Arábia Saudita que entre o fim do século VII e o início do século VI a.C. migraram para regiões menos agrestes, estabelecendo-se entre o Mar Vermelho e o Mediterrâneo, onde hoje fica a parte sul da Jordânia.
O Portal de El-Deir - Hoje chamado Mosteiro, porque aí se recolheram alguns eremitas após o século IV d.C. quando a cidade foi incorporada no Império Bizantino. Mede 46m de largura por 42m de altura. Diz uma lenda que uma urna no alto do templo, continha riquezas, e vários caçadores de tesouros tentaram derrubá-la a tiros, deixando-a crivada de balas.
Hábeis homens de negócios, os nabateus não demoraram a perceber que, pelo menos naquele tempo, seria mais lucrativo ser “polícia” do que assaltante. Passaram a vender protecção aos mercadores contra outros salteadores, forneciam-lhes abrigo no seu vale oculto e ofereciam todo o tipo de serviços. Ficaram ricos e transformaram a capital dos seus domínios numa cidade cosmopolita, urbanizada, que chegou a rivalizar com Roma em esplendor e poder. Chamavam-na RQM (leia-se Reqemos, segundo o historiador judeu Flávio Josefo) na sua língua de raiz semita, que com o passar do tempo deu origem ao árabe falado hoje. A ela são atribuídas as referências no Velho Testamento (Génese, Deuteronómio) a respeito de uma certa cidade de Sela. O significado da palavra Sela, “Pedra” (ou “Rocha”), é o mesmo do nome grego Petra, como a conhecemos desde a Antiguidade, por meio das descrições de autores como Estrabão e Plínio.
El-Khazneh, "O Tesouro", imponente templo helénico com 42 metros de altura e 30 de largura, na sua fachada esculpida em pedra rosada, onde há representações de mulheres, cavalos e soldados..
Evidências arqueológicas revelam que uma deusa ainda mais antiga, dos antepassados beduínos dos nabateus, continuava a ser adorada em Petra muitos séculos depois de esses antepassados terem abandonado as tendas. O seu nome, al-Uzza, corresponde à estrela vespertina (na realidade, o planeta Vénus), que, segundo a mitologia beduína, habitava uma árvore identificada como a acácia. Relevos em alguns monumentos de Petra mostram que al-Uzza estava associada a Ísis e Afrodite. A primeira, claro, é a deusa egípcia que reviveu o marido (e irmão) assassinado, Osíris, para copular com ele e gerar um herdeiro, Hórus; mais tarde, tornou-se a protectora dos mortos no antigo Egipto, a quem Plutarco chamou “deusa da Lua”, grande mestra dos segredos da magia e da arte de invocar espíritos.
Afrodite, por sua vez, é a deusa grega da beleza e do amor (Vénus, para os romanos) também protectora dos viajantes. O seu culto é pré-grego e é possível que ela tenha entrado no mundo clássico vinda da Ásia via nabateus. Registos mostram que, em Corinto, os templos dedicados a ela eram locais de prostituição ritual. A deusa também é associada a Astarte, a divindade semita do amor e da fertilidade adorada em especial na Síria e na Palestina (e na Babilónia, como Ishtar) e á qual se prestava culto com orgias sexuais. Não é de admirar que Cleópatra tenha tentado (sem sucesso) convencer César a dar-lhe Petra como prova de amor.
A cidade permaneceu sob controle do Império Romano, que acabou por causar a sua ruína ao transferir as rotas das caravanas mais para o norte (Palmira, na Síria) e para o sul (o Golfo de Aqaba, entre a Jordânia e Israel). Duzentos anos depois, Petra foi conquistada pelo Império Bizantino, que a ocupou durante quatro séculos, acrescentando aos monumentos nabateus duas igrejas cristãs, entre outras construções.
Fim da Parte I
Fontes: Internet; geocities - Publicação nº 289 - jorgg