quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
Columbano no Museu do Chiado
Columbano Bordalo Pinheiro ( auto-retrato)
(Nasceu em Lisboa, em 21 de Novembro de 1857; morreu na mesma cidade em 6 de Novembro de 1929)
Exposição de obras de Columbano no Museu do Chiado,em Lisboa, até 6 de Maio
Inaugurada no dia 2 de Fevereiro, a exposição integra cerca de 70 obras, entre pinturas e desenhos, realizadas entre 1974 e 1900, na sua grande maioria pertencentes à colecção do museu, mas também a outras colecções públicas e privadas. A segunda parte da sua produção artística, realizada entre 1900 e 1929, ano da sua morte, estará patente numa exposição marcada para 2010, ano em que se comemora o centenário da República. Filho do pintor, escultor e gravador Manuel Maria Bordalo Pinheiro e onze anos mais novo do que seu irmão Rafael Bordalo Pinheiro, o pintor foi ainda professor na Escola de Belas Artes.
Columbano triunfou como o mais extraordinário pintor português dos fins do séc. XIX encabeçando a geração que renovou as artes plásticas na perspectiva da corrente naturalista. Aos 14 anos começou a frequentar o curso de desenho e de pintura histórica da Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípulo do escultor Simões de Almeida e do Mestre Ângelo Lupi, tendo feito o curso em quatro anos em vez dos curriculares sete. Em 1881 obteve uma bolsa de estudo custeada secretamente por D. Fernando de Saxe-Coburgo, viúvo de D. Maria II, amigo do pai. Acompanhado da irmã mais velha, parte para Paris, onde aprendeu com pintores como Manet, Degas, Coubert, Deschamps, entre outros. Um ano mais tarde surpreende o júri do "Salon" com o seu quadro "Soirée chez lui", actualmente exposto no Museu de Arte Contemporânea de Lisboa sob o título "Concerto de Amadores".
"Concerto de Amadores" Regressa triunfante a Portugal onde se veio a juntar ao "Grupo do Leão". Columbano concorreu ao "Salon" de Paris (1890), à Exposição Universal de Berlim (1891), de Dresde e à Universal de Paris (1900), onde obteve a medalha de ouro. Foi no domínio da pintura de decoração e nos retratos que se celebrizou, sendo dele, entre outras obras, as pinturas da sala de recepção do Palácio de Belém e dos aposentos da rainha D. Amélia, no Palácio das Necessidades, os painéis da Sala dos Passos Perdidos da Assembleia da República e as figuras da cúpula da escadaria da Câmara Municipal de Lisboa e do tecto do Teatro Nacional. Os retratados, intelectuais sobretudo, incluem Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Teófilo Braga, Almeida Garrett, mas um sobressai: o de Antero de Quental, pintado em 1889. Em 1903 ocupou o lugar de professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes de Lisboa, tendo lhe sido confiada a direcção, em 1911, do recém-criado Museu de Arte Contemporânea onde se manteve até ser atingido pela lei do limite de idade.
Retrato de Antero de Quental
Grupo do Leão (1880-89) António Ramalho, João Vaz, José Malhoa, Silva Porto, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro, entre outros, intensificam o movimento de renovação necessário para a eclosão de uma nova arte em Portugal - naturalismo - não mais submissa à sua representação académica, em benefício da criação de uma identidade e alma verdadeiramente portuguesas.
O grupo reunia-se no Café Leão de Ouro da Rua do Príncipe (hoje 1º de Dezembro) iniciando um ciclo de exposições anuais conjuntas a partir de 1881, as 4 primeiras sobre quadros modernos e as outras de arte moderna. A 1ª exposição (1881) teve lugar numa pequena sala da Sociedade de Geografia no 2º andar da Rua do Alecrim, minúscula para albergar o rugido e o génio do Leão, as seguintes realizaram-se nas salas do jornal "Comércio de Portugal", na Rua Ivens. Em 1889, e depois de uma vida harmoniosa e sem intrigas, o grupo dissolveu-se dando lugar ao Grémio Artístico. Da fusão entre a Promotora e o Grémio Artístico nasce, em 1901, a Sociedade Nacional de Belas-Artes. A propósito do "Grupo do Leão", recebi do meu querido amigo JLF do excelente blogue "Gostei. Se me dá licença, repesco do meu arquivo:“Tratava-se de um grupo (baptizado de "O Grupo do Leão" pelo jornalista Mariano Pina) sem estatutos nem regras, feito ao sabor de afinidades e de esperanças comuns, em que as discussões estéticas e o con-vívio eram bem alegres e, por vezes, bem acaloradas” - http://www.malhatlantica.pt/jmoraesvaz/Grupo%20do%20Leao.htm E o Jorge pode ainda deixar aos seus leitores cópia do célebre quadro "Grupo do Leão" (1885) do Museu de Arte Contemporânea (Lisboa)retirado do mesmo site, mas agora http://www.malhatlantica.pt/jmoraesvaz/images/GrupodoLeao.gif onde, entre outros, estão retratados: Silva Porto, Rafael Bordalo Pinheiro, António Ramalho, José Malhoa, João Vaz, Girão, Henrique Pinto, Rodrigues Vieira, Ribeiro Cristino, Cipriano Martins, o empregado de mesa Manuel Fidalgo e Columbano B. Pinheiro. Desculpe a intromissão Jorge. Não levou a mal, não? Abraço JL" Naturalismo
Tendência artística da segunda metade do séc. XIX que tende a "descrever o modelo o mais fielmente possível à sua aparência sensível na natureza" (J. H. Paes da Silva) e imitar todas as aparências visuais do mundo circundante, sem preconceitos de ordem estética ou sociológica. Alimentada pela filosofia positivista e encorajada pela recente invenção da fotografia, representa claramente uma reacção contra o classicismo e o romantismo.
Fontes: CITI e “O Portal da História” - Publicação nº 285 - jorgg
Sino tocado em
fevereiro 08, 2007 -
22 comentários
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