O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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quarta-feira, 1 de novembro de 2006
A tragicomédia do momento no ensino da Gramática
Agora chega! Basta! Tá! É demais!...
Andava eu meio-distraído, ou concentrado noutras matérias, quando há uns meses atrás fui surpreendido por uma colega, professora de Português do 3º ciclo, que tinha acabado de frequentar uma acção de formação sobre a nova terminologia da gramática do português, na Faculdade de Letras , a expensas suas, é claro. Fiquei então estarrecido com o novo amontoado de palavras, incompreensíveis para os estudantes, e mal digeridas para quem tem de ensinar o que lhe é imposto, ainda que sejam descargas de disparates e fogo-de-vista que não conduzem a nada que não seja a uma maior confusão de conceitos e a um pior resultado na compreensão e na expressão da aprendizagem. Logo aí fiquei a saber que o Futuro passou a chamar-se provável modificador do Presente, ou uma coisa parecida… que para o caso tanto faz. E daí, intuí que o Modo Condicional, provavelmente passaria a ser "o provável modificador do Futuro se o provável modificador do presente se modificar". Nada mais simples!... Como não lecciono Português há uns anos, confesso que não liguei muito ao assunto. Mas ontem, uma amiga alertou-me de novo para o chamado TLEBS – Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário.
Pois ficai todos a saber que, (entre outras) :
- há pronomes indefinidos que passaram a ser designados por “quantificadores indefinidos", "quantificadores universais" e "quantificadores relativos”
-Nos advérbios, encontramos coisas alucinantes como "advérbios disjuntos avaliativos", "advérbios disjuntos modais", "advérbios disjuntos reforçadores da verdade da asserção" e "advérbios disjuntos restritivos da verdade da asserção".
- O sujeito indefinido passa a ser o luminoso "sujeito nulo expletivo". O "aposto ou continuado" chama-se bombasticamente "modificador do nome apositivo", podendo ser do tipo "nominal", "adjectival", "proposicional" ou "frásico"...
Pois bem, com esta terminologia o que se pretenderá? Que contributo trará à Língua Portuguesa tal conjunto de palavras que nada dizem a qualquer aluno, ou a qualquer mortal que não se veja obrigado a decorar tal pepineira, como lhe bem chama V.G. Moura ? E seremos nós, professores, as bestas que hão-de carregar este fardo de parvoíces e tentar descarregá-lo para cima dos atónitos estudantes. O que andam a fazer os responsáveis pela política da educação para permitirem coisas destas a quem se recria em adaptar novos nomes às mesmas realidades? Será que este arrazoado foi copiado de alguma tese de mestrado dos novos doutores da Linguística? Alguém saberá, de ora em diante, distinguir mais facilmente um substantivo de um adjectivo? Saber se ele é determinado ou indeterminado, definido ou indefinido? “Sujeito nulo expletivo”. Quanto tempo demorará um professor a explicar aos alunos o significado da palavra “expletivo”? E é nulo porquê? Não existe? Mas se não existe porque se continua a designá-lo por “Sujeito” e a vestir-lhe dois adjectivos, perdão, dois modificadores do nome? Achais isto complicado? Não, certamente! Eu é que complico a simplificada e útil nova terminologia linguística!...
E, com todas as vénias a Vasco da Graça Moura, vou terminar com as suas palavras :
“Assim como a sublimação implica a passagem do estado sólido ao estado gasoso, sem passar pelo intermédio, temos agora este trânsito da ignorância geral à embrulhada específica, sem se passar pelo estado intermédio e necessário de um ensino razoável e sensato.
Por alguma razão a palavra "gás" deriva de kaos. Esse será o resultado deprimente do ensino gasoso que a TLEBS nos prepara.”