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sexta-feira, 1 de maio de 2009
A FESTA DO TRABALHO
No 1º de Maio de 1886, a pressão sindical permitiu que cerca de 200 mil trabalhadores americanos obtivessem o reconhecimento da jornada de 8 horas por parte da maioria dos patrões Foi a recordação desse dia que levou os europeus, uns anos depois, a instituirem a Festa do Trabalho. Mas não foi fácil nem isenta de vítimas essa luta.
No decurso do 4º Congresso da American Federation of Labor, em 1884, os principais sindicatos dos Estados Unidos tinham-se dado dois anos para imporem ao patronato uma limitação de 8 horas de trabalho diário e escolheram exactamente o dia 1 de Maio por ser nessa data que muitas empresas americanas iniciavam o seu ano fiscal.
Chegado o Maio de 1886, muitos trabalhadores de imediato viram os patrões satisfazerem a sua reivindicação mas outros, à volta de 340 mil, menos afortunados, tiveram de fazer greve.
A revolta de Haymarket Square, em Chicago, no momento da deflagração da bomba
- 4 de Maio de 1886
Dois dias depois, a 3 de Maio, uma manifestação ocasionou 3 mortos entre os grevistas da Companhia McCormick Harvester, em Chicago. No dia seguinte houve uma marcha de protesto e no final da tarde, com a manifestação a dispersar-se, não restavam mais de umas 200 pessoas para um semelhante número de polícias. Foi então que explodiu uma bomba diante das forças da ordem causando uma quinzena de mortos entre as fileiras policiais, daqui resultando o julgamento de três sindicalistas anarquistas e a condenaçãoa prisão perpétua. Outros cinco foram enforcados em 11 de Novembro, apesar das provas não serem concludentes.
Curiosamente, estes episódios que na Europa serviram de modelo para a instituição do «Dia do Trabalho» em 1 de Maio, não foram os que deram origem ao “Labor Day” americano. Este, antes se deve a uma greve de ferroviários que em 1894 tinham pretendido apoiar os operários da Pullman, eles próprios em greve contra o patronato. Ora, o Presidente americano Grover Cleveland não hesitara em enviar 12 mil soldados contra os grevistas, tendo dois homens sido mortos nos confrontos em Kensington, perto de Chicago. A greve foi então declarada como finda a 3 de Agosto e os trabalhadores da Pullman comprometeram-se a não mais se sindicalizarem.
Vendo os cidadãos americanos indignados pelos métodos brutais do presidente Cleveland, os eleitos da Câmara dos Representantes, em Washington, votaram a proposta de um dia feriado em honra dos trabalhadores. O próprio presidente assinou o projecto-lei apenas seis dias após a intervenção do exército, na esperança de se fazer reeleger naquele mesmo ano… o que de resto não conseguiu.
Litografia de Granjouan, 1906
Hoje, são inúmeros os países onde a data é celebrada em nome do trabalho e dos trabalhadores, mas não em todos.
Apenas a título de exemplo, sabe-se que no Reino Unido é na primeira segunda-feira de Maio que se faz o “bank holiday”, o feriado local, para que assim haja todos os anos lugar a um dia sem trabalho no mês de Maio.
Interessante também é saber-se que nos Estados Unidos e no Canadá a Festa do Trabalho é celebrada na 1ª segunda-feira de Setembro, já que os poderosos sindicatos americanos, como o AFL-CIO, não quiseram alinhar com os europeus de orientação marxista, se bem que alguns sindicatos do Québec tenham optado pelo 1º de Maio em solidariedade com os seus homólogos europeus.
Ainda curioso é o que ocorre no Paraguai onde, em 2002, o Chefe de Estado tentou instituir o modelo britânico, tendo a opinião pública rejeitado essa reforma, pelo que continua a ser em 1 de Maio que se festeja «el día del trabajador» e mantendo-se ainda o costume dos patrões convidarem os empregados para um “asado”, ou seja uma espécie de barbecue.
Os japoneses não celebram a Festa do Trabalho mas sim a primeira semana do mês de Maio, dita “Semana Dourada”, e que proporciona diversas festividades e dias feriados.
E, na Holanda e Suiça, 1 de Maio é laboral, ainda que algumas multinacionais concedam o dia ao pessoal em nome da Festa do Trabalho.