O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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sábado, 25 de abril de 2009
O DIA EM QUE A ESPERANÇA RENASCEU
Foi há 35 anos.
Quem hoje tem menos de 45 era demasiado pequeno para saber o que era viver com um ferro cravado na garganta e grilhões no pensamento. Era demasiado pequeno para se aperceber da angústia de uma família com um filho ou marido numa guerra que ninguém sabia ao certo para que servia, a quem servia. Desconhecia o que representava comprar às escondidas um jornal, o velhinho "República", então já com 62 anos de existência após a sua fundação em 1911 por António José de Almeida, o médico loquaz e republicano laico que viria a ser presidente da República em 1919. Quem hoje tem menos de 45 anos, não pôde sentir a amargura de viver no medo de ser denunciado à Polícia política pelo vizinho, pelo companheiro de trabalho, pelo amigo ou familiar, só porque exprimia o seu pensamento, o seu ideário político, a sua concepção de sociedade, a sua revolta por um regime que o inibia de ser livre de pensar.
Há 35 anos renasceu numa aurora de Abril a esperança de que muito iria mudar neste pequeno e tão atrasado país.
Hoje, quando existem claros indícios de que a liberdade de imprensa está ameaçada e quando a privacidade dos cidadãos é cada dia menor, só faltando implantarem-nos na pele um chip, é urgente avisar os que não tinham idade de que viver sem liberdade é o pior que pode acontecer ao ser humano. Por isso, estarei sempre com os ideais generosos de Abril, serei sempre contra os poderes totalitários, sejam eles de direita, de esquerda, ou de mascarada democracia. Alertarei enquanto puder dos perigos de nos deixarmos conduzir, procurarei sempre arreganhar os dentes aos falsos profetas, aos demagogos, aos travestidos de democratas que mais não são do que ditadores legitimados pelo voto popular que lhes é dado pelos que preferem deixar-se pastorear em vez de fazer uso do seu direito de serem eles a conduzir o país e os seus próprios destinos. Numa democracia é o povo quem mais ordena. É urgente fazê-lo sentir a quem governa.
- Jorge P.G.
Eh! Companheiro aqui estou aqui estou pra te falar Estas paredes me tolhem os passos que quero dar uma é feita de granito não se pode rebentar outra de vidro rachado p'ras duas pernas cortar
Eh! Companheiro resposta resposta te quero dar Só tem medo desses muros quem tem muros no pensar todos sabemos do pássaro cá dentro a qu'rer voar se o pensamento for livre todos vamos libertar
Eh! Companheiro eu falo eu falo do coração Já me acostumei à cor desta negra solidão já o preto que vai bem já o branco ainda não não sei quando vem o vento pra me levar de avião
Eh! Companheiro respondo respondo do coração ser sozinho não é sina nem de rato de porão faz também soprar o vento não esperes o tufão põe sementes do teu peito nos bolsos do teu irmão
( Eh! Companheiro vou falar vou falar do meu parecer Vira o vento muda a sorte toda a vida ouvi dizer soprou muita ventania não vi a sorte crescer meu destino é sempre o mesmo desde moço até morrer
Eh! Companheiro aqui estou aqui estou p'ra responder Sorte assim não cresce a toa como urtiga por colher cresce nas vinhas do povo leva tempo a amadur'cer quando mudar seu destino está ao alcance de um viver )
Eh! Companheiro aqui estou aqui estou pra te falar De toda a parte me chamam não sei p'ra onde me virar uns que trazem fechadura com portas para espreitar outros que em nome da paz não me deixam nem olhar
Eh! Companheiro resposta resposta te quero dar Portas assim foram feitas p'ra se abrir de par em par não confundas duas coisas cada paz em seu lugar pela paz que nos recusam muito temos de lutar.
José Mário Branco(Música) / Sérgio Godinho(Letra completa)
Vozes principais (da n/esqª para a dirª): Samuel Quedas, Manuel Freire,
Lena d'Água, Vitorino
Publicação nº 720 de "O SINO DA ALDEIA, porque avisar é preciso" - Jorge P. G.