O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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sábado, 25 de outubro de 2008
POR QUEM O SINO TOCA
Nunca, ou só muito raramente, estive quatro dias sem escrever nada para o Sino da Aldeia. O principal motivo tem sido a falta de "assunto sério", já que vivemos cada vez mais num mundo de anedota e num país de fantochada, ou seja, num circo permanente de fraca qualidade.
Sempre pretendi neste espaço, onde só vem mesmo quem quer e que vem por bem, conversar sobre temas diversos e que possam despertar nas pessoas um qualquer tipo de emoções. O bom humor, a par de outras, é uma arma poderosa para tornar leve algo que é pesado e cinzento à partida, sendo certamente fácil concordar em que a rir se dizem as coisas mais sérias deste mundo e se pode incentivar a uma profunda reflexão, depois de descontadas as rugas causadas ou pela incompreensão da piada... ou pelas gargalhadas que a mesma provoque. Sendo actualmente pai e mãe de 4 blogues (já foram 7 as loucuras), tenho tido alguma confessada hesitação em alinhar os critérios editoriais. A WHISKERS MAGAZINE já andou por cá e por lá, pelos Bigodes do Gato, sendo que há quem defenda à outrance que o seu sítio certo é mesmo lá, até pelo nome que lhe dei.
Mas esta introdução vem a que propósito, perguntarão os que ainda me lêem de fio a pavio. De armas! Tem a ver com armas, é verdade! Eu, que delas tenho apenas memórias de tempos antigos, venho agora falar de armas.
Nos idos de 60 tive uma espingarda, daquelas de pressão de ar, que levam dentro uns chumbinhos do tamanho de migalhas ou umas setinhas com uma ponta feita de pelos coloridos. Brincava então com essa espingarda, atirando contra um alvo rudimentar de papel colado na porta de um barracão de arrumações no terraço da casa onde vivia. Com ela passei tardes divertidas a afinar a pontaria até ao dia em que me provocou o primeiro trauma. À força de colocar a arma entre pernas para a recarregar, tal gesto repetido obrigou-me ao uso de uns suspensórios testiculares e de ficar em repouso de atirador durante uma semana. Recuperei bem, felizmente, dos órgãos inchados suspensos e do doloroso episódio.
E de novo a arma disparou, dias e dias seguidos, até à data do meu segundo trauma. Vendo mesmo a jeito o rabo rechonchudo, redondinho da minha mãe a uns bons 10 metros, deu-me para meter na espingarda, não um chumbo ou uma seta, claro, mas um grão de milho que roubei aos pássaros. Vai daí, pontaria afinada e "paff", mesmo no centro! Uma boa nódoa negra no sítio onde acabavam as costas da minha mãe e umas quantas mais claras no meu acabaram de vez com a minha relação com as armas.
Acho que foi a partir de então que me virei para o Humor como arma de arremesso e que ainda hoje me dificulta a tarefa de escrever a sério com palavras muito graves e cinzentas. Assim, se não querem ficar tristonhos e cinzentões, têm «Os Bigodes do Gato» e «Os Bonecos do Sineiro», sobretudo. Por aqui, pelo Sino desta Aldeia, vou continuar a tentar portar-me bem mas não se admirem que me fuja muitas vezes o dedo para o gatilho do Humor.
Fiquem bem, que eu cá faço por isso. E tentem rir, sempre, que a vida tem de ser vivida como uma grande festa! Vejam os bebés, cujo primeiro acto verdadeiramente voluntário é RIR, quem sabe se dos pais com aquele ar apatetado com que os miram e remiram.