segunda-feira, 29 de setembro de 2008
MACHADO DE ASSIS - 100 ANOS DEPOIS
Hoje, dia 29, e amanhã, a Fundação Gulbenkian acolhe um colóquio aberto "a todos quantos queiram conhecer o escritor" Machado De Assis, esse contemporâneo de Eça que viveu antes do tempo. Nascido no Rio de Janeiro e criado no morro do Livramento, veio a ser cronista, contista, jornalista, poeta, novelista, dramaturgo, romancista, crítico e ensaísta. Filho de um operário mestiço, perdeu a mãe muito cedo e foi criado pela madrasta, também mulata, que o matriculou na única escola que o escritor frequentou - a escola pública. Depois da morte do pai, quando ele tinha apenas 12 anos, Maria Inês, a madrasta fez-se doceira num colégio e Machadinho passa a ser vendedor de doces. Sempre apresentando uma enorme vontade de aprender, publicou o seu primeiro poema aos 16 anos e aos 17 conseguiu emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional continuando a escrever nos tempos livres. A partir de então, Machado de Assis não mais deixaria de publicar e de subir na escala social, tornando-se um bem sucedido homem das letras e tendo-se casado com D.Carolina, uma mulher culta e que lhe deu a conhecer os melhores clássicos da literatura portuguesa. À sua morte, em 1904, 35 anos após o casamento, publicou o soneto "Carolina" que a haveria de eternizar.
Epiléptico, gago, com uma saúde frágil, viria a falecer em 1908 aos 69 anos, faz hoje precisamente 1 século.
Dele, que é sem dúvida um dos maiores da literatura brasileira, viriam os críticos a afirmar que era: "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. ... A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica. ... Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."
TALVEZ ESTE COLÓQUIO EM BOA HORA TRAZIDO A LISBOA DESPERTE OS EDITORES NACIONAIS PARA UMA DIVULGAÇÃO DA OBRA DE ASSIS À MEDIDA DA IMPORTÂNCIA DEIXADA NA LITERATURA DE LÍNGUA PORTUGUESA.
Que pelo menos algumas das suas incontáveis obras como: "Crisálidas" (poesia, 1864);, ou os romances "Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881, Quincas Borba, 1891 e Dom Casmurro, 1899, surjam justamente divulgados e presentes nas montras das nossas melhores livrarias. É que a literatura brasileira está longe de se resumir a Jorge Amado e a Erico Veríssimo, senhores editores! ASSIM SEJA! Texto: Jorge P.G.
Publicação nº 618 - O Sino da Aldeia - Jorge P.G.
Sino tocado em
setembro 29, 2008 -
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