Tudo indica que os Comanche foram a primeira tribo das grandes planícies no uso do cavalo para as suas deslocações e conquistas.
Exímios cavaleiros e ladrões de gado, deles se sabe que forneceram os primeiros cavalos aos garimpeiros da
Febre do Ouro de 1848. Eram guerreiros ferozes e comerciantes hábeis e bem-sucedidos.
Presentes nas feiras de comércio da altura, os seus líderes andavam vestidos frequentemente com roupas europeias, adornos de prata e botas de bom cabedal. E tinham dinheiro. Para as feiras organizavam-se em grupos onde havia sempre um
Comanche que falava espanhol, inglês e vários dialectos índios.
O líder desses grupos era um hábil mercador e diplomata. Mas, acontecia que a maioria do que comerciavam era produto de roubos. Vendiam os cavalos roubados e as mulheres e crianças que haviam raptado. Os seus parentes deslocavam-se a essas feiras para os recuperarem.
O rapto para “revenda” traria mais tarde aos Comanche problemas sérios com os colonos americanos, muito menos tolerantes do que os espanhóis ou os índios das aldeias.
Dependiam do búfalo para a alimentação e manufactura de vestuário.
Não eram uma tribo unificada. De facto mal eram uma tribo, já que se dividiam em 8 a 12 sub-nações autónomas, às quais faltava naturalmente a organização de chefia, e militar, que possuíam as demais tribos das planícies.
Devido às constantes baixas ocasionadas pela sua vida belicosa, a população Comanche foi sempre conhecendo variações quanto ao número de habitantes.
Calcula-se que hoje existam cerca de 11.000 descendentes de Comanche vivendo nos Estados Unidos, sobretudo no Oklahoma.
Durante a 2ª Grande Guerra, um grupo de 17 jovens referidos como “The Comanche Code Talkers" integraram o exército dos USA para enviarem mensagens com informações secretas que não podiam ser decifradas pelo inimigo.
* - "Code talkers" eram soldados nativos norte-americanos que transmitiam mensagens secretas por rádio ou usando os códigos telefónicos centralizados nas suas línguas nativas.