O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
This work is licensed under a Creative Commons License.
sábado, 1 de setembro de 2007
Robinson Crusoé embarca para a aventura a 1 de Setembro 1651
Terão sido 28 anos de aventuras...a julgar pelo que nos conta Daniel Defoe no seu livro surgido em 1719. A história inspira-se numa situação bastante frequente na época da marinhagem à vela e dos piratas, ou seja, a de um marinheiro abandonada numa ilha deserta por causa de desobediência ao seu capitão.
O marinheiro que inspirou Defoe chama-se Alexander Selkirk. Com 30 anos, foi recolhido pelo capitão Woodes Roger a bordo do Duc em 2 de Fevereiro de 1709 e conta quatro anos depois as suas aventuras (Viagem à volta do mundo). Daniel Defoe daí tirou a história do seu herói Robinson, sem nunca ter conhecido Selkirk, o autor do relato das suas próprias façanhas.
Filho de um tanoeiro escocês, Alexander Selkirk escolheu a vida no mar. Navegante no Pacífico em 1704 como segundo marinheiro, queixou-se do mau estado do navio opondo-se ao seu capitão sobre a oportunidade de prosseguir a rota. E ele próprio pede para ser abandonado numa ilhota desconhecida a 600 Km do Chile, acontecendo por fim que o navio se viria a afundar na costa peruana, deixando apenas oito sobreviventes, imediatamente presos pelas autoridades locais.
A ilhota onde ficou Selkirk era um rochedo escarpado de luxuriante vegetação com o seu cume a 900 metros de altura, habitada por milhares de cabras e de gatos, uns e outros abandonados por náufragos precedentes, e ainda por focas e outros.
Selkerk dançando com as suas cabras - Gravura naïve Adaptando-se com alguma dificuldade à solidão, Selkerk conseguiu construir a sua própria cabana e aprender a retirar das cabras o essencial para a alimentação, bem como para o vestuário. Ocupava o espírito lendo a Bíblia e recitando orações em voz alta para não perder o uso da fala... E um dia, um barco acostou à ilha, tratando-se porém de espanhóis, inimigos declarados dos britânicos. Caçado, o infeliz eremita conseguiria finalmente escapar. Veio a ser libertado por compatriotas e então, Selkerk pôde reaprender os usos e costumes sociais, vindo mesmo a casar-se. Retomou a vida marítima e em pleno mar viria a morrer em 1721,... dois anos após o aparecimento de "Robinson Crusoé".
Verdadeiro fenómeno de sociedade em Inglaterra e na Europa, o romance Robinson Crusoé veio alimentar a crença dos leitores do séc. XVIII em uma felicidade simples e perto da Natureza, longe dos artifícios da sociedade.
Este fenómeno culminaria com a publicação em França de "Paul et Virginie" em 1788, nas vésperas da Revolução. Este curto romance teve de imediato um grande êxito e veio alimentar o moralismo redentor dos burgueses da Convenção. O seu autor, Bernardin de Saint-Pierre, foi un fervoroso leitor de Robinson Crusoé.