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sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Amantes reais - A Marquesa de Pompadour (1721-1764)
"Après nous le déluge !"
Vendo Louis XV destroçado após a derrota dos seus exércitos contra os Prussianos, em Rossbach (5 de Nov de 1757), a marquesa, que estava para se fazer retratar por Quentin de La Tour, reconfortou-o nestes termos: "Il ne faut point s'affliger : vous tomberiez malade. Après nous, le déluge !"
La marquise de Pompadour, por Maurice Quentin de La Tour ( Musée Du Louvre)
Jeanne Antoinette Poisson, era filha de um condutor de víveres envolvido em trapaças financeiras aquando da peste de Marseille e condenado em 1727, quando ela tinha 6 anos, tendo então fugido para Hamburgo. Mas graças à mãe e ao amante desta, recebeu uma excelente educação que lhe permitiu brilhar nos salões parisienses e fazer-se notar pelo rei Louis XV em 1745, que lhe monta casa em Versailles, a faz acompanhá-lo na Batalha de Fontenay e no mesmo ano lhe concede o título de Marquesa.
Porém, gasta pela vida da côrte e pela saúde frágil, vai-se apagando em benefício de novas favoritas do rei desde 1751, sendo no entanto recompensada com o título de duquesa e permanecendo como confidente de Louis XV, assim como cúmplice dos seus prazeres e dirigindo o Hotel Parc-aux-Cerfs, em Versailles, que servia para os encontros amorosos do rei com jovenzinhas que muito apreciava, como a deliciosa irlandesa Mlle Louise O'Murphy, retratada neste quadro de François Boucher, "Le peintre du plaisir et de l'amour".
"Jeune fille au repos" por François Boucher ( 1752), Alte Pinakotek, München
A então duquesa beneficiou igualmente de inúmeras ofertas como o Castelo de Pompadour e o Hotel d'Évreux, em Paris, mais conhecido hoje com o nome de... Palácio do Eliseu! É verdade!... Fazendo uso da sua influência em favor do ministério Choiseul , a ela foi atribuído o "reverso das alianças" no decurso da Guerra dos Sete Anos que conduziu ao desastroso Tratado de Paris.
Mas as suas origens populares valeram-lhe o ódio de membros da côrte que a seu propósito propagavam canções satíricas, as "poissonades" ("peixeiradas", glosando o seu apelido Poisson ).
Tendo sido mecenas, fez atribuir a um irmão, Abel Poisson, a Direcção das Obras de Construção, tendo este desempenhado com brio essas funções, fazendo nomeadamente construir em Paris a Place Louis XV (La Concorde). Protegeu ainda os enciclopedistas e os "filósofos" que contestavam o absolutismo real, inclusive Voltaire que lhe deve a sua cadeira de académico e sobre ela viria a escrever: "Dans le fond de son coeur, elle était des nôtres ; elle protégeait les lettres autant qu'elle pouvait".
Esta amante real ficou para sempre como um símbolo de "l'art de vivre raffiné et léger" do Século das Luzes.