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sábado, 22 de setembro de 2007
Pátios e Vilas de Lisboa
A Vila Sousa está localizada no Largo da Graça, 82 e foi construída em 1890. O edifício de grande imponência, ocupa uma área substancial do largo e apresenta a fachada exterior decorada de azulejos. O acesso faz-se porintermédio de um portão de ferro e, no seu interior, o largo é cercado por casas contíguas de doise quatro pisos.
Não há registo histórico do aparecimento dos primeiros pátios em Lisboa, mas sabe-se terem origem na civilização Árabe. Sendo esta uma sociedade de fortes laços comunitários, os pátios não só permitiam convivência entre vizinhos mas também, ler e ensinar o Corão num ambiente intimista. No séc. XII, aquando da conquista de Lisboa, os pátios são transformados em quintas ou pequenas hortas. Lisboa era uma cidade que crescia sem planificação, para além das muralhas, dispersando-se pelos vales do sopé da colina do Castelo e Alfama, com construções ao sabor das necessidades, sinais do tempo que haveriam de perdurar durante toda a Idade Média, e se prolongariam até ao Terramoto de 1755. O pátio medieval é um sucedâneo do pátio árabe, mantém os mesmos traços físico-urbanísticos e os mesmos propósitos sócio-comunitários, sendo as quintas e hortas de novo transformados em pátios.
A partir do séc. XV são vários os factores que levam ao aparecimento de novos espaços. A instalação da Corte no Terreiro do Paço altera o tecido social da colina, promovendo a deslocação dos grandes senhores que constroem os seus palácios junto da Corte Real. Como consequência, os pátios perdem o seu estatuto intimista para fazer parte da grande azáfama das cidades portuárias e comerciais. No entanto, é na parte mais antiga da cidade que se dão as alterações mais significativas: os pátios são ocupados por uma franja de população mais pobre, tornando-os menos próprios para habitação, aparecendo também novos tipos resultantes da ocupação de antigos pátios de palácios deixados no esquecimento.
Até ao século XX estes espaços irão funcionar como habitação, assim como o próprio edifício que, por sua vez, irá dar nome ao pátio. Com o surgimento da industrialização, a cidade de Lisboa recebe uma franja de população de operários. Procurando sítio para se alojarem, estas acomodações, geralmente fornecidas pelos próprios proprietários fabris, adquirem o nome de "vilas", que não são mais que pátios da era contemporânea, normalmente constituídas por dois ou três andares separadas por uma rua e isoladas do exterior por um portão. É neste século que lhes é dada a devida importância como espaço social importante no meio arquitectónico português.
Pátios e Vilas:
Vila Sousa- localizada no Largo da Graça, 82.
Vila Berta - localizada na Rua do Sol à Graça.
Vila Rodrigues- situada na Rua da Senhora da Glória, 142.
Pátio do Barbosa- sito na Travessa das Mónicas e Calçada da Graça, fica num dos poucos edifícios que não ruíram com o terramoto - o Palácio dos Senhores da Trofa.
Bairro Estrela de Ouro- localizado entre a Rua da Graça e a Rua da Senhora do Monte.
Pátio de D. Fradique- situado na colina do Castelo, entre o Beco do Maldonado e a Travessa do Funil. Trata-se de uma dependência do antigo Palácio de Belmonte, cuja construção parece remontar ao século XV.
Pátio das Cozinhas - adquiriu o nome da rua que lhe dá acesso e está situado dentro do recinto da Alcáçova. Corresponde ao antigo palacete pombalino, transformado em unidade hoteleira. A área não se restringe ao palácio mas, também, aos antigos jardins. Todo o recinto está decorado com azulejos da segunda metade do séc. XVIII, sendo o muro do topo do pátio decorado com cenas bucólicas e campestres alusivas a dois santos: São Francisco de Paula e São Marçal.
Pátio de José Pedreira - situado na Rua de Santa Cruz do Castelo, este pátio preserva muitas características mouriscas.
Pátio da Pascácia - igualmente conhecido por Pátio da Sociedade - localizado na freguesia de Santa Cruz do Castelo. O nome original deve-se a uma conhecida parteira da freguesia. O recinto pertence a uma antiga casa apalaçada do séc. XVII.
Pátio dos Quintalinhos - Situa-se em Alfama e a entrada é na rua das Escolas Gerais. Acede-se a ele através de um portão em ferro aberto no muro alto, mostrando a integração do pátio no edifício do nº 3 desta rua.
Pátio do Curvo - Alfama. Tem acesso pela rua do Paraíso. Considera-se como uma dependência do palácio que se encontra defronte e que pertenceu aos Curvos Semedos, hoje totalmente descaracterizada.
Pátio da Cruz- Este pátio é identificado por Norberto de Araújo nas suas "Peregrinações em Lisboa" como Pátio das Canas e localiza-se no coração de Alfama, na Rua da Galé (perpendicular da Rua de São Miguel junto ao Largo de S. Rafael). Trata-se de um pátio onde a singeleza domina e o popular se mistura no bairrismo de Alfama. Na verdade muitos dos ambientes pitorescos e populares de Alfama abundam nestes pátios, mas são os becos, travessas, escadinhas, largos e calçadas que completam este conjunto tão singular de Lisboa.