O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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segunda-feira, 10 de setembro de 2007
The Flying Circus is back home
ACTUALIZADO EM 13 / SET. à noite
Um casal de médicos ainda jovem passa férias no Algarve. Jantam no restaurante do aldeamento, a uns metros do apartamento onde deixam três filhos - dois gémeos e uma menina mais velha mas ainda demasiado pequena, pelos vistos, para jantar com os pais.
Quando regressam, segundo contaram, a menina tinha desaparecido. Contactada a polícia, esta procede às primeiras recolhas de dados no local, inquirições breves e depoimentos dos pais. Não se sabe ao certo quanto tempo decorreu entre o regresso ao apartamento e o contacto com a polícia.
Sem outros sinais que apontem para um crime de homicídio, tudo leva a crer que ocorrera um rapto.
Os meios locais empenham-se na busca da criança e dos presumíveis autores do crime. Como é habitual em casos de rapto, aguarda-se nas próximas horas qualquer contacto dos raptores. Nada acontece. As buscas são infrutíferas e ninguém é contactado.
Meios técnicos mais sofisticados são disponibilizados pelas autoridades policiais inglesas, que logo são envolvidas no caso. Vão surgindo mais dados, a casa de um cidadão vizinho é passada a pente fino e este é dado como presumível implicado no desaparecimento da criança e dado como arguido no processo. Nada se encontra que aumente as suspeitas que a polícia possuía.
O tempo vai passando e, como sempre sucede em casos destes, a criança é "vista" nos mais diversos locais. A polícia continua a correr atrás do raptor, ou raptores. Maddie não é encontrada, nem tão pouco o seu corpo.
Entretanto, os pais, lançam a maior campanha mediática de que há memória, afirmando sempre a sua convicção de que a filha estaria viva. Sem se perceber bem como, a diplomacia inglesa envolve-se totalmente na ajuda àqueles pais, como se o desaparecimento desta criança fosse um caso único na Grã-Bretanha. O que é certo é que são levados até ao Papa. Surge um movimento internacional de solidariedade para com aqueles pais que heroicamente resistiam à dor e ao cansaço do passar dos dias sem notícias que lhes pudessem aumentar as esperanças de encontrar a filha. Milionários internacionais colocam verbas avultadas ao seu dispor, para que as buscas não parassem, para que todos os meios tivessem para prosseguir na procura da garota.
Viajam por vários pontos da Europa, com uma força que considero sobre-humana e sem que se perceba bem a lógica desse périplo. Sem dramas de maior, continuam a fazer a sua vida de pais com os gémeos, enquanto se desdobram em conferências de imprensa e insistindo sempre na convicção de que Maddie estaria viva.
O circo estava montado!
Diariamente a lotação esgotada. A comunicação social a seus pés, na procura de uma palavra a mais para vender bem a história. A opinião pública conquistada em definitivo com os ingredientes do argumento. Os tablóides ingleses em guerra aberta contra a polícia portuguesa, como se as autoridades e os meios tecnológicos e outros ingleses não estivessem presentes desde a primeira hora.
No circo, o argumento estava pronto: um casal inglês em terra estranha e vivendo o drama como vítimas não só da sua desgraça, mas de uma polícia incompetente de um pequeno país periférico, com uma comunicação social ávida de defender a polícia e atacar as pobres vítimas. Só um padre anglicano parece estar sempre presente, fornecendo-lhes a chave da igreja, cujas portas se fecham quando entram. Que mente, que não fosse distorcida, se atreveria a pôr em dúvida a verdade do heróico par?
Sangue(?)ou um fluido, ou cabelo, ou fragmento de pele, foi encontrado num carro alugado algumas semanas depois pelo casal, e sangue no próprio quarto onde é suposto ter ficado Maddie a dormir com os irmãos. Mais uma vez, são os ingleses, num laboratório da máxima credibilidade, que vão realizar as análises para determinar o DNA, e que demoram mais do que o previsto.
E finalmente, chegadas às autoridades da PJ, estas pela primeira vez ouvem o casal em separado. Um e outro, em consequência, são considerados arguidos no processo. Saem em liberdade de movimentos, apenas lhes tendo sido lavrado um Termo de Identidade e Residência, que o seu advogado indicou como sendo em Inglaterra. Partiram, então, e foram recebidos por uma viatura em plena pista do aeroporto. Deram entrevistas a todas as cadeias de TV do país. Consumava-se o regresso dos heróis à pátria.
E agora, sabe-se, que embora não se considerando minimamente envolvidos no desaparecimento da filha, ainda assim, são assistidos em Inglaterra por dois advogados "feras", um que defendeu Pinochet, outro que é, por exemplo, advogado do jogador de futebol e milionário capitão do Chelsea, John Terry. Sabe-se ainda que são profissionais que se fazem pagar à altura do seu enorme prestígio, um dos quais cobra entre 500 e 800 euros à hora. Pergunto-me desde quando estes homens assistirão os McCann!
Não vou naturalmente dizer mais do que aqui digo. Porque não sei e porque não devo. Tenho uma opinião formada desde há mais de 3 meses sobre o caso, mas nada conheço para além do que tem vindo a público.
Só sei que nunca vi o casal McCann olhar ninguém nos olhos. E que sangue-frio ambos revelam, para quem perdeu uma filha e há quatro meses se mantém em cena na pista, como figuras de pedra do cenário!