O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
Zeca Afonso - parte II
Percurso musical
Em 1958, José Afonso grava o seu primeiro disco, "Baladas de Coimbra", enquanto acompanha o movimento de candidatura de Humberto Delgado. Mais tarde grava "Os Vampiros" que, juntamente com "Trova do Vento que Passa", escrita por Manuel Alegre e cantada por Adriano Correia de Oliveira, constituem um marco fundamental da canção de intervenção e de resistência ao antigo regime. Em 1964 parte para Moçambique. Professor de liceu, desenvolve uma intensa actividade política contra o colonialismo, o que lhe traz problemas com a PIDE e com a administração colonial. Mais tarde regressa a Portugal onde é colocado como professor em Setúbal, mas posteriormente é expulso do ensino. Para sobreviver dá explicações e grava o seu primeiro LP, "Baladas e canções". De 67 a 70, Zeca protagoniza uma intervenção política e musical ímpar, convertendo-se num símbolo da resistência. Várias vezes detido pla PIDE, mantém contactos com a Luar, o PCP e a esquerda radical. Em 69 participa no 1º Encontro da "Chanson Portugaise de Combat" em Paris e empenha-se fortemente na eleição de deputados à Assembleia Nacional da CDE de Setúbal, gravando também o LP "Cantares do Andarilho", recebendo o prémio da Casa da Imprensa pelo melhor disco do ano, e o prémio da melhor interpretação. Alvo da censura, José Afonso passa a ser tratado nos jornais por Esoj Osnofa!, um óbvio anagrama!
Com arranjos de José Mário Branco, em 1971, edita "Cantigas do Maio", no qual aparece "Grândola Vila Morena", que seria cantada pela primeira vez em público em terras da Galiza, em Santiago de Compostela, onde há mais de um ano vêm lutando muitos companheiros e amigos galegos e portugueses para que lhe seja feita uma homenagem sob a forma de "uma rua com o seu nome". Desde então, 1971, Zeca participa em vários festivais. É publicado o livro "José Afonso", coordenado por Viale Moutinho. É lançado o LP "Eu vou ser como a toupeira". Em 1973 canta no III Congresso da Oposição Democrática e grava "Venham mais cinco".
Depois do 25 de Abril de 1974, participa em numerosos "cantos livres" e grava o espantoso LP "Coro dos Tribunais" onde conta com a colaboração de Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Vitorino e José Niza, entre outros. Em 1975 canta em inúmeros espectáculos e lança "Com as minhas tamanquinhas". Em 1976 apoia Otelo Saraiva de Carvalho na candidatura à Presidência da República. Em 1981 actua no Theatre De La Ville de Paris, compõe a música de "Fernão Mendes" para a "Barraca" e grava "Enquanto há força" e "Fura fura". Em 1983 José Afonso já se encontra doente. O Coliseu de Lisboa é o palco do seu último combate. Recordo-me que a voz já lhe tremia e as forças para estar em palco o abandonavam. As homenagens multiplicam-se e é condecorado com a Ordem da Liberdade. Já muito enfraquecido por uma terrível doença - esclerose anquilosante, , ainda apoia em 1985 a candidaduta de Lourdes Pintassilgo à Presidência da República. É editado o seu último disco, "Galinhas do Mato". A 23 de Fevereiro de 1987 morre no Hospital de Setúbal.
Aqui
Te afirmamos
Dente por dente
Assim
Que um dia
Rirá melhor
Quem rirá
Por fim
Na curva
Da estrada
Há covas
Feitas no chão
E em todas
Florirão rosas
Duma nação
~~
Estes são os últimos versos da cantiga "A morte saiu à rua", do álbum do Natal de 1972 " Eu vou ser como a toupeira". É dedicada ao escultor Dias Coelho assassinado pela PIDE.
Até sempre, Zeca, querido companheiro! E, olha, o meu filho,que aprendeu a gostar de ti em pequenino, acabou neste momento de entrar em casa e de me trazer, com o seu primeiro ordenado, um duplo álbum teu.
Como vês, não morreste, ...é a voz da reacção que diz que sim.