sábado, 30 de novembro de 2013
«CRONIQUETA SEMANAL» – PARA ONDE NOS LEVAM?
por Jorge MPG Sineiro, 30-11-2013
Na sua exortação, de título “Evangelii Gaudium" (A alegria do Evangelho) - documento de 84 páginas que é como que o programa oficial do seu papado - o Papa Francisco reconhece estar “aberto a sugestões” para reformar o papado e atacou o capitalismo sem limites como “uma nova tirania”, advertindo ainda que a desigualdade e a exclusão social "geram violência" no mundo e podem provocar "uma explosão".... “Esta economia mata”, afirmou Francisco, que acrescentou: “hoje também temos de dizer ‘Tu não’ a uma economia de exclusão e desigualdade”. Sejamos, ou não, adeptos da fé católica apostólica romana, conforta ouvir da boca deste humanista, escutado e respeitado por milhões de pessoas, palavras conscientes, avisadas e atentas ao mundo em que vivemos. Não nos deu nenhuma novidade o Papa Francisco, especialmente a nós, portugueses, que a cada dia mais vamos sentindo a presença de uma nova tirania, de uma crescente desigualdade e exclusão social, do real perigo de ruína em que se encontra uma democracia que já só o é à superfície. Mas foi salutar escutar as suas verdades e não as ver tratadas nos “media” em linguagem de eguariço pelos plumitivos do costume e os zoilos do regime, como exortações à violência ou ajustes de contas. A política de empobrecimento seguida por este governo de rapazotes néscios e malsãos, em genuflexão perante uma nova Alemanha imperialista, é criminosa porque arrastará o país, e as futuras gerações, para a perda total da soberania e para assimetrias crescentes entre os muito ricos e os pobres. A economia não se desenvolverá como seria indispensável, os números do desemprego subirão, os jovens mais qualificados emigrarão, os reformados e os pensionistas não conseguirão alimentar-se e adquirir medicamentos, os empregados de hoje não terão nenhuma reforma amanhã, o direito à educação gratuita e universal terminará, o direito aos cuidados de saúde nos hospitais públicos será tendencialmente menor pois os privados crescem, mais e mais, para quem os pode pagar. Portugal está a correr para ser uma colónia de férias de estrangeiros. Entretanto, grassa o tartufismo e as desbragadas patranhas dos governantes, o imobilismo e as facécias de bobo de um presidente da República que jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição em vigor. Esta economia mata. Esta política de destruição do estado social e de empobrecimento mata. Francisco afirmou-o. Em Portugal, os “perigosos esquerdistas” Adriano Moreira, Bagão Félix, Freitas do Amaral, Pacheco Pereira,… afirmaram-no. Soares avisou, em termos abertos, sem tibieza nem hipocrisia, embora num discurso ostensivamente provocatório para fazer o coelho sair da lura e a raposa da toca. Ninguém faz maior apelo à violência do que os próprios representantes máximos do país com as suas práticas e leis aprovadas pelos seus funcionários partidários (“asinus asinum fricat”) na A. R. Os extremismos são sempre perigosos e têm várias caras e, num rebanho de ovelhas mansas, pode bem esconder-se um lobo pirómano. Que se cuidem os opressores!
Etiquetas: CRÓNICA SEMANAL, POLITICA, Portugal, SOCIEDADE
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novembro 30, 2013 -
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quinta-feira, 28 de novembro de 2013
POVOS COM CULTURAS MUITO DIFERENTES DA NOSSA
TRIBOS DO OMO
Onde vivem: Etiópia, África
O Omo é um importante rio do sul da Etiópia que corre inteiramente dentro dos limites do país, desaguando no Lago Turkana, na fronteira Etiópia-Quénia. Encontra-se ali, em construção, a gigantesca barragem de Gibe III, iniciada em 2006, para gerar energia eléctrica para Addis Abeba (capital da Etiópia). Muitos ecologistas opõem-se à sua construção, pois reduzirá o rio e eliminará as planícies alagadas de grande importância para os agricultores tribais do Vale do Omo.
O Vale do rio Omo é um território onde o homem ainda conserva comportamentos da África ancestral. Porém, a presença de missionários, turistas e comerciantes contribui para o acesso a produtos estrangeiros. Bebidas alcoólicas baratas e fortes, antes raras, já vêm deixando os seus efeitos nefastos nas várias tribos nativas. Durante muitas gerações, essas tribos foram protegidas por montanhas e savanas contra o contacto com o mundo exterior. Mas o factor principal para mantê-las a salvo da “civilização” foi o facto de a Etiópia ter sido o único país africano a não ser colonizado pelos europeus. De modo que os habitantes das margens do rio Omo escaparam à influência nefasta da colonização e dos conflitos que esmagaram muitas outras sociedades. As tribos, até então, permaneceram intocadas, migrando e guerreando entre si, e convivendo de acordo com seus costumes, inexistentes em quase todas as outras regiões do país.
São muitas as tribos africanas que habitam as margens do rio Omo: Kara, Mursi, Suri, Nyangatom, Kwegu e Dassanech, entre outras, uma população de cerca de 200 mil pessoas. A riqueza mais importante desses povos são os pequenos rebanhos de bois e cabras, mas também trabalham na lavoura, irrigada com a água do rio. As tradições e rituais destes povos são muitas e difíceis de compreender aos olhos de um ocidental. Apenas como exemplos, deixo algumas delas.
As mulheres «mursis» ainda usam discos labiais (pedaço circular de madeira ou cerâmica no lábio inferior) e cobrem o corpo com desenhos, símbolos da beleza feminina. O adorno labial é substituído de tempo em tempo para ampliar o local.
Os «suris» possuem suas temporadas de duelos, quando se vestem com armaduras de pele de cabra e usam bastões compridos no enfrentamento.
As mulheres «hamars» pedem para ser açoitadas até sangrar, num certo ritual. Há também o rito de iniciação para os meninos da tribo hamar, que devem correr pra cima do lombo do gado, provando que estão aptos a enfrentar a vida adulta.
Nos casamentos, realizados pela tribo «Kara», é oferecida uma cerveja feita de sorgo, aos convidados de todas as idades, inclusive crianças. As viúvas usam o luto tradicional: despem-se dos adornos, deixam o cabelo crescer e vestem apenas um couro grosseiro.
Há também a circuncisão feminina, comum em toda a Etiópia, e uma prática que é conhecida como “destruição do mingi” (mingi é uma espécie de azar extremo). Se uma criança nasce deformada, ou se os seus dentes superiores nascem antes dos inferiores, ou se nascer fora do casamento, ela é tida como mau agoiro. Por isso, deve ser sacrificada antes que o “mingi” se alastre.
Aos poucos, o governo etíope aumenta a sua influência sobre as tribos, impondo o seu código jurídico, na tentativa de abolir as práticas tradicionais nocivas, como o ritual de fustigação das mulheres, as lutas com bastões e a cerimónia de passar sobre o lombo do gado, etc. Os jovens das tribos vão percebendo que é preciso procurar a paz entre eles, se quiserem sobreviver. Começam a entender que a tradição não pode ser levada a ferro e fogo, pois as coisas estão mudando. Alguns deles já estudam fora dali e possuem a consciência de que é preciso aceitar mudanças.
O fotógrafo alemão, Hans Silvester, que já esteve no Vale do rio Omo várias vezes, passou seis anos entre as tribos e ficou impressionado com as imagens colhidas, principalmente nas tribos Surma e Mursi, conhecidas pelas suas exuberantes pinturas corporais. Elas utilizam material vulcânico, para obter as mais diferentes cores e pintarem os corpos nus. Como adereços usam cascas, flores e folhagem. A natureza fornece-lhes um campo vasto de tinturas e enfeites.
Nas imagens, vemos crianças dos «Surma» e «Mursi» (tribos do sul da Etiópia) que vestiram as suas mais belas “roupas” e fizeram as mais criativas pinturas para serem fotografadas por Hans Silvester. Com lama do rio, frutas, pedra moída, flores, ramos e até urina de vacas, criam verdadeiras obras de arte nos seus corpos.
- Fontes: - National Geographic/ Edição 120 - Vídeo sobre Hans Silvester
- Recolha e adaptação por Jorge MPG Sineiro, Nov. 2013
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novembro 28, 2013 -
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quarta-feira, 27 de novembro de 2013
FOTOS DO PASSADO QUE VALEM MIL PALAVRAS
"Cada alegria é um proveito, e um proveito é um proveito, por mais pequeno que seja." - Robert Browning
UM MENINO AUSTRÍACO RECEBE SAPATOS NOVOS, DURANTE A 2ª GUERRA
Etiquetas: FOTOS DO PASSADO, História
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novembro 27, 2013 -
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terça-feira, 26 de novembro de 2013
ÁFRICA DO SUL, “SHANTY TOWN”: CASAS DE LATA PARA RICOS
Num país com uma imensa diversidade de culturas, idiomas e crenças religiosas e no qual onze línguas oficiais são reconhecidas pela Constituição; num país que possui as maiores comunidades de europeus, indianos e multiétnicos do continente africano, embora 70% da população sul-africana seja negra; num país de perto de 50 milhões de habitantes onde cerca de um quarto da população está desempregada e vive com menos de 1,25 dólar por dia, esta notícia feriu-me e revoltou-me. Lá, os ricos, decidiram agora “brincar aos pobrezinhos”.
Uma “resort” de 5 estrelas, “Emoya”, oferece aos clientes uma experiência exclusiva: viverem como os pobres numa barraca de lata (semelhante a uma casa de favela). Assim, os ricos habitam pequenas casas entre candeeiros a petróleo no exterior e cadeiras feitas de pneus. “Shanty Town” (N.T. Favela), lê-se no local da propriedade, é também uma reserva de caça e espaço ...ideal para jogos de equipa, festas e churrascos. As barracas são, contudo, dotadas de água corrente, electricidade, televisão e Wi-Fi, podendo receber até 52 pessoas, cada qual pagando cerca de 82 dólares por noite.
- in “La Repubblica” de 25-Nov.2013
- apontamento de Jorge MPG Sineiro, Nov. 2013
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novembro 26, 2013 -
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segunda-feira, 25 de novembro de 2013
NÃO BEBA !
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novembro 25, 2013 -
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