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terça-feira, 8 de abril de 2008
LORENZO DE' MEDICI, IL MAGNIFICO - PRINCIPE DELLO STATO
Retrato póstumo de Lorenzo, por Giorgio Vasari
A 8 de Abril de 1492 (alguns livros referem dia 9) falecia com 43 anos incompletos Lorenzo de' Medici, mais conhecido como Lorenzo, o Magnífico. Herdeiro de uma longa dinastia de mercadores e de banqueiros florentinos, governou Florença com o título informal de «principe dello stato», tendo a sua governação coincidido com o apogeu económico e cultural da república.
Na época, Florença "fazia a chuva e o bom tempo" na Europa, ainda que não ocupasse senão uma pequena parte da península itálica e não contasse mais do que 35 mil habitantes. No entanto, e por oposição aos grandes estados desmembrados por lutas feudais de outras eras, como a França, a Borgonha ou mesmo a Inglaterra, a pequena república oligárquica exprimia a sua modernidade de forma ímpar.
Os seus patrícios devotavam-se ao comércio e à indústria e curioso era o facto de Florença ser na época uma das raras metrópoles sem uma Universidade de Teologia. A sua moeda era o florim de ouro cunhado pela primeira vez em 1252 e que tinha curso em todo o continente europeu.
Em 1418, a catedral de Florença tinha sido dotada de um "duomo", um telhado hemisférico de uma audácia arquitectónica extrema, por Filippo Brunelleschi, marcando assim a chegada da arquitectura moderna.
Uma sua estátua nos Uffizi, em Florença Florença contava ainda com artistas como Michelangelo, Leonardo de Vinci, Lorenzo Ghiberti ou Sandro Botticelli. Mas também com navegadores de talento como Amerigo Vespucci que emprestou o seu primeiro nome à América, tendo igualmente sido ele quem baptizou a Venezuela, a partir de uma palavra que significa "Pequena Veneza", pois o delta do rio Orenoco, um rio que é elemento chave da geografia venezuelana, lembrou-lhe a lagoa do Lido em Veneza. Pois Lorenzo de' Medici, que foi banqueiro, mecenas, mas também ele próprio poeta, amigo de artistas como Donatello e Verrocchio, contribuiu com o seu amor pelas artes para esta efervescência cultural da cidade-república. Il Magnifico foi um verdadeiro príncipe da Renascença, sem dúvida o maior de todos. Homens de letras e artistas diversos encontraram nele um grande amigo e impulsionador da cultura, um mecenas inteligente, culto e receptivo às novas ideias. Enriqueceu extraordinariamente a biblioteca de família enviando estudiosos que frequentavam a corte a pesquisar manuscritos preciosos por toda a Itália e ainda no estrangeiro. Sistematizou a sua colecção de estátuas antigas perto do Giardino di San Marco, propriedade sua, e fundou uma escola exclusiva para jovens artistas, reconhecida como a primeira Academia de Arte da Europa, onde estudou entre outros um muito jovem Michelangelo, que viveu com a família Medici durante alguns anos e viria a desenhar a capela na Igreja de San Lorenzo onde Lorenzo e um seu irmão repousam. Ainda hoje, quem for a Florença, mesmo sem entrar nos deslumbrantes Uffizi, pode apreciar nas pequenas e belíssimas praças do centro da cidade, perto do Duomo, talvez o maior número de estátuas de grande porte por m2 de qualquer cidade. Dir-se-ia uma exposição de escultura a céu aberto.