O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
This work is licensed under a Creative Commons License.
segunda-feira, 10 de março de 2008
MEXE MEXE MEXILHÃO - QUE CANÇÃO !
Não tendo a certeza de que a "Música Pimba da Semana" (passada) apresentada na barra lateral de Os Bigodes do Gato, tenha sido escutada tanto quanto merecia e era meu profundo desejo, esta semana, e para já, deixo-a aqui, em lugar de destaque. Apreciem, que vale a pena! Ah! E comecem bem esta 2ª feira!E já sabem, antes do vídeo façam duplo clique sobre o sinal de pause da música da aldeia.
O PUEMA
MEXE, MEXE, MEXE, MEXE AQUI Ó MEXILHÃO TU GOSTAVAS TANTO NÃO QUEIRAS DIZER QUE NÃO. MEXE MEXE MEXE, MEXE AQUI Ó MEXILHÃO VOLTA PARA MIM QUERO SENTIR-TE NA MINHA MÃO.
ESTAVA SENTADO NA ROCHA, COM OS PÉZINHOS NA AREIA, SENTI UM LINDO BICHINHO, MESMO ALI À MINHA BEIRA.
TINHA ELE A CASCA PRETA, AI EU CHEGUEI MESMO A VER, ERA UM LINDO MEXILHÃO, QUE JÁ ME QUERIA MORDER.
MEXE MEXE MEXE, ETC....
FIZ UMA COVA NA AREIA, PARA VER SE O APANHAVA, MAS O BELO MEXILHÃO, JÁ ANDAVA EM ÀGUA SALGADA.
MERGULHEI PARA O APANHAR, AI QUE GRANDE SENSAÇÃO, AQUELE RICO BICHINHO, TINHA BARBA ATÉ MAIS NÃO.
MEXE MEXE MEXE, ETC.....
----.:.----
A EXEGESE DO PUEMA
O pueta, na 1ª estrofe, dá-nos conta do seu estado de alma, solicitando que lhe mexam no mexilhão e que lho ponham na mão. Trata-se de um apelo físico bem demonstrativo das necessidades do pueta. Ainda a destacar a famosa e bem lusitana rima emão (mexilhão-não-mão), tão utilizada, como sabemos, pelos nossos maiores poetas.
Depois, na 2ª estrofe, o puema é localizado no espaço, sendo o leitor informado de que o pueta estava sentado numa rocha pequena pois se encontrava "com os pezinhos na areia" quando o amor surgiu, à beira-mar. (O tamanho da rocha é importante para o desenvolvimento da temática puética.)
O mexilhão "queria morder". Esta 3ª estrofe é todo um aviso de que um simples e aparentemente inofensivo mexilhão pode morder. Trata-se de uma metáfora de impressionante beleza para avisar de que algo belo ("era um lindo mexilhão") pode revelar-se perigoso e até causar o sofrimento físico por via da mordedura.
O pueta defende-se, na 4ª estrofe, com uma nova metáfora em forma de cova na areia. Porém, o mexilhão, nadava já "em água salgada", numa clara alusão à história marítima dos mexilhões portugueses quatrocentistas.
Finalmente, descobre-se a arte do mergulho puético do autor, bem como a relevância no puema das suas sensações físicas, porventura vindas já de menino, antigas memórias aqui transmitidas pelo facto de o mexilhão ter "barbas até mais não".
Todo o puema é perpassado por cinestesias, dadas quer pelo refrão ("Mexe...mexe...mexe...") quer pelo ritmo musical atempado e andante vivace que o veste, em contraste puético com os corpos desnudados na praia, languidamente mostrados em movimentos moderados de dedos exploradores (em nova e sugestiva referência ao mundo dos Descobrimentos). - Jorge G.