O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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domingo, 30 de março de 2008
E PORQUE AVISAR É PRECISO...
Notícia Sol /Lusa - 'Binge drinking'
"Os 13 anos são a idade média em que os jovens começam a beber álcool e se o consumirem frequentemente até à maioridade o risco de dependência aumenta em 50 por cento, avisou hoje um especialista português."
Binge drinking é "beber muito num curto período de tempo principalmente ao fim-de-semana".
O hepatologista Rui Tato Marinho que desde o início deste ano lectivo tem desenvolvido um projecto-piloto de sensibilização de jovens para os perigos do consumo do álcool, mostrou que o retrato-tipo do trabalhador rural como alcoólico se alterou em Portugal. «O tipo de alcoolismo actual é mais grave. Há fenómenos como o 'binge drinking', ao qual está associada a violência, os acidentes rodoviários e sexo com desconhecidos e desprotegido. A própria Organização Mundial de Saúde aponta o consumo excessivo de álcool como factor de risco para a infecção da Sida»
«Temos de pensar por que é que temos quatro vezes mais infecções de Sida do que a Espanha. Talvez estes comportamentos dos jovens sejam parte da explicação», avançou, lembrando que o consumo de 10 'shots' (concentração de um alto grau de álcool num pequeno copo) equivale a três litros de cerveja.
O comentário do Sino da Aldeia:
Nos idos 50s e 60s, era prática corrente em Portugal os miúdos de 11/12 anos beberem às refeições meio copito de vinho com água, hoje considerado um facto aberrante e felizmente não seguido por um esmagador número de famílias. Depois, com 15/16 anos, bebíamos, quando havia uns trocados, umas imperiais na Portugália ou em outras cervejarias pelo país fora espalhadas. Não nos tornámos, ainda assim, numa geração de alcoólicos.
Actualmente, os números aí estão a comprovar o exegerado consumo de álcool por adolescentes e jovens. Com eles, o real perigo de uma geração de dependentes e de doentes. Adorava ver a prestimosa e veneranda ASAE preocupada e eficazmente actuante nas casas da noite, onde diariamente e por todo o país se vai perdendo uma boa parte dos nossos futuros adultos. Porque o perigo é real e a hipocrisia tem limites!
MY NAME'S BACK, FLASH BACK . - LIVRO, PARA ONDE VAIS?
Hoje inicia-se, e de vez em quando aparecerá, este My name's Back, Flash Back, aproveitando algumas peças de outros blogues meus já extintos que muitos dos actuais amigos não tiveram oportunidade de ler.
Estranho desaparecimento o da leitura em voz alta. O que teria Dostoievski pensado disto? E Flaubert? E o direito de se colocar as palavras na boca antes de as introduzir na cabeça? Mais, nos ouvidos? Mais, na música? Mais, no gosto pelas palavras? E depois, ainda que mais? Será que Flaubert não berrou contra isso até furar os tímpanos da sua Bovary? Será que ele não está definitivamente mais bem colocado que qualquer outro para saber que a inteligibilidade do texto passa pelo som das palavras, as quais fundem todo o seu sentido?... O quê, textos mudos por puros espíritos? Socorro Rabelais! Socorro Flaubert! Dosto! Kafka! Michaux! Socorro! Gigantescos vociferadores de sentido, aqui, imediatamente! Vinde soprar nos nossos livros! Os vossos livros necessitam de corpos! Os vossos livros necessitam de vida!
PENNAC, Daniel — Como um Romance, Asa
Da contracapa:
"É sobejamente conhecida a preocupação de professores e pais pela falta de interesse e gosto que os jovens manifestam pela leitura. Daniel Pennac, professor, pai de família e romancista, descreve neste ensaio pleno de humor, que se lê «Como um romance», todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes no processo educativo e formativo, sempre cheio de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias. Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura deve ser um prazer e os leitores de hoje têm de usufruir de alguns direitos inalienáveis. A profunda originalidade de «Como um romance» está na forma ao mesmo tempo muito divertida e muito séria com que o autor aborda a questão central de que dependem tanto o destino do livro como o destino da cultura e da educação."
---------------Os Direitos Inalienáveis do Leitor------------------
1. O Direito de Não Ler. 2. O Direito de Saltar Páginas. 3. O Direito de Não Acabar um Livro. 4. O Direito de Reler. 5. O Direito de Ler Não Importa o Quê. 6. O Direito de Amar os "Heróis" dos Romances. 7. O Direito de Ler Não Importa Onde. 8. O Direito de Saltar de Livro em Livro. 9. O Direito de Ler em Voz Alta. 10. O Direito de Não Falar do Que se Leu.
China acusa Dalai Lama de semear terror no Tibete e boicotar JO
Notícia lida in Diário Digital, 23-03-08
"A China acusou o Dalai Lama de semear o terror no Tibete e de conspirar com os separatistas da etnia Uigur em Xinjiang, enquanto o país aumenta os esforços de segurança e propaganda para sufocar uma rebelião anti-chinesa em vésperas dos Jogos Olímpicos. Os protestos contra o governo por monges budistas eclodiram na capital do Tibete, Lhasa, a 10 de Março. Cinco dias depois, uma tropa de choque chinesa reprimiu as manifestações, matando 18 civis inocentes, queimados ou agredidos até à morte, segundo relatos citados pela imprensa internacional.
Novos distúrbios espalharam-se em províncias vizinhas com grandes populações tibetanas, causando muitas outras mortes.
Em Sichuan, Gansu e outras províncias, tropas continuaram a patrulhar de maneira ostensiva as ruas das cidades tibetanas, com escolas e mosteiros budistas sob forte vigilância.
A China disse no domingo que 94 pessoas tinham sido feridas em áreas tibetanas em Gansu, quase todas polícias, de acordo com a Xinhua.
A polícia descobriu um rifle semi-automático e um cartucho de munições na região de Gannan, em Gansu, que a Xinhua descreveu como o esconderijo de um «criminoso«, numa reportagem que repetiu as ofertas do governo de perdão a quem se render.
O líder espiritual do Tibete no exílio, o Dalai Lama, criticou a violência e disse que quer conversar com a China para negociar a autonomia, e não a completa independência, de sua terra natal, que foi ocupada pelos chineses em 1950.
No entanto, o governo está a intensificar a propaganda e a dizer aos seus cidadãos e ao resto do mundo que o Dalai Lama, e não falhas na política governamental, causaram o problema, alegando que os seus objectivos são arruinar os Jogos Olímpicos, em Agosto.
«Nós devemos... conquistar a vitória final em todos os aspectos contra as forças separatistas para ajudar a assegurar o sucesso dos Jogos Olímpicos com uma situação social estável na Região Autónoma do Tibete», disse o governador do Tibete, Qiangba Puncog, à Xinhua."
MAS COMO É QUE EU CONTINUO A VER O MUNDO AO CONTRÁRIO?!
ATÉ AO FINAL DA SEMANA VOU ENTRAR EM MEDITAÇÃO. FIQUEM BEM!
UM ABRAÇO. - Jorge G.
Existe uma petição online para a Assembleia da Republica aprovar uma moção que condene a Violação dos Direitos Humanos e da Liberdade Política e Religiosa no Tibete. Quem quiser, pode assinar carregando aqui mesmo no seguinte endereço --> http://www.petitiononline.com/Tibete08/petition.html
Principal festa das religiões cristãs, a Páscoa celebra a ressurreição de Cristo.
Os Evangelhos dizem-nos que Jesus Cristo teria sido crucificado na véspera de um sabbat, logo, a uma sexta-feira, e que esse dia era também o da «preparação» da Páscoa judaica, ou seja, a 14 do mês de Nissan no calendário hebraico. Estes dois elementos coincidem no ano 30 da nossa era, ao dia 7 de Abril. A ressurreição de Cristo ao 3º dia da sua morte seria, pois, datada de 9 de Abril do ano 30. Assim sendo, este dia bem poderia ser reconhecido como a data de nascença do cristianismo.
A primeira Páscoa judaica terá acontecido, segundo o Antigo Testamento (Êxodo 12), quando Deus mandou Moisés tirar o seu povo do Egipto, pois estavam lá como escravos, e Deus queria que eles voltassem a ser livres.
Antes do povo hebreu partir, cada família deveria preparar em casa a última refeição antes da longa viagem que fariam pelo deserto.
Prepararam um cordeiro assado, pães ázimos (sem fermento, para lembrar que saíram com pressa do Egipto) e ervas amargas (para lembrar do sofrimento do povo no deserto, rumo à Terra Prometida). Todas as casas deveriam passar o sangue do cordeiro nos umbrais das portas, como sinal da submissão a Deus e também para preservar a vida. Esta Páscoa, para os hebreus, representou um tempo de esperança e libertação, a passagem pelo deserto para chegar a um lugar preparado por Deus, muito melhor para se viver.
Essa tradição foi mantida pelo povo de Deus ao longo dos anos e das gerações. O ritual era repetido para lembrar que Ele libertou e caminhou com o povo de Israel.
Para os cristãos, a Páscoa é a festa que comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Para os judeus, os descendentes dos hebreus, a Páscoa é a festa que comemora a saída dos hebreus do Egito, onde eram escravos. Embora sejam acontecimentos diferentes, tanto a Páscoa cristã como a judaica têm o mesmo sentido: a libertação.
23 de Março de 625 - MAOMÉ COMBATE OS HABITANTES DE MECA
A FACE MENOS VISÍVEL DE MAOMÉ
Em Março de 624, Maomé, que pertencia ao clã Hashim, liderara uma tropa de assalto de cerca de 300 homens a uma caravana vinda de Meca, liderada por Abu Sufyan, líder do clã hostil Umayyah.
Maomé em Medina - extraído de uma miniatura persa do séc.XI A 15 de Março de 624, próximo de um lugar chamado Badr, as duas forças colidiram. Apesar de serem apenas 300 contra 800 em batalha, os muçulmanos tiveram sucesso, matando pelo menos 45 naturais de Meca. Para os primeiros, isto pareceu ser uma prova da profecia de Maomé, e este e os muçulmanos festejaram, tendo-se todos os habitantes de Medina virtualmente convertido e Maomé tornado, de facto, o governador da cidade.
Então, a 21 de Março de 625, Abu Sufyan, em busca de vingança, entrou em Medina comandando um numeroso exército. Na manhã de 23 de Março começou a luta. A batalha não produziu um vencedor ou perdedor óbvios, apesar de os de Meca clamarem a vitória.
No deserto árabe, em redor do monte Ohod, 5Km a norte do oásis de Medina, o profeta Maomé e o seu pequeno exército de fiéis foram atacados por vários milhares de homens (de 3 a 10 mil) vindos de Meca. Os habitantes de Meca são comandados por Abu Sufyan (Abou Soufyân ibn Harb). No monte Ohod a sua cavalaria coloca em grandes dificuldades os muçulmanos, e Maomé é mesmo ferido nos combates. Crendo-o morto, Abu Sufyan retira-se para entrar em Meca triunfalmente, sem tentar tomar de asslto o oásis de Medina. Maomé, por seu lado, aproveita para reafirmar a sua autoridade sobre Medina.
Segundo o islamólogo Maxime Rodinson, este dia 21 de Março no monte Ohod marcou o nascimento do primeiro estado muçulmano no mundo.
Mais tarde, em 11 de Janeiro de 630, Maomé entrou em Meca liderando 10 mil homens. Sem efusão de sangue, dirige-se à Kaaba ( o santuário de todos os árabes), golpeia os ídolos nos olhos (!) e ordena que sejam destruídos antes de regressar a Medina. E em 10 de Março de 632, pouco antes de morrer, o profeta faz uma peregrinação de três dias à Kaaba, já despojada dos antigos ídolos.
Montado no seu camelo, Maomé completou os circuitos rituais, tocando a Kaaba com o seu bastão. Depois, recomendou aos seus fiéis que deveriam realizar, ao menos uma vez na vida, uma peregrinação semelhante.
Breve notícia das suas origens
Maomé na Gruta das Revelações - gravura turca do séc.XV Maomé foi um líder religioso e político árabe. O seu nome completo é: Muhammad (Maomé) Bin Abdullah Bin Abdul Mutalib Bin Hachim Bin Abd Manaf Bin Kussay. Nascido possivelmente a 20 de Abril de 570, pouco depois da morte do pai Abd Allah, Maomé pertenceu àquilo que hoje classificaríamos como uma família de classe média. Inicialmente, ficou a cargo do avô paterno Abd al-Muttalib, um antigo líder do prestigioso clã Hashim (que fazia parte da tribo dos Quraysh). Aparentemente porque o clima de Meca tinha uma reputação de ser pouco saudável, a família entregou-o aos cuidados de uma ama-de-leite chamada Haleemah, de uma tribo nómada, tendo passado algum tempo no deserto.
Com seis anos, Maomé perdeu a mãe, Amina, e com oito anos o avô Abd al-Muttalib. Maomé passou então para os cuidados do seu tio Abu Talib, o novo líder do clã Hashim - o mais poderoso de Meca.
Meca que era, nessa altura, uma cidade-estado no deserto, cujo principal monumento era a Kaaba, supostamente construída por Abraão, o antepassado de Árabes e Judeus (e desde logo dos Cristãos). A maior parte dos habitantes de Meca adoravam ídolos. Apesar de a cidade não possuir recursos naturais, ela funcionava como um centro comercial, visitado por muitos comerciantes estrangeiros.
A morte do profeta( na foto, o seu túmulo em Medina, numa cerâmica do séc.XVI presente no Museu islâmico do Cairo )
Faleceu aos 62 anos, em Junho de 632 em Medina, na sequência de febres dolorosas, deu origem a uma grande crise entre os seus seguidores. Na verdade, esta disputa acabou por originar a divisão do Islão entre as seitas Sunitas e Xiitas. Os Xiitas acreditam que o profeta designou Ali Ibn Abu Talib como seu sucessor, num sermão público na sua última haj, num lugar chamado Ghadir Khom, enquanto que os sunitas discordam.
Tendo conseguido a unificação da península árabe, Maomé não deixou nenhum filho suspeptível de lhe suceder à frente dos crentes, já que das nove mulheres legítimas apenas nasceram filhas, uma das quais, Fátima, casaria com Ali, o quarto dos califas.
O HOMEM
Deixou a imagem de homem enérgico mas também compenetrado da sua missão divina, que o anjo Gabriel lhe havia revelado nas suas aparições.
Ele próprio negou ser poeta visionário e julgou-se incapaz de inventar por si próprio algo de comparável ao Corão. Reconheceu-se falível e em nada diferente dos outros homens. Foi um guerreiro a quem matar não repugnava. Amou as mulheres e não o escondeu. Consagrou largo tempo à oração e desdenhou as riquezas deste mundo.
Maomé teria sido analfabeto. O próprio Corão assim o diz (Surah 7.157-8) e a generalidade dos teólogos confirma-o, mas também há quem o refute.
Fonte: "Mahomet et les débuts de l'Islam" - Alban Dignat Tradução, adaptação e texto - Jorge G. Imagens - recolhidas na fonte
Do BRASIL - OS PRIMEIROS CORRESPONDENTES ESTRANGEIROS COM A TUSA
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AMIGAS/OS, COMPANHEIRAS/OS, TUGAS EM GERAL:
O autor destes três tristes trastes bloguísticos - Sino, Bigodes e Lugar ao Som - foi convidado e aceitou ser o Director para a Europa e o Brasil da novel agência noticiosa TUSA, adquirida por um grupo de compatriotas radicados no Canadá, como já anunciado em exclusivo nas nossas páginas.
Estamos, agora, a recrutar Correspondentes junto dos tugas espalhados pelo mundo e também a nível regional em Portugal continental e insular.
O correspondente que fique com a TUSA estará a prestar um inestimável serviço à sua cidade, região, ao país onde nasceu - Portugal.
Assim, passaremos a anunciar as condições para candidaturas, as quais deverão ser enviadas para: o.sino.da.aldeia@gmail.com
EXIGE-SE:
- Ser maior de 18 e menor de 120 anos - Nunca ter sido preso, ou tê-lo sido pela PIDE-DGS - Residência fixa no local para que se candidata a Correspondente-TUSA - Escrever em português correcto - Habilitações literárias por ordem preferencial: a) Antiga 4ª classe, concuída até 1965 com boa nota final b) Licenciatura em Letras até 1976/77 c) Licenciaturas posteriores permitidas, podendo ser sujeitas a Prova de Aferição - Amor à causa da divulgação da cultura portuguesa - Completo descomprometimento com qualquer partido ou associação de carácter político - Gosto irreprimível pelo Humor Inteligente - Boa educação e fino trato nas relações interpessoais - Absoluta confidencialidade nas notícias recolhidas e fontes consultadas
OFERECE-SE:
- Publicação semanal das vossas notícias (reais ou fantasiadas) em tempo útil, nos blogues "Os Bigodes do Gato" ou "O Sino da Aldeia" com indicação expressa da autoria e domicílio do autor na blogosfera - Baixíssimo ordenado ou, a bem dizer, nenhum, nicles, zero, rien - Certificado Internacional de Correspondente de TUSA - Certificado de Amor pela Cultura Portuguesa - Garantia de um prato de croquetes e um sumo natural em cada evento socio-político onde o correspondente de TUSA se desloque em trabalho - Linkagem gratuita personalizada para os espaços pessoais dos Correspondentes com a TUSA - Direito a cadeira nas filas da frente das salas-de-espera dos nossos hospitais e centros de saúde públicos - Contrato a tempo indefinido, ou seja, não se aceitam contratos a tempo certo - Horário de trabalho absolutamente livre - Uma medalhinha de Nª Srª de Fátima e uma garrafinha de água santa de Fátima (ofertas exclusivas durante a época pascal) - Entrada gratuita em todos os espectáculos de entrada livre - Protecção jurídica contra ataques e contra-ataques terroristas - Vacinação gratuita contra o Milux e outras drogas perigosas - Protecção pessoal nocturna nas ruas de Lisboa e Porto (para já) - 25 dias de férias anuais remuneradas a 100% do vencimento zero mensal - Dispensa de serviço por doença ou para acompanhar filhos ou netos ao médico - Sistema de avaliação de desempenho à vista, pelo trabalho público desempenhado, sem truques nem compadrios
Se quiser candidatar-se, envie-nos os seus dados pessoais por mail, indicando o nome e idade reais ou fictícios, cidade/região a que se candidata à TUSA, e aguarde calmamente pela nossa resposta. O júri de selecção dos candidatos será democraticamente constituído por mim, Director da TUSA, por mim, Redactor da TUSA e ainda por mim, editor da TUSA.
Lisboa, 20 de Março de 2008
A Direcção da TUSA-PT, Jorge G. (Director Executivo)
A TUSA - ao serviço de Portugal (actualização de notícia)
ÚLTIMA HORA:
Durante a noite, a redacção de "Último Minuto" recebeu uma nota de reportagem do Brasil que refere, e passamos a citar: "Hoje mesmo, pela manhã, já deu nos primeiros noticiosos, que os políticos daqui, estavam a usar uma nova droga... sabe-se apenas que veio por mar e além dos efeitos já conhecidos e noticiados em primeira e única mão pela TUSA, deixa os usuários com um eterno sorriso no rosto e uma vontade enorme de abraçar todos que encontra."
Serviço enviado pelo nosso correspondente Paulo V. Bigodes, Brasil
De imediato por nós contactada, A TUSA afirmou-nos que bem poderá tratar-se de Milux exportado antes da queima da poderosa droga alucinogénia. Nem toda terá, portanto, sido destruída e prevê-se que em breve o governo de Brasília solicite à TUSA que o auxilie a extirpar a droga do seu território.
De resto e segundo outras fontes fidedignas, já hoje mesmo está prevista uma gigantesca manifestação nas principais cidades brasileiras sob o mote:"Milux também aqui, Não! Nós também precisamos de TUSA no Brasil !"
NÃO PERCA HOJE, 19 DE MARÇO, O MELHOR PRESENTE PARA OS PAIS EM PORTUGAL. DESLOQUE-SE A OS BIGODES DO GATO, AO ALCANCE COM UM SIMPLES TOQUE DO SEU RATOPRECISAMENTE AQUI
Toronto - Março,19 Do nosso correspondente Joe Bigodes
A Polícia em acção nas plantações A INTERPOL e a PJ levaram a cabo mais uma acção na luta contra a produção de MILUX, uma poderosa droga que há muito tempo vem atacando a população portuguesa, sobretudo junto das populações escolares. Num amplo espaço verde, entre rosas e outras flores de corte, ZÉ de Sousa cultivava MILUX - o mais recente e mortal derivado da planta do cânhamo obtido a partir de manipulação genética. Esta descoberta foi hoje mesmo divulgada logo ao romper da manhã.
O MILUX obtido em laboratório
Quando chegaram ao local, porém, as forças policiais já não encontraram o alucinado produtor, que se encontrava em fuga. Ainda assim, a equipa de reportagem d'O SINO foi capaz de o localizar por GPS de última geração e com ele entrar em contacto por telemóvel. "A minha descoberta científica produz um adormecimento total da parte do cérebro que comanda a vontade e a inteligência", declarou Zé de Sousa com voz segura e convincente.
As extensas plantações de Milux Entretanto, e mesmo no último minuto do fecho da nossa redacção, conseguimos ainda apurar junto de fontes habitualmente bem informadas que, após uma aturada busca nas redondezas, Zé de Sousa veio a ser capturado numa pocilga de uma quinta a cerca de 30 Km do local onde o meliante possuía o cultivo de Milux.
O fortíssimo odor dos recos não foi o suficiente para despistar os famosos cães portugueses treinados pelas nossas forças de Operações Especiais que há dias já haviam detectado o paradeiro do desaparecido ministro da cultura. Ouvido o REI DOS LEITTÕES, proprietário dos porcos, este afirmou espantado: " Que cães fantásticos! Nunca antes alguém se havia escondido na pocilga, pois os meus leittões não exalam um cheiro qualquer. São animais de primeira qualidade!"
Zé de Sousa irá agora aguardar julgamento que, segundo previsões de um juíz por nós contactado, se poderá realizar já em 2009.
COLEGAS, LEITORES, CIDADÃOS, leiam por favor até ao fim !
Emídio é a forma portuguesa e espanhola do latim Emidius, que por sua vez proveio das formas Emygdius e Hemigidius. Todas estas formas evolutivas do nome têm o mesmo significado. Emídio quer dizer"semi-deus", alguém filho de um deus e de uma simples mortal. A forma Hemigidius foi igualmente nome de um santo mártir alemão que supostamente deveria providenciar protecção contra os terramotos.
Pois foi este Emídio caseiro, Rangel de apelido, que fazendo jus ao nome se aplicou para aparecer como semi-deus enquanto pretendia proteger a ministra da educação do tremor de terra causado pelo bater o pé de 100 mil almas à mais inconcebível das reformas do sistema educativo de que há memória.
Na manhã do próprio dia 8 de Março, antes portanto do protesto dos professores e educadores em Lisboa, já o semi-deus tinha escrito e o Correio da Manhã publicado um arrazoado de alarvidades do Emídio, sob um título ribombante e bélico: "Hooligans em Lisboa". Na sua coluna "Coisas do circo", o Emídio vomitou ódio e ignorância.
Vejamos como começa o ataque antes do protesto!:
"Eles aí estão ‘em estágio’. Faz-me lembrar os hooligans quando há uma disputa futebolística em causa. Chegaram pela manhã em autocarros vindos de todo o País, alugados pelo Partido Comunista. Vestem de preto e gritam desalmadamente. Como diz um tal Mário Sequeira, em tom de locutor de circo, “à maior, à mais completa, à mais ruidosa manifestação de sempre que o País viu”. Eu nunca tinha apreciado professores travestidos de operários da Lisnave, como aqueles que cercaram a Assembleia da República, nos anos idos de 1975, com os cabelos desalinhados, as senhoras a fazerem tristes figuras, em nome de nada que seja razoável considerar. Lembro-me bem dos meus professores. Não tinham nada que ver com esta gente. Eram referências para os seus alunos. A maior parte escolheu aquela profissão porque gostava de ensinar. Talvez por isso eram todos licenciados e com um curso (dois anos) de pedagógicas. Aprendi muito com eles e quando dei aulas, no liceu e na universidade, utilizei muitas vezes os seus métodos. A manifestação é contra uma professora que agora é ministra. Uma ministra sábia, tranquila, dialogante, que fala com uma clareza tal que só os inúmeros boatos, a manipulação e a leitura distorcida do que propõe podem beliscar o que de boa-fé pretende para Portugal. Se reduzirmos à expressão mais simples as suas pretensões tudo se pode resumir assim:
– Portugal não pode continuar a pôr cá fora jovens analfabetos, incultos e impreparados, como acontecia até aqui.
– Os professores colaboraram com um sistema iníquo que permitia faltas sem limites, baixas prolongadas sem justificação e incumprimento dos programas escolares.
– Os professores não são todos iguais. Quero referir-me àqueles que sem nenhuma vocação (com ou sem curso Superior) instalaram um culto madraceirão que ninguém punha em causa nem responsabilizava, mas que estava a matar o ensino."
Embalado pela deslizar da própria saliva que decerto já lhe escorria dos beiços, a criatura prosseguiu:
"Confesso que tenho vergonha destes pseudoprofessores que trabalham pouco, ensinam menos, não aceitam avaliações e transformaram-se em soldados do Partido Comunista, para todo o serviço. Maria de Lurdes Rodrigues é uma ministra determinada. Bem haja pela sua coragem. Por ter introduzido um sistema de avaliação dos professores, por ter chamado os pais a intervir, por ter fechado escolas sem alunos, por ter prolongado os horários e criado as aulas de substituição, por ter resolvido o problema da colocação dos professores, por ter introduzido o Inglês, por levar a informática aos lugares mais recônditos do País. Estas entre outras medidas já deram frutos. Diminuiu o abandono escolar, os métodos escolares estão a criar alunos mais preparados, os graus de exigência aumentaram. O PCP pode usar a tropa de choque que agora arranjou para enfraquecer o Governo e utilizar as suas artes de manipulação e demagogia até a exaustão. Mas creio que a reforma tem de se fazer, a bem do País. É absolutamente nítido que os professores não têm razão. E os estúpidos do PSD que se aliaram ao PCP perderam o tino de vez, porque Portugal não pode parar mais. Espero ver Luís Filipe Menezes à cabeça da manifestação contra os interesses do País."
Peço desculpa de vos sujeitar à leitura deste amontoado grotesco e alarve de quem apenas demonstra o ódio pelo direito à indignação, pelo Partido Comunista, pela liberdade do direito à livre opinião e à manifestação desse direito consignado numa Constituição que não tenho dúvidas seria rasgada em pedacinhos, assim pudesse o Emídio fazê-lo.
Este pasquineiro trauliteiro faz-me lembrar os "gorilas" assanhados que entravam nas Faculdades com tacos de baseball na mão, olhos esgazeados injectados de veneno.
O homúnculo demonstra mais: uma total ignorância sobre o tema, o mais pegajoso babujar do poder constituído e um veneno que o matará se por acaso se morder um dia, num acesso de raiva. Insulta soezmente tudo e todos os que estiveram com os professores na rua, até a esposa de António Costa lá esteve, e aqueles cidadãos que os apoiam; vexa os partidos, do PSD ao PCP; avilta os professores formados em Portugal e que, a serem maus, tal deverá ser assacado a quem os formou; e insulta a própria Constituição, o estado de direito que apesar de tudo ainda somos, a democracia, a Liberdade. Este semi-deus caseiro escreve pela boca do Ministério, copiando-lhe os argumentos e até as palavras, e fazendo-os ecoar graças à liberdade de opinião que condena nos outros. Há tempos que se vem instalando a política do "quem não concorda connosco é uma besta quadrada". Assim tem agido, mais do que outros anteriores, este governo. Assim faz a Igreja quando depreciativamente chama laico ao governo se uma decisão lhe não agrada e o aplaude se esta lhe é favorável.
O Emídio não faz a mais pequena ideia do que é hoje o Ensino Público. Fala de cor, emprenha pelos ouvidos, recita o que ouve, é um lacaio do governo, e escreve mal ainda por cima, - nem fazer parágrafos sabe! Não creio mesmo que os seus descendentes, se é que os tem, frequentem ou tenham frequentado alguma escola pública. O Emídio, atirado para um canto após os áureos tempos da SIC, tem saudades de protagonismo. Como qualquer homem pequeno, pôs-em bicos dos pés e tentou fazer-se ouvir. Porém, apenas expeliu o que está à vista de todos: UM ARROTO!
- Jorge P.G. - 55 anos, Professor do Quadro de Nomeação Definitiva, Licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, humanista, democrata nunca filiado em qualquer partido político.
Não era este o escrito que idealizara para hoje. Contudo, tendo adormecido vencido pelo cansaço de poucas horas dormidas na última noite, dei por mim a acordar e a ser informado de que O SINO DA ALDEIA atingira, desde 21 de Fevereiro até às 03:32 desta 4ª feira, 12 de Março de 2008, a bonita média de 100 visitas diárias e de 144 páginas/dia vistas.
É um número redondo de festejar por quem se dedica a esta actividade dos blogues, sem outro fim que não seja o prazer que ela me dá.
O SINO não tem publicidade, muito raramente a fez, não angaria comentadores a não ser pela resposta que dá a quem o lê, seja aqui seja nos blogues dos visitantes. E é tanto mais gratificante quanto, nos últimos tempos, vi partir livremente alguns que sempre me haviam dado o prazer das suas vindas. Motivos? Há sempre um motivo para partir, assim como para chegar. E é para todos, masem especial para os recém-chegados como será natural, que aqui deixo o meu obrigado. O Sino da Aldeia, pela voz escrita do autor, continuará a sua caminhada, de pé, dizendo sempre com verdade o que pensa, sem tibiezas nem elogios de circunstância. Entendo que um blogue não deve constituir uma espécie de grupinho de café, ou de cabeleireiro, em que todos se saúdam de forma muito amistosa enquanto se maldizem e/ou se invejam pelas costas. Deve ser, no meu conceito, um espaço onde a franqueza e a honestidade intelectual devem sobrepor-se às delicadezas sociais e aos comportamentos politicamente correctos, ainda que tal possa doer a quem lê e a quem escreve.
Há quem goste e há quem deteste. Como em tudo nesta vida.
Um abraço doJorge P.G.
(Instalado em 21 de Fevereiro de 2008, com o contador a zeros)
Não tendo a certeza de que a "Música Pimba da Semana" (passada) apresentada na barra lateral de Os Bigodes do Gato, tenha sido escutada tanto quanto merecia e era meu profundo desejo, esta semana, e para já, deixo-a aqui, em lugar de destaque. Apreciem, que vale a pena! Ah! E comecem bem esta 2ª feira!E já sabem, antes do vídeo façam duplo clique sobre o sinal de pause da música da aldeia.
O PUEMA
MEXE, MEXE, MEXE, MEXE AQUI Ó MEXILHÃO TU GOSTAVAS TANTO NÃO QUEIRAS DIZER QUE NÃO. MEXE MEXE MEXE, MEXE AQUI Ó MEXILHÃO VOLTA PARA MIM QUERO SENTIR-TE NA MINHA MÃO.
ESTAVA SENTADO NA ROCHA, COM OS PÉZINHOS NA AREIA, SENTI UM LINDO BICHINHO, MESMO ALI À MINHA BEIRA.
TINHA ELE A CASCA PRETA, AI EU CHEGUEI MESMO A VER, ERA UM LINDO MEXILHÃO, QUE JÁ ME QUERIA MORDER.
MEXE MEXE MEXE, ETC....
FIZ UMA COVA NA AREIA, PARA VER SE O APANHAVA, MAS O BELO MEXILHÃO, JÁ ANDAVA EM ÀGUA SALGADA.
MERGULHEI PARA O APANHAR, AI QUE GRANDE SENSAÇÃO, AQUELE RICO BICHINHO, TINHA BARBA ATÉ MAIS NÃO.
MEXE MEXE MEXE, ETC.....
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A EXEGESE DO PUEMA
O pueta, na 1ª estrofe, dá-nos conta do seu estado de alma, solicitando que lhe mexam no mexilhão e que lho ponham na mão. Trata-se de um apelo físico bem demonstrativo das necessidades do pueta. Ainda a destacar a famosa e bem lusitana rima emão (mexilhão-não-mão), tão utilizada, como sabemos, pelos nossos maiores poetas.
Depois, na 2ª estrofe, o puema é localizado no espaço, sendo o leitor informado de que o pueta estava sentado numa rocha pequena pois se encontrava "com os pezinhos na areia" quando o amor surgiu, à beira-mar. (O tamanho da rocha é importante para o desenvolvimento da temática puética.)
O mexilhão "queria morder". Esta 3ª estrofe é todo um aviso de que um simples e aparentemente inofensivo mexilhão pode morder. Trata-se de uma metáfora de impressionante beleza para avisar de que algo belo ("era um lindo mexilhão") pode revelar-se perigoso e até causar o sofrimento físico por via da mordedura.
O pueta defende-se, na 4ª estrofe, com uma nova metáfora em forma de cova na areia. Porém, o mexilhão, nadava já "em água salgada", numa clara alusão à história marítima dos mexilhões portugueses quatrocentistas.
Finalmente, descobre-se a arte do mergulho puético do autor, bem como a relevância no puema das suas sensações físicas, porventura vindas já de menino, antigas memórias aqui transmitidas pelo facto de o mexilhão ter "barbas até mais não".
Todo o puema é perpassado por cinestesias, dadas quer pelo refrão ("Mexe...mexe...mexe...") quer pelo ritmo musical atempado e andante vivace que o veste, em contraste puético com os corpos desnudados na praia, languidamente mostrados em movimentos moderados de dedos exploradores (em nova e sugestiva referência ao mundo dos Descobrimentos). - Jorge G.
Das Denkmal ( A escultura), "Block der Frauen",1996, da escultora Ingeborg Hunzinger, em homenagem às mulheres da Rosenstrasse (A Rua das Rosas) . Na escultura, está a seguite inscrição:
'Die Kraft des zivilen Ungehorsams und die Kraft der Liebe bezwingen die Gewalt der Diktatur.'
(Trad. - O vigor da desobediência civil e a força do amor subjugaram o poder da ditadura)
MULHER, hoje é para ti este postal!
Não, não vou oferecer-te flores. Não se oferecem flores a uma flor. Dou-te antes esta água com que te rego e te faz crescer.
No teu dia e quando no meu país tantas de vocês sairão à rua, gritando bem alto a indignação contra a prepotência e a estúpida obstinação do Poder, recordo em vossa homenagem aquelas esposas e mães de Berlin que, no coração do regime nazi, em 28 de Fevereiro de 1943 saíram à rua, a Rosenstrasse, num acto de resistência abnegado e corajoso.
No início de 1943 Goebbels reunira mais de 2 mil judeus, maridos e filhos de arianas, num edíficio na Rosenstrasse, então uma pouco conhecida rua de Berlin, de onde seriam deportados para campos de concentração. Durante uma semana as esposas suportaram o frio e as ameaças da Gestapo na Rosenstrasse, gritando “Queremos o regresso dos nossos maridos“.
E a verdade é que os maridos judeus foram libertados com a aprovação de Hitler, inclusive 25 que já tinham sido enviados para Auschwitz. Não houve qualquer tipo de represálias sobre as manifestantes ou sobre as suas famílias.
No fim da guerra, a esmagadora maioria dos sobreviventes judeus na Alemanha eram membros de casais mistos, que foram protegidos pela determinação e valentia de uns milhares de mulheres.
Do mesmo modo, foram as mães e esposas americanas que obrigaram ao fim do suicídio do Vietnam.
Vale sempre a pena lutar quando a razão nos assiste !
BEM-HAJAS, MULHER!
- Jorge G.
NOTA: Quem quiser saber sobre as origens do Dia Internacional da Mulher, poderá ler a publicação nº 309 de 8-Março-2007 clicandoAQUI
SÁBADO - DIA 8 Grande boneco do Antero - Link: Anterozóide
Aos professores, e aos pais também, cabe transmitir conhecimentos vários e ensinar aos miúdos atitudes de respeito, dignidade, responsabilidade social, cidadania e ética. Aos governos cabe respeitar uns e outros.
António Vitorino afirmou que a demissão da ministra da educação seria "uma derrota para o governo" (Notas Soltas de 3 Março de 2008 , RTP 1). Perante estas palavras de uma das poucas cabeças pensantes do partido do Governo, logo uma pergunta assaltará muitas mentes: desde quando é que uma mudança, um recuo nas políticas de determinado ministério é, por si só, uma derrota para o governo?
Ora, é aqui mesmo que, quanto a mim, reside o problema principal deste ministério e desta política educacional. O afastamento da ministra, por mais desejado e lógico que seja, não vem resolver o problema de fundo. Se, por um lado, poderia ser visto pela opinião pública, leia-se futuros eleitores, como uma derrota de Sócrates e do seu governo de "bons companheiros" perante as manifestações e o descontentamento crescentes, por outro, seria natural que o mesmo afastamento viesse baixar o lume em que vão ardendo as esperanças da possibilidade de uma nova maioria absoluta, se até algumas das suas unidades partidárias o Primeiro-Ministro já não consegue calar, tendo mesmo que recorrer a uma Manif, marcada para dia 18 do corrente, para gritar uma união cada vez menos real em nítida resposta de rua às manifestações dos professores.
No campo estritamente político-partidário, acho natural que José Sócrates possa neste momento hesitar entre dar um passo atrás para mais tarde dar dois à frente, ou que prefira arriscar a todo o custo ter contra si umas centenas de milhar de votos.
O cerne da questão não está, contudo, na demissão desta titular da pasta.
Não gosto da senhora ministra da Educação. Para lá de pouco sociável no seu trato público, tem-se revelado obstinada, avessa a diálogos construtivos, tratando muito mal os professores que deveria, antes, considerar como companheiros de viagem, inflexível perante a mais elementar das razões dos que com ela não concordam, ausente no que se refere ao conhecimento profundo dos problemas reais da educação, governando por "políticas de fundo" sem cuidar da razoabilidade e operacionalidade das suas reformas. Tem fama de "mau feitio", mascou pastilha elástica em público e chegou ao cúmulo de responder com apupos ("buuuhhh!..., vêem, eu também sei...") a um grupo de miúdos que a assobiavam numa escola que visitou. Não ouve ninguém, para melhor se informar, daqueles que, há muitos anos no terreno, mais poderiam ensinar-lhe qualquer coisa. É, portanto, uma figura arrogante e despótica aos olhos de muitos milhares de professores, dos principais interessados em que a Educação seja um factor de progresso do país. Em suma, não tem perfil para o cargo.
No entanto, desenganem-se todos os que possam pensar que a substituição de uma peça viria alterar de per si a estratégia e a corrente do jogo. O problema reside, sim, nas políticas verificadamente erradas que o país segue há 30 anos neste sector vital de uma sociedade. Verifique-se o actual grau de conhecimentos dos alunos com o 9º ano, meça-se o QI médio do português com essas habilitações, e comparem-se ambos os resultados com dados referentes a alunos de há uns bons anos atrás.
É necessário, pois, mudar o rumo da orientação política da reforma educacional. Para tal, é forçoso que existam coragem, humildade e inteligência. Tal é o que se exige ao Primeiro-Ministro. Neste, como em outros aspectos, Sócrates não pode continuar a mirar-se no espelho perguntando-lhe: "Espelho meu, acaso existe alguém melhor do que eu?"
Esta ministra não serve, mas a mesma política ainda menos, porque a sua teimosa e cega prossecução empobrecerá o país não com uma, mas com várias gerações de semi-analfabetos.