segunda-feira, 19 de março de 2007
Sabe o que é o "bullying"?
O artigo hoje por mim publicado no Blogue-Jornal da escola da área da Grande Lisboa onde profissionalmente trabalho, entendi não dever limitá-lo a uma simples comunidade escolar mas abri-lo a uma plateia mais vasta. Dir-se-á, certamente, que o fenómeno nele tratado nada tem de novo e que sempre se praticou em escolas, nos bairros de residência ou em outros locais onde "maiores e mais fortes" se misturem com "mais pequenos e fracos". Alguns, entenderão, até, que o bullying é aplicável e aplicado a países e governantes. Aceito, pois, que se diga que "eu também já fui vítima disso quando era miúdo". Porém, entendo que o Homem deve crescer e não repetir todas as épocas os mesmos erros ou desmandos de outras gerações. A coacção psicológica ou física é um crime. E tanto maior quanto mais indefesa fôr a vítima. É crime nas escolas, como nos empregos ou na casa de cada um. É crime, se exercida por adolescentes, patrões, colegas, maridos, pais, filhos,... E, como crime, deve ser denunciado e punido!
Segue-se, então, parte do artigo de que vos falei.
Para quem não saiba, "bullying" é a palavra inglesa e internacionalmente usada para definir qualquer forma de intimidação, agressão, ou dor física ou moral infligidas por alguém supostamente mais forte em relação a outra pessoa mais fraca, levando-a a cometer actos por ameaça directa dos seus mandantes.
O fenómeno tem vindo a crescer, não apenas em Portugal mas por toda a parte. As ameaças, actos de humilhação, perseguições e agressões de vária ordem praticadas por jovens adolescentes sobre companheiros de escola, são hoje algo que nos preocupa a todos: pais, educadores, alunos e toda a comunidade escolar. Do "Portugal Diário on-line", transcrevemos o seguinte texto de 6 do corrente mês. "Humilhação, ameaças, gozo ou agressões afectam 50 por cento dos jovens"
"Metade dos alunos portugueses estão envolvidos de alguma forma na violência escolar chamada Bullying. Isto é, a intimidação, humilhação, ou mesmo agressões, que alguns alunos com mais poder exercem sobre outros, de uma forma repetida. Uma análise a vários estudos realizados, em Portugal, permitiu concluir que esta realidade atinge 50 por cento dos alunos, entre agressores, vítimas e ambos. As conclusões foram apresentadas, esta tarde (6 de Março), na Assembleia da República, por Sónia Seixas, doutorada em psicologia e autora de uma dissertação sobre este tema. A apresentação decorreu no âmbito de uma audição parlamentar, promovida pela Comissão de Educação, Ciência e Cultura, (CECC) que está a estudar a problemática da «Segurança nas Escolas», com o intuito de elaborar um relatório final. Sónia Seixas fez uma exposição sobre a problemática do Bullying com base em vários estudos. «É possível concluir que metade dos alunos estão envolvido em alguma forma de Bullying, seja como vítima, agressor ou ambos». A autora explica que em geral «o número de vítimas é superior ao de agressores», já que normalmente um aluno com poder hostiliza várias vítimas. Há ainda os casos de jovens que exercem o seu «domínio» sobre outros «mais pequenos, ou mais novos», mas que depois acabam por ser também vítimas de outros alunos com mais «poder». «Se contarmos os observadores passivos, aqueles alunos que assistem às intimidações, então a dimensão do fenómeno é muito maior». «Uma violência secreta».
Os vários estudos internacionais já efectuados permitem estabelecer padrões de comportamento que não variam em Portugal. Assim, o 8º ano é considerado o mais problemático, ou seja, por volta dos 13 anos. Já os locais perigosos para as vítimas estão normalmente relacionados com zonas longe da supervisão de adultos, como: recreios, balneários, ou corredores. Esta conduta agressiva na escola tem também como característica o facto de ser uma «violência secreta». «Na realidade, as vítimas não se queixam. O que nos leva a pensar, se os valores que temos como referência são verdadeiramente indicadores da realidade», questionou Sónia Seixas. A falta de queixas por parte das vítimas está, para a autora, relacionada com a «desvalorização» que é dada a este fenómeno. «É comum ouvir de pais, professores ou funcionários, que este tipo de situações fazem parte do crescimento, do desenvolvimento e como tal não têm assim tanta importância, no entanto, já sabemos que não é bem assim», afirmou. (in Portugal Diário de 06-03-2007)
Para ler e meditar !
Publicação nº 317 - JPGEtiquetas: bullying, escolas, vida, violência
Sino tocado em
março 19, 2007 -
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