O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
This work is licensed under a Creative Commons License.
quarta-feira, 12 de março de 2008
O ARROTO DO EMÍDIO
COLEGAS, LEITORES, CIDADÃOS, leiam por favor até ao fim !
Emídio é a forma portuguesa e espanhola do latim Emidius, que por sua vez proveio das formas Emygdius e Hemigidius. Todas estas formas evolutivas do nome têm o mesmo significado. Emídio quer dizer"semi-deus", alguém filho de um deus e de uma simples mortal. A forma Hemigidius foi igualmente nome de um santo mártir alemão que supostamente deveria providenciar protecção contra os terramotos.
Pois foi este Emídio caseiro, Rangel de apelido, que fazendo jus ao nome se aplicou para aparecer como semi-deus enquanto pretendia proteger a ministra da educação do tremor de terra causado pelo bater o pé de 100 mil almas à mais inconcebível das reformas do sistema educativo de que há memória.
Na manhã do próprio dia 8 de Março, antes portanto do protesto dos professores e educadores em Lisboa, já o semi-deus tinha escrito e o Correio da Manhã publicado um arrazoado de alarvidades do Emídio, sob um título ribombante e bélico: "Hooligans em Lisboa". Na sua coluna "Coisas do circo", o Emídio vomitou ódio e ignorância.
Vejamos como começa o ataque antes do protesto!:
"Eles aí estão ‘em estágio’. Faz-me lembrar os hooligans quando há uma disputa futebolística em causa. Chegaram pela manhã em autocarros vindos de todo o País, alugados pelo Partido Comunista. Vestem de preto e gritam desalmadamente. Como diz um tal Mário Sequeira, em tom de locutor de circo, “à maior, à mais completa, à mais ruidosa manifestação de sempre que o País viu”. Eu nunca tinha apreciado professores travestidos de operários da Lisnave, como aqueles que cercaram a Assembleia da República, nos anos idos de 1975, com os cabelos desalinhados, as senhoras a fazerem tristes figuras, em nome de nada que seja razoável considerar. Lembro-me bem dos meus professores. Não tinham nada que ver com esta gente. Eram referências para os seus alunos. A maior parte escolheu aquela profissão porque gostava de ensinar. Talvez por isso eram todos licenciados e com um curso (dois anos) de pedagógicas. Aprendi muito com eles e quando dei aulas, no liceu e na universidade, utilizei muitas vezes os seus métodos. A manifestação é contra uma professora que agora é ministra. Uma ministra sábia, tranquila, dialogante, que fala com uma clareza tal que só os inúmeros boatos, a manipulação e a leitura distorcida do que propõe podem beliscar o que de boa-fé pretende para Portugal. Se reduzirmos à expressão mais simples as suas pretensões tudo se pode resumir assim:
– Portugal não pode continuar a pôr cá fora jovens analfabetos, incultos e impreparados, como acontecia até aqui.
– Os professores colaboraram com um sistema iníquo que permitia faltas sem limites, baixas prolongadas sem justificação e incumprimento dos programas escolares.
– Os professores não são todos iguais. Quero referir-me àqueles que sem nenhuma vocação (com ou sem curso Superior) instalaram um culto madraceirão que ninguém punha em causa nem responsabilizava, mas que estava a matar o ensino."
Embalado pela deslizar da própria saliva que decerto já lhe escorria dos beiços, a criatura prosseguiu:
"Confesso que tenho vergonha destes pseudoprofessores que trabalham pouco, ensinam menos, não aceitam avaliações e transformaram-se em soldados do Partido Comunista, para todo o serviço. Maria de Lurdes Rodrigues é uma ministra determinada. Bem haja pela sua coragem. Por ter introduzido um sistema de avaliação dos professores, por ter chamado os pais a intervir, por ter fechado escolas sem alunos, por ter prolongado os horários e criado as aulas de substituição, por ter resolvido o problema da colocação dos professores, por ter introduzido o Inglês, por levar a informática aos lugares mais recônditos do País. Estas entre outras medidas já deram frutos. Diminuiu o abandono escolar, os métodos escolares estão a criar alunos mais preparados, os graus de exigência aumentaram. O PCP pode usar a tropa de choque que agora arranjou para enfraquecer o Governo e utilizar as suas artes de manipulação e demagogia até a exaustão. Mas creio que a reforma tem de se fazer, a bem do País. É absolutamente nítido que os professores não têm razão. E os estúpidos do PSD que se aliaram ao PCP perderam o tino de vez, porque Portugal não pode parar mais. Espero ver Luís Filipe Menezes à cabeça da manifestação contra os interesses do País."
Peço desculpa de vos sujeitar à leitura deste amontoado grotesco e alarve de quem apenas demonstra o ódio pelo direito à indignação, pelo Partido Comunista, pela liberdade do direito à livre opinião e à manifestação desse direito consignado numa Constituição que não tenho dúvidas seria rasgada em pedacinhos, assim pudesse o Emídio fazê-lo.
Este pasquineiro trauliteiro faz-me lembrar os "gorilas" assanhados que entravam nas Faculdades com tacos de baseball na mão, olhos esgazeados injectados de veneno.
O homúnculo demonstra mais: uma total ignorância sobre o tema, o mais pegajoso babujar do poder constituído e um veneno que o matará se por acaso se morder um dia, num acesso de raiva. Insulta soezmente tudo e todos os que estiveram com os professores na rua, até a esposa de António Costa lá esteve, e aqueles cidadãos que os apoiam; vexa os partidos, do PSD ao PCP; avilta os professores formados em Portugal e que, a serem maus, tal deverá ser assacado a quem os formou; e insulta a própria Constituição, o estado de direito que apesar de tudo ainda somos, a democracia, a Liberdade. Este semi-deus caseiro escreve pela boca do Ministério, copiando-lhe os argumentos e até as palavras, e fazendo-os ecoar graças à liberdade de opinião que condena nos outros. Há tempos que se vem instalando a política do "quem não concorda connosco é uma besta quadrada". Assim tem agido, mais do que outros anteriores, este governo. Assim faz a Igreja quando depreciativamente chama laico ao governo se uma decisão lhe não agrada e o aplaude se esta lhe é favorável.
O Emídio não faz a mais pequena ideia do que é hoje o Ensino Público. Fala de cor, emprenha pelos ouvidos, recita o que ouve, é um lacaio do governo, e escreve mal ainda por cima, - nem fazer parágrafos sabe! Não creio mesmo que os seus descendentes, se é que os tem, frequentem ou tenham frequentado alguma escola pública. O Emídio, atirado para um canto após os áureos tempos da SIC, tem saudades de protagonismo. Como qualquer homem pequeno, pôs-em bicos dos pés e tentou fazer-se ouvir. Porém, apenas expeliu o que está à vista de todos: UM ARROTO!
- Jorge P.G. - 55 anos, Professor do Quadro de Nomeação Definitiva, Licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, humanista, democrata nunca filiado em qualquer partido político.