O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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quarta-feira, 29 de abril de 2009
VELHOS SÃO OS INACTIVOS!
Deixo hoje um apontamento levezinho, que a vida não é só feita de assuntos sérios e graves.
Alguém imagina ser possível sentir-se aos 83 anos com uma flexibilidade superior à que tinha aos 33?!
Pois bem, a senhora Bette Calman, uma instrutora de ioga australiana, afirma que sim e tudo devido à técnica. A octogenária consegue fazer todas as posturas consideradas difíceis, como sustentar o corpo na posição horizontal com as mãos e na vertical com a cabeça.
Mrs. Calman, uma das primeiras a introduzir a antiga prática indiana na Austrália nos anos 50, tem estudado e ensinado ioga desde há 40 anos e disse à BBC Brasil que os movimentos ficam cada vez mais fáceis.
"Nunca se está velho demais para a ioga", disse ela, "o corpo pode alongar-se cada vez mais".
Natural de Sydney mas vivendo há oito anos em Williamstown, no Estado de Victoria, a sul do país, confessou nunca ter necessitado de nenhum medicamento e atribui o mérito à prática de ioga, só lamentando que o marido nunca lhe tenha seguido as pisadas. Já a sua filha Susan, que a acompanhou na actividade, abriu uma escola há quase dez anos.
"Eu continuo a dar aulas lá, pelo menos 11 vezes por semana", afirmou a jovem octogenária, que se mostra orgulhosa do neto de três anos já ter iniciado a prática.
"Cada vez que faço ioga é como se estivesse num conto de fadas. Este é um exercício lento, que ajuda fisicamente, emocionalmente, espiritualmente. É bom para ser praticado nos dias de hoje, onde toda a gente anda sempre a correr e debaido de stress. Mas nem todos conseguem relaxar", disse ela.
Mrs. Calman, também autora de três livros sobre Ioga, incluindo um chamado "Ioga para a artrite", impressiona mesmo o genro que exclamou: "Quem diria que ela iria ficar tão famosa devido à ioga!"
Pois é, quantos de nós não teríamos aquelas dorzinhas insuportáveis se tivessemos seguido caminhos paralelos!
Que esperem o Padre Américo, o Padre Cruz, mesmo S. Gonçalo de Amarante que nunca foi reconhecido! Depois de D. Nuno Condestável, o Santo Guerreiro, o nono português a ser canonizado pela Santa Sé chamar-se-á José, O Santo Contestável.
O SINO DA ALDEIA antecipa o seu RETRATO PARA A HISTÓRIA.
Quem hoje tem menos de 45 era demasiado pequeno para saber o que era viver com um ferro cravado na garganta e grilhões no pensamento. Era demasiado pequeno para se aperceber da angústia de uma família com um filho ou marido numa guerra que ninguém sabia ao certo para que servia, a quem servia. Desconhecia o que representava comprar às escondidas um jornal, o velhinho "República", então já com 62 anos de existência após a sua fundação em 1911 por António José de Almeida, o médico loquaz e republicano laico que viria a ser presidente da República em 1919. Quem hoje tem menos de 45 anos, não pôde sentir a amargura de viver no medo de ser denunciado à Polícia política pelo vizinho, pelo companheiro de trabalho, pelo amigo ou familiar, só porque exprimia o seu pensamento, o seu ideário político, a sua concepção de sociedade, a sua revolta por um regime que o inibia de ser livre de pensar.
Há 35 anos renasceu numa aurora de Abril a esperança de que muito iria mudar neste pequeno e tão atrasado país.
Hoje, quando existem claros indícios de que a liberdade de imprensa está ameaçada e quando a privacidade dos cidadãos é cada dia menor, só faltando implantarem-nos na pele um chip, é urgente avisar os que não tinham idade de que viver sem liberdade é o pior que pode acontecer ao ser humano. Por isso, estarei sempre com os ideais generosos de Abril, serei sempre contra os poderes totalitários, sejam eles de direita, de esquerda, ou de mascarada democracia. Alertarei enquanto puder dos perigos de nos deixarmos conduzir, procurarei sempre arreganhar os dentes aos falsos profetas, aos demagogos, aos travestidos de democratas que mais não são do que ditadores legitimados pelo voto popular que lhes é dado pelos que preferem deixar-se pastorear em vez de fazer uso do seu direito de serem eles a conduzir o país e os seus próprios destinos. Numa democracia é o povo quem mais ordena. É urgente fazê-lo sentir a quem governa.
- Jorge P.G.
Eh! Companheiro aqui estou aqui estou pra te falar Estas paredes me tolhem os passos que quero dar uma é feita de granito não se pode rebentar outra de vidro rachado p'ras duas pernas cortar
Eh! Companheiro resposta resposta te quero dar Só tem medo desses muros quem tem muros no pensar todos sabemos do pássaro cá dentro a qu'rer voar se o pensamento for livre todos vamos libertar
Eh! Companheiro eu falo eu falo do coração Já me acostumei à cor desta negra solidão já o preto que vai bem já o branco ainda não não sei quando vem o vento pra me levar de avião
Eh! Companheiro respondo respondo do coração ser sozinho não é sina nem de rato de porão faz também soprar o vento não esperes o tufão põe sementes do teu peito nos bolsos do teu irmão
( Eh! Companheiro vou falar vou falar do meu parecer Vira o vento muda a sorte toda a vida ouvi dizer soprou muita ventania não vi a sorte crescer meu destino é sempre o mesmo desde moço até morrer
Eh! Companheiro aqui estou aqui estou p'ra responder Sorte assim não cresce a toa como urtiga por colher cresce nas vinhas do povo leva tempo a amadur'cer quando mudar seu destino está ao alcance de um viver )
Eh! Companheiro aqui estou aqui estou pra te falar De toda a parte me chamam não sei p'ra onde me virar uns que trazem fechadura com portas para espreitar outros que em nome da paz não me deixam nem olhar
Eh! Companheiro resposta resposta te quero dar Portas assim foram feitas p'ra se abrir de par em par não confundas duas coisas cada paz em seu lugar pela paz que nos recusam muito temos de lutar.
José Mário Branco(Música) / Sérgio Godinho(Letra completa)
Vozes principais (da n/esqª para a dirª): Samuel Quedas, Manuel Freire,
Lena d'Água, Vitorino
Publicação nº 720 de "O SINO DA ALDEIA, porque avisar é preciso" - Jorge P. G.
Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar
Sophia de Mello Breyner
Enquanto os jornais franceses não enfeudados a Sarkozy e respectiva entourage fazem a denúncia da sua proclamada guerra à insegurança, que consideram ser apenas um anúncio eleitoralista visando as próximas europeias, por cá assistiu-se a mais do mesmo. Um Canal do Estado, dois zelosos funcionários perguntando o que todos sabiam que ia ser perguntado e um Primeiro-Ministro igual a si próprio: arrogante em relação aos opositores, demagógico quando fala para o povo inculto e politicamente analfabeto, fazendo as pausas ou as acelerações no ritmo do monólogo, conduzindo a venda do seu produto como bem lhe apeteceu. Sobre uma das grandes, das maiores, preocupações da população fez tábua rasa: as questões de segurança de pessoas e bens. Do resto, anunciou pomposamente o prolongamento do ensino obrigatório para 12 anos, que já havia sido anunciado em propósito eleitoral de 2005, afirmou que mais uns quantos irão ser abrangidos por um alargamento do subsídio de desemprego e meteu os pés pelas mãos quando se referiu ao Presidente da República insistindo, ele sim, na tentativa de instrumentalização deste. Depois, aproveitou estar na Sua TV para desancar quem tem tido o topete de o afrontar com trabalhos jornalísticos documentados e que classificou como "caça ao homem" (ou seja, à sua impoluta pessoa). Anunciou ao país que "O Jornal da TVI, à sexta-feira não é um telejornal, é uma caça ao homem, é um jornal travestido", insultando os profissionais que lá trabalham e sujeitando-se, agora, e muito bem, a um processo por difamação que a jornalista Manuela Moura Guedes já anunciou que iria pôr-lhe.
Mais uma vez, este homem sedento de poder e de glória veio a público propalar uma política cega de confrontação e de descridibilização de quem com ele não concordar. Basta ver a arrogância e o ar jocoso com que tem lidado com a oposição em plena Assembleia da República para que ninguém se possa admirar destas tiradas televisivas, com a ajuda preciosa do realizador que procurou afanosamente fazer-lhe grandes planos e escolher os ângulos mais convincentes para a propaganda que vinha decorada.
Ouvi-lo, e vê-lo, foi de novo uma pura perda de tempo e motivo de um ainda maior descrédito quanto ao destino de Portugal. Porque nós vêmo-lo, ouvimo-lo e lêmo-lo é que não o podemos ignorar senhor Primeiro-Ministro. Não fosse esta sua transitória condição de chefe do governo e, de acordo com o que penso, muito poucos lhe dariam mais atenção do que a um qualquer vendedor de tachos e panelas numa feira de aldeia.
- Jorge P.G., cidadão em plena posse dos seus direitos constitucionais, insuspeito de práticas ilícitas, licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
POST SCRIPTUM
Já depois deste escrito de opinião ser publicado, ouvi e vi o Director da TVI José Eduardo Moniz responder com classe e educação aos insultos de que a sua equipa de jornalistas foi alvo.
Uma vez mais, este homem não se escondeu e deu a cara pelos seus companheiros de trabalho, que eu sei que é assim que os vê.
Zé, não falaste apenas em seu nome mas no de todos os que diariamente lutam pela verdade, pela coragem e pela informação isenta e livre.
Uma lenda pode definir-se de forma breve como sendo uma narrativa tradicional fantástica, essencialmente admirativa e geralmente centrada em pessoas, épocas e lugares determinados. Transmitindo-se inicialmente de forma oral, sempre houve o mau hábito de alguns escritores as alterarem, acrescentando ou modificando mesmo o âmago dos seus argumentos. Todavia, ainda existe quem as conte ao ouvido e com a genuinidade com que lhe foram transmitidas.
Há um par de anos, em visita à região, pude fazer a recolha de algumas lendas locais pessoalmente e através de literatura sobre o folclore e as lendas das Astúrias, uma das zonas mais ricas neste tipo de narrativas, e é uma delas que aqui deixo tendo procurado o máximo rigor na sua tradução.
Nas entranhas das fontes escondem-se, como se temam sair do seu secreto refúgio de paz, as mais curiosas histórias que o correr dos anos deixou ligadas às suas remansosas águas. Referem-se estas, asturianas, a nuberos(1), a xanas(2), a cuélebres(3), a bruxas e a encantamentos que contavam as avós, no calor dos lares em melancólicos fins de tarde. A que vou relatar foi recolhida à luz do lume numa noite de Dezembro.
"A XANA(2) DE XIRÚS"
Era uma manhã de San Juan, quando o sol estalava no horizonte e o céu se espreguiçava num azul intenso. Sentado à porta da sua cabana, um pastor (melhor, um "vaqueiro") avistou uma menina que se dirigia na direcção da fonte de Xirús. Preso pela sua grande beleza, observou-a a sentar-se na fonte. Tentado pela curiosidade, aproximou-se e travou conversa. Ao fim de pouco tempo, disse-lhe a moça: - Tu podias desencantar-me e, se o fizeres, oferecer-te-ei um grande número de vacas. - Se puder -respondeu o vaqueiro- assim farei com muito gosto. Dir-me-ás tu como devo proceder... - As vacas que te dou vão sair pela bica da fonte, e a cada uma hás-de dizer: Santo António te guarde! Mas tens de ter muita atenção, já que se alguma passar sem que recites a fórmula eu desapareço e tu terás perdido tudo. E começaram então as vacas a saltar, repetindo o pastor: "Santo António te guarde! Santo António te guarde...!
Vaqueiros de Alzada (séc. XIX)
Passava o tempo e a fila de vacas ia aumentando; ocupava já o largo caminho que media entre a fonte e o Collau de la Mostayera, quando o vaqueiro começou a sentir cansaço, os olhos enublaram-se por momentos e as vacas continuavam a sair. Passou então uma sem receber a saudação e, naquele mesmo instante, moça e vacas esfumaram-se. Referem as gentes da comarca que o vaqueiro perdeu para sempre o sossego e que de vez em quando rompia o mutismo para cantar: "Desde la fuente de Xirús al Collau de la Mostayera, perdí yo tres mil ducados y una hermosa doncella"
E deixava cair o olhar melancólico pelos frondosos prados que resvalavam pelas ladeiras do vale, enquanto fustigava o gado...
NOTAS: (1)- "nuberos" - génios da mitologoa asturiana que causam as tormentas
(2)- "xana" - ninfa ou fada que habita nas fontes
(3)- "cuélebres" - dragões que habitam as cavernas, com asas de morcego, grandes caudas e corpo revestido de escamas duras como aço e que só podem ser vencidos se forem feridos na garganta.
De um artigo assinado por Markus Becker na revista alemã "DER SPIEGEL", deixo este apontamento, naturalmente traduzido e adaptado com rigor.
Num sermão pascal que originou fortes críticas, o bispo católico de Augsburg relacionou com o ateísmo os crimes cometidos pelos regimes nazis e comunistas, tendo grupos ateístas reagido com fúria e acusado o clérigo de reescrever a História.
Ontem, domingo de Páscoa, o bispo Walter Mixa lançou um aviso sobre o crescimento do ateísmo na Alemanha. "Onde quer que Deus seja negado ou combatido em breve tanto as pessoas como a sua dignidade serão negadas e tomadas em desconsideração", afirmando ainda: "...uma sociedade sem Deus é o Inferno na Terra", citando o autor russo Fyodor Dostoyevsky : "Se Deus não existir, tudo é permitido".
De um modo ainda mais controverso, acentuou que os regimes sem Deus do nazismo e do comunismo, com os seus campos penais, polícias secretas e assassínios em massa, provaram de uma forma terrível a desumanidade da prática do ateísmo e as "perseguições especiais" de que cristãos e a Igreja sempre foram alvo nesses regimes.
Rudolf Ladwig, presidente da International League of Non-Religious and Atheists(IBKA) baseada na Alemanha, comentou que as palavras do bispo fazem parte de "uma estratégia de longo prazo da Igreja para desculpabilizar a história da sua própria instituição no que diz respeito ao fascismo". "A ditadura nazi teve como alvos os comunistas, social-democratas, liberais, sindicalistas, judeus, ciganos da Europa, homossexuais, diminuídos físicos, inválidos e outros", disse Ladwig. "Não houve de maneira nenhuma a ditadura de um dedicado movimento ateísta. A resistência do interior das igrejas surgiu unicamente de acções individuais".
O filósofo Michael Schmidt-Salomon, líder do grupo non-profit humanista 'Giordano Bruno Foundation', criticou igualmente o bispo de forma áspera. "Se nos recordarmos que durante a época nazi eram precisamente os judeus os acusados por não possuírem um Deus, ver-se-á quão pérfido é o raciocínio de Mixa", salientando ainda que as associações de livres-pensadores foram desmanteladas pelos nazis e os ateístas por eles perseguidos. E foi mais longe o filósofo Schmidt-Salomon, quando salientou que a ideologia nazi fora largamente baseada em tradições cristãs, explicando que a evidência para esta afirmação se podia encontrar no próprio "Mein Kampf" de Hitler e em outros escritos nazis. "Na sua maioria, os membros da elite nazi viam-se a si mesmos como bons cristãos", rematou Schmidt-Salomon.
COMENTÁRIO BREVE:
Nos últimos tempos vêm-se sucedendo as tiradas mais bombásticas por parte de membros da Igreja Católica de Roma. O bom senso, o recato, a promoção da pacificação entre os homens, o perdão pelos actos mais impuros, em suma, a observância rigorosa dos ensinamentos de Cristo por parte dos seus proclamados discípulos na Terra parece começar a não ser palavra de ordem no seio do Vaticano, ou então grassa a indisciplina entre os seus ministros. Depois, lá vêm as desculpas, as excomunhões, a política papal de consertar as redes na praia. Mas o que está dito, está dito, e foi afirmado por um alto membro da hierarquia, com a provável interiorização do conceito por alguns milhares de fiéis. Uma vez mais.
A leitura de alguns dos comentários gentilmente deixados na caixinha, e aos quais circunstâncias várias me têm impedido de responder com regularidade, levou-me a sentir necessidade de explicar estes bonecos feitos logo no próprio sábado.
Não quis dizer que deixei de ser benfiquista. O que senti, e sinto, é que chegou ao fim aquele Benfica em que me revia. A crise actual de resultados desportivos mais não é do que vários anos, décadas, de uma política completamente errada no que ao edifício do futebol diz respeito. Mas esses mesmos resultados são para mim acessórios. O grave é a falta de visão e de humildade dos dirigentes do meu clube de sempre. Grave é um treinador dizer que a equipa não joga como ele quer, sem explicar porquê. Grave é vir um assalariado director para a comunicação, que ao que sei nem benfiquista é, e atirar para cima dos árbitros as culpas internas. Grave é o desentendimento reinante, a ser verdade ao que já consta, entre o Presidente e o Director para o futebol e administrador da SAD, Rui Costa. Grave é escolher jogadores pelo nome que algum dia conseguiram mas que por várias razões não puderam/souberam manter. Grave é não se aproveitar quase nenhum jogador vindo das camadas jovens. Grave é o contínuo endividamento do clube sem resultados desportivos que são a base para a exequibiidade dos pagamentos à Banca ou a outros credores. Grave é o alienamento do património que foi feito, não restando hoje mais do que o valor, altamente flutuante, dos passes desportivos de alguns atletas.
Não se trata, esta minha desilusão e tristeza, de nenhuma pena especial ou de despeito pela ausência de vitórias, mas sim da verificação de que por este caminho nunca o Benfica irá chegar perto dos que sabem trabalhar e o demonstram em campo. O resto é secundário. Quique não serve, é certo. Não demonstra competência para formar uma equipa com os profissionais de que dispõe e apresentar um fio de jogo constante e minimamente eficaz. Porém, a política para o futebol é que é a principal culpada da situação. Qualquer treinador que venha será pasto fácil da terra contaminada que por cá encontra.
É PRECISO E URGENTE LANÇAR NOVAS SEMENTES EM TERRA NOVA E DESCONTAMINADA. Continuo do Benfica, é claro, mas não me revejo neste Benfica de Rui Costa que continuou com as contratações de nomes sonantes teimando estupidamente na mania pequeno-burguesa de que "para nós só os nomes feitos contam". As transferências dos nomes fabricados é que dão dinheiro, hoje, ou fazem perdê-lo. O meu Benfica, o que lançava jovens e apostava em gente humilde e trabalhadora, ambiciosa, ganhadora, vinda de Moçambique ou de Angola, é certo, mas também do Barreiro, do Montijo, de qualquer terra de pequeno clube de Portugal, esse, morreu.
A desgraça provocada pelos actuais terramotos em Itália levou-me a recordar uma outra, acontecida precisamente num dia 10 de Abril, em 1815, em Sumatra,Indonésia.
O vulcão Tambora, o segundo maior do mundo, entrando em erupção, provocou a destruição das aldeias vizinhas e lançou para a atmosfera uma quantidade extraordinária de cinzas. Durante mais de um ano, espalhando-se em redor do planeta, essas cinzas fizeram arrefecer o clima e na Europa o verão de 1816 foi particularmente frio e chuvoso, com quedas de neve nos pontos mais altos e... consequências absolutamente inesperadas na literatura!
Mary Godwin, aqui já Mary Shelley
Na noite de 16 de Junho de 1816, os poetas Lord Byron e Percy Shelley conversavam com as suas respectivas companheiras, Claire e Mary, e com um amigo, o Dr.John Polidori, numa magnífica villa nas margens do lago Léman, na Suiça. Por causa de um verão excepcionalmente pluvioso, que se seguiu à erupção do Tambora, várias eram as ocasiões em que não podiam sair de casa.
Para passar o tempo, os jovens decidiram iniciar um concurso de histórias macabras, por sugestão de Lord Byron : «We will each write a ghost story». Foi assim que a amante de Shelley, Mary Godwin, de 19 anos, escreveu a história do Dr. Victor Frankenstein que tentou criar vida, à semelhança de Deus.
A peça foi-lhe inspirada pela vida de um alquimista alemão do século anterior, um tal Konrad Dippel. Nos dias seguintes a narrativa tomou forma, após algumas noites passadas com pesadelos. Dois anos após, surgiu a publicação do romance Frankenstein ou o Prometeu moderno, um dos grandes mitos do ocidente contemporâneo e uma mina inesgotável para a Sétima Arte.
Aconteceria, porém, um epílogo trágico e real.
O que se seguiu foi obscurecido por uma série de dramas. Harriet, a legítima esposa de Percy Shelley, suicidou-se, não suportando mais as escapadelas do seu marido-génio, tendo este vindo a casar com Mary Godwin no fim de Novembro desse mesmo ano.
Shelley viria a morrer no mar, em 1822, com apenas 30 anos. Foi ao largo de La Spezia, tendo sido incinerado na praia, numa cerimónia romântica e com a presença do amigo Byron.
Este, faleceu de doença, em 1824 e com 36 anos, participando da defesa de Missolonghi, ao lado dos gregos.
Mary Shelley viria a morrer em Londres muito mais tarde, em 1851, com 54 anos, vítima de um tumor cerebral. Da sua tumultuosa ligação com Shelley deixou dois filhos... para além do monstro do Dr. Frankestein.
Texto adaptado a partir de um artigo de Fabienne Manière.
A história não é nova e talvez até já muitos a conheçam. Não será sequer original, mas constitui ainda assim um caso curioso de mudança de vida assumida pela própria, sem pressões externas nem traumas motivadores.
Anna Nobili é uma jovem ainda. Aos 38 anos, ensina "dança sacra", como ela própria a denomina, a jovens da sua diocese de Palestrina, uma cidadezinha a cerca de 35 Km de Roma. Entrou para a Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazareth e fez os votos no final do ano passado. Nada de mais , não tivesse ela sido, durante vinte anos, uma rapariga de clubes de strip dançando no varão e vendendo arte e corpo. "Antes, dançava sobre cubos e fazia lap dance para homens que queriam apenas o meu corpo, estava a desperdiçar a vida em boates transgressivas, fazendo sexo sem amor, que procurava como uma droga", afirmou em entrevista recente ao jornal La Repubblica .
Na mesma entrevista, a religiosa compara a sua história à de muitas outras moças. Diz que teve uma infância violenta e sem amor. Seus pais divorciaram-se quando era pequena e, aos 13 anos, foi viver sozinha para Milão. "Procurei a felicidade nas luzes do palco e da noite. Os homens gostavam de mim. Descobri a dança, e isso foi um meio para fazer conquistas", afirmou. "La suora" conta que teve uma espécie de iluminação, depois de tentar mudar de vida várias vezes, inclusive por meio do budismo. "Fiz uma intimação a Deus: se Tu estás aqui, deves dizê-lo pessoalmente, sem intermediários", contou ela, afirmando também que a sua conversão ocorreu ao visitar a Basílica de São Francisco e Santa Clara, em Assisi. Diante da basílica, a irmã Anna surpreendeu-se com as cores do céu, sentiu a presença de Deus e começou a dançar diante das pessoas. De volta a Milão, no combóio, olhou-se no espelho das casas-de-banho e não se reconheceu. Conta que ainda dançou como profissional de boîte mais uma noite e, depois, desistiu.
A antiga Anna Nobili Aos poucos, fez as pazes com o pai e começou toda uma vida nova, num "processo de purificação".
Entrou para Congregação e o bispo de Palestrina ofereceu-lhe um espaço no convento para que ela pudesse ensinar passos de dança aos jovens da diocese.
A Irmã Anna define o tipo de dança que faz e ensina agora como "holy dance" (ou dança sacra). "Agora, danço para Deus, e os meus passos e as coreografias são-lhe dedicadas".
Com o seu grupo de alunos, que se chama "Grupo de dança litúrgica Holy Dance", apresentou-se em uma das principais basílicas de Roma, a Santa Cruz em Jerusalém, perante alguns convidados do topo da hierarquia da Igreja, como o arcebispo Gianfranco Ravasi, responsável do Departamento Cultural do Vaticano.
Segundo a tradição, nesta igreja, uma das mais antigas de Roma, estão guardadas relíquias da cruz onde Jesus Cristo morreu.
O grupo dançou diante de bispos e cardeais uma "coreografia mística", cujo titulo é "Jesus, luz do mundo", inspirada no evangelho segundo São João.
Além de se apresentar em boîtes, Anna também participava em programas de televisão como bailarina. Em 1995, teve o que definiu como uma "crise mística" e resolveu mudar de vida. O caminho da conversão ao catolicismo e a decisão de se tornar freira não foram fáceis, segundo a religiosa. "Foi um caminho longo e sofrido", disse a irmã Anna.
Curiosa, esta história de uma mulher que, continuando a fazer da dança a sua paixão e actividade principal, se colocou agora ao serviço daquilo em que acredita. Hoje, em lugar de um varão, dança em volta de uma cruz de Cristo.
MARCIANOS INVADEM TERRA E LEVAM PRIMEIRO-MINISTRO COMO REFÉM
Entretanto, o Sino da Aldeia, sempre acompanhado de perto pelos dedicados repórteres da antiga revista Whiskers Magazine (alguém se lembra dela?), pode dar já o relato das primeiras declarações do Presidente da República e dos principais líderes partidários. Assim, para Cavaco Silva o desaparecimento do PM, ao que tudo indica sequestrado pelos marcianos, "ainda está pog pgovag". À questão posta sobre se este caso poderia ter implicações sérias na vida nacional, o PR afirmou: "os senhogues sabem que o Pgsidente da Guepública não se imiscui nos assuntos do govegno".
Para Jerónimo de Sousa, "o assunto deve ser completamente esclarecido para que a verdade venha ao de cima e o mais depressa possível. O povo tem de confiar nas instituições democráticas, sobretudo o povo trabalhador, os operários e camponeses e os pequenos comerciantes".
Contactado há horas, Francisco Louçã mostrou-se "democraticamente preocupado", mas adiantou ainda: " Espero, esperamos todos por certo, que este episódio não seja mais um truque de magia para a fuga do governo às suas responsabilidades na condução do país".
Já Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas apenas deixaram palavras breves para desejar que a justiça funcione e possa descobrir os responsáveis deste desaparecimento súbito e inesperado de José Sócrates. Paulo Portas, contudo, ainda adiantou com ar compungido e irónico ao mesmo tempo: "Se me tivessem deixado comprar um Scud, além dos submarinos, talvez agora não estivéssemos a lamentar o sucedido".
ÚLTIMA HORA:
Não se confirmam as primeiras indicações de que as naves marcianas haviam rumado a outros grandes centros populacionais. Os aparelhos deixaram mesmo de ser vistos há várias horas e não foram detectados por nenhum radar. O SINO DA ALDEIA solicita a quem souber de algo que possa de algum modo ajudar a esclarecer este mistério que o faça, contactando a nossa redacção em Lisboa, tendo o cuidado de não o fazer antes, e sobretudo, a nenhum elemento do Ministério Público, demasiado atarefado com o affair Freeport.
Intrépidas, provocantes, descaradas, poderosas, incontroláveis, predadoras perigosas, elas aí estão de novo. São Os Anjos de Socas, a todo o vapor para as maiores tropelias na selva lusitana. E os passarinhos nem piam a avisar do seu regresso!
O DIA DAS MENTIRAS - SUA ORIGEM (incerta) E HISTÓRIA
AOS AMIGOS QUE VIERAM, AS MINHAS DESCULPAS PELA PARTIDA DE ABRIL QUE VOS PREGUEI.
NÃO, AINDA ESTÁ PARA CHEGAR A HORA DE SE VEREM LIVRES DO SINEIRO. ESTOU ATRABALHAR NUM NOVO CANAL DO SINO - O CANAL HISTÓRIA, QUE SERÁ PUBLICADO UMA VEZ POR SEMANA, COMO JÁ ACONTECE COM O CANAL MEMÓRIAS, O CANAL ARTES PLÁSTICAS E O CANAL FANTASIA.
OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS DEIXADOS. UM ABRAÇO E ATÉ MUITO BREVE.
April Fools' Day ou All Fools' Day, em Inglaterra e nos Estados Unidos; Pesce d'Aprile ou Poisson d'Avril, em Itália e França. O Dia das Mentiras, ou o Dia dos Enganos, em Portugal e na Galiza.
Várias são as teorias que explicam a origem da celebração desta data, um pouco por todo o mundo mas mais frequentemente nos países ocidentais.
A mais conhecida leva-nos à França do séc.XVI, mais exactamente ao ano de 1582, quando o Papa Gregório XIII instituiu um novo calendário, o gregoriano, em substituição do calendário juliano que vinha dos tempos da antiga Roma. O início do ano, que até então se celebrava poucos dias após o equinócio de 20/21 de Março, passou a ser no 1º de Janeiro. Ora, nesse mesmo ano, Carlos IX, de França, mandou que o país passasse a seguir o novo calendário. A confusão instalou-se, compreensivelmente até, se pensarmos que não havia ainda sequer jornais na época. Só no séc.XVII a invenção de Gutenberg começou a servir para produzir jornais, e não eram diários! Assim, segundo dizem os inúmeros defensores desta teoria, muitas pessoas, desconhecendo o novo calendário, ou até mesmo recusando-se a aceitar a mudança, continuaram a festejar o início do ano em 1 de Abril, o que terá motivado a chacota de outras e o início da tradição de pregar partidas, levando a que o dia, a partir dessa altura, passasse a ser conhecido como "O DIA DA MENTIRA", espalhando-se em seguida pela Europa.
Ora, esta explicação não me convence e por várias razões: Em França, é chamado "Poisson d'Avril", tal como em Itália (Pesce d'Aprile). Seria natural que se designasse, tal como entre nós, por qualquer expressão correspondente a "patetas", ou "mentiras",... Depois, o calendário gregoriano só foi adoptado, por exemplo, pela Inglaterra em 1752, quando o April Fools' Day já estava bem implantado no país. Em terceiro lugar, não temos nenhuma evidência histórica para a referida teoria, somente conjecturas, as quais parece terem sido feitas mais perto dos nossos dias.
As culturas antigas, incluindo umas tão diferentes como a dos romanos e a dos hindus, celebravam o Dia do Ano Novo a 1 de Abril, ou em data muito próxima do equinócio de Março. Na Idade Média, grande parte da Europa festejava o dia 25 de Março, a Festa da Anunciação, como o início do novo ano.
Existe uma outra explicação sobre as origens do Dia das Mentiras dada por Joseph Boskin, um professor de História da Universidade de Boston. Argumenta ele que a prática começou no reinado de Constantino, quando um grupo de bobos da corte disse ao imperador romano que qualquer um deles poderia governar bem melhor o império. Constantino, divertido, permitiu a um bobo chamado Kugel ser imperador por um dia. O bobo, então, fez circular um édito convidando à prática do absurdo naquele dia, passando este episódio a ser um evento anual.
"De certo modo", referiu o Prof. Boskin, "era um dia muito sério. Naqueles tempos os bobos eram gente muito avisada e sábia. Era papel deles colocar as coisas em perspectiva com humor".
Esta tese do Professor de Boston foi trazida ao público num artigo da Associated Press, publicado em muitos jornais em 1983. Só houve um problema: é que Boskin inventou tudo e só duas semanas depois é que a Associated Press se apercebeu de que ela mesma tinha sido vítima de uma partida do 1º de Abril.
A Febre da Primavera
É bom notar-se que muitas e diferentes culturas tinham tido "Dias de Loucura" por volta do início do mês de Abril, ou umas duas semanas antes ou depois. Entre os romanos havia um festival chamado Hilaria em 25 de Março, rejubilando pela ressurreição de Attis. O calendário hindu tem Holi e o judeu celebra Purim. Talvez exista algo ligado à época do ano, com a sua viragem do inverno para a primavera, que leve a festejos alegres e divertidos.
E já agora, aqui deixo algumas curiosas e engraçadas explicações para a expressão "Poisson d'Avril".
Uns crêem que é devido ao facto de o sol estar a sair do signo de Peixes por essa altura; alguns pensam que é porque não era permitido pescar nessa época do ano; outros dizem que é porque alguns peixes são muito estúpidos e fáceis de apanhar; outros, ainda, acreditam que a expressão nasceu do facto de em Abril haver poucos peixes e ser prática comum atirar ao rio alguns para que os pescadores os pudessem pescar e não voltassem envergonhados para casa!
No final, uma pergunta: Qual foi a maior mentira que já lhe contaram? A esta pergunta, um brasileiro respondeu assim: "A maior mentira está escrita na bandeira do Brasil: Ordem e Progresso". A mim, contam-me tantas todos os dias...