«Le chant des Partisans»
Em Londres, onde se encontravam durante a Segunda Grande Guerra os chefes da Resistência, procurava-se então um indicativo musical para a emissão do programa "HONRA E PÁTRIA" da BBC. Emmanuel d'Astier de la Vigerie sonhava com um canto que se tornasse a "Marselhesa" da Resistência. "Só se ganha uma guerra com canções...É preciso um cântico que tenha o ar de vir dos maquis* ", disse ele.
*maquis era o tipo de terreno, no sul de França, onde se escondiam os guerrilheiros da Resistência e que também ficaram conhecidos por este nome.
Na época, uma jovem música de origem russa, Anna Marly, interpretava com sucesso em clubes da cidade uma canção de lamento que falava de luta e de um corvo. Ouvindo-a, o escritor-jornalista Joseph Kessel ficou seduzido. Pouco depois, reuniu-se com a cantora, com o seu sobrinho Maurice Druon e mais uns amigos num hotel dos arredores de Londres e, em 30 de Maio de 1943, o pequeno grupo apresentou um texto escrito num simples caderno de escola intitulado «LES PARTISANS. CHANT DE LA LIBÉRATION».
Este texto, distribuído de pára-quedas pelos aviadores britânicos e transmitido de boca em boca veio a tornar-se efectivamente o Cântico dos Partisans, o HINO da Resistência francesa e europeia ao nazismo.
Fonte: Fédération Nationale des Déportés et Internés Résistants et Patriotes.
Tradução e adaptação: Jorge P.G.
Ami entends-tu
Le vol noir des corbeaux
Sur nos plaines.
Ami entends-tu
Les cris sourds du pays
Qu'on enchaîne,
Ohé partisans
Ouvriers et paysans
C'est l'alarme!
Ce soir l'ennemi
Connaîtra le prix du sang
Et des larmes.
Montez de la mine,
Descendez des collines,
Camarades.
Sortez de la paille
Les fusils, la mitraille,
Les grenades.
Ohé! les tueurs
A la balle et au couteau
Tuez vite!
Ohé! saboteurs
Attention à ton fardeau.
Dynamite.
C'est nous qui brisons
Les barreaux des prisons
Pour nos frères.
La haine à nos trousses
Et la faim qui nous pousse,
La misère.
Il y a des pays
Où les gens au creux des lits
Font des rêves.
Ici, nous vois-tu
Nous on marche et nous on tue
Nous on crève.
Ici, chacun sait
Ce qu'il veut, ce qu'il fait
Quand il passe
Ami, si tu tombes,
Un ami sort de l'ombre
A ta place.
Demain du sang noir
Séchera au grand soleil
Sur les routes.
Chantez compagnons,
Dans la nuit, la liberté
Nous écoute.
Ami, entends-tu
Les cris sourds du pays
qu'on enchaîne
Ami, entends-tu
Le vol noir des corbeaux
sur nos Plaines !
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PUBLICADO por mim a 4-02-2007 em "O ARAUTO" e republicado agora com o nº 647 de "O SINO DA ALDEIA"
Jorge P.G. Sineiro
Etiquetas: 2ª Guerra Mundial, canção, cântico, Le chant des partisans, luta, Résistence