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O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
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terça-feira, 1 de julho de 2008
AS XXIX OLIMPÍADAS a um mês e uma semana de distância
Os Jogos Olímpicos de Verão de 2008, os Jogos da XXIX Olimpíada, estão aí à porta, entre 8 e 24 de Agosto, com a cerimónia de abertura marcada para as 8:08 da noite, sendo que o número 8 tem um significado de prosperidade na cultura chinesa. Quando e como é que tudo começou?
Foi no ano de 776 a.C. que se realizaram os primeiros Jogos Olímpicos da História. O nome veio do local onde se disputaram, um santuário consagrado a Zeus, o rei dos deuses. Mas antes da inauguração desses primeiros jogos, já os gregos tinham tradições de disputas semelhantes realizadas em diferentes santuários. Eram organizadas para reaproximar os gregos entre si e para suspender as guerras entre cidades, celebrar a glória de um guerreiro morto em combate ou para honrar um cidadão virtuoso (um justo). A duração era variável. De um dia, os Jogos passaram a cinco e, depois, a sete. A organização era confiada a magistrados chamados Helanódicos, que velavam pelo respeito das regras e vigiavam o treino dos atletas.
O local das competições estava rodeado de diversos templos, o mais renomado dos quais era o consagrado a Zeus, com uma estátua monumental do escultor Fídias (séc-V a.C.), constituída por uma estrutura em madeira revestida a ouro e marfim, de que aqui deixo uma reprodução gráfica num desenho de Maarten van Heemskerck.
Ainda se pode ver o lugar onde se desenrolavam as provas, numa região de bosques verdejantes a oeste do Peloponeso. Quatro santuários se distinguiam, distribuindo recompensas simbólicas aos vencedores. Entre eles Olímpia, onde recebiam uma coroa com ramos de oliveira entrançados, Delfos com uma coroa de louros, Nemeia com uma de raízes de aipo e Corinto com uma coroa de pinheiro.
Nos santuários menores, os vencedores eram recompensados com presentes de grande valor, pelo que os Jogos atraíam verdadeiros profissionais, no fundo análogos aos nossos actuais desportistas de alta competição que, de amadores, apenas têm o nome.
Em Olímpia chegavam a ter cerca de 40 mil espectadores, e apenas uma mulher, a sacerdotisa do santuário local, tinha direito a assistir, já que os jogos estavam interditos às mulheres, mesmo como meras espectadoras.
Conta-se que uma delas, Kallipatera, foi uma excepção à regra. Era da famíla (filha?) de Milo de Crotone, seis vezes vencedor dos Jogos, e quis assistir sob um disfarce masculino às evoluções de seu filho de que ela própria havia seguido os treinos. Pois tendo este ganho uma prova, Kallipatera deixou cair a túnica com a emoção, revelando o sexo. Em atenção à sua família prestigiosa não foi punida mas, depois dela, foi decidido que os treinadores se deveriam apresentar nus à semelhança dos atletas.
E apenas para terminar, que o escrito começa a alongar-se, deixo outras curiosidades de forma breve. Os competidores apresentavam-se nus e com o corpo untado de óleo, que eliminavam rapidamente, tal como a areia, assim que terminavam as provas. Estas eram acompanhadas por um tocador de flauta que marcava o ritmo dos exercícios como o lançamento do disco ou as provas do pentatlo.
A pista de corridas era muito mais larga do que a actual e nela podiam competir ao mesmo tempo vinte corredores.Interessante ainda será saber-se que as provas se dividiam segundo a idade dos participantes e eram de 3 tipos: musical, gímnico e hípico. A competição musical, que mais tarde passou a ser um concurso independente, consistia na récita de poemas de Homero acompanhados pelo som de uma cítara.
Os Jogos de Olímpia e todos os outros foram abolidos pelo imperador romano Teodosius I no ano de 393, depois de mais de mil anos de existência, por influência do bispo de Milão, Santo Ambrósio, que queria assim acabar com os rituais pagãos e uma certa violência que sempre se instalava durante as competições.
Só em 1896 é que o barão Pierre de Coubertin reavivou a tradição olímpica ao inaugurar em Atenas os primeiros J. O. da Era Moderna, com a esperança de que contribuíssem, tal como os seus antecessores, para uma aproximação entre os povos. O certame durou 10 dias com a presença de 285 atletas de 13 países.
Hoje, 2008, pergunto-me onde estão os ideais olímpicos retomados por Coubertin há 112 anos!
Texto de Jorge P.G. Fontes: textos avulsos de Homant, Y.; http://www.bbc.co.uk/schools/ancientgreece/classics/olympics/intro.shtml (Site que aconselho vivamente aos mais novos)