terça-feira, 29 de abril de 2008
AS OBRAS DE SANTA ENGRÁCIA
São duas as versões da lenda que deu origem à expressão popular “É como as obras de Santa Engrácia...”, normalmente utilizada para designar “aquilo que não tem fim”. A mais conhecida e romântica das duas, é a versão popular, de acordo com a qual “Simão Pires, um cristão novo, cavalgava todos os dias até ao convento de Santa Clara para se encontrar às escondidas com Violante. A jovem tinha sido feita noviça à força por vontade do seu pai, fidalgo que não estava de acordo com o seu amor. Um dia, Simão pediu à sua amada para fugir com ele, dando-lhe um dia para decidir. No dia seguinte, Simão foi acordado pelos homens do rei que o vinham prender acusando-o do roubo das relíquias da igreja de Santa Engrácia que ficava perto do convento. Para não prejudicar Violante, Simão não revelou a razão porque tinha sido visto no local. Apesar de ter invocado a sua inocência, foi preso e condenado à morte na fogueira, que se realizaria junto da nova igreja de Santa Engrácia, cujas obras já tinham começado. Quando as labaredas envolveram o corpo de Simão, este gritou: “É tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem!”. Os anos passaram e a freira Violante foi um dia chamada a assistir aos últimos momentos de um ladrão que tinha pedido a sua presença. Revelou-lhe que tinha sido ele quem roubara as relíquias e sabendo da relação secreta dos jovens, tinha incriminado Simão. Pedia-lhe agora o perdão, que Violante concedeu. Entretanto, um facto singular acontecia. As obras da igreja, iniciadas à época da execução de Simão, pareciam nunca mais ter fim. De tal forma que o povo se habituou a comparar “Tudo aquilo que não mais acaba” às obras de Santa Engrácia.” ~~~~ De facto, esta versão popular e romanceada sobre as origens da expressão “ São obras de Santa Engrácia” encontra fundamento nos relatos históricos da paróquia, em cujos anais ficou registado um incidente ocorrido na noite de 15 de Janeiro do ano de 1630, conhecido por “O Desacato de Santa Engrácia”. "Lisboa preparava-se em grandes festejos para celebrar o nascimento do príncipe herdeiro que receberia o nome de Baltazar Carlos e que era filho de Filipe IV de Espanha e III de Portugal. Foi nesse ambiente que se propagou a notícia do roubo na igreja. Atribui-se este atentado sacrílego a um cristão-novo, ou seja, um judeu convertido. Incrível a comoção que causou este atroz sacrilégio, lançando-se logo pregões que nenhuma pessoa, sem nova ordem, saísse de sua casa e sem dilação decorreram por toda a cidade os ministros da justiça inquirindo com exactas diligências, que pessoas haviam saído na noite precedente e em que locais haviam estado. Achou-se que um homem ordinário, chamado Simão Pires Solis, havia estado fora e sendo perguntado onde, não respondeu a propósito, antes com grande turbação; ajuntaram-se outros indícios que caíram sobre ser homem turbulento e cristão-novo e por eles foi condenado a ser queimado vivo, cortando-lhe primeiro as mãos. A muitos pareceu acelerada e rigorosa esta sentença visto que não havia prova concludente, nem confissão do réu, mas, todavia, se executou na forma sobredita." Nesta linguagem se descreve a inquirição do presumível responsável que sofreu o suplício em três de Fevereiro de mil seiscentos e trinta e um (1631). Segundo a lenda estava Simão Solis inocente do crime de que era acusado, pois nessa noite apenas rondava o Convento de Santa Clara para requestar (namorar, cortejar) uma religiosa, sendo a causa da sua desgraça o despeito e ciúmes dum rival Dr. Gabriel Pereira de Castro (1571-1632) que foi um dos juízes que condenaram o apaixonado cristão-novo. Este desacato e a execução do presumível responsável fortemente emocionaram o povo que passou a referenciá-los, enriquecendo as suas narrações com a lenda. É assim que se conta que: «ao encaminhar-se para o suplício, o condenado profetizara ser tão certo estar inocente do que o acusavam, como nunca se haverem de concluir as obras de Santa Engrácia!». Essa frase tornou-se como uma maldição caída sobre as obras da nova igreja que permaneceram inacabadas por mais de dois séculos. In “Monografia da Paróquia de Santa Engrácia (Lisboa) alusivas ao 4.º Centenário da sua Fundação”. ~~~~ A outra versão do significado da expressão “obras de Santa Engrácia” deve-se ao facto da construção da igreja de Santa Engrácia, situada na freguesia de São Vicente de Fora, onde é hoje o Panteão Nacional, ter demorado cerca de 350 anos a ficar concluída. As pessoas sempre viram, portanto, a igreja em obras e daí teria nascido a expressão. Quanto aos motivos dessa demora, consulte-se o IPPAR, que nos apresenta a versão oficial, e que diz: "Foram muitas as vicissitudes sofridas pela igreja de Santa Engrácia, num processo arrastado de obras que principiou nos finais do século XVI. O arrojado projecto barroco, da autoria de João Antunes, permaneceu sem cobertura, até ao início dos anos 60, do século XX, altura em que o regime do Estado Novo decide terminar o edifício segundo um hipotético plano primitivo. A decisão política procurava servir-se da imagem do monumento que, teimosamente, permanecia por terminar, ao logo de várias gerações, para provar a capacidade do regime na resolução eficaz de desafios. Assim, em pouco mais de dois anos, projectou-se uma dupla cúpula em betão revestida, de pedra lioz, e restaurou-se o interior, rico em diversos tipos de rocha, num propósito que contou com o empenhamento pessoal de Oliveira Salazar. A 7 de Dezembro de 1966, por ocasião do quadragésimo aniversário do Estado Novo, Santa Engrácia era inaugurada, no mesmo ano em que a Ponte sobre o Tejo passava a unir Lisboa a Almada.
Publicação nº 570 - O Sino da Aldeia - J.P.G.
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sábado, 26 de abril de 2008
WHISKERS MAGAZINE nº 4 - onde a notícia chega sempre primeiro
ÚLTIMA HORA! Esta a fotografia possível de Alberto João, enquanto aguarda a chegada de uma vaga de fundo que o leve à presidência do PPD-PSD, primeiro, e à presidência dos Cubánes, logo a seguir. - Um serviço TUSA/Sino, em directo de Havana. 28/Abril/08 - 00:35 a.m.
EXCERTO DAS PÁGINAS INTERIORES
Kika de Castro Borges Macedo e Cunha é uma das Santanettes, tendo sempre acompanhado Pedro Santana Lopes nas suas campanhas desde que se conheceram. Morena pre-balzaquiana de olhos verdes, acedeu a falar à nossa reportagem num intervalo de uma aula de stepping no ginásio onde também Santana Lopes cuida de se manter em boa forma física.
Whiskers - Podemos tratá-la por Kika, para nossa comodidade?
Kika - O mais possível !...
Whiskers - Já conhecia Pedro Santana Lopes ou encontrou-o na esfera política?
Kika - Olhe, eu sempre conheci o Pepê. Ele era a unha e eu a carne, pecêbe?
Whiskers - ...acho que sim , já se conheciam desde crianças...e eram muito unidos...
Kika - De todo! Conhecêmo-nos há umas duas saisons, sei lá, num cruzeirote da Caras a uma daquelas ilhas com pilhas de corpos lindos, munto sol, e montes de mar à volta...
Whiskers - Ah! Pensávamos que...
Kika - Você ê intessante, miúdo! Não entendeu nada, mas é giríssimo, sei lá! Olhe, deixe, que eu explico. O Pêpê era a unha porque andava sempre a arranhar-me, pecêbe?
Whiskers - Agora, sim, mas então a partir daí nunca deixou de seguir a sua carreira política...
Kika - Mas você ê meesmo inteligente!...
Whiskers - E o que acha dele como político?
Kika - Ê um must, tá a ver?! Sem o Pepas, essa coisa da política não tem a mais piquena graça...
Whiskers - Para si, Kika, qual é a melhor qualidade de Santana Lopes?
Kika - Olhe, o Pikas vai sempre a fundo, ê como um carruncho de corrida, e acelêra mesmo até à mêta...
Whiskers - E o maior defeito...
Kika - Definitivamente, ser munto caseiro. Ultimamente temos que o arrastar para o ver em 2 ou 3 fêstas por noute... tá um caseirão, o rico!
Whiskers - Por fim, diga-nos, o que mais a atrai na sua personalidade ?
Kika - Na minha ?! Sou...
Whiskers - Não, na dele !
Kika - Ah! O olho, aquele olho verdão... e as unhas, sempre no último corte, um frisson !...
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Publicação nº 572 de O Sino da Aldeia - J.P.G.
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abril 26, 2008 -
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quinta-feira, 24 de abril de 2008
O ANTES E DEPOIS DO ADEUS
Há 35 anos vivia-se em Portugal num regime totalitário de partido único. Há 35 anos as pessoas eram presas por exprimirem publicamente opiniões políticas contrárias às do regime. Há 35 anos existia uma polícia política repressiva e assassina. Há 35 anos Marcelo era vendido no estrangeiro como um democrata liberal, enquanto acontecia o massacre de Wiryamu. Há 35 anos não se podia sair livremente para o estrangeiro. Há 35 anos Portugal era um país pobre, sub-desenvolvido, semi-analfabeto. Há 35 anos não havia igualdade de direitos entre homens e mulheres.O país agonizava com promessas que há décadas não vira cumpridas. Em África, num guerra que ninguém entendia, morriam, ou ficavam mutilados ou de outra forma marcados para sempre, muitos dos filhos da nação. Sabiam-se apenas as notícias filtradas pelo aparelho do estado. Os que se viam impelidos a trabalhar fora do país ou se recusavam a partir para a guerra, tinham que sair "a salto", como criminosos, sujeitando a própria vida numa aventura feita de incertezas. Alargava-se a corrupção dos que podiam alguma coisa, nem que fosse o simples poder de anular uma multa de trânsito ou conseguir um documento mais rapidamente. Portugal arrastava os tamancos enquanto a Europa caminhava de sapatos bem calçados.
No ar sentia-se que algo estava para contecer, tinha de acontecer, para rasgar o baraço que sufocava o povo.
Em 21 de Janeiro de 1973 deram-se as primeiras manifestações anticoloniais em Lisboa.
Mais tarde, e depois de uma primeira reunião dos capitães em Bissau, nasceria o MFA a 9 de Setembro de 1973, na primeira reunião plenária (clandestina) dos capitães, no Monte Sobral em Alcáçovas, com a presença de 95 Capitães, 39 Tenentes e 2 Alferes.
Em 22 de Fevereiro de 1974 a publicação do livro "Portugal e o Futuro", do General António de Spínola, abalou o regime e, em particular, Marcelo Caetano.
Duas semanas depois, a 5 de Março de 1974, realizou-se uma reunião de cerca de 200 oficiais dos três ramos das Forças Armadas, em Cascais, no atelier do arq. Braula Reis. Pela primeira vez se fala na possibilidade do fim da guerra colonial e no derrube da ditadura para o estabelecimento de um regime democrático. É aprovado o documento «O "Movimento" das Forças Armadas e a Nação», apresentado pelo Major Melo Antunes. Pressentindo o perigo e na tentativa de fazer abortar a avalancha que se desenhava, o Governo de Marcelo, no dia 8 de Março, transferiu os Capitães Vasco Lourenço e Carlos Clemente para os Açores, Antero Ribeiro da Silva para a Madeira e David Martelo para Bragança, com o objectivo de enfraquecer o "Movimento dos Capitães". O Capitão Clemente é levado à força para o Aeroporto, mas o "Movimento" rapta os Capitães Vasco Lourenço e Ribeiro da Silva e esconde-os. No dia seguinte, porém, os Capitães Vasco Lourenço e Ribeiro da Silva apresentavam-se voluntariamente no Quartel General da Região Militar de Lisboa, na companhia do Capitão Pinto Soares, sendo os três detidos e enviados para a Casa Reclusão da Trafaria. E a 11 de Março de 1974 Marcelo Caetano, em carta a Américo Tomás, pedia a demissão, por se sentir responsável pela publicação do livro de Spínola, pedido que não foi aceite. Três dias depois, Marcelo recebeu Oficiais-Generais dos três ramos das Forças Armadas, numa reunião que ficou conhecida como a "Brigada do Reumático", no intuito de tentar provar que o regime tinha tudo sob controlo. Em 15 de Março de 1974 apresentaram a demissão os Generais Costa Gomes e António de Spínola por se terem recusado a participar na "Brigada do Reumático".
E em 16 de Março, deu-se o primeiro ensaio para o derrube do regime numa tentativa de golpe militar . Só o Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha marchou sobre Lisboa. O golpe falhou. Presos cerca de 200 militares, alguns deles decisivamente envolvidos na preparação da "Revolução dos Cravos".
<-- Plano geral das operações - manuscrito de Otelo Saraiva de Carvalho
Cerca de uma semana após o golpe abortado, deu-se a última reunião clandestina da Comissão Coordenadora do MFA, em casa do Capitão Candeias Valente, na qual foi decidido o derrube do regime e o golpe militar entre 22 e 29 de Abril. O Major Otelo Saraiva de Carvalho fica responsável pelo "Plano Geral das Operações". A 21 de Abril de 1974 foi aprovada a versão definitiva do Programa do MFA e a 22 estava pronto o"Plano Geral das Operações: Viragem Histórica" e as Unidades Militares afectas ao MFA ficaram à espera do início do golpe militar. Por decisão de Otelo foi escolhido o Regimento de Engenharia N.º 1 na Pontinha, para instalar o Posto de Comando das operações. A 23 de Abril de 1974 Otelo Saraiva de Carvalho comunicava que as operações militares se iniciariam às 03.00h do dia 25 de Abril entregando, a capitães mensageiros, sobrescritos fechados contendo as instruções para as acções a desencadear na noite de 24 para 25, com a senha "Coragem" e contra-senha "Pela Vitória" e um exemplar do jornal Época, como identificação, para as Unidades participantes.
A 24 de ABRIL COMEÇAVA A CONTAGEM DECRESCENTE PARA A LIBERTAÇÃO DO PAÍS.
O jornal "República" , em breve notícia, chamava a atenção dos seus leitores para a emissão do programa "Limite" dessa noite, na Rádio Renascença.
24 de Abril de 1974 às 21:00 Otelo Saraiva de Carvalho fez chegar ao General Spínola a "Proclamação ao País do Movimento das Forças Armadas Portuguesas".
24 de Abril de 1974 às 22:00 Começaram a reunir-se os elementos do MFA no Posto de Comando, instalado no Regimento de Engenharia N.º 1, na Pontinha: os Tenentes-Coronéis Lopes Pires e Garcia dos Santos, os Majores Otelo Saraiva de Carvalho, Sanches Osório e Hugo dos Santos, o Capitão-Tenente Victor Crespo e o Capitão Luís Macedo.
24 de Abril de 1974 às 22:55 Os Emissores Associados de Lisboa transmitem a canção "E Depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, primeiro sinal do MFA, confirmando que tudo corria bem.
A Ditadura instaurada em 1926 teria apenas umas horas mais de vida.
A 25 de Abril de 1974, o país acordou de um longo pesadelo.
Hoje, passados 34 anos de muitas desilusões e de inegáveis avanços, direi que ainda assim valeu a pena! Que nunca mais o povo permita que qualquer poder, vestindo as roupagens que vestir, agitando as bandeiras que agitar, empurre Portugal para um novo quarto escuro.
PELA LIBERDADE, SEMPRE ! - Jorge P.G.
Fontes: C.M.O. - O Movimento das Forças Armadas
Cartoon de Fred no "República" de 30-04-74
Publicação nº 571 - J.P.G.
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abril 24, 2008 -
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terça-feira, 22 de abril de 2008
HOJE FUI AO BAÚ DE ANTIGOS BLOGUES MEUS E, DO "IT'S COFFEE TIME", SAIU ESTE...
"SONETO DE TODAS AS PUTAS"
Não lamentes, oh Nise, o teu estado; Puta tem sido muita gente boa; Putíssimas fidalgas tem Lisboa, Milhões de vezes putas têm reinado:
Dido foi puta, e puta d'um soldado; Cleópatra por puta alcança a c'roa; Tu, Lucrécia, com toda a tua proa, O teu cono não passa por honrado:
Essa da Rússia imperatriz famosa, Que inda há pouco morreu (diz a Gazeta) Entre mil porras expirou vaidosa:
Todas no mundo dão a sua greta: Não fiques pois, oh Nise, duvidosa Que isso de virgo e honra é tudo peta.
NOTA(1): Parte-se do princípio que a Nise a que Bocage se refere neste poema representa todas as putas que conheceu durante a sua vida, e, da mesma maneira que o poeta as juntou a todas para imaginar Nise, façamo-lo também nós! NOTA(2): Este soneto atribuído ao génio de Bocage é mais um dos que mostram a face mais popular e conhecida deste enorme poeta. Outros trabalhos publiquei que pretendem retratar a verdadeira dimensão universal de um poeta sério e que soube cantar talvez como nenhum outro as misérias humanas, a hipocrisia e a própria dor. Não se considere Bocage, pois, um escritor de segunda categoria e apenas dado a brejeirices e tiques de menino mal-comportado. Ele foi incomensuravelmente maior do que isso! NOTA(3): Variante sugerida pelo próprio Bocage para o verso oitavo: "Não passa o cono teu por cono honrado". Este soneto suscitou dúvidas sobre a autoria (que alguns atribuem a João Vicente Pimentel Maldonado) e inspirou várias paródias, entre as quais esta : - Jorge P.G 'SONETO DE TODOS OS CORNOS' de José Anselmo Correa Henriques
Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Corníssimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos têm reinado.
Siqueu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu a c'roa;
Anfitrião com toda a sua proa
Na Fábula não passa por honrado;
Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga letra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso; Tudo no mundo é sujeito à greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso
Que isto de ser corno é tudo peta.
~~
Publicação nº 570 de "O Sino da Aldeia" de J.P.G.
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sábado, 19 de abril de 2008
WHISKERS MAGAZINE - nº 3
Excerto da entrevista possível com as 4 testemunhas de Pinto da Costa no âmbito do "Apito Dourado Affair"
Estavam todos juntos. Preferiram assim: dar uma entrevista colectiva aos nossos repórteres.
Whiskers Magazine - Diz-se que P.C. terá telefonado a alguns árbitros. Pode confirmá-lo?
Testemunha 1 - PODE FALAR MAIS ALTO? NÃO OUVI NADA!
W. M. - E o senhor, ouviu certamente a questão que coloquei.
Testemunha 2 - Sim, sim, perfeitamente. Só não consigo é vê-lo, sabe ?! Eu não sei quem é esse senhor P.C.
W.M. - Mas pode ter escutado algum telefonema e reconhecido a voz, ou as vozes...
Testemunha 2 - Isso é verdade, podia, se estivesse cá em Portugal, mas na altura encontrava-me no Brasil de visita a uns primos, uma viagem que ganhei num concurso radiofónico, "A voz do dragão".
W.M. - Mas será que nenhum dos senhores, então, ouviu qualquer telefonema desses...
Testemunha 3 - Mmmmffff... (agitando os braços e apontando para a boca com o indicador direito)
W.M. - Está a querer dizer-nos que é MUDO?!
Testemunha 3 - Daaahh...!
W.M. - Na realidade, só nos falta ouvir a quarta testemunha. Terá então a dizer-nos algo sobra a pergunta que fiz aos quatro?
Testemunha 4 - Vi tudo, escutei tudo . Olá! E não sou mudo, olha p'ra minha língua e p'ros meus dentes... Olha!
W.M. - Espero ansiosamente que nos relate o que viu e ouviu e...
Testemunha 4 (interrompendo o repórter e metendo-se subitamente na frente das nossas câmaras) - O meu pai é o Pinto da Costa! Bilu..bilu..bilu...olha p'ros meus dentes, foi ele que mos comprou... o Pinto da Costa é o meu pai ! Quem és tu? Bilu...bilu...bilu...
W.M. - Foi esta a entrevista possível que não deixará de esclarecer perfeitamente os nossos leitores. Algures em Portugal, à porta de um tribunal, numa tenda improvisada, Repórter Móbil - Whiskers 3
Pode levar, clicando sobre a pequena imagem. Esta abrir-se-á em nova janela da qual poderá copiar para o seu blogue.
Publicação nº 569 - J.G.P.
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quinta-feira, 17 de abril de 2008
DA NORUEGA CHEGA a BURKA OCIDENTAL
INTRODUÇÃO AO "POST" SEGUINTE e EXPLICAÇÃO DEVIDA PARA A MODERAÇÃO DE COMENTÁRIOS
Porque amanhã é Sábado, alerto para a saída, logo a seguir às 00:00 horas, da edição nº3 da WHISKERS MAGAZINE, com a notícia a chegar a si sempre antes que os outros saibam.
Gostaria, porém, de comunicar aos eventuais interessados que a mesma não será enviada por mail desta vez e por três razões: 1 - Os portes estão caríssimos e não temos verba que chegue para tanta gente. 2 - Tendo enviado as duas primeiras edições a um grupo largo de pessoas que mais ou menos habitualmente aqui vêm, só de uma meia dúzia tive feed back de que as mesmas foram recebidas, o que me leva a concluir que não gostaram, não leram o correio ou simplesmente não estiveram para dar conta do recebimento, não digo agradecer, pois nada havia para agradecer. 3 - Segundo pessoa conhecida da "praça", eu tenho vindo a fazer do Sino da Aldeia "um circo" (sic), o que, segundo a mesma pessoa, lhe foi confirmado por "muitos mails" recebidos por ela dizendo-lhe exactamente o mesmo. Ora, como não sei quem são essas pessoas, pode até dar-se o caso de lhes estar a enviar "o circo" ao domicílio, coisa que de todo não pretendo. Gostaria imenso que essas muitas almas que se deram ao trabalho de ir insultar o Sino e o sineiro para caixa de correio alheia, mo dissessem abertamente aqui, para que todos saibamos o que pensam do "circo".
Porque nunca andei atrás de ninguém nem é meu hábito enviar avisos de publicação nem material de propaganda dos meus blogues, nem entrar em blogues apenas para deixar beijinhos e abraços sem o mínimo respeito pelo trabalho de quem visito, deixo apenas no número desta semana uma imagem que pode ser aberta e guardada depois à vontade de todos que o desejem fazer.De resto, já assim procedi na passada semana.
Este blogue vai em mais de meio milhar de publicações, e faltam alguns que por acidental apagamento de algumas fotos me vi obrigado a deixar como rascunho, não estando desse modo visíveis. Estou vaidoso do facto? Claro que sim! Não é de estar?
Acrescento, finalmente, que me vi na obrigação de moderar os comentários, para manter neste espaço um ambiente de sã convivência, apesar da rudeza franca e intelectualmente honesta que por vezes possa ter usado na resposta ou na discussão académica de qualquer post, honestidade que agora foi posta em causa por uma total incapacidade de quem me acusa em lidar com um fenómeno de rejeição.
Nada me custaria entrar em combate ao terrorismo, mas aqui não o faço, por respeito a quem me lê e a mim próprio. Não duvido igualmente que o descontrolo emocional, o despeito evidente, o ciume patológico, uma eventual depressão do foro psicológico/psiquiátrico, podem levar pessoas aparentemente de bem a actos perfeitamente inacreditáveis aos olhos de qualquer um. Assim, de nada me admiraria que as ameaças, as provocações para uma resposta no mesmo tom, os delírios fantasiosos sobre "catástrofes" provocadas por mim, e outros desvairos, pudessem continuar, apesar do meu absoluto silêncio quer público quer privado face à pessoa em questão, perante os últimos mails provocatórios.
Esta explicação teve de ser dada a quem cá vem com gosto e sem outras intenções, ou seja, às pessoas amigas e das quais "não me sirvo para depois deitar fora", como me foi dito por mail e nem sei se a mais alguém. O que sempre fiz foi auxiliar quem me procurou para qualquer ajuda e não me recordo de ter solicitado contrapartida que não fosse uma postura correcta e o respeito pela máxima "vive e deixa viver". No ser humano só não tolero a traiçãozinha barata, o baixo terrorismo psicológico e a estupidez. Acrescento que, seja qual for a reacção a este escrito por parte da tal "pessoa", não lhe responderei para não fazer deste espaço exactamente um "circo", a menos que veja a minha dignidade e honra atingidas, sendo que em tal caso accionarei os meios legais de defesa competentes para o efeito. -Jorge P.G.
A tradicional burka muçulmana acaba de se estrear nas passerelles da moda da Noruega, com a nova colecção da Marked Moskva. Desde a burka em padrão-tigre ou à militar e ao modelo para noivas, até às inspiradas nos trajes folclóricos noruegueses ou, ainda, uma outra com colar e boné, há burkas para todos os gostos. A ideia da griffe norueguesa é popularizar a burka como peça básica - e libertadora - do vestuário feminino. Os estilistas afirmam que ela pode dar liberdade à mulher ocidental, que assim poderá sair sem se preocupar com a maquilhagem e o penteado. Tonje Nordmo, uma das estilistas da griffe, afirmou que a burka também dá privacidade à mulher. Em baixo, uma burka de lã, com estampas que remetem às roupas dos povos lapões da Noruega. Até ao momento, e segundo a mesma estilista, não houve nenhuma reacção negativa por parte de grupos muçulmanos. Já foram criadas versões por outras marcas ocidentais, mas a griffe norueguesa foi mais fiel, mantendo a cobertura total do corpo. A ideia de criar a colecção surgiu depois de os designers da marca norueguesa terem resolvido adoptar a burka como parte do seu guarda-roupa. Mais abaixo ainda, uma versão para dormir, a burka-doll.
Modelo em lã, à esquerda, e para festas, em tecido leve. Em baixo, a burka-doll e a Burberry.
E você, irá seguir a moda? Pense só no que irá poupar em cremes, bases, eye-liners, brincos, cabeleireiro,... E na inveja que vai provocar às suas amigas por se apresentar absolutamente up-to-date!
Publicação nº 568 -J.P.G.
Sino tocado em
abril 17, 2008 -
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terça-feira, 15 de abril de 2008
O HOMEM, A MAIOR AMEAÇA AO PLANETA
Fotos Reuters e Agence France-Press(AFP)
O aumento da temperatura global derrubou mais um glaciar, segundo os cientistas. O derretimento de parte do bloco Colónia, no sul do Chile, injectou grande volume de água no lago Cachet, segundo relatou o cientista Gino Casassa, em entrevista à agência de notícias Associated Press na passada quinta-feira. Segundo o pesquisador, a água cavou um túnel de oito quilómetros através do gelo e desaguou no rio Baker que, na outra semana anterior, já estava a ponto de transbordar. O mesmo cientista salientou que as temperaturas locais estão "extraordinariamente altas" para a época. in "Veja" de 11 de Abril, 2008 -ed- online O presidente da câmara da pequena cidade de Chapayevsk, na Rússia, encontrou uma nova forma de lidar com a poluição ambiental, da qual a sua cidade é grave vítima: o abandono em massa do local, por toda a população. De acordo com reportagem da edição do domingo último do jornal britânico The Independent, Nikolai Malakhov defende que os cerca de 73 mil habitantes de Chapayevsk simplesmente mudem de casa para escapar da contaminação.
A situação lá, segundo a reportagem, é grave: 96% das crianças de Chapayevsk têm problemas de saúde decorrentes de anos e anos de contaminação do ar, do solo e do lençol freático da região. Tudo resultado das décadas em que a cidade russa abrigou indústrias de produtos usados na fabricação de armas químicas como o gás mostarda, minas terrestres e bombas convencionais. Hoje, as instalações foram convertidas para a produção de herbicidas, mas a poluição libertada ao longo dos anos não deve desaparecer tão cedo. Pior, é que Chapayevsk nem é a cidade mais poluída da Rússia, segundo os critérios de classificação do governo. Nesta imagem acima, são as chaminés de São Petersbugo a encobrirem o céu da cidade. in "Veja" de 13 de Abril, 2008- ed. online
Estes relatos bem recentes são apenas mais dois dos que conhecemos e que demonstram bem o perigo que o mundo corre se os países mais industrializados não tomarem medidas mais fortemente restritivas dos níveis de emissão de agentes poluidores da atmosfera. Ora, o Protocolo de Kioto o que é?
Trata-se de um acordo assinado em 1997 na cidade japonesa de Kioto por 189 nações, que se comprometeram em reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa em 5%, em comparação com os níveis de 1990. O principal alvo é o dióxido de carbono(CO2). Especialistas acreditam que a emissão desenfreada desse e de outros gases esteja ligada ao aquecimento global, fenómeno que pode ter efeitos catastróficos para a humanidade durante as próximas décadas. O Protocolo entrou em vigor em Fevereiro de 2005 e prevê que as suas metas sejam atingidas entre 2008 e 2012, quando expira. A intensidade do corte nas emissões de gases poluentes varia de país para país, e só foram obrigadas a enquadrar-se na regra as nações consideradas desenvolvidas.
Os Estados Unidos, maior emissor de dióxido de carbono do mundo, opôs-se ao Protocolo de Kioto afirmando que a implantação das metas prejudicaria a economia do país. George W. Bush considerou a hipótese do aquecimento global bastante real, mas disse que preferia combatê-lo com ações voluntárias por parte das indústrias poluentes e com novas soluções tecnológicas. Um outro argumento dos utilizados por Bush para refutar o acordo, foi a falta de exigência sobre os países em desenvolvimento para a redução das emissões - leia-se, principalmente, China e Índia. Espera-se que, a partir de 2009, com um novo presidente, o país mude a sua posição.
O Protocolo de Kioto vai expirar em 2012. No final de 2007, durante a 13ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Bali, na Indonésia, os 187 países participantes concordaram em iniciar negociações para formular o substituto de Kioto, que deverá entrar em vigor em 2013. O novo tratado deve ser negociado, redigido e aprovado até à realização de uma conferência da ONU prevista para ocorrer no final de 2009, em Copenhaga, na Dinamarca.
Publicação nº 567 - J.P.G.
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abril 15, 2008 -
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sábado, 12 de abril de 2008
WHISKERS MAGAZINE - nº 2
Aqui está o nº 2 da revista que lhe traz as notícias antes que os outros saibam! Esta edição tem o patrocínio de Slips Ninho, o agasalho do passarinho. Recordo que continuam abertas as candidaturas para Correspondente Whiskers em todo o espaço onde haja uma comunidade tuga
ou nas capitais de Distrito do Continente e Ilhas.
Tal como na passada semana, temos o prazer de aqui deixar um pequeno excerto das páginas da WHISKERS Magazine.
"Num local pacato da serra algarvia, os repórteres da nossa revista encontraram-nos no pequeno jardim da sua moradia. Estavam todos entretidos descascando alfarroba e trauteando alegremente um corridinho. Dissemos quem éramos e ao que íamos. Afáveis, os Irmãos Metralha dispuseram-se para a entrevista de um modo aberto e sem tiques de grandes vedetas.
Whiskers Magazine - Ora então bom dia!
Metralhas - Oi, Tuga amigo!
WM - Já chegaram há muitos dias ao Algarve?
167-716 - Há uns dois dias, apenas, mas em definitivo. Era um sonho da gente desde há tanto tempo...
WM - Como nasceu essa afeição por Portugal?
167-176 - Olhe, desde que Portugal aboliu as fronteira e nos recebeu de braços abertos. Tínhamos conseguido mais uma de nossas evasões de penitenciária lá no Brasil.
WM - E o que tinham vocês aprontado dessa vez, irmãos?
167-671 - Bah! o trivial, um assaltozito à caixa-forte do velho Patinhas, mas em que nem deu para os gastos com o material. O velho pão-duro tinha a caixa limpa. Enviara toda a grana para uma tal de off-shore, no exteriô.
WM - Ah, sim? Mas como vieram ter, então, a Portugal?
167-167 - Bom, depois da evasão, fomos à tal de off-shore primeiro. Aí, conhecêmos uns tugas bacanos. Eram dois Azevedos, o da Costa, o Loureiro - cara valente, esse, um tal de Isaltino, também nos apresentaram a um Espírito Santo, pai, que o filho viemos a encontrá despois... era uma dona, Figueiras, acho... e tinha mais, muitos tugas por lá.
167-617 - Ei, e você não esqueça aquele outro, mano,... um tal de Almeida, santos homens todos eles, viu? Companheiros porretas que nos mostraram o caminho para esse paraíso que é Portugal.
WM - Foi então que vocês começaram a ver Portugal como palco da vossa carreira criminosa?
167-761 - É, cara, aí a gente começou trabalhando como agentes secretos para o governo português, viu? A gente assaltava até caixinha de esmola em igreja... tirava doce de criança na rua, automobilista em gasolineira, fumador de cigarro, atacava velhinha em dia de receber sua pensão, olha, tudo que era português e tinha bolso, a gente "afanava", como cês falam com sotaque, né?! ...hahahaha!...
167-176 - Ué, tão lembrados, manos? A gente chegou mesmo a roubar professor quando fizemos aquele estágio no minstério do induco, lembra aí, mano 167-167?
167-167 - Hehehehe!...tou lembrando, sim, mano, bem folgado esse trabalho!
WM - Estou impressionado. Mas digam-me, vão então continuar agora trabalhando para o governo?
Metralhas - NÃAAAOO! Desta vez, a gente vem só pr'aprender cum ELE!... Óspois, a gente tá pensando em assaltar o poder e se aposentar, ué!...
WM - .........................................................................!"
Pode levar! Clique sobre esta imagem à esquerda e guarde depois no seu computador! Fica maior, sim! Com a TUSA tudo é possivel. Não faça Hot-Link, por favor.
Publicação nº 566 - J.P.G.
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abril 12, 2008 -
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quinta-feira, 10 de abril de 2008
A PINTURA CONTEMPORÂNEA DO TIBETE
São duas as razões fundamentais desta publicação. Uma, é o desejo de mostrar um pouquinho só da pintura do Tibete de hoje, já que por outros motivos bem tristes tanto se tem falado ultimamente desta região. A outra, para dar ao meu amigo/irmão Xico Cintra o gosto de ver mais amplamente divulgada uma das suas postagens, ele que teve que fechar um bonito espaço por manifesta falta de tempo.
Aproveito ainda para avisar que o próximo número d'O Sino trará o nº2 da WHISKERS MAGAZINE. É já no Sábado, dia 12. Para já está no prego, no prelo, digo. CONTO CONVOSCO. - Jorge P.G.
AH! Entretanto, e se gosta de "CHICHA", dê uma saltada até aos Bigodes do Gato! Depois não diga que não avisei!
'Morning' - Óleo (89x75cm)
'Folklore of the Xigaze Area' - Óleo
Galsang Tsering (Tibetano)
Membro da China Association of Fine Artists; Council Member da Tibet Association of Fine Artists; Director e Leitor do Departmento de Fine Arts of Tibet University. Nascido em Dezembro de 1958 em Xigaze, Galsang Tsering formou-se no Department of Arts of Tibet University em 1978. Desenvolveu estudos no Tianjin College of Fine Arts, e estudou e promoveu intercâmbios no Paris International Town of Arts. Os seus trabalhos têm sido mostrados fora da China e obtido vários prémios, estando compilados no Almanac of fine Artists of the Chinese Origin. Tsering já realizou três exposições individuais de pintura em Paris. O seu quadro 'Paying sacrifice to the Deity' (o 1º que aqui se mostra) foi exibido na Paris Autumn Saloon Art Exhibition; outro, 'Sacrifice Paying Rituals in Xikang' venceu o Outstanding Work Award of Chinese oil paintings; e a obra 'Morning'(2ª imagem) foi vencedora do Outstanding Work Award of the Eighth National Fine Arts Exhibition.
Publicação nº 565 - J.P.G.
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abril 10, 2008 -
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terça-feira, 8 de abril de 2008
LORENZO DE' MEDICI, IL MAGNIFICO - PRINCIPE DELLO STATO
Retrato póstumo de Lorenzo, por Giorgio Vasari A 8 de Abril de 1492 (alguns livros referem dia 9) falecia com 43 anos incompletos Lorenzo de' Medici, mais conhecido como Lorenzo, o Magnífico. Herdeiro de uma longa dinastia de mercadores e de banqueiros florentinos, governou Florença com o título informal de «principe dello stato», tendo a sua governação coincidido com o apogeu económico e cultural da república.
Na época, Florença "fazia a chuva e o bom tempo" na Europa, ainda que não ocupasse senão uma pequena parte da península itálica e não contasse mais do que 35 mil habitantes. No entanto, e por oposição aos grandes estados desmembrados por lutas feudais de outras eras, como a França, a Borgonha ou mesmo a Inglaterra, a pequena república oligárquica exprimia a sua modernidade de forma ímpar.
Os seus patrícios devotavam-se ao comércio e à indústria e curioso era o facto de Florença ser na época uma das raras metrópoles sem uma Universidade de Teologia. A sua moeda era o florim de ouro cunhado pela primeira vez em 1252 e que tinha curso em todo o continente europeu.
Em 1418, a catedral de Florença tinha sido dotada de um "duomo", um telhado hemisférico de uma audácia arquitectónica extrema, por Filippo Brunelleschi, marcando assim a chegada da arquitectura moderna. Uma sua estátua nos Uffizi, em Florença Florença contava ainda com artistas como Michelangelo, Leonardo de Vinci, Lorenzo Ghiberti ou Sandro Botticelli. Mas também com navegadores de talento como Amerigo Vespucci que emprestou o seu primeiro nome à América, tendo igualmente sido ele quem baptizou a Venezuela, a partir de uma palavra que significa "Pequena Veneza", pois o delta do rio Orenoco, um rio que é elemento chave da geografia venezuelana, lembrou-lhe a lagoa do Lido em Veneza. Pois Lorenzo de' Medici, que foi banqueiro, mecenas, mas também ele próprio poeta, amigo de artistas como Donatello e Verrocchio, contribuiu com o seu amor pelas artes para esta efervescência cultural da cidade-república. Il Magnifico foi um verdadeiro príncipe da Renascença, sem dúvida o maior de todos. Homens de letras e artistas diversos encontraram nele um grande amigo e impulsionador da cultura, um mecenas inteligente, culto e receptivo às novas ideias. Enriqueceu extraordinariamente a biblioteca de família enviando estudiosos que frequentavam a corte a pesquisar manuscritos preciosos por toda a Itália e ainda no estrangeiro. Sistematizou a sua colecção de estátuas antigas perto do Giardino di San Marco, propriedade sua, e fundou uma escola exclusiva para jovens artistas, reconhecida como a primeira Academia de Arte da Europa, onde estudou entre outros um muito jovem Michelangelo, que viveu com a família Medici durante alguns anos e viria a desenhar a capela na Igreja de San Lorenzo onde Lorenzo e um seu irmão repousam. Ainda hoje, quem for a Florença, mesmo sem entrar nos deslumbrantes Uffizi, pode apreciar nas pequenas e belíssimas praças do centro da cidade, perto do Duomo, talvez o maior número de estátuas de grande porte por m2 de qualquer cidade. Dir-se-ia uma exposição de escultura a céu aberto.
Publicação nº 564 - J.P.G.
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abril 08, 2008 -
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sábado, 5 de abril de 2008
WHISKERS MAGAZINE - onde a notícia chega sempre primeiro
ATENDENDO ÀS MUITAS SOLICITAÇÕES, TEMOS O PRAZER DE PUBLICAR EM SUPLEMENTO UM CURTO EXCERTO DA ENTREVISTA GENTILMENTE CONCEDIDA À "WHISKERS MAGAZINE" POR MONSENHOR ARNALDO MATOS, NO SEU CONVENTO NO BEATO.
Whiskers - Bom dia e obrigado por nos conceder esta entrevista.
Monsr. Arnaldo Matos - Com todo o gosto, meu filho. Gratia tecum! (trad. - que a graça de Deus esteja contigo.)
Whiskers - Como tomou esta sua decisão de se entregar a Deus?
Monsr. A. M. - Foi num domingo de manhã, passava eu junto da sede dos vermelhuscos, em Lisboa. Olhei para aquele estandarte e uma voz me disse: Arnaldo, estes também são teus irmãos.
Whiskers - E que voz era essa, Monsenhor?
Monsr. A.M. - A de um segurança, à porta da sede, um antigo anti-revisionista e companheiro de luta, que resistiu à crise de emprego após os anos 80, arranjando um part-time como gorila.
Whiskers - Interessante, mas como o influenciaram essas palavras ao ponto de ter abraçado esta sua nova faceta?
Monsr. A.M. - Foram uma luz que iluminou o meu caminho, fazendo-me ver o que me poderia vir a acontecer.
Whiskers - Compreendemos, mas então o que pensa hoje das sua lutas contra aquilo a que chamava o revisionismo e mesmo contra os partidos burgueses como então os classificava?
Monsr. A.M. - Vejo-os como irmãos, meu filho, como irmãos. Olha, "Gratius est nomen pietatis quam potestatis."
Whiskers - O latim não está muito dentro dos nossos conhecimentos. Poderia o Monsenhor traduzir para os nossos leitores?
Monsr. A.M. - Certamente. "Gratius est nomen pietatis quam potestatis" significa que há mais prazer na palavra amor do que na palavra poder.
Whiskers - Ah, entendemos, muito obrigado. Portanto, o amor ao próximo, hoje, é o seu desiderato principal, a sua boa luta...
Monsr. A.M. - Ipsis verbis, meu filho. "Gratuita primus venia dignissimus error"
Whiskers - ....???
Monsr. A.M. - Ah, queres que traduza, não é? Pois bem, "O primeiro erro merece perdão", ou "Quem erra e depois se emenda a Deus se recomenda.". Mas, já agora, tens cumprido os teus deveres para com Deus, meu filho?
Whiskers - Bom, na verdade eu não...
Monsr. A.M. - Não digas mais, Já entendi que és um ímpio pecador. Mas olha, aqui tens o meu cartão...
......................................................................................................................
Whiskers - Agradecemos-lhe a sua disponibilidade, Monsenhor, e pessoalmente saio desta entrevista vendo o verdadeiro caminho, a luz que me há-de conduzir.
Monsenhor A. Matos - Amen, vade, et fac tu similiter! Vai e faze o mesmo! Gratia tecum!
E ambos nos persignámos. (nota do repórter)
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ANTES QUE ESGOTE NAS BANCAS, VEJA AQUI A CAPA. UM EXCLUSIVO PARA SI!
A NOVA REVISTA "WHISKERS MAGAZINE", ONDE A INFORMAÇÃO E A REPORTAGEM CHEGAM PRIMEIRO!
WHISKERS MAGAZINE É UM PRODUTO COM A GARANTIA DE "O SINO DA ALDEIA PRODUÇÕES" EM ESTREITA COLABORAÇÃO COM TUSA - agência noticiosa
by Jorge P.G.
Publicação nº 563 - J.G.
Etiquetas: ana malhoa, arnaldo matos, bigodes do gato, china, humor, magazine, o sino da aldeia, pequim, revista, whiskers
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abril 05, 2008 -
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quinta-feira, 3 de abril de 2008
LA 500 - IL RETORNO DI UN MITO
A 8 de Abril de 2007, no meu blogue "It's Coffee Time", de que alguns estarão lembrados, apresentei-vos o novo Fiat 500 que viria a ser lançado em Torino, numa monumental festa à italiana cheia de cor, arte e música, em Julho.
Pois o novo mito já chegou a Portugal em Fevereiro, dentro de uma caixa, e tem data marcada para a sua apresentação. É já no próximo sábado, dia 5 de Abril.
Parece que as encomendas foram muitas e já se entregaram, mesmo, as primeiras chaves em alguns revendedores do país.
A enorme publicidade e a obtenção do Troféu "Car of the Year 2008" muito fizeram, entretanto, para que o pequeno CINQUECENTO possa vir a ser um êxito estrondoso de vendas. Estaremos em presença de um filho que irá suplantar o pai? Não creio fácil a tarefa, já que é muita a concorrência actualmente, mas... o Renascimento italiano aí está!
E sem que o Sino da Aldeia receba da Fiat qualquer compensação, aqui vos deixo a publicação do "It's coffee time", bem como o programa de festas e uns slides com momentos da grande festa do lançamento de Torino, em Julho passado.
Para alegria de todos os apaixonados, a Fiat anuncia para este ano, a 4 de Julho, a apresentação de um pequeno citadino célebre nos anos 50/60.
Exactamente 50 anos depois de ter visto a luz em 4 de Julho de 1957, o Cinquecento apresta-se para circular por aí moldado a novos confortos tecnológicos, após o fim da sua produção em 1975. Depois do celebérrimo Mini, teremos então a oportunidade de voltar aos nosso tempos de criança e, desta vez, já com idade para o conduzir.
São 3,55 metros de carro, um pouco mais veloz e comprido do que o seu antepassado, carro dos pobres em Itália e de êxito sem par no país e só ultrapassado pelo Mini na Europa.
Será produzido na Polónia, com a colaboração da Ford. Desta vez, terá o motor à frente e apresentar-se-á com versões a gasolina e a diesel. Os preços, em Itália, vão desde os 10 mil euros.
Digam-me lá se não apetece mesmo ter uma destas gracinhas... só lamento que as portas não abram ao contrário como nos antigos.
Publicação nº 13 de "It's Coffee Time" em 8-04-2007- JPG
No próximo dia 5 de Abril, Lisboa, vai ser palco do "Lisbon 500 Party People powered by MTV", mega evento nascido da associação da Fiat com a MTV que irá servir de cenário para o lançamento do muito aguardado Fiat 500 em Portugal.
À semelhança do que aconteceu nas apresentações em Turim e Londres - que reuniram milhares de pessoas nas ruas para assistir a vários espectáculos de música e performances teatrais - esta festa cruza música, dança, design, moda, teatro, artes circenses e projecções multimédia para a apresentação do novo 500. Masters At Work, Felix da Housecat, Dezperados e Nicola Conte são alguns dos artistas escolhidos pela MTV que vão estar presentes.
A festa começará às 17 horas na Rua do Norte, no Bairro Alto, em Lisboa, e incluirá um espectáculo teatral de 30 minutos no Largo de Camões, sobre a história dos 50 anos do 500, integrada na história recente de Portugal.
Para saber mais, visite o recém-lançado website português dedicado ao Fiat 500 em www.fiat500.com.pt
LA NUOVA CINQUECENTO - AUGURI! by O Sino da Aldeia
Em jeito de adenda, motivada por uma pergunta da amiga Isabel F., apresento a notícia que hoje mesmo li.
O OVO era um micro-modelo da BMW, o Isetta, da década de 50. Era o carro mais bem-apanhado que já vi. Um autêntico triciclo motorizado, mas com as duas rodas à frente.
Segundo o jornal alemão Bild, a BMW pretende relançar o seu Isetta, atendendo ao êxito do indiano Tata Nano que também já apresentei nos meus blogues, e aos Smart ForFour, e outros mini-carros. Depois, então, do Cinquentino, não deve tardar que a BMW se ponha a chocar outro OVO!
Publicação nº 562 - J.P.G.
Sino tocado em
abril 03, 2008 -
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terça-feira, 1 de abril de 2008
VENEZUELA - O ENSINO DE PORTUGUÊS
ESTA NOTÍCIA NÃO É UMA MENTIRA DO 1º DE ABRILHá poucos dias, li a notícia veiculada pela Lusa de que "Portugal não tem dinheiro disponível para apoiar iniciativa das autoridades venezuelanas de inclusão, a partir de Outubro, da língua portuguesa no currículo oficial de ensino", disse o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. João Gomes Cravinho salientou que Portugal "vive uma conjuntura de enormes oportunidades no que toca ao ensino da língua portuguesa e à promoção da língua portuguesa no estrangeiro conjugada com exiguidade de recursos".
O governo venezuelano decidiu incluir a língua portuguesa como disciplina opcional no currículo oficial do próximo ano lectivo, para o que vai avançar com um programa piloto em 14 escolas do Estado de Carabobo, uma importante localidade situada 250 quilómetros a oeste de Caracas. Contudo, a falta de professores poderá condicionar o desenvolvimento da iniciativa, disseram à Lusa, em Caracas, fontes relacionadas com o processo.
O secretário de Estado João Gomes Cravinho ainda referiu: "Não podemos deixar fugir estas oportunidades. É evidente que se falharmos nesta fase dos projectos-piloto, se a língua portuguesa falhar, não por qualquer desinteresse por parte dos venezuelanos na língua portuguesa, mas por incapacidade do Estado português, não estaremos a responder à altura das nossas necessidades", frisou. "Não deixaremos permitir que isso aconteça e encontraremos as soluções", garantiu.Pois bem! Ontem, li outra notícia referente ao caso e que rezava assim:"O Ministério da Educação do Brasil anunciou que o país vai colaborar com Caracas para que a língua portuguesa seja o primeiro idioma estrangeiro na Venezuela. De acordo com Leonardo Barchini, coordenador geral de Cooperação Internacional do Ministério da Educação brasileiro, os mecanismos de cooperação com a Venezuela para o ensino do Português naquele país estão a ser articulados entre a tutela da Educação e o Ministério das Relações Exteriores. Segundo Barchini, os presidentes do Brasil e da Venezuela, Lula da Silva e Hugo Chávez, respectivamente, assinaram, durante um encontro na semana passada no Recife, um acordo na área de educação que prevê, entre outros pontos, o ensino da língua portuguesa, noticia a RTP."
Entretanto, Sócrates tem programada uma visita oficial a Caracas para os próximos meses! O Comentário do Sino da Aldeia: E PARA QUÊ, Pde ANTÓNIO VIEIRA ?! O Brasil tem cinco ou seis leitorados na Venezuela e Portugal apenas um. Outros leitorados de português no estrangeiro têm sido encerrados nos últimos tempos sob o mesmo argumento: falta de verbas. Na Venezuela, muitos portugueses de 2ª e 3ª geração não conhecem sequer Portugal e dele têm apenas a referência dos nomes das terras de nascimento de pais e avós.
Sendo a Língua o maior bem cultural de um povo, quanto a mim, deixando que a sua difusão se perca, está-se a desbaratar um património insubstituível. Apesar dos seus muitos milhões de habitantes, o Brasil é um país de língua portuguesa, digamos, adaptada. O português padrão, porque é a raíz da língua, é o falado e escrito em Portugal, queiram ou não queiram os acordos todos que possam fazer. SERIA, assim, ao estado português que naturalmente competiria em primeiro lugar pugnar pela defesa e expansão do português no estrangeiro, sobretudo junto dos portugueses residentes.
Acreditava eu que o Brasil não era um país rico, já que a cada dia chegam a Portugal cidadãos brasileiros em busca de melhores condições de vida. Afinal... é Portugal que não tem verbas para promover a língua e a cultura do país no estrangeiro.
Como cidadão nacional, sinto-me envergonhado e agradeço ao governo brasileiro o que vai fazer pela nossa língua! OBRIGADO, BRASIL!
Publicação nº 561 - J.P.G.
Sino tocado em
abril 01, 2008 -
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