domingo, 28 de outubro de 2007
Flávia em coma vigil há 9 anos
NOTA IMPORTANTE: Não sendo hábito meu publicar posts sobre "dramas humanos", pois logo alguns dirão que se trata de uma forma capciosa de caça ao comentário, faço-o aqui hoje e incluído neste post porque a situação já é revoltante.
Conta-se em poucas palavras: Com 10 anos de idade, Flávia, era uma menina feliz que brincava numa piscina lá no seu Brasil querido. Num momento, a sua vida foi arruinada quando os cabelos ficaram presos e foram sugados por um ralo da piscina. Flávia sofreu várias intervenções cirúrgicas e está em coma vigil desde então. Hoje com 19 anos, a sua mãe, Odele, tem tido a coragem e o amor necessários para cuidar dela e alertar para outros casos semelhantes, enquanto aguarda que a justiça brasileira lhe devolva aquilo a que tem direito: não é a saúde da filha, essa parece não ser possível recuperar, mas parte dos gastos que teve que suportar para lhe dar uma vida digna, ou seja, o que é justo receber. Apelo assim aos poderes brasileiros para que devolvam a esta família, pelo menos, o orgulho de ser brasileira. Mais pormenores detalhados clicando aqui -->: Flávia vivendo em coma
***** O que hoje poderá ler-se foi aqui escrito e publicado há um ano, em 18 /Out./2006. E porque a experiência de um ano me serviu para reconfirmar o que então escrevi, aqui ficam de novo as palavras que muitos não leram. Sem retirar uma única ao original, hoje acrescento apenas que prefiro poucos mas interessados e sinceros comentadores a muitos que me venham dar beijinhos e dizer que gostam muito, que vão à praia ou já voltaram, que o meu blogue é uma das maravilha do mundo, e outras patacoadas do género, já que esses nem sequer lêem o que escrevo.
Continuo, pois, a afirmar: Seja Bem-Vindo quem vier por bem!
FALTAM OS OLHOS ...
Já muitos se têm perguntado. Chegou agora a minha vez. Para quê manter um blogue? Esta recente possibilidade de comunicação à distância que tem crescido no mundo de uma forma galopante nos últimos tempos, será motivada pelos mais diversos factores. Desde a necessidade de aproveitar um meio rápido de transmissão de ideias e informações, à libertação de um ego que, por não ser pequeno, pretende a leitura e a aprovação, a admiração, de quem lê. No mundo bloguístico, encontramos todo o género de autores e todos os tipos de leitores/comentadores ou não. Há os que escrevem para si próprios sem cuidar da clareza e do presumível interesse geral da mensagem, como também existem os que ambicionam abrir caminhos para reflexão, maior informação e troca de ideias. Existem os que usam os blogues como um elemento de catarse das suas inquietações e os que mais não pretendem que fazer ouvir a sua voz, sobre temas que lhes suscitam uma investigação ou uma opinião que querem partilhar com os possíveis leitores, dos quais esperam um retorno construtivo e enriquecedor. Ao longo dos meses vai-se estabelecendo uma bem curiosa relação entre pessoas que se não conhecem pessoalmente e delas se vão construindo imagens físicas e psicológicas, com base no que escrevem. Imaginamo-las novas ou mais velhas, altas ou baixas, mais gordas ou magras, louras ou morenas, sinceras ou bajuladoras, leitoras atentas ou superficiais, conhecedoras dos temas ou não,… Enfim, à distância, elaboramos delas a imagem que nos forneceram apenas através do que quiseram escrever. Fazem-se amigos virtuais, desfazem-se por vezes amizades que julgávamos sólidas, habituamo-nos a visitar certos amigos feitos e a sermos visitados por eles. Mas toda esta forma de comunicação enferma de um mal sem cura. Não vemos os olhos uns dos outros. E é nos olhos, amigos, que se desvanecem as dúvidas. Só os olhos podem explicar o que fica mal entendido, deformado pelas palavras que nunca os poderão substituir. Nos olhos se vêem os verdadeiros amigos e só através deles me conformo a perdê-los!
Publicação nº 108, em 18/10/2006 e republicado hoje, 28 de Outubro de 2007, com o nº de public. 490- Texto de Jorge G
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outubro 28, 2007 -
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sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Obrigado, Sr. Putin. - Спасибо, г. Путин .
"Este é o seu grande final. A KGB governa o país" - K.N.Borovoi, deputado da Duma, 1999
O ex-agente Vladimir Putin
Este é o homem pelo qual umas boas centenas de portugueses, trabalhando na área de Lisboa, chegaram hoje atrasados aos empregos pela manhã e a casa ao fim da tarde. Mas para assegurar a integridade de um líder que propôs a criação de um instituto para a defesa dos direitos humanos, nada é demais.
Eu fui um dos que esperaram pela sua passagem, Sinhior Priesidiente Piutin. Mas como foi bom aguardar numa imensa fila de fãs autoimobilizados que V.Exª e os restantes membros da Cimeira de Lisboa passassem na A8 a caminho de Mafra! E porque imagino que os máximos representantes portugueses não terão tido tempo ou oportunidade, ou vontade, sei lá, de o pôr ao corrente das novidades no meu país, e sabendo como foi ocupado o seu dia, bem como o dia de ontem, aqui lhe deixo uma pequena homenagem. A agenda sobrecarregada não lhe terá permitido ouvir as Manhãs da Rádio Comercial, mas porque sei que não dispensa, antes de merecido repouso diário, a leitura de "O Sino da Aldeia", eis o seu presente!
Ié sió klikiar Sr.Putin! - Только щелчок, г. Путин!
Publicação nº 489 - J.G.
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outubro 26, 2007 -
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quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Um poema - 'Narciso revisitado'
RESULTADOS Da Votação Blogstars às 07:20 de 26 de Outubro:
. LUGAR AO SOM - 28 votos (18-4ªf)+ (9-5ªf)+ (1-6ªf)
. BRIGADA DA OPOSIÇÃO I - 23 votos
. BRIGADA DA OPOSIÇÃO II- 22 votos
VOTEM EM CIMA, à ESQUERDA, POR FAVOR, onde diz "BLOGSTARS da SEMANA!
Narciso de Michelangelo Caravaggio, aprox. 1595 - Óleo sobre tela Galleria Nazionale di Arte Antica di Palazzo Barberini, Roma
Narciso revisitado
Este Narciso que agora vedes
Sou eu, filho de um rio e Liríopes,
regressado de mim
e dos espelhos
que me haveis criado.
Não me afoguei em Eco
nem ardi nas piras das ninfas,
punido por Némesis não fui.
Viajei nas nuvens
no meu carro de ouro e prata
que minha luz extinguiu
a vossos olhos.
E na gruta dos espelhos
me encerrei
nos meus amores,
em mim,
a minha Eco, o meu Amantis,
eu amei este Apolo que sou,
e não morri.
Oh, ser belo e imortal!
O centro de mim mesmo me dou.
Um poema de Jorge G.
Publicação nº 488 - J.G.
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outubro 25, 2007 -
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terça-feira, 23 de outubro de 2007
Os COMANCHE
As minhas desculpas, mas "O LUGAR ao SOM" está nomeado esta semana para Blogue da Semana, à semelhança do que ainda há pouco sucedeu com "Os Bigodes do Gato". Assim, se quiserem votar nele, agradeço que façam o mesmo que fizeram com os Bigodes: entrar no Blogstars e, do lado esquerdo, em cima, marcar o Lugar ao Som e depois clicar em votar. Desculpem o incómodo e muito obrigado. - Jorge G.
Os Comanche, uma ramificação nómada dos Índios Shoshoni do leste, viveram nas grandes planícies do sul durante os anos 1800 até à entrada do séc.XX O seu nome pode ter surgido da palavra kohmahts que significa aqueles que estão contra nós ou os que querem combater-nos. Mas os Comanche chamam-se a si mesmos Numunuh, que significa O Povo.
Os primeiros exploradores conheciam-nos como Padouca. Antes de recorrerem à utilização do cavalo e migrarem então, gradualmente, para as grandes planícies do sul, a partir das primeiras décadas dos anos 1700, eles moviam-se atacando e conquistando territórios ocupados por outras tribos como os Crow, os Cherokee, os Creek, os Choctaw e os Apache. A área que controlavam ficou conhecida por Comancheria.
Tudo indica que os Comanche foram a primeira tribo das grandes planícies no uso do cavalo para as suas deslocações e conquistas. Exímios cavaleiros e ladrões de gado, deles se sabe que forneceram os primeiros cavalos aos garimpeiros da Febre do Ouro de 1848. Eram guerreiros ferozes e comerciantes hábeis e bem-sucedidos. Presentes nas feiras de comércio da altura, os seus líderes andavam vestidos frequentemente com roupas europeias, adornos de prata e botas de bom cabedal. E tinham dinheiro. Para as feiras organizavam-se em grupos onde havia sempre um Comanche que falava espanhol, inglês e vários dialectos índios. O líder desses grupos era um hábil mercador e diplomata. Mas, acontecia que a maioria do que comerciavam era produto de roubos. Vendiam os cavalos roubados e as mulheres e crianças que haviam raptado. Os seus parentes deslocavam-se a essas feiras para os recuperarem. O rapto para “revenda” traria mais tarde aos Comanche problemas sérios com os colonos americanos, muito menos tolerantes do que os espanhóis ou os índios das aldeias. Dependiam do búfalo para a alimentação e manufactura de vestuário. Não eram uma tribo unificada. De facto mal eram uma tribo, já que se dividiam em 8 a 12 sub-nações autónomas, às quais faltava naturalmente a organização de chefia, e militar, que possuíam as demais tribos das planícies. Devido às constantes baixas ocasionadas pela sua vida belicosa, a população Comanche foi sempre conhecendo variações quanto ao número de habitantes. Calcula-se que hoje existam cerca de 11.000 descendentes de Comanche vivendo nos Estados Unidos, sobretudo no Oklahoma. Durante a 2ª Grande Guerra, um grupo de 17 jovens referidos como “The Comanche Code Talkers" integraram o exército dos USA para enviarem mensagens com informações secretas que não podiam ser decifradas pelo inimigo.
* - "Code talkers" eram soldados nativos norte-americanos que transmitiam mensagens secretas por rádio ou usando os códigos telefónicos centralizados nas suas línguas nativas.
Quanah Parker, o último grande Chefe Comanche, (1845 -1911). Filho do Chefe Peta Noconee e de Cynthia Ann Parker, uma branca, capturada em criança e criada entre os Comanche. Quanah acrescentou ao seu nome o apelido de sua mãe.
Publicação nº 487 - Jorge G.
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outubro 23, 2007 -
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segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Thomas Edison e a luz eléctrica - 22.Outubro.1879
A sua invenção, em 1879, revolucionou o mundo inteiro
Thomas Edison, que nasceu no Ohio em 1847, sempre foi um "bricoleur" de génio. Não passou mais do que 3 meses nos bancos de escola, devido ao seu temperamento instável. A mãe, antiga professora, deu-lhe as bases da instrucção e ele próprio não parou de estudar as ciências e de tentar as experiências mais excêntricas. Vendedor de jornais aos 12 anos, pouco depois instalou uma impressora num vagão e publicou um jornal. Todavia, por acidente, um dia pegou fogo ao vagão, o que lhe custou perder o seu primeiro ganha-pão.
Aos 23 anos, abriu a primeira fábrica em Newark (New Jersey) dedicada a material telegráfico. Casa-se então com uma empregada e continua a introduzir melhoramentos no telégrafo. Porém, o escocês Graham Bell inventou o telefone em 1876, o que viria condenar a médio prazo o uso do telégrafo.
Mas a Edison não importou grandemente esse facto. Sempre cheio de ideias novas, montou um laboratório em West Orange (New Jersey), o Menlo Park, que mostro na imagem acima. E ali, viria a criar o fonógrafo, tendo sido este, registado em 19 Fev. de 1878 e ao qual chamava carinhosamente "my baby", que lhe trouxe um princípio de celebridade ( Nota: Oito meses antes, o francês Charles Cros, poeta maldito e inventor nas horas vagas, registara a patente de um aparelho semelhante ao de Edison).
No ano seguinte, 1879, Thomas Edison subiu aos píncaros da glória com a invenção da lâmpada ( adiantando-se, ao que apurei, a um inglês chamado Joseph Wilson Swan ). Revelou-se então um homem de negócios avisado e instalou em New York um gerador de corrente para alimentar as lâmpadas que vendia ao município.
Edison industrializou as invenções dentro das suas próprias empresas, as quais seriam agrupadas desde 1892 em uma só com o nome bem conhecido de General Electric, mas cujo capital em breve lhe escapou.
Thomas Edison foi, porém, vítima de alguns erros de apreciação, tendo, por exemplo, vendido as suas patentes sobre ondas hertzianas ao italiano Guglielmo Marconi, um autodidata como ele, e que graças a esse facto veio a inventar a rádio. Curioso é também o facto de, sendo amigo do industrial Henry Ford, haver projectado com este a criação de automóveis eléctricos, ideia naturalmente abandonada com o aparecimento do motor de explosão.
Finalmente, e após 1903 registos de patentes, este prestigiadíssimo inventor veio a falecer com 84 anos e em plena glória, a 18 de Outubro de 1931, em West Orange. Três dias depois, em sinal de homenagem, os Estados Unidos mergulharam na escuridão durante um minuto! Esta primeira lâmpada incandescente durou 40 horas e inundou os Estados Unidos de entusiasmo. Em breve terminaria a iluminação a gás e a petróleo, perigosa e de odor desagradável.
Fontes diversas: Texto e Publicação nº 486 - J.G.
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outubro 22, 2007 -
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sábado, 20 de outubro de 2007
Afinal, este mundo é real...
Mateus 15.14 "Se o cego guiar o cego, ambos cairão numa cova"
Pieter Bruegel - The Parable of the bind leading the blind -1568 (um dos últimos trabalhos)- Galleria Nazionale, Napoli Neste mundo da blogosfera tenho encontrado de tudo um pouco, facto que nem é de espantar pois é mesmo de um mundo que se trata. Não aquele real, visível e "pisável " ("treadable" à falta de melhor adjectivo em português), mas ainda assim suficientemente esclarecedor da massa humana que o percorre.
Há quase dois anos que entrei nesta realidade supostamente virtual. De então para cá, alguma coisa tenho aprendido e muito lido. Sinto-me, portanto, habilitado pela experiência, e poder concluir que pouco difere do outro, daquele de que todos, mais, ou menos, nos queixamos e condenamos.
Desiludido não estou, antes cansado.
Sem rosto (ai os olhos, que falta faz ver-se os olhos...) nem identidade confirmadamente certa, vagueiam pela blogosfera os mais diversos tipos de criaturas humanas. E vêm os curiosos, os voyeurs, imitadores e professores, moralistas e confessores, solitários e fazedores de opinião, solidários e individualistas, egoístas à procura da sua glória, hipócritas e sinceros, mentirosos e verdadeiros, gente de bem e de trapos, formados pelas escolas e pela vida, informados e incultos, mal e bem-amados, despeitados e compreensivos, invejosos e generosos, equilibrados e radicais,...
De todos tenho encontrado e quem de nós se pode arrumar, com rigorosa verdade, em uma, apenas, destas gavetas?
Mas de toda esta massa humana há alguns tipos que não suporto: os hipócritas, os bajuladores, os mentirosos, os invejosos, os líderes espirituais, as comadres beatas .
Todos os dias esta aldeia é sobrevoada por essas sinistras figuras, algumas de noite, pela calada e com pés de veludo. E espiam, conspiram, escondidos com o rabo de fora. Sei quem são, não se melindre à toa quem estiver a ler.
Falsos profetas, moralistas do alheio, fazedores de opiniões dos fracos de espírito, vendilhões de solidariedade em embalagem plástica, pacóvios doutores, intrujões despudorados, juntai-vos, juntai-vos todos num concílio de deuses e de novos profetas, de catequistas reformados, de comadres de aldeia sem eira nem beira onde sentem os vossos gordos traseiros. Levai, levai convosco as ervas daninhas e deixai os campos florir.
Mas aqui não virão insultar a inteligência dos que a têm e a usam. Porque não vos quero, porque vos desprezo, porque não me escondo nem me disfarço. Estou aqui.
Desiludido? Não. Ainda gosto das pessoas, e neste mundo sem olhos visíveis tenho privado com gente muito boa e que é bem-vinda porque vem por bem!
Cansado, sim.
Publicação nº 485 - J.G.
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quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Pandora e a sua famosa caixa
A criação do primeiro homem ( à esq.) por Prometeu (à dir.), auxiliado por Atena (ao centro). Repare-se que a Deusa coloca sobre a cabeça do homem uma borboleta, símbolo da Alma, para lhe dar Vida.
Felice Giani (Itália 1758-1823) 50,1 x 37,4 cm Musée des beaux-arts du Canada
Datará de entre 1810 e 1815 este " Prometheus Creating the First Man "
A mulher não fora ainda criada. A versão (bem absurda) é que Júpiter a fez e enviou-a a Prometeu e a seu irmão Epitemeu, para os punir pela ousadia de furtar o fogo do céu, e ao homem, por tê-lo aceite. Chamava-se Pandora. Foi feita no céu, e cada um dos deuses contribuiu com alguma coisa para a aperfeiçoar. Vénus deu-lhe a beleza, Mercúrio a persuasão, Apolo a música, etc. Assim dotada, a mulher foi mandada à terra e oferecida a Epimeteu, que de boa vontade a aceitou, embora advertido pelo irmão para ter cuidado com Júpiter e seus presentes.
Epimeteu tinha em sua casa uma caixa, na qual guardava certos artigos malignos, de que não se utilizara, ao preparar o homem para a sua nova morada. Pandora foi tomada por intensa curiosidade de saber o que continha aquela caixa, e, certo dia, tirou-lhe a tampa para olhar. Assim, escapou e por toda a parte se espalhou uma multidão de pragas que atingiram o desgraçado homem, tais como a gota, o reumatismo e a cólica para o corpo, e a inveja, o despeito e a vingança para o espírito. Pandora apressou-se a colocar a tampa na caixa, mas, infelizmente, escapara todo o conteúdo da mesma, com excepção de uma única coisa, que ficara no fundo, e que era a esperança. Assim, sejam quais forem os males que nos ameacem, a esperança não nos deixa inteiramente; e, enquanto a tivermos, nenhum mal nos torna inteiramente desgraçados. “ A esperança é a última a morrer”.
Uma outra versão é de que Pandora foi mandada por Júpiter com boa intenção, a fim de agradar ao homem. O rei dos deuses entregou-lhe, como presente de casamento, uma caixa, em que cada deus colocara um bem. Pandora abriu a caixa, inadvertidamente, todos os bens escaparam, excepto a esperança. Essa versão é, sem dúvida, mais aceitável que a primeira. Realmente, como poderia a esperança, jóia tão preciosa, ter sido misturada com toda a sorte de males, como na primeira versão? Perante o sucedido, Zeus dirigiu a sua fúria contra o próprio Prometeu, mandando que Hefaístos e seus serviçais Crato e Bia (o poder e a violência) acorrentassem o titã a um despenhadeiro do monte Cáucaso. Mandou ainda uma águia para devorar diariamente o seu fígado que se regenerava sempre. O seu martírio durou muito tempo, até que Hércules passou por ali e viu o sofrimento do gigante. Abateu a gigantesca águia com uma flecha certeira e libertou o cativo das suas correntes. E há uma terceira versão do mito de Pandora, segundo a qual, a caixa - presente de núpcias de Zeus - conteria os bens e não os males. Quando Pandora levou a caixa a Epimeteu, abriu-a, deixando escapar todos os bens (que regressaram à origem) menos um. A Humanidade ficou entregue à sua sorte, restando-lhe apenas a esperança como último refúgio
A criação de Pandora
A criação de Pandora (ou Anesidora) por Atena e Hefesto Hefesto era filho de Hera e de Zeus (Vulcano na Mitologia Romana). Era o deus grego do fogo, dos metais e da metalurgia, conhecido como o Ferreiro divino e foi responsável, entre outras obras, pela égide, escudo usado por Zeus na sua batalha contra os titãs. Construiu para si um magnífico e brilhante palácio de bronze, equipado com muitos servos mecânicos. Das suas forjas saiu Pandora, a primeira mulher mortal. De acordo com a Mitologia, este Hefesto tem uma história curiosa, que não resisto a contar. Ele terá sido expulso do Olimpo por sua mãe Hera, desgostosa de que ele fosse coxo, e dão-se várias explicações míticas para esse defeito físico. Uma delas é que Hera discutia com Zeus a respeito de Hércules e Hefesto. Este tomou partido a favor da mãe. E então Zeus, num daqueles seus assomos de ira incontralada, agarrou no pé de Hefesto e atirou-o do Olimpo abaixo, ficando assim sob a Terra, e tendo as oficinas de metalurgia com as suas enormes forjas em Lemnos - uma ilha graga do mar Egeu.
Foto do quadro de Velásquez "La fragua de Vulcano"(1630), no Museo del Prado-Madrid
1ª publicação em "O Arauto" de 9-10-2006 . Publicação nº 483/18 Out. 2007 ( corrigida e aumentada a versão original) - Jorge G
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outubro 18, 2007 -
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A propósito do "Dia Mundial da Caridadezinha"
Quiseram que ontem, 17 de Outubro, fosse "o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza". Os jornais de hoje, nas suas primeiras páginas, não dão qualquer notícia do acontecimento. Esta capa do DN é um mero exemplo.
Por cá, juntaram-se na Alameda da Universidade de Lisboa, umas poucas centenas de estudantes.
Houve também gente dos blogues que andou a convidar, blogue a blogue, para uma reunião em sua "casa" para "um assinalar conjunto do dia contra a pobreza". E chegaram até à centena os convidados presentes.
Haverá quem diga que foi boa a intenção, outros dirão que foi oportunismo demagógico para aumentar o número de visitantes.
Animado de boa-fé, também lá estive. Mea culpa est!
Lá por fora, A ONU e organizações não governamentais reuniram-se em Genebra, onde destacaram durante as cerimónias a necessidade de criar uma sólida corrente de solidariedade internacional para lutar contra o problema, que atinge mais de 800 milhões de pessoas.
A vigésima celebração da jornada foi realizada no Palácio das Nações de Genebra, em associação com a ONG Quarto Mundo, e com a participação de entidades de direitos humanos de países do Terceiro Mundo. O director-geral da Organização Internacional do Trabalho, Juan Somavia, reiterou que "a via sustentável para a erradicação da pobreza é através da oportunidade e da recompensa de um trabalho decente".
---»«--- Mas no próprio dia 17, o DN, trazia um trabalho assinado por Maria João Caetano, de que deixo um excerto:
Na Comunidade Vida e Paz, todas as noites, três carrinhas circulam pela cidade de Lisboa para levar algum conforto aos sem-abrigo. "É muito mais fácil do que se pensa chegar a "sem-abrigo". Se não se tiver uma estrutura familiar, às vezes basta um divórcio ou ficar sem emprego. As pessoas não estão preparadas para lidar com a situação, tomam uma decisão errada, é uma bola de neve", explica a voluntária Elisabete Cardoso.
Um levantamento da Câmara de Lisboa, realizado em 2000, dava conta de pelo menos 1275 pessoas que moravam em permanência nas ruas da capital. A estes juntam-se aqueles que, tendo um tecto, não têm, no entanto, rendimentos suficientes para assegurar a sua subsistência, pelo que estão dependentes de ajudas. De acordo com o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2005, 19% da população portuguesa vivia "em risco de pobreza". Este valor correspondia à proporção dos habitantes com rendimentos anuais por adulto inferiores a 4321 euros (cerca de 360 euros por mês). Os idosos com 65 ou mais anos são o grupo de mais risco, mas se há coisa que as pessoas que trabalham nesta área já aprenderam é que ninguém está a salvo. Isabel Jonet, do Banco Alimentar Contra Fome, admite que no ano passado 216 mil pessoas beneficiaram desta ajuda em todo o País.
"Comunidade Vida e Paz, viemos trazer-lhe comida." O anúncio é quase sussurrado pelo voluntário, que aguarda um movimento debaixo dos cartões. Uma cabeça surge por entre o cobertor. A mão estendida para agarrar o saco. Duas sandes, dois iogurtes, uma laranja. A voz ensonada derrama um obrigado e logo o corpo desaparece por entre os caixotes.
"Às vezes nem acordam", conta o voluntário Pedro Melo. Mas isso não impede o trabalho das equipas. Os locais onde há sem-abrigo estão assinalados nas suas rotas - nos recantos dos prédios, por baixo de escadarias, em arcadas protectoras. Mais cedo ou mais tarde, a carrinha aparece. Às vezes nem acordam e o saquinho fica lá, como um presente deixado por um anjo para um despertar melhor. Outras vezes, o sono é interrompido para conversar, pedir um cigarro, perguntar se por acaso não terão um casaco, calças, sapatos. Os voluntários não se esquivam aos abraços nem às conversas. Estão atentos aos rostos novos, querem saber as suas histórias e estão sempre dispostos a ouvir. Às três da manhã, nos Restauradores, um homem insiste em contar a sua vida. Mais de meia hora depois, ainda todos o ouvem. "Se não formos nós com quem vai ele falar?" Não é com boas intenções nem discursos de fachada em altas reuniões regadas de Champagne, não é com "manifs blogueiras" ou de outra ordem, é no terreno e com o trabalho diário de gente solidária e pouco mais do que anónima que se vão minorando os males da miséria humana. A solidariedade não se anuncia, pratica-se. O resto é pouco mais do que conversa politicamente correcta, fogo-de-artifício na festa da caridadezinha. Pelo que me toca digo: Mea culpa est!
Publicação nº 482 - Jorge P.G.
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quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Tanta pobreza, porquê?
A pobreza - P.Picasso, 1903
O que mais dói na miséria é a ignorância que ela tem de si mesma. Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sonho, desarmando-se do desejo de serem outros.
Mia Couto
Publicação nº 480 - J.G.
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terça-feira, 16 de outubro de 2007
ADRIANO, OBRIGADO!
E de súbito um sino...
TEJO QUE LEVAS AS ÁGUAS (Manuel da Fonseca/A.C.Oliveira)
Publicação nº 479 - 16 de Outubro de 2007 - J.G.
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segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Antigas profissões e ofícios - O ALBARDEIRO
Albardeiro de S.Pedro do Esteval (Conc. Proença-a-Nova)
Os albardeiros eram os homens que faziam as albardas, as selas, os molins e os cabrestos para os burros, cavalos ou machos. Antigamente estes animais eram utilizados para transportar pessoas e mercadorias e também para lavrar a terra e tirar água dos poços, puxando as noras. Punham-se as albardas no dorso dos animais, podendo deste modo ser mais confortavelmente montados. Fabricavam igualmente os alforges para transportar os mais diversos objectos pessoais, como as compras efectuadas. Algumas pessoas tinham um cavalo chamado "carro de besta" que transportava maior número de pessoas e mais mercadoria. Para poder puxar esse carro, o burro ou o cavalo necessitava de um molim (um chumaço que era colocado debaixo da canga). Hoje em dia é possível que ainda haja mestres albardeiros em actividade, mas serão já muito raros.
Para tratar dos aprestos essenciais às laborações da tracção e da sela restam os correeiros, mas do albardeiro ao correeiro vai a mesma diferença que entre o burro e o cavalo. O albardeiro "vestia" o asinino plebeu enquanto que o correeiro trajava o equino afidalgado. Um trabalhava materiais como a serapilheira, a palha de centeio, a carneira e a folha de lata. O outro servia-se do nobre cabedal, da lã, do feltro e das ferragens nobres. Um era o operário que albardava o asno carregador dos pobres e o outro era o artífice que aparelhava a bela montada que os senhores cavalgavam com garbo e pompa. Publicação nº 478 - J.G.
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sábado, 13 de outubro de 2007
Postais antigos - Aguadeiros de Lisboa
A profissão de aguadeiro só surgiu após a construção do Aqueduto das Águas Livres, em 1799. Foi, portanto, durante o Séc.XIX e primeiros decénios do Séc.XX que estes homens foram figuras de relevo na vida da cidade. Os aguadeiros eram, na sua maioria, de origem galega. Transportavam pelas ruas da cidade barris de água que vendiam a quem passava. Abasteciam-se nos vários chafarizes de Lisboa, esperando a sua vez nas longas filas de espera e percorriam depois as ruas da cidade com os seus pregões - "Há água fresquinha! Quem quer, quem quer?"
Mas a profissão não podia ser exercida de qualquer maneira por quem quisesse. Tinham de se inscrever e de obter primeiro a autorização na Câmara e se não a tivessem pagariam uma multa. Anunciavam a água em cada rua por meio de um pregão ou de corneta, escrevendo numa tabuleta a origem da sua água. Se, por acaso, vendessem uma diferente da indicada pagariam igualmente uma multa equivalente a 1 terço ou mesmo a metade da multa por falta de licença. Eram compelidos a vender água a todas as pessoas e ao mesmo preço. Os cântaros tinham que estar tapados e não podiam deixar as pessoas beber por eles ou pelas torneiras dos depósitos. Também eram obrigados a usar ao peito um emblema da cidade, bem como a prestar auxílio à população em caso de incêndio. Nesta época ainda não havia bombeiros organizados como actualmente e, por isso, cada aguadeiro devia regressar a casa sempre com um barril bem cheio, não fosse haver um incêndio durante a noite.
Publicação nº 477 - J.G.
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Enquanto o meu povo chora...
E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. (Evangelho, segundo S. Mateus, cap.VI.5)
Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. (Mat. cap. VI.6)
A Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, é uma obra única no Mundo, desde a sua dimensão aos materiais utilizados, à decoração com obras de arte de autores de reconhecido valor, ao investimento e às soluções arquitectónicas conseguidas.
A dimensão do edifício é o primeiro aspecto que salta à vista. São 38 mil metros quadrados de área bruta de construção e 18 metros de altura, onde há lugares sentados para quase nove mil fiéis, numa assembleia circular com 125 metros de diâmetro, sem uma única coluna interior que prejudique a visibilidade para o altar entre os crentes.(Nota: diz-se ser a 4ª maior igreja católica no mundo)
O objectivo do autor do projecto, o arquitecto grego Alexandros Tombazis, era o de que “a assembleia se visse a si mesma para favorecer a sensação de se estar em comunhão fraterna”.
A parede de fundo do presbitério da Igreja é preenchida com o maior painel do Mundo em azulejo, que merece um olhar atento e demorado. Da autoria do esloveno Marko Ivan Rupnik, tem 500 metros quadrados em que predomina o tom dourado e moldado à mão em quatro diferentes tipos de ouro. O altar ostenta ainda um crucifixo enorme da autoria da irlandesa Catherine Green e uma imagem em mármore de Nossa Senhora de Fátima de mãos abertas, desenhada pelo italiano Benedetto Pietogrande.
O custo total – incluindo o mobiliário e obras de arte da Igreja e ainda o túnel rodoviário – deverá atingir os 80 a 90 milhões de euros, o dobro da verba prevista de início. O reitor do Santuário de Fátima, monsenhor Luciano Guerra, espera “publicar as contas” e garante que a construção foi financiada com as ofertas dos peregrinos." - in CM (resumido)
AH! Mas Monsenhor teve o cuidado de mandar fazer um inquérito! E dele resultou que: Mais de 80 por cento dos peregrinos, que aceitaram preencher um inquérito elaborado pelo Santuário, concordaram e “acolheram com agrado” a construção da nova igreja, que permitirá acolher os peregrinos durante o Inverno.
AGORA, DIGO EU: Tendo-se perguntado a um daqueles milhares de fiéis, na sua grande maioria gente simples e semi-analfabeta, produto ainda de um salazarismo baseado no amor e temor a Deus, se concordaria com a construcção de uma nova e grande igreja, onde pudesse vir prestar o seu culto à Senhora de Fátima ao resguardo das inclemências do tempo, abrigando-se do sol e do frio ou da chuva, o que havia de ter respondido o inquirido? E assim, enquanto o povo chora e acorre a Fátima, deixo esta pergunta: E estes dois, riem de quê?
Foto in Sapo, há 2 dias atrás.
Publicação nº 476 - J.G.
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outubro 13, 2007 -
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quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Dia Europeu contra a Pena de Morte
Só um pequeno apontamento, já que o tempo não permite uma mais ampla abordagem, mas o suficiente para não deixar de assinalar um facto deveras importante.
Organizada pelo Ministério da Justiça no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, da Comissão Europeia e do Conselho da Europa, realizou-se ontem no CCB a Conferência «A Europa contra a Pena de Morte». O ponto culminante do evento seria uma Declaração Conjunta, da União Europeia e do Conselho da Europa, a instituir o dia 10 de Outubro como o Dia Europeu contra a Pena de Morte. Esta iniciativa foi boicotada pela Polónia quando, em 18 de Setembro, vetara a decisão a nível da UE. Assim, apenas O Conselho da Europa pôde aprovar esta data de 10 de Outubro, por 46 votos a favor e a saída da sala do representante polaco.
Ficou deste modo salvo um dos grandes objectivos da Presidência portuguesa da União Europeia.
Para lá de outras razões humanitárias facilmente compreensíveis, Portugal ufana-se de ter sido o primeiro país europeu a abolir a Pena de Morte para todos os casos.
Ora, digamos que o "início" desta decisão foi dado pelo Marquês de Pombal, a quem devemos a reforma da nossa legislação civil. Com a publicação em 18 de Agosto de 1769 da Lei da Boa Razão, deixou de ter qualquer fundamento jurídico o direito consuetudinário (o dos costumes) e teve fim a extrema relevância do direito canónico nos nossos tribunais civis, pondo-se fim aos autos de fé inquisitoriais. A partir de então, passou a ser necessária a fundamentação de qualquer lei numa razão justa, senão tornar-se-ia inválida.
Assim, a pena de morte foi abolida para crimes políticos em 1852 pelo artigo 16º do Acto Adicional à Carta Constitucional de 5 de Julho. E em 1867, há 140 anos, o ministro da Justiça de D. Luís, Augusto César Barjona de Freitas, submeteu a discussão na Câmara dos Deputados uma proposta de abolição da pena de morte para todos os crimes, excepto para os militares, aprovada e publicada na lei de 1 de Julho de 1867.
Em 1911 e quando a primeira República dava ainda os seus primeiros passos, a pena de morte foi abolida para todos os crimes, incluindo os militares, por Decreto com força de lei de 16 de Março de 1911, posteriormente reforçado pela Constituição de 1911.
Porém, no meio da primeira Grande Guerra, a participação portuguesa levou a alterar a situação pela lei nº 635, de 28 de Setembro de 1916, que restabelecia a pena de morte para crimes militares em "caso de guerra com país estrangeiro, em tanto quanto a aplicação dessa pena seja indispensável, e apenas no teatro de guerra".
E apenas há pouco mais de 30 anos, em 1976, a nossa Constituição repôs o que previa a Constituição de 1911, nomeadamente com o nº 2 do artigo 24º, que estabelece que «em caso algum haverá pena de morte».
A última execução em território português terá ocorrido em Lagos, por crime civil, datando de 1846.
Mas o curioso de tudo isto estará no facto de, em San Marino, a pena de morte para os crimes comuns ter sido abolida em 1843 e para todos os tipos de crimes em 1865.
Ora, acontece que esta minúscula república que integrou os Estados Pontíficios é "esquecida" porque o seu reconhecimento é posterior a 1848, só após a unificação de Itália, e já por volta dos finais do século XIX.
Aliás, Vítor Hugo, congratula-se com a abolição da pena de morte em Portugal numa carta de 15 de Julho de 1867 a Eduardo Coelho, fundador e Director do Diário de Notícias, onde se pode ler: "Felicito o vosso Parlamento, os vossos pensadores, os vossos escritores e os vossos filósofos! Felicito a vossa Nação. Portugal dá o exemplo à Europa."
Para todos os efeitos, San Marino, em 1843; a Venezuela, em 1863; Portugal, em 1867; e a Holanda, em 1870, foram os primeiros a abolir a pena de morte.
Publicação nº 475 - J.G.
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outubro 10, 2007 -
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segunda-feira, 8 de outubro de 2007
O Sino/Grande Tema - A reconstrucção de uma cidade
14 de Fevereiro de 1945 - Dresden reduzida a cinzas
Na noite de 13 para 14 de Fevereiro, a cidade de Dresden é vítima de um dos mais brutais bombardeamentos aéreos da 2ª Guerra.
Dente por dente…
Desde o início do conflito, o Primeiro Ministro britânico Winston Churchill confia ao “Bomber Command” da Royal Air Force a missão de destruir os pontos estratégicos do inimigo. Desta forma, pretende quebrar as defesas militares da Alemanha e elevar o moral dos seus concidadãos, duramente afectado pelos ataques da aviação alemã às cidades inglesas. Porém, os ataques do “Bomber Command” unicamente dirigidos sobre zonas industriais e nós de comunicação, revelam-se cada vez mais ineficazes. Então, Churchill coloca o General Arthur Harris à frente do Comando e, a 14 de Fevereiro de 1942, decide autorizar bombardeamentos maciços às zonas urbanas. Esperava, deste modo, voltar a população contra Hitler… O General Sir Arthur Harris, desde Maio do mesmo ano, demonstra a eficácia dos tapetes de bombas incendiárias atacando a cidade de Köln. Em Agosto de 43, é a vez de Hamburg e no ano seguinte, Berlin. 1,35 milhões de toneladas de bombas são despejadas sobre a Alemanha e um relatório americano calcula em 305.000 mortos e 780.000 feridos o balanço total de vítimas dessas acções britânicas. Nem a França ocupada é poupada e recebe 0,58 milhões de toneladas de bombas que terão ocasionado 20.000 mortos.
Após o desembarque aliado nas praias normandas, os ataques anglo-saxões atingem a sua maior intensidade. Têm, porém, custos elevados. De cada vez que há um raid, 5% do equipamento britânico não regressa à base, o que significa que a aviação inglesa não pode prosseguir por muito tempo por esta via. Para além de que, ao contrário do que esperava Churchill, os bombardeamentos tendem a fazer os alemães cerrar fileiras em torno do seu Führer.
Dresden, a “Florença do Elba”, pelas suas riquezas artísticas e arquitectónicas, sofre um bombardeamento tremendo, em 15 horas, de 13 para 14 de Fevereiro de 1945, quando 7.000 toneladas de bombas incendiárias caem sobre a cidade destruindo mais de metade das habitações e um quarto das zonas industriais. Uma grande parte da cidade é reduzida a cinzas e com ela perto de 35.000 mortos dos quais são identificados cerca de 25.000.
Destruindo esta cidade de prestigioso passado cultural, o Primeiro Ministro quis aplicar o golpe de misericórdia à Alemanha nazi e destruir um centro industrial da maior importância para Hitler. E pretendeu igualmente destruir um nó de comunicação relevante entre Berlin e Leipzig, de forma a quebrar toda a resistência face ao avanço das tropas soviéticas já a escassos 130 Km da cidade. Numa interpretação um pouco mais expeculativa, igualmente terá querido mostrar a sua força aos seus “aliados” soviéticos, na perspectiva de uma futura guerra fria!
Após a queda do regime nazi, sob a tutela comunista, o centro histórico de Dresden foi reconstruído à sua imagem, com excepção do antigo Schloss (o castelo) ainda em obras. O resto da cidade foi dotado de construções modernas.
O General Harris, apelidado de “Harris Bomber” ou “Harris Butcher”, foi tornado Sir em 1942. Mas, após a Vitória, tornou-se o bode expiatório de todos os excessos cometidos durante a guerra. Foi assim que se deu o seu apagamento da lista de honrarias estabelecida pelo Primeiro Ministro Clement Attlee e rejeitado o pedido de uma medalha de guerra para o “Bomber Command”.
Dresden renasce das cinzas
A cidade não desapareceu depois do terrível bombardeamento de 1945. E ei-la, de novo, resplandescente.
2006, oitavo centenário da fundação da cidade, foi o ano da inauguração da reconstruída FrauenKirche, o seu monumento emblemático.
“A FLORENÇA DO ELBA”
Um castelo é referido pela primeira vez em 1206, no local onde se situa hoje a “cidade velha” de Dresden, nas margens do Elba, mas só no séc. XVI é que a cidade se tornou a capital do Ducado de Saxe, um dos principais da Alemanha.
O nome de Saxe vem de um antigo povo germânico que ocupava a maior parte do Norte da Alemanha e invade mesmo a Grã-Bretanha.
Ao grande Eleitor Augusto, o Forte. A Bula de Ouro de 1356, que fixa as condições da eleição do titular do Santo Império romano germânico, atribui a dignidade de Eleitor a alguns barões alemães entre os quais o Duque de Saxe.
Em 1423, o ducado e a dignidade eleitoral, à falta de herdeiros, são atribuídos à casa de Wettin, que reina sobre o margraviado de Meissen.
O eleitor Friedrich III o Sábio irá ter um papel determinante na Reforma Protestante, apoiando muito activamente Lutero.
Em 1547, Dresden torna-se a residência oficial e a capital do Eleitor e, no século seguinte, conhecerá imensas vicissitudes e danos durante as guerras religiosas e nomeadamente na Guerra dos Trinta Anos.
Em 1806, o Eleitor do Saxe muda o título pelo de Rei, tornando-se mais prestigiado graças à indulgência de… Napoleão I. O novo reino sofre com as rivalidades entre a Prússia e a Áustria antes de ser absorvido pelo Império alemão em 1871. A partir de então, Dresden passa a ser uma metrópole alemã como outra qualquer.
Der Zwinger, antigo castelo condal de Dresden e obra-prima do barroco alemão
A seguir à 2ª Guerra mundial, a cidade, ou o que dela restou, passa pela tutela soviética e torna-se parte integrante da RDA ( a República Democrática Alemã) até 1991, ano em que se deu a queda do Muro de Berlin com a reunificação das duas Alemanhas. É então reconstruída à pressa com grandes espaços monótonos, mas com um esforço particular quanto aos monumentos mais representativos da antiga cidade, em particular o Zwinger, palácio do Grande Eleitor Augusto, O Forte. Obra principal do barroco alemão, foi reconstruído à semelhança do original em 1963.
Uma reconstrução escrupulosa
A seguir ao bombardeamento de 1945, a Frauenkirche (Igreja de Nossa Senhora), um templo protestante inaugurado em 1743, estava sob a forma de um enorme monte de pedras e de dois panos calcinados de cobertura das paredes ( parte escura à esquerda da imagem). A sua reconstrução foi decidida em 1992, pouco após a reunificação. No desfazer do monte de pedras foram encontrados a cruz do cume e o altar. Este, restaurado, foi recolocado no seu lugar inicial, enquanto que a cruz se encontra exposta no interior.
Em seguida, veio a reconstrução propriamente dita, que apelou a métodos tradicionais. Abaixo, podemos ver a célebre perspectiva das margens do Elba, inspiradoras de tantos pintores.
Dresden e as suas margens, e o orgulho de uma frota de 12 barcos com um século de existência
Tradução e adaptação de Jorge G - Publicação nº 474 - J.G.
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outubro 08, 2007 -
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sábado, 6 de outubro de 2007
E de repente... A FESTA "OSCARINOS 2007-08"
Amigos:
Por volta de Março/Abril, comecei a sentir aquilo que depois viria a apelidar de "A febre das correntes". Foram os Thinking Blogger Awards, que desde logo me suscitaram uma certa perplexidade, pois "pensantes" ... todos os blogues devem ser. E então, de repente, numa daquelas noites em que as ideias nos assaltam, decidi criar um "prémio" pessoal e intransmissível, um reconhecimento do mérito e da dedicação de companheiros destas aventuras, mas que nada tivesse a ver com "correntes" ou obrigatoriedades de afixação nas nossas montras. Surgiram assim os OSCARINOS 2006-07 que alguns de vós ainda ostentais nas vossas páginas.
Eis que surgiu a altura de repetir a graça. Vou nomear e atribuir os OSCARINOS 2007-08, significando uma vez mais o meu reconhecimento pelo mérito do vosso trabalho e um incentivo para 2008, tendo seguido um critério inteiramente pessoal e muito provavelmente injusto para muitos de vós.
Sem mais, passo a revelar-vos as categorias e os respectivos nomeados e vencedores.
ARTES GRÁFICAS VENCEDOR: - "Art&Design" e "Braganzónia" ex-aequo Outros Nomeados: - "O Blog da Nalga"
CRIATIVIDADE VENCEDOR: - "O Blog da Nalga" e "Wehavekaosinthegarden" ex-aequo Outros Nomeados: - "Art&Design" e "Braganzónia"
CRÍTICA SOCIO-POLÍTICA VENCEDOR: - "O Guardião" e "Zé Povinho" ex-aequo Outros Nomeados: - "Braganzónia"; "Querubim Peregrino" e "Ecos e Comentários"
FOTOS/IMAGENS VENCEDOR: - "Ecos do tempo" ; "Espaço de Generalidades" e "Que Conversa" ex-aequo Outros Nomeados: - "A Recalcitrante" e "No esquecimento"
HUMOR INTELIGENTE VENCEDOR: - "O ContraBlog" e "O Corcunda da Torre do tombo" ex-aequo Outros Nomeados: - "Espreitador" e "O Blog da Nalga"
REALIZAÇÃO VENCEDOR: - "A Recalcitrante" e "Páginas Secretas" ex-aequo Outros Nomeados: - "O ContraBlog" e "Sons no Silêncio"
RESISTÊNCIA VENCEDOR: - "Flávia vivendo em coma" e "O Pafúncio" ex-aequo Outros Nomeados: - "Do Mirante" e "Oficina de Palavras"
REVELAÇÃO VENCEDOR: - "Campoemflor" e "Sexta-Feira" ex-aequo Outros Nomeados: - "O Profano" e "Páginas"
TEXTO ORIGINAL VENCEDOR: - "A Papoila"; "A Arca-Velha"; "Sophiamar" e "Urzeira" ex-aequo Outros Nomeados: - "Espreitador"; "O ContraBlog"; "O Pafúncio" e "Que conversa"
----- »« ----- AOS VENCEDORES, aos nomeados e a todos os outros que têm contribuído para manter vivos os nossos espaços, endereço os PARABÉNS.
Ainda aos vencedores, os vossos Oscarinos ser-vos-ão enviados em anexo de mail, bastando para tal que me forneçam um endereço electrónico, visto que não tenho o e-mail de todos.
Os Oscarinos são vossos. Façam deles o que quiserem. Exibam-nos, guardem-nos, recusem-nos, façam o que quiserem menos transaccioná-los, eheheheh!....
Eles são só vossos!
Atenção: Os vossos Oscarinos são de 125x147 pixels. Se pretenderem ligeiramente mais pequenos é só dizerem, mas não menos do que 120x141 que será, digamos, o mínimo aceitável. Ok? Não dei mais do que um a ninguém, para evitar uma corrida de oscarinos pelas vossas páginas abaixo. Eheheheheh!...(isto no caso de os lá quererem pôr, o que de nenhum modo é obrigatório!)
Um abraço do Jorge G.
Publicação nº 473 - J.G.
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outubro 06, 2007 -
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quinta-feira, 4 de outubro de 2007
SPUTNIK - faz hoje 50 anos que...
A 4 de Outubro de 1957, a então URSS colocou em órbita o primeiro satélite artificial da História, o Spunik 1 (nome russo que significa "companheiro de viagem").
O engenho, uma pequena bola equipada com rádio transmissores, com um diâmetro de 60 cm e pesando 83,6 Kg, foi posto em órbita por um foguetão a uma altitude de 900 Km. Em 96 minutos, era capaz de completar uma volta à terra. Rapidamente o seu «bip-bip» se tornou familiar ao homem.
Um mês depois, a 3 de Novembro seguinte, os soviéticos lançaram o Sputnik 2, desta vez transportando para o espaço uma cadela chamada Laika, que morreria no decurso da viagem.
Este feito teve a sua origem na equipa de cientistas alemães que trabalhavam nos foguetões V2 de Hitler e que, de bom ou mau grado, entraram ao serviço dos vencedores da Segunda Guerra Mundial. O lançamento do Sputnik aconteceu em plena guerra fria e após a selvática repressão dos soviéticos de um levantamento na Hungria. Vários jornalistas americanos compararam então o lançamento do satélite com o ataque surpresa dos japoneses a Pearl Harbour em 1941.
Na época, o pequeno engenho veio provar que a América já não era uma espécie de fortaleza geográfica e os cidadãos americanos tomaram consciência que deixavam de estar ao abrigo de um ataque por mísseis nucleares. Pior que isso, e bem no auge da disputa pela supremacia aos olhos do mundo, a URSS adiantara-se na Corrida Espacial.
Iuri Gagarine
Foi deste modo que o Sputnik 1 deu início à corrida no Espaço, que continuaria com o triunfo de Iuri Gagarine (que em 12 de Abril de 1961, deu a volta à Terra em 108 minutos a bordo do foguetão Vostok 1, a 327 Km de altitude) e concluir-se-ia com o pequeno passo de Neil Armstrong sobre a superfície lunar - "Um pequeno passo para o Homem, um grande passo para a Humanidade", como disse Armstrong, que havia preparado esta frase antes da partida e a submetido à superior aprovação da NASA! Recordo que este passo na lua é hoje posto em causa por muitos sectores, que defendem que as imagens que vimos em 1968 foram de uma montagem americana. A Guerra fria estava então muito quente! E lembro ainda que, em 25 de Maio do mesmo ano, 1961, o Presidente John Kennedy prometera aos americanos e ao mundo, num discurso ribombante, que um americano caminharia sobre a superfície da Lua antes do final do decénio! Apollo 11 ou o prometido triunfo da América ?
Desculpem, mas como ninguém lá foi, trago-a cá eu, esta publicação de Agosto de 2006! O título que lhe dei era:
Alguém terá aí por casa um filmezito que a NASA perdeu ? The moon landing NASA Lose Moon Films Updated: 09:39, Monday August 14, 2006 ( in Sky News ) NASA has lost the original footage of man's first steps on the moon. Neil Armstrong's historic moment was seen by 600 million people in July 1969, but according to NASA the original tapes have been mislaid in their vast archive. They are now trying to track them down through paperwork dating back 35 years. The television broadcast came from a camera that was pointed at a black and white monitor back on earth. According to officials the footage could lay to rest the conspiracy theory that the landings were faked on a Hollywood sound stage. Despite being the best record of the historic event, NASA simply filed the tapes away with other records. A spokesman for the space agency said: "We're trying to track them down through the paperwork created at the time. "But it's 35 years ago! So, it's a challenge."
E estive eu acordado uma noite inteira em 1969 para isto ?
Regressa, ó Pessa ! Jorge G. 14-08-2006
Texto e Publicação nº 472 - J.G.
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outubro 04, 2007 -
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segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Birmânia - A reacção tardia
OS MÉTODOS POUCO MUDAM! - "Dinero a cambio de una manifestación pro Junta Soldados birmanos peinan las calles de los barrios más pobres de Mandalay, la segunda mayor ciudad del país, en busca de ciudadanos a los que ofrece dinero para que participen en un acto público a favor del régimen, ha informado hoy la radio opositora Mizzima. Miembros de grupos paramilitares progubernamentales como la Asociación para el Desarrollo y la Solidaridad de la Unión ofrecen a los residentes 3.000 kyat (unos 2,20 dólares) si participan en la manifestación, que presumiblemente se celebrará hoy o mañana y que pretende contrarrestar las protestas contra la Junta Militar que lideran los monjes budistas." in "El Pais" de hoje.
Cadáver de um monge encontrado num rio de Rangoon
A IMPUNIDADE CONTINUA NA BIRMÂNIA
Depois da Junta usurpadora do poder ter levantado o cerco policial a dois templos em Rangoon por estar certa de que a "Revolta do Açafrão" estava esmagada, com cerca de 1500 pessoas desaparecidas nos útimos dias, ouvem-se as primeiras vozes, de Mr.Bush e de Mr. Brown, e dão-se os primeiros passos por parte das Nações Unidas no sentido de encetar conversações com os ilegítimos detentores do poder na Birmânia.
Ibrahim Gambari, um antigo ministro nigeriano dos Negócios Estrangeiros, chegou este sábado ao país, voando directamente para Naypyidaw, a capital-fortaleza recentemente estabelecida pelo regime, bem no interior da selva birmanesa.
A cor das túnicas levou ao nome de "A Revolta do açafrão Mas o Sr. Gambari foi forçado a regressar a Rangoon sem lhe ter sido concedido um encontro com o General superior Than Shwe. Em lugar desse meeting, o enviado das NU entregou uma mensagem condenando as acções do primeiro-ministro, do ministério dos negócios estrangeiros, e dos ministros da informação e da cultura.
O ministro da informação afirmou que um meeting com a junta militar no poder está agora agendada para amanhã, terça-feira. Entretanto, Gambari já se encontrou com a Senhora Aung San Suu Kyi, a líder da oposição birmanesa ( na 1ª foto).
Miss Suu Kyi foi levada da sua casa na University Avenue, onde passou 12 dos 18 anos de prisão domiciliária a que a condenaram os militares, e conduzida para o extremo oposto da rua para uma guest house do governo, onde se encontra o enviado das Nações Unidas. Quase universalmente admirada pela sua integridade, passou muitos dos recentes anos num quase completo isolamento, sendo por isso um líder político ainda sem um teste de fundo efectuado. Contudo, alguns diplomatas ocidentais consideram o nigeriano um fraco negociador. Um comentador apontou igualmente o facto de que a Junta apresenta fortes e profundas atitudes racistas, o que provavelmente prejudicará as negociações com um "black man". Não é a chuva que afasta da luta os manifestantes Diplomatas estrangeiros acreditam que pelo menos várias centenas de monges budistas e de activistas políticos foram postos fora de cena no auge da sangrenta repressão da última semana contra a maior manifestação pro-democracia em quase 20 anos. A Thailand-based Assistance Association for Political Prisoners (AAPP) calcula que mais de 1500 pessoas tenham sido eliminadas do palco dos acontecimentos na semana passada.
Os mais sinistros relatos que circulam nas casas de chá das ruas da capital falam do modo como mais de 200 pessoas foram mortas desde 6ª feira, com os seus corpos alegadamente incinerados em local secreto, a duas horas de carro ao norte de Rangoon.
"We heard that one of the victims turned out to be still alive when they started burning them, and began screaming, but the soldiers just continued regardless, because they had their orders," afirmou Mr Kyaw, um manifestante.
(Ouvimos que uma das vítimas estava ainda viva quando a começaram a queimar, começando a gritar, mas os soldados continuaram indiferentes, porque essas eram as ordens que tinham.)
Fontes: Telegraph U.K., Sic, D.D. - Texto e Publicação nº 471 - J.G.
Sino tocado em
outubro 01, 2007 -
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