O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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domingo, 30 de setembro de 2007
BURMA - A BRUTAL REPRESSÃO
RANGOON - ÚLTIMAS IMAGENS EXCLUSIVAS DO TELEGRAPH U.K.
Despite a crackdown by the ruling military junta which has closed off all formal lines of communication to the country the Telegraph brings you these exclusive pictures taken from inside the capital Rangoon. A man listens to news on the radio while another reads a paper.
Apesar da Junta militar ter fechado todos as linhas formais de comunicação no país, o Telegraph traz imagens do interior da capital, Rangoon. Um homem ouve rádio enquanto um outro lê um jornal.
An empty Shwedagon Pagoda. The Pagoda has been closed by the millitary. Yangon was quiet this morning. Um Pagode Shwedagon vazio. O mesmo foi encerrado pelos militares. Rangoon estava calma esta manhã.
Burmese police secure the streets of Rangoon to prevent the prostestors from massing up
A Polícia de Burma faz a segurança das ruas de rangoon para impedir que que os manifestantes se reúnam massivamente.
A pro-democracy activist throws a rock at suspected undercover police who drove past a demonstration in Rangoon
Um activista pro-democracia atira uma pedra a um supostamente disfarçado veículo policial que passava junto de uma manifestação na capital.
Defiant Monks in their monastery. They had been told by their abbot not to protest because he did not want them to be killed.
Monges resistentes, no mosteiro. O seu líder tinha-lhes dito para não se manifestarem porque não queria que fossem mortos.
Fotos e texto original do Telegraph de 30/09/07 - Tradução, adaptação e publicação nº 470 de Jorge G.
"I believe Human Rights will prevail. The world is praying and supporting Burma people's fight against those bloody murders. China and Japan should do more, much more to stop this slaughter." Jorge G. (Portugal)
Deixei esta mensagem no site que podem visitar em:
Os monges budistas encabeçam os protestos contra o regime militar. O exército carrega. Os mortos vão sendo divulgados: um jornalista japonês que fotografava foi morto.
O principal veículo de comunicação internacional para relato do que se está a passar em Myanmar (antiga Birmânia) foi hoje interrompido.
Quem o afirmou foi o responsável local das telecomunicações, segundo o qual a interrupção foi causada por "um dano num cabo submarino" . Depois de dois dias de intensa repressão dos militares sobre os manifestantes em protesto, o principal canal de difusão de informações e de fotografias dos dissidentes birmaneses desapareceu.
Entretanto, os grupos editoriais decidiram suspender as suas publicações por causa do agravamento da situação em Rangoon, a principal cidade do país, e onde é impossível assegurar a distribuição dos jornais.
A decisão é "voluntária", disse um responsável pelo sector. Três dias após o início da repressão, o "stop" da junta militar birmanesa às ligações Internet no país, pretende calar os blogues que desde há dias fazem circular em todo o mundo notícias e fotos dos protestos em Myanmar e da violência do exército.
Amordaçar a Net constitui o melhor meio de silenciar os protestos e os contactos entre os dissidentes.
"Burmese journals suspend publication due to government demands Sep 28, 2007 (DVB)–Many privately-owned weekly news journals in Burma have decided to stop publication in protest at official demands to publish pro-government propaganda. Burmese authorities are ordering the publications to print articles written by state media and other stories blaming the All Burma Student’s Democratic Front and the National League for Democracy for the protests. “They are forcing us to publish their announcements and propaganda in our publications and we can’t let them do that to us,” said a Rangoon journalist. Kumudra, Seven Days, Pyi Myanmar and many other news journals have decided to stop or suspend publication, and have already informed the censor board of their decision. Rather than give the real reason for their decision, they blamed the ongoing instability which is preventing journalists from being able to go out and report. The journalist said that reporters from the weekly journals were this morning invited by information minister brigadier-general Kyaw Hsan to a domestic media informational tour to be organised by the censor board. Those who wanted to attend were asked to put their names on a list. The journalist compared the current situation with that during the 88 uprising. “In 88 journals published news about the riots and shootings, but it is not as easy to do that now. The situation has changed – soldiers are shooting at everything now – so we can’t do it,” said the journalist." - http://english.dvb.no/news.php?id=481 Reporting by Nay Htoo
Em Myanmar, neste momento, pratica-se a mais primária repressão sobre a liberdade de opinião e expressão. - J.G.
"Os Bigodes do Gato" já ganhou! COM 131 VOTOS = 54.81 % dos 239 votos entrados. Obrigado a todos os amigos do Bigodes.
RESULTADOS da Nossa Votação: 2ª feira - 24 votos 3ª feira - 23 votos 4ª feira - 18 votos
5ª feira -20 votos
6ª feira - 22 votos
Sábado - 13 votos
Doming - 11 votos
TOTAL -131 votos
Recordo, entretanto, que esta votação é independente da que se faz para "Destaques da Semana", onde o Sino da Aldeia consegue manter-se vai para 4 meses. E também do voto normal do selo em que se diz "Sim" à pergunta do Blogstars "este blogue merece o selo dourado".
TEMOS QUE VOTAR NOS BIGODES, como já fizemos em Julho para O Sino da Aldeia. Em cada dia vota-se 1 vez por computador. COMO ? 1 - Carregamos sobre o selo do Blogstars que aqui está ao lado direito. 2 - Abre-se então a página amarela do Blogstars e, em cima e à esquerda, vê-se um quadro semelhante ao que abaixo coloquei. 3 - Carrega-se na rodinha que aqui deixei a branco para seleccionar o blogue que queremos eleger ( Bigodes do Gato) 4- Então, fica uma bolinha acesa dentro da tal rodinha, sinal de que está seleccionado, e carrega-se em 'VOTAR'. E já está !
ESTE É O QUADRO QUE PODERÃO VER NA PÁGINA DO BLOGSTARS, EM CIMA E À ESQUERDA.
BLOGSTARS DA SEMANA
Segunda feira o mais votado
* o -bigodesdogato.blogspot.com
* o -cuidedenossosanimais1.zip.net
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VOTAR
Resultados ...
MUITO OBRIGADO A TODOS OS QUE TORNARAM ISTO POSSÍVEL A UM BLOGUE QUE NASCEU HÁ CERCA DE UM MÊS E MEIO, em 5 de Agosto de 2007.
Não, decididamente, ele há dias em que um pacato cidadão não devia ter de suportar certas coisas.
Abrindo os jornais, depararam-se-me hoje várias notícias daquelas que nos deixam prostrados e com vontade de dar meia-volta e regressar a vale de lençóis. Senão vejamos:
- Logo pela manhã, num daqueles jornais que nos são distribuídos enquanto aguardamos pelo abrir do verde nos semáforos, li a notícia - que depois tive o cuidado de confirmar no site do Ministério da Defesa Nacional - segundo a qual os governos de Portugal e da Holanda, assinam hoje, em Lisboa, "Princípios de Entendimento (Principles of Understanding) referentes à transferência de 37 Carros de Combate Leopard 2A6 para o Exército Português" (textualmente a partir do site do M. Defesa Nacional ).
Ainda de acordo com essa fonte oficial, "Trata-se agora, em particular, de continuar o processo de modernização da Brigada Mecanizada do Exército (sedeada em Santa Margarida), que confere às forças terrestres o poder de fogo, a mobilidade táctica em todo-o-terreno e a protecção necessária para levar a cabo operações de combate em qualquer tipo de ambiente operacional. Os novos Carros de Combate Leopard 2A6, considerados internacionalmente como equipamentos de elevada sofisticação tecnológica e reconhecidas capacidades, têm uma blindagem de terceira geração, maior mobilidade, autonomia e capacidade de fogo, quando comparados aos carros de combate actualmente ao serviço do Exército português, e que datam do início dos anos 80. O documento que irá ser assinado – Princípios de Entendimento – pretende estabelecer o enquadramento jurídico da relação entre as partes e será a base para a redacção de um outro acordo, relativo à transferência(repare-se na subtileza da palavra), no futuro, de 37 Carros de Combate Leopard 2A6 para Portugal. Os Órgãos de Comunicação Social que pretendam assistir à cerimónia deverão comparecer no Museu Militar, em Santa Apolónia, até às 11h15."
Nota: os sublinhados e entre -parêntesis são meus. O que é engraçado é que o mesmo site oficial não refere que os carrunchos serão comprados à Royal Netherlands Army, que provavelmente os terá adquirido à Alemanha, país que os fabrica.
Numa época de contenção e de sacrifícios de toda a ordem exigidos aos cidadãos portugueses, nada melhor do que assinar um acordo para a "transferência" destas modernas máquinas de guerra. A menos que, devido à notável capacidade dos carros que até lhes permite atravessar rios, se destinem em tempo de paz a efectuar com plena segurança a travessia do Tejo e o belo percurso fluvial Porto-Gaia, sem aumento dos preços para os utentes.
Depois, li outra notícia que rezava assim:
- O monsenhor Luciano Guerra, há cerca de 30 anos reitor do Santuário de Fátima, revelou que os custos da nova Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, já contabilizados os acessos, deverão "ir aos 70 ou 80 milhões de euros, numas contas ainda por fechar, ou seja, o dobro do inicialmente estimado. "Espero um dia publicá-las"(as contas), afirmou na conferência de imprensa que se seguiu à visita. "Tudo pago com dinheiro que os peregrinos ofereceram a Nossa Senhora", enfatiza Monsenhor Luciano Guerra, afirmando-se convencido de que "uns 80% dos peregrinos concordam com a obra".
A inauguração está prevista para 12 de Outubro (!) e integra-se nas comemorações dos 90 anos sobre a última das aparições que se acredita que Nossa Senhora fez perante os pastorinhos. Será consagrada pelo cardeal Tarcísio Bertone, actual secretário de Estado do Vaticano, na qualidade de legado pontifício enviado pelo Papa Bento XVI., Quando nasceu a ideia de um novo templo para acolher pequenas multidões em recinto fechado, o Santuário apontou um orçamento indicativo de 40 milhões. A obra veio, então, a ser adjudicada à Somague por cerca de 50 milhões, mas esta empresa deparou-se com custos adicionais nos trabalhos nas fundações(!) da igreja, que chegaram a obrigar à colocação de estacas a 32 metros de profundidade em zonas de rocha. Assim o Monsenhor justificou este aumento para o dobro do previsto. Que Deus Nosso Senhor tenha estado presente na conferência de imprensa!
Segundo o DN de hoje, "...à vista desarmada, parece tudo muito atrasado, mas a entrega da chave está prevista para terça-feira, dia 9. Ao longo de quase três anos que demorou a edificar, a igreja foi a maior obra de construção civil que se realizou no País, segundo os responsáveis da empresa construtora a Somague Engenharia,SA.O projecto é do arquitecto grego Alenxandrus Tombazis que idealizou um espaço de comunhão para nove mil crentes sentados; um recinto fechado, iluminado exclusivamente com luz natural projectada a partir da cobertura através de uma espécie de sancas que coam os raios e criam uma atmosfera propícia à meditação e joga com as obras de arte que constituem a iconografia. É o caso do painel de cerâmica dourada com 500 metros quadrados colocado na parede atrás do altar. Um retábulo para concentrar as atenções dos fiéis e tem à frente, em primeiro plano, um Cristo monumental. O arquitecto realça a orientação dada à entrada principal da igreja feito de modo a deixá-la em linha recta com a actual basílica. Essa que, segundo o reitor, "fica para celebração em honra dos pastorinhos".
- Bom, e já nem falo do mundo a assistir à matança dos monges birmaneses pelo governo repressor, nem dos novos números do Circo McCann... e ainda menos da luta de galarós que leva o PSD à total describilização e Sócrates ao Olimpo. Aliás, o mesmo mostrou-se muito satisfeito com os resultados obtidos pelo seu famoso Simplex... Pudera! - Ainda para cúmulo, enquanto trabalhava pela formação dos miúdos deste país, roubaram-me as escovas do limpa pára-brisas do carrinho que paguei com o parco fruto do meu trabalho. Digam lá, tenho ou não tenho motivos para estar piurso ? !
SOLICITO O VOSSO VOTO, POIS ACABEI DE RECEBER O SEGUINTE MAIL:
blogstars.com.br deixou um novo comentário na sua mensagem "DOMINGO - Bonecos & Imagens":
Informamos que este BlogStars esta concorrendo ao selo dourado do dia 24/Setembro/2007 à 30/Setembro/2007 - Confira no site blogstars.com.br !
Observação : O BlogStars que ficar na segunda colocação no final da votação da semana voltará a concorrer durante a próxima semana - valido apenas para 2 (duas) semanas seguidas.
Publicada por blogstars.com.br em Os Bigodes do Gato a 24 Setembro, 2007
Ontem, fui surpreendido pelo Blogstars, anunciando-me que 'OS BIGODES DO GATO' estava escolhido para concorrer esta semana a Blogstars da Semana. (Desconheço os critérios de escolha dos 5 blogues semanais concorrentes). O 1ª classificado, em 1 de Outubro, ficará com o direito de ostentar o selo dourado. O que fazer, então?
TEMOS QUE VOTAR NOS BIGODES, como já fizemos em Julho para o Sino da Aldeia. Por cada dia vota-se 1 vez por computador. COMO ? 1 - Carregamos sobre o selo do Blogstars que aqui está nos Bigodes do Gato. 2 - Abre-se então a página amarela do Blogstars e, em cima e à esquerda, vê-se um quadro semelhante ao que acima aqui coloquei. 3 - Carrega-se na rodinha que aqui deixei a dourado /acastanhado para seleccionar o blogue que queremos eleger ( Bigodes do Gato) 4- Então, fica uma bolinha acesa dentro da tal rodinha, sinal de que está seleccionado, e carrega-se em 'VOTAR'. E já está !
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MUITO OBRIGADO A TODOS OS QUE TORNARAM ISTO POSSÍVEL A UM BLOGUE QUE NASCEU HÁ CERCA DE UM MÊS E MEIO, em 5 de Agosto de 2007.
Entretanto deixo-vos este vídeo de carinho que me foi enviado por pessoa amiga. Obrigado, Maria Pereira.
A Vila Sousa está localizada no Largo da Graça, 82 e foi construída em 1890. O edifício de grande imponência, ocupa uma área substancial do largo e apresenta a fachada exterior decorada de azulejos. O acesso faz-se porintermédio de um portão de ferro e, no seu interior, o largo é cercado por casas contíguas de doise quatro pisos.
Não há registo histórico do aparecimento dos primeiros pátios em Lisboa, mas sabe-se terem origem na civilização Árabe. Sendo esta uma sociedade de fortes laços comunitários, os pátios não só permitiam convivência entre vizinhos mas também, ler e ensinar o Corão num ambiente intimista. No séc. XII, aquando da conquista de Lisboa, os pátios são transformados em quintas ou pequenas hortas. Lisboa era uma cidade que crescia sem planificação, para além das muralhas, dispersando-se pelos vales do sopé da colina do Castelo e Alfama, com construções ao sabor das necessidades, sinais do tempo que haveriam de perdurar durante toda a Idade Média, e se prolongariam até ao Terramoto de 1755. O pátio medieval é um sucedâneo do pátio árabe, mantém os mesmos traços físico-urbanísticos e os mesmos propósitos sócio-comunitários, sendo as quintas e hortas de novo transformados em pátios.
A partir do séc. XV são vários os factores que levam ao aparecimento de novos espaços. A instalação da Corte no Terreiro do Paço altera o tecido social da colina, promovendo a deslocação dos grandes senhores que constroem os seus palácios junto da Corte Real. Como consequência, os pátios perdem o seu estatuto intimista para fazer parte da grande azáfama das cidades portuárias e comerciais. No entanto, é na parte mais antiga da cidade que se dão as alterações mais significativas: os pátios são ocupados por uma franja de população mais pobre, tornando-os menos próprios para habitação, aparecendo também novos tipos resultantes da ocupação de antigos pátios de palácios deixados no esquecimento.
Até ao século XX estes espaços irão funcionar como habitação, assim como o próprio edifício que, por sua vez, irá dar nome ao pátio. Com o surgimento da industrialização, a cidade de Lisboa recebe uma franja de população de operários. Procurando sítio para se alojarem, estas acomodações, geralmente fornecidas pelos próprios proprietários fabris, adquirem o nome de "vilas", que não são mais que pátios da era contemporânea, normalmente constituídas por dois ou três andares separadas por uma rua e isoladas do exterior por um portão. É neste século que lhes é dada a devida importância como espaço social importante no meio arquitectónico português.
Pátios e Vilas:
Vila Sousa- localizada no Largo da Graça, 82.
Vila Berta - localizada na Rua do Sol à Graça.
Vila Rodrigues- situada na Rua da Senhora da Glória, 142.
Pátio do Barbosa- sito na Travessa das Mónicas e Calçada da Graça, fica num dos poucos edifícios que não ruíram com o terramoto - o Palácio dos Senhores da Trofa.
Bairro Estrela de Ouro- localizado entre a Rua da Graça e a Rua da Senhora do Monte.
Pátio de D. Fradique- situado na colina do Castelo, entre o Beco do Maldonado e a Travessa do Funil. Trata-se de uma dependência do antigo Palácio de Belmonte, cuja construção parece remontar ao século XV.
Pátio das Cozinhas - adquiriu o nome da rua que lhe dá acesso e está situado dentro do recinto da Alcáçova. Corresponde ao antigo palacete pombalino, transformado em unidade hoteleira. A área não se restringe ao palácio mas, também, aos antigos jardins. Todo o recinto está decorado com azulejos da segunda metade do séc. XVIII, sendo o muro do topo do pátio decorado com cenas bucólicas e campestres alusivas a dois santos: São Francisco de Paula e São Marçal.
Pátio de José Pedreira - situado na Rua de Santa Cruz do Castelo, este pátio preserva muitas características mouriscas.
Pátio da Pascácia - igualmente conhecido por Pátio da Sociedade - localizado na freguesia de Santa Cruz do Castelo. O nome original deve-se a uma conhecida parteira da freguesia. O recinto pertence a uma antiga casa apalaçada do séc. XVII.
Pátio dos Quintalinhos - Situa-se em Alfama e a entrada é na rua das Escolas Gerais. Acede-se a ele através de um portão em ferro aberto no muro alto, mostrando a integração do pátio no edifício do nº 3 desta rua.
Pátio do Curvo - Alfama. Tem acesso pela rua do Paraíso. Considera-se como uma dependência do palácio que se encontra defronte e que pertenceu aos Curvos Semedos, hoje totalmente descaracterizada.
Pátio da Cruz- Este pátio é identificado por Norberto de Araújo nas suas "Peregrinações em Lisboa" como Pátio das Canas e localiza-se no coração de Alfama, na Rua da Galé (perpendicular da Rua de São Miguel junto ao Largo de S. Rafael). Trata-se de um pátio onde a singeleza domina e o popular se mistura no bairrismo de Alfama. Na verdade muitos dos ambientes pitorescos e populares de Alfama abundam nestes pátios, mas são os becos, travessas, escadinhas, largos e calçadas que completam este conjunto tão singular de Lisboa.
Eunuco é um homem cujos testículos foram removidos. O mais antigo registo de castração intencional para criar eunucos vem da cidade suméria de Lagash no século 21 a.C. mas foi muito praticado na Ásia, sobretudo na China antiga.
Zhang He
Eunucos famosos Zhang He foi um explorador chinês do século XV. Realizou viagens por mar pelo sudoeste asiático e pelo Oceano Índico. Chegou à India, ao Mar Vermelho e a Moçambique. No entanto, segundo o Gavin Menzies, autor do bestseller do New York Times "1421 - The Year China Discovered America" (2002 UK/2003 USA), Zheng He teria chegado até ao continente americano e mais além. É de notar que existem várias formas de transliteração do seu nome, o que pode causar confusões. Foi capturado quando jovem e castrado, como era comum na época, para servir na corte chinesa de então. Mais do que isso, veio a tornar- se um grande navegador.
Bagoas (ou Bagoi no idioma persa antigo) foi um eunuco natural da Pérsia que faleceu no ano de 336 a.C.
Crê-se que era de uma beleza incomparável e que tenha sido um dos cortesãos/amantes preferidos de Alexandre, o Grande. No entanto, segundo Plutarco, Alexandre teria escrito uma carta denunciadora a Dario acusando Bagoas como um dos organizadores do assassinato de seu pai Filipe II.
Bagoas e Alexandre
O apóstolo Filipe e o eunuco da rainha Candace
O eunuco de Candaceterá sido o primeiro emissário cristão a África.
Candace era um lugar ou o nome da rainha?
“E levantou-se, e foi; e eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para adoração...” (Novo Test. - Actos dos Apóstolos, cap.8.27). A expressão bíblica “eunuco de Candace” jamais pode ser interpretada como se estivesse a referir-se a uma localidade, pois o texto é explícito em mostrar que o termo Candace se refere à rainha, e não a uma região com tal nome. Por outro lado, Candace também não se refere directamente ao nome da rainha. Na realidade, o termo era um título conferido a uma espécie de dinastia de rainhas guerreiras que detinham o poder do império Méroe, no Egito, pouco tempo antes da era cristã.
***
“…A estrela que apareceu no Oriente aos Magos guiou-os até ao presépio, e não apareceu mais. Por quê? Porque muitos gentios do Oriente, e doutras partes do mundo, são capazes de que os pregadores, depois de lhes mostrarem Cristo, se apartem dele e os deixem. Assim o fez S. Filipe ao eunuco da rainha Candace, de Etiópia: explicou-lhe a Escritura de Isaías, deu-lhe notícia da fé e divindade de Cristo, baptizou-o no rio de Gaza, por onde passavam, e assim que ficou baptizado, diz o texto que um anjo arrebatou S. Filipe, e que o não viu mais o eunuco: "Cum autem ascendissent de aqua, Spiritus Domini rapuit Philippum, et amplius non vidit eum eunuchus", ou seja, Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo. (Actos dos Apóst. 8.39).
"Desapareceu a estrela, e permaneceu a fé nos Magos; desapareceu S. Filipe, e permaneceu a fé no eunuco…" in “Sermão do Espírito Santo” de Padre António Vieira”
Muito mais conhecida é a generalização da castração no mundo árabe, graças aos eunucos do harém.
O Império Bizantino foi o primeiro a utilizar os eunucos como cantores nas igrejas, como conta o canonista Teodoro Balsamoni no séc.XII. Ainda que não se possa estabelecer uma relação directa entre a castração e o canto, toda a Europa medieval se viu afectada por este fenómeno. Existiam inúmeros conceitos para que as numerosas famílias italianas castrassem um dos seus filhos em plena idade de ouro dos "castrati", já que todas queriam ter um artista na família. E igualmente em França a castração não era menos comum. uma estatística da Sociedade Real de Medicina realizada em 1676, menciona mais de quinhentos casos de meninos castrados por hérnia.
Uma bula do Papa Sixto prova que os castrados eram claramente admitidos desde há tempos na península Ibérica mas, então, seriam todos verdadeiros "castrati"? Esta dúvida prevalece também sobre o grupo de cantores espanhóis da "Capilla Pontífice" em Roma. Se bem que os arquivos do Vaticano do séc. XVI não o mencione, é muito provável que dois nomes de músicos tão célebres como Francesco Soto e Giocomo Spañoleto fossem verdadeiros "castrati".
Durante os primeiros anos do Séc. XVII assistiu-se a uma política sempre ambígua da Igreja que condenava a castração e ao mesmo tempo acolhia os melhores "castrati". E da Itália, a castração começou a difundir-se por toda a Península em meados do Séc.XVI, para atingir o seu ponto culminante durante o séc. XVIII.
Relativamente aos nossos dias, acho muito curiosa esta afirmação do historiador David Starkey: “É interessante a semelhança da ambição dos pais dos castrati e a forma como astros jovens também são produtos da ambição dos seus pais. É horrível como os astros infantis de hoje são forçados a adoptar essa artificialidade como forma de vida; forçados através desta roda viva a atingir o estranho e desejado status de estrela”.
Fontes várias - Tradução, adaptação e publicação nº464 - J.G.
Peço desculpa aos amigos que continuam a vir aqui à procura de novidades e aguardam comentários meus nos seus blogues. Não me é possível satisfazer nem uma coisa nem outra, de momento. A abertura do ano lectivo levou-me grande parte da disponibilidade que tinha. Espero entre amanhã e 5ª feira, poder publicar aqui e visitar-vos.
Entretanto, apresto-me para tentar ver o debate dos garnizés. Assim o sono mo permita! Um abraço.
Sim, eu disse que não voltaria a falar do assunto, mas não cumpri!
Caso Madeleine
Dono da Virgin oferece 150mil euros aos McCann
Richard Branson, o mediático proprietário do grupo britânico Virgin, ofereceu 150 mil euros aos pais da pequena Madeleine McCann, desaparecida em Maio na Praia da Luz, para custear a sua defesa, noticia hoje o Sunday Times.
O jornal publica além disso uma sondagem do instituto YouGov revelando queapenas 20% das pessoas inquiridas consideram os pais totalmente inocentes.
Perto de metade delas (48%) crêem que eles poderão ser responsáveis pela morte da sua filha, mesmo que de forma acidental, e 32% disseram não ter opinião formada.
O dinheiro oferecido por Branson servirá para pagar os honorários de advogados e as despesas de relações públicas contratadas por Kate e Gerry McCann, que se encontram na situação de arguidos em Portugal.
Richard Branson, que mantém contactos regulares com o casal, conta reunir em torno do seu nome outros milionários para aumentar o fundo, esperando que este venha a ser elevado a um milhão de libras (1,5 milhões de euros).
«Sir Richard pretende que os McCann tenham acesso aos melhores aconselhamentos jurídicos. Isso facilitará um processo judicial equitativo e permitirá que todos os factos sejam conhecidos», declarou ao jornal uma fonte próxima do milionário
O casal McCann recrutou um prestigiado gabinete de advogados londrino para assegurar a sua defesa, mas renunciou a utilizar para pagamento dessas despesas o fundo criado para procurar Madeleine. (NOTA: RENUNCIOU, NÃO, OS GESTORES DO FUNDO NÃO O PERMITEM!)
Um porta-voz da família anunciou sábado o lançamento nas próximas semanas de uma nova campanha de afixação de cartazes na Europa para ajudar a encontrar a criança.
Com um custo avaliado em 80 mil libras (cerca de 120 mil euros), a campanha será financiada pelo Fundo Madeleine, que dispõe de um milhão de libras (1,45 milhões de euros).
SOL / Lusa ,16 - Set.- 07
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A loba lá continua mas não tem quem alimentar. Entre a noite de quinta e as primeiras horas de sexta-feira, alguém roubou do Parque Lezama, em Buenos Aires, as figuras de bronze de Rómulo e de Remo, que completavam o conjunto escultórico. A falta das peças foi descoberta cerca do meio-dia por pessoal da limpeza.
" Os ladrões saltaram a cerca que protege a escultura e, supomos, que arrancaram as figuras a golpes de martelo e de corta-ferros, aproveitando-se de um certo nível de impunidade que sempre existe em locais abertos durante a noite", afirmou ao El Clarin de Buenos Aires o director dos "Espacios Verdes de la Ciudad", Gustavo Roleri. Ainda segundo um funcionário, entre as 7:30 e as 18:00 o parque localizado entre as ruas Defensa, Brasil, Paseo Colón e Martín García é vigiado por quatro guardas, mas que de noite se retiram.
A escultura, conhecida como "Loba romana" ou "Loba capitolina", é uma obra do artista argentino Gonzalo Leguizamón Pondal. Foi doada em 1910 pela cidade de Roma para comemorar o centenário de La Revolución de Mayo e foi inaugurada a 21 de Abril de 1921. Trata-se de um conjunto integrado pela loba e dois "angelotes" de 30 centímetros de altura, que foram agora levados. As figuras são de bronze e representam Rómulo e Remo, ainda que também simbolizem os rios Tibre e de La Plata.
No momento da sua doação a escultura estava avaliada em 30 mil pesos argentinos (cerca de 7 mil euros ao câmbio actual). Hoje, segundo Roleri, o seu valor é incalculável. "Es la obra lo que vale, no tanto el bronce con el que está hecha. De todas formas, ya estamos trabajando sobre los documentos gráficos de la época para reconstruir las figuras".
Há mais de 1500 anos os Bosquímanos(Bushmen em inglês), ou san, ainda ocupavam a maior parte do sul de África, embora venham a ser rechaçados desde há 4 mil.
Povo primitivo deste imenso continente, deslocavam-se livremente pela África Austral até os povos bantu, criadores de gado, se mudarem da África Central para a Austral há 4 mil anos. Rechaçaram os san para regiões secas, como o Kalahari. A chegada de colonos brancos por volta de 1600 levou a mais espoliação, escravidão e matança deste povo. No século passado, a criação de gado intensiva, a agricultura, a exploração mineira e a preservação da fauna foram outros tantos motivos de opressão dos bosquímanos. Hoje em dia a população san é de pouco mais de 60 mil pessoas (48 mil no Botswana, 3 mil na Namíbia, 4300 na África do Sul, 2500 no Zimbabué e 300 na Zâmbia; e no ano de 2003 foram localizados 3500 no sul de Angola).
Pastores san
Tal como os primeiros povos doutros lugares, desde os nativos americanos aos maoris, os san foram vítimas de discriminação, miséria, exclusão social, desgaste da identidade cultural e negação dos direitos.
No Botswana são depreciativamente chamados «Basarwa» (aqueles que não fazem criação de gado). "Imundo como um bosquímano" é um insulto vulgar.
Rapaz san treinando o arco e a flecha
Contudo, os bosquímanos fascinam os antropólogos com a sua extraordinária capacidade de sobrevivência e riqueza de tradições. As suas danças com rituais curativos e as pinturas rupestres milenárias transformaram-se em ícones culturais africanos. Ironicamente, o logotipo do parque nacional do Botswana é uma pintura bosquímana.
Em 1961, o regime colonial britânico formou a Reserva do Kalahari expressamente para proteger o habitat, a fauna e o estilo de vida único dos seus residentes: os bosquímanos. Quando o Botswana se tornou independente, em 1964, a sua Constituição proibia que outros povos além dos san se instalassem na reserva.
Maior do que a Dinamarca, com os seus 52.600 quilómetros quadrados, a reserva é uma das zonas de África mais remotas e mais preservadas, uma savana de capim macio e manadas de antílopes.
Existem igualmente reservas diamantíferas. O grupo de defesa dos povos indígenas Survival International,com sede no Reino Unido, considera que os bosquímanos são realojados para permitir a exploração dos diamantes pelo Governo, em sociedade com a empresa sul-africana De Beers. O Governo diz que a exploração dos depósitos diamantíferos da reserva não seria rentável.
Separados do seu estilo de vida e das campas dos seus antepassados, que consideram ter um poder curativo, os bosquímanos viraram-se para o álcool, para a mendicidade e para a prostituição. A tuberculose e a sida instalaram-se. A sua cultura foi desvalorizada, a sua auto-estima baixou.
O realojamento forçado de cerca de 2500 residentes da reserva deu origem a protestos internacionais e manchou a imagem do Botswana como país democrático. Na primeira acção de realojamento, em 1997, 1740 pessoas foram transferidas para os colonatos de New Xade e Kaudwane. A New Xade os san chamam "lugar da morte". A vegetação rasteira em redor não tem nada que seja comestível, nem fauna. Apesar do hospital acabado de construir, das escolas e das casas dos funcionários governamentais - os san vivem em palhotas -, New Xade é um lugar desolado e juncado de lixo. A polícia patrulha os bares sórdidos onde as pessoas bebem cerveja desde manhã e vigia as filas para receber embalagens de alimentos. Em 2004, os residentes apedrejaram a polícia, que tinha prendido cinco homens por caça furtiva de um kudu (antílope grande) no interior da Reserva. A caça é sagrada para os bosquímanos. «O desenvolvimento que o Governo nos oferece não inclui nada daquilo que nos orgulhamos», diz Gakelebone. «No mato sabemos como sustentar a família, mas no New Xade dependemos de esmolas». A vizinha África do Sul reconhece os direitos dos povos autóctones e devolveu terras à comunidade Khomani San.
Mas o Botswana não reconhece os san como primeiros habitantes. «As normas internacionais reconhecem o direito dos primeiros povos à sua cultura e à sua terra», diz o advogado Roger Chennels, que representou os Khomani San. «Isto é um caso exemplar em África de justiça para povos autóctones». Aqui se incluem também os pigmeus da África Central e os caçadores da África Oriental.
Regresso às terras de onde foram expulsos
O destino do estilo tradicional de vida deste povo dependia de uma acção judicial que começou a ser analisada em julho de 2004 pela Justiça do Botswana. Três juízes decidiram se os san teriam ou não direito a viver de modo tradicional na sua terra ancestral, na Reserva de Caça do Kalahari Central (RCKC).
E finalmente, em finais do ano passado, um tribunal do Botswana calculou que mais de mil bosquímanos haviam sido injustamente expulsos da Reserva de Kalahari e concedeu-lhes permissão para o regresso a uma terra que ocupavam há 20 mil anos, por dois votos a um. Assim, a partir de então, chegada cada alvorada, homens, mulheres e crianças de novo se espalham pela savana à procura de alimentos, como fazem há pelo menos 20 mil anos. O Kalahari não tem segredos para os caçadores-recolectores da etnia san, também chamados bosquímanos. Em poucos metros quadrados descobrem raízes alimentícias, escaravelhos comestíveis, folhas medicinais e água em tubérculos suculentos. Até o veneno de escorpião é utilizado para molhar a ponta das flechas destes mestres caçadores.
Eles nada mais queriam do que regressar a casa, colher o que a Natureza lhes dá e caçar, para viver em paz como sempre fizeram.
Fontes: "Survival International Tribe" ; Expresso; El País; Textos de Mercedes Sayagues adaptados por Jorge G.; Fotografias de Stephen Corry/SURVIVAL.
Bodhisattvaé um termo do budismo que designa seres de sabedoria elevada que seguem uma prática espiritual que visa remover obstáculos e beneficiar todos os demais seres.
A expressão significa, em tradução literal do sânscrito, "ser (sattva) de sabedoria (bodhi)". O coreógrafo chinês Zhang Jigang criou uma apresentação para contemplar a "Deusa da Misericórdia com seus Mil Braços", ou "A Kwan Yin de Mil Braços", da mitologia budista. A dança foi apresentada por 21 bailarinas que se posicionavam numa longa fila, criando para os espectadores uma fabulosa ilusão de que era uma única deusa.
O "China Disabled People's Performing Art Troupe" é um grupo de jovens chinesas todas surdas e apresentou este fabuloso espectáculo já em 2005, no Festival da Primavera.
No Budismo Mahayana, um/uma bodhisattva tem a firme compaixão de auxiliar todo o ser no seu caminho para o mais alto estádio do desenvolvimento, para a completa iluminaçao de um Buda. Este tipo de determinação é conhecido por bodhicitta ("citta" - mente). Permanecendo neste mundo de constante renascer (samsara), o/a bodhisattva toma votos para alcançar o Budismo tão rapidamente quanto possível e assim se tornar mais capaz de ensinar o Dharma* até que todos os seres atinjam de igual modo "a iluminação". Uma outra concepção comum é a que diz que ele atrasa a sua própria entrada no Nirvana para salvar e libertar todos os seres.
*Dharma é a Lei Natural, em sânscrito; o Caminho para a Verdade Superior será o seu significado espiritual.
Em resumo, imaginemos simplesmente o bodhisattva dizendo: "Se eu souber nadar e outro ser não souber, então é justo ficar para trás neste mundo para o auxiliar até que ele saiba salvar-se do afogamento.
Fontes várias na Internet. - Adaptação, Tradução e Publicação nº 460 de J.G.
Um casal de médicos ainda jovem passa férias no Algarve. Jantam no restaurante do aldeamento, a uns metros do apartamento onde deixam três filhos - dois gémeos e uma menina mais velha mas ainda demasiado pequena, pelos vistos, para jantar com os pais.
Quando regressam, segundo contaram, a menina tinha desaparecido. Contactada a polícia, esta procede às primeiras recolhas de dados no local, inquirições breves e depoimentos dos pais. Não se sabe ao certo quanto tempo decorreu entre o regresso ao apartamento e o contacto com a polícia.
Sem outros sinais que apontem para um crime de homicídio, tudo leva a crer que ocorrera um rapto.
Os meios locais empenham-se na busca da criança e dos presumíveis autores do crime. Como é habitual em casos de rapto, aguarda-se nas próximas horas qualquer contacto dos raptores. Nada acontece. As buscas são infrutíferas e ninguém é contactado.
Meios técnicos mais sofisticados são disponibilizados pelas autoridades policiais inglesas, que logo são envolvidas no caso. Vão surgindo mais dados, a casa de um cidadão vizinho é passada a pente fino e este é dado como presumível implicado no desaparecimento da criança e dado como arguido no processo. Nada se encontra que aumente as suspeitas que a polícia possuía.
O tempo vai passando e, como sempre sucede em casos destes, a criança é "vista" nos mais diversos locais. A polícia continua a correr atrás do raptor, ou raptores. Maddie não é encontrada, nem tão pouco o seu corpo.
Entretanto, os pais, lançam a maior campanha mediática de que há memória, afirmando sempre a sua convicção de que a filha estaria viva. Sem se perceber bem como, a diplomacia inglesa envolve-se totalmente na ajuda àqueles pais, como se o desaparecimento desta criança fosse um caso único na Grã-Bretanha. O que é certo é que são levados até ao Papa. Surge um movimento internacional de solidariedade para com aqueles pais que heroicamente resistiam à dor e ao cansaço do passar dos dias sem notícias que lhes pudessem aumentar as esperanças de encontrar a filha. Milionários internacionais colocam verbas avultadas ao seu dispor, para que as buscas não parassem, para que todos os meios tivessem para prosseguir na procura da garota.
Viajam por vários pontos da Europa, com uma força que considero sobre-humana e sem que se perceba bem a lógica desse périplo. Sem dramas de maior, continuam a fazer a sua vida de pais com os gémeos, enquanto se desdobram em conferências de imprensa e insistindo sempre na convicção de que Maddie estaria viva.
O circo estava montado!
Diariamente a lotação esgotada. A comunicação social a seus pés, na procura de uma palavra a mais para vender bem a história. A opinião pública conquistada em definitivo com os ingredientes do argumento. Os tablóides ingleses em guerra aberta contra a polícia portuguesa, como se as autoridades e os meios tecnológicos e outros ingleses não estivessem presentes desde a primeira hora.
No circo, o argumento estava pronto: um casal inglês em terra estranha e vivendo o drama como vítimas não só da sua desgraça, mas de uma polícia incompetente de um pequeno país periférico, com uma comunicação social ávida de defender a polícia e atacar as pobres vítimas. Só um padre anglicano parece estar sempre presente, fornecendo-lhes a chave da igreja, cujas portas se fecham quando entram. Que mente, que não fosse distorcida, se atreveria a pôr em dúvida a verdade do heróico par?
Sangue(?)ou um fluido, ou cabelo, ou fragmento de pele, foi encontrado num carro alugado algumas semanas depois pelo casal, e sangue no próprio quarto onde é suposto ter ficado Maddie a dormir com os irmãos. Mais uma vez, são os ingleses, num laboratório da máxima credibilidade, que vão realizar as análises para determinar o DNA, e que demoram mais do que o previsto.
E finalmente, chegadas às autoridades da PJ, estas pela primeira vez ouvem o casal em separado. Um e outro, em consequência, são considerados arguidos no processo. Saem em liberdade de movimentos, apenas lhes tendo sido lavrado um Termo de Identidade e Residência, que o seu advogado indicou como sendo em Inglaterra. Partiram, então, e foram recebidos por uma viatura em plena pista do aeroporto. Deram entrevistas a todas as cadeias de TV do país. Consumava-se o regresso dos heróis à pátria.
E agora, sabe-se, que embora não se considerando minimamente envolvidos no desaparecimento da filha, ainda assim, são assistidos em Inglaterra por dois advogados "feras", um que defendeu Pinochet, outro que é, por exemplo, advogado do jogador de futebol e milionário capitão do Chelsea, John Terry. Sabe-se ainda que são profissionais que se fazem pagar à altura do seu enorme prestígio, um dos quais cobra entre 500 e 800 euros à hora. Pergunto-me desde quando estes homens assistirão os McCann!
Não vou naturalmente dizer mais do que aqui digo. Porque não sei e porque não devo. Tenho uma opinião formada desde há mais de 3 meses sobre o caso, mas nada conheço para além do que tem vindo a público.
Só sei que nunca vi o casal McCann olhar ninguém nos olhos. E que sangue-frio ambos revelam, para quem perdeu uma filha e há quatro meses se mantém em cena na pista, como figuras de pedra do cenário!
O primeiro artista é o verdadeiro artista. Ediuardo Couráte,um cantor de charme, traz-nos a versão internacional de um grande êxito seu, "O oceano azul", aqui com o título de "Blue Ocean", que é em estrangeiro. Também possui outros admiráveis sucessos, como: O Oceano Verde, O Oceano Amarelo e o Oceano Vermelho. Lamento não ter procedido à tradução do poema mas não falo a língua desta versão internacional da composição. Atenção:O clip deve ser visto e ouvido até ao fim!
De seguida, apresento-vos um outro estrondoso sucesso, este vindo da fria e longínqua outra ponta da Europa, mais precisamente da Finlândia. Trata-de de um fantástico cover, que não se deve perder, restando-me apenas a dúvida em determinar de quem mais gostei, se do fabuloso intérprete...se do escultural e sincronizado corpo de baile!
Nas pontas desta velha Europa mora a verdadeira colidade musical. Ora vede, vede!
GREGORIUS - NMKY (Finnish YMCA cover)
Tanssi- ja liikuntaesitys (Hepskukkuu, 1979)
"dance and exercise number" Finnish cover of Village People's big hit YMCA, from 1979
Keyboards: Olli Ahvenlahti Guitar: Heikki Laurila Bass: Pekka Pohjola Drums: Nappi Ikonen Dancers: Jari Samulin Group
Videon suuri suosio johtanut mainintaan lehdistössä! Due to great popularity, this video made the headlines in Finnish printed media! http://tinyurl.com/ysh4hj (Helsingin Sanomat) http://tinyurl.com/25r9oj (Ilta-Sanomat)
Localização:No deserto peruano,15 graus de latitude sul, entre 73 e 75 graus de longitude oeste.
O Enigma:Do ar, sobre o deserto de Nazca, vê-se o chão ganhar vida com enormes linhas desenhadas de figuras geométricas e de aranhas, aves, peixes, lamas, condores, cobras, flores de 6 pétalas e aureolados deuses.
Existem figuras mais compridas do que 2 campos de futebol; algumas das linhas têm 60m de comprimento. Calcula-se que lá estejam desde há 700 a 1500 anos. Desenhadas no solo, expondo a terra amarela que fica por baixo da superfície escura do terreno, as linhas ali têm permanecido porque há pouca chuva e erosão no local. No final da planura estão estátuas, construções e gravuras. Uma é um rochedo duplo de perto de 4m de altura que parece representar uma cabeça humana, mas contem desenhos de pelo menos 14 cabeças que mostram, simbolicamente, 4 raças humanas. Um Inca, Tupac Yupanqui, afirma: "O homem branco das estrelas criou-as… criou-as à sua semelhança, à semelhança dos estrangeiros que vivem nos quatro cantos do mundo…”
Muitas das gravuras só podem ser vistas numa determinada altura – a uma hora do dia, em uma época do ano – quando a luz as atinge num determinado ângulo. Daniel Ruzo, um explorador peruano, tirou uma fotografia de um baixo-relevo gravado numa colina que mostrava a face de um homem velho. Mas o negativo da foto apresentava a de um jovem. E algumas estátuas e gravuras são de animais não originários da América do Sul – tartarugas, leões africanos e camelos, por exemplo.
Quem foi autor das linhas e das gravuras? E como as fez? Algumas explicações: A Drª Maria Reiche, uma astrónoma alemã, passou 20 anos a fazer mapas das linhas de Nazca do cimo de uma alta escada. Relacionou os seus resultados com posições do sol, da lua, e das estrelas, e acha que as linhas representam um gigantesco “calendário do deserto”, a versão sul-americana de Stonehenge.
Os que acreditam que alienígenas vindos do Espaço visitaram a terra há milhares de anos, pensam que as linhas ou foram feitas ou mandadas fazer por extraterrestres. Argumentam que uma nave espacial voando mesmo rente ao solo pode ter arrastado as poeiras de superfície, expondo assim as figuras decorativas. O Professor J. Alden Mason, emérito “reitor” da University of Pennsylvania, crê que as linhas foram feitas a partir de um modelo mais pequeno. Quem as fez? Não foram os Incas, dizem os Índios, mas outra raça antes deles. Os triângulos e os trapézios das linhas não apresentam semelhanças com as mais recentes estradas incas.
Hoje:aqueles que pretendam ver as figuras podem lá chegar dirigindo-se primeiro a Lima, voando depois num pequeno avião para Paracas ou Nazca. Também a auto-estrada Pan-Americana que vai de Lima a Valparaíso por lá passa. Contudo, para as apreciarmos, devem ser vistas do ar.
Nota Final:Este mistério inspira muitas teorias. Em termos científicos, as linhas têm uma série de características que as remete potencialmente para a astronomia ou a agricultura. Ou talvez tenham sido criadas para orientar extraterrestres. Podem ser relacionadas com o campo magnético da Terra, o horoscópio, talvez com outros mistérios que no séc.XXI ainda não foram decifrados.
Os jogos da Europa medieval eram essencialmente os mesmos do Egipto, da Grécia e de Roma: dados, “knucklebones”- uma espécie de jogo da petanca ou do nosso “jogo da malha” mas em que eram lançados ossos -, o jogo do berlinde e o das damas. O Xadrez, inventado no Império Islâmico, começou a ser praticado na Europa no final da Idade Média, assim como jogos de cartas que só surgiram depois do papel chegar à Europa vindo da China, introduzido por muçulmanos e judeus, o que fez com que fosse inicialmente rejeitado pelos padres que o consideravam "uma coisa chegada pelas mãos de gente de Maomé".
Carta "O navio"- Origem: Itália, séc.XV - Iluminura sobre pergaminho
- Musée Cluny,Paris
Pela forma, dimensões, material e técnica, parece tratar-se de uma carta dos primeiros Tarots conhecidos e criados na Itália do séc. XV. Esta carta possui uma iconografia rara. Um navio e uma divisa latina obrigam a vê-la como um elemento raríssimo do Tarot. Graças ao sujeito representado, pensa-se que se trata de um elemento do jogo do "Minchiate", o tarot de Florença, surgido por volta de 1490 e em que o nº 21 (a Água) é tradicionalmente representado por um navio no mar. Trata-se de uma carta particularmente importante pois fez parte de um jogo de antes da era moderna, da qual muito poucos exemplares foram autenticados.
Quanto aos jogos de multidões, acabados os de gladiadores com a queda do Império Romano, os homens deixaram de combater outros homens numa arena. Porém, entretenimentos semelhantes sobreviveram e desenvolveram-se na era cristã. Nos antigos anfiteatros, muitos dos quais continuaram a ser usados, os combates de homens com animais prosseguiram, sendo mais populares as lutas com ursos e touros por envolverem maiores perigos e proporcionarem consequentemente emoções mais fortes. As touradas hodiernas ainda se disputam em arenas, como sabemos. Também os condenados por crimes continuavam a ser executados em praça pública, constituindo tal prática uma forma de diversão, de espectáculo para o povo. Nos velhos circuitos igualmente continuaram a ser populares as corridas de cavalos e de quadrigas, especialmente em Constantinopla onde os condutores eram distribuídos por equipas (os Azuis, os Verdes, os Brancos e os Vermelhos, se bem que os mais importantes fossem os Azuis e os Verdes), estando cada uma das equipas ligada à opção política e à religião dos participantes, o que frequentemente levava ao eclodir de violentos tumultos e mesmo a assassinatos, não só dentro dos recintos das corridas como também nas ruas. Em mais pequena escala, as corridas de cavalos prosseguiram em Espanha e Itália ao longo dos primeiros tempos da Idade Média. Os famosos “Palio de Siena” ( há dois por ano) constituem hoje a melhor demonstração do que eram essas corridas medievais, se lhes retirarmos a violência e os desmandos verificados há séculos atrás, evidentemente.
Em vez dos combates de gladiadores, o mundo medieval introduziu os “torneios”, iniciados em França no séc.XI.nos quais cavaleiros armados e “armadurados” lutavam entre si por prémios e para diversão do Rei, da Raínha e do público espectador. Eram as justas, nas quais dois cavaleiros colocados em extremos opostos do recinto se lançavam um contra o outro com o objectivo de derrubar o oponente.
Tais torneios diferenciavam-se essencialmente dos antigos jogos de gladiadores de duas maneiras. Primeiro, não visavam terminar com a morte de um dos contendores embora, de qualquer modo, muitas vezes os cavaleiros acabassem por se matar no calor das refregas. Em segundo lugar, os torneios eram disputados por aristocratas, não por escravos, condenados ou miseráveis pedintes. Contudo, e tal como nos tempos dos gladiadores de Roma, igualmente se usavam homens a combater entre si como forma de diversão para os espectadores. É preciso não esquecer que, quer os torneios, quer a caça, eram essenciais como treino para a guerra. Daí, também, que fossem desportos exclusivamente aristocráticos. Para além dos objectivos militares, os torneios funcionavam como demonstração pública do amor cortês já que, se na guerra o cavaleiro combate pelo seu rei, no jogo defende as cores da mulher amada. E destas pequenas grandes coisas se fez também o homem medieval.
Essas provas assemelhavam-se de certo modo, nos meios utilizados, ao popular jogo islâmico do Polo, inventado no Uzbequistão na época dos Partos* e que se tornou popular na Ásia Ocidental por volta de 800 a.C., na era do Império dos Abássidas**. Foi provavelmente a boa aceitação do Polo que encorajou os organizadores dos torneios à criação de lutas de homens montados num cavalo em vez de o fazerem a pé como os gladiadores.
Informação adicional:
* - Os Partoseram um povo nómada de origem Indo-Europeia que falava uma língua iraniana, ou persa, provavelmente adoptada por se terem instalado no norte da Pérsia. Alguns investigadores dizem que já seriam súbditos da dinastia Persa aqueménida. Só se começa a ouvir falar deles efectivamente no séc. II a.C., depois de infligirem uma série de derrotas aos seleucidas. O seu império estendia-se desde parte da Mesopotâmia até à Pérsia. **Os Abássidas(ou abácidas) formaram uma dinastia árabe reinante composta por 37 califas, que se sucederam no período entre 749 e 1258. Os abássidas destronaram os Omíadas em 750 e passaram a governar o Califado desde Bagdá. O fundador da dinastia foi Abu al-Abaz, descendente de Abaz, tio de Maomé. A acção dos Abássidas desenvolveu-se exclusivamente na parte oriental do Califado, uma vez que a África do Norte e o Al-Andalus (Península Ibérica, dominadas pelos muçulmanos) se tornaram independentes: o seu apogeu verificou-se durante o reinado de Harun al-Rashid (786-809), o califa d'As Mil e uma noites. Esta terceira dinastia muçulmana do Oriente foi a mais famosa e a mais duradoura do Islão.
Este apontamento foi publicado aqui em 5 de Setembro do ano passado. De então para cá, o que foi alterado só veio obrigar-me a republicá-lo hoje.
Novidades para este ano? O regresso dos Directores de Ciclo que há mais de trinta anos haviam sido dados como extintos. Trazem agora uma outra designação e aumentaram de número: São os Professores Titulares. Não, tutelares pareceria mal ...
Acho que a todos os muitos outros milhares se deveria chamar, a partir de agora, suplentes !
A Nova Escola Aberta (8:00-19:00)-republicação
Há no ensino obrigatório nacional os mais diversos disparates, desmandos e incongruências. Na sua grande maioria, os autores únicos são os altos-comandos do sector que têm sido néscios, lazarentos, prepotentes e impopulares. Não vou aqui, naturalmente, enumerá-los e anunciá-los. O espaço para escrever ficaria semelhante a uma enorme escada rolante de que se não avista patamar. No entanto, nesta questão dos horários há que atentar no seguinte: - Os pais sempre reclamaram por períodos mais dilatados de presença dos seus filhos na escola. - Os governos e os trinta e tal ministros que têm passado pela cadeira ao longo de mais de 30 anos (!) sempre tiveram medo dos pais, medo de medidas desagradáveis às hostes mais populares, medo de não oferecerem um "ensino de massas à moderna...à democrata !" Sempre o medo lhes tolheu uma hipotética acção correctora desatafegante. - Nunca os cérebros pensantes do Ministério da Educação meditaram no país em que vivemos, nos demasiados pais iletrados e impreparados que temos, nas condições de trabalho de professores e de alunos, nos 28 a 30 alunos por turma, ...isto é, nunca entenderam a educação como sinónimo de formação do corpo e da mente. - Se os pais ( grosso modo, claro!) querem um depósito para os filhos, pois façamos-lhes a vontade! - anuíram ufanos da sua perspicácia. E assim se começaram a atamancar espaços que os ministros baptizam com o nome genérico de Escola qualquer coisa. - Foram-se aos poetas, padres e pedagogos de outrora e vá de lhes usurpar do nome e reputação. - Acalmados os tais pais, puseram-se, por fim, a pensar. "Que vamos agora fazer a toda esta miudagem compactada nestes espaços? Se os pomos a brincar parte do dia, vai ser uma "bagunça" dos diabos! - terão concluído, brilhantes e seguros. - Então, um qualquer João sem ser de Deus, ter-se-á decidido a ler qualquer coisa sobre o tema e terá descoberto, num qualquer alfarrabista de Paris ou de Londres, um "Manual de Novas Teorias Educativas", 1ª edição de 1980. O livro estava impecável, bem encadernado e imaculadamente conservado. Os serviços traduziram-no, foi depois lido e aprovado em Conselho de Ministros, nos capítulos de maior interesse, e anunciado como "As novas medidas do Ministério para a Educação", abrindo telejornais e açambarcando primeiras páginas com parangonas garrafais. - Deste modo terão nascido as "Áreas Curriculares Não-Disciplinares" que nunca alguém de boa fé e cabeça arejada conseguiu perceber o que são e para que servem. Às escolas chegou, se e quando chegou, parca e má informação sobre as mesmas e cada uma, lusitanamente, se desenrascou como quis ou pôde.
- Mas... os pais ficaram felizes, os miúdos sempre vão estando em salas onde se fazem passar os minutos, os professores (aos pares no 2º Ciclo) descansam e vão trocando impressões, e os senhores ministros de ocasião vão aproveitando o tempo para escrever e reescrever portarias e comunicados, copia daqui, traduz dali, e para a recolha de opiniões alvitradas por quem nunca pisou tábuas de uma sala de aulas do ensino oficial, pelo menos como docente. Tanta gente, afinal, fica contente, excepto alguns professores "chatos" que querem saber bem o que ensinam... e para quê.
Assim se brinca ao faz-de-conta num cantinho de Aquém-Mar!
Robinson Crusoé embarca para a aventura a 1 de Setembro 1651
Terão sido 28 anos de aventuras...a julgar pelo que nos conta Daniel Defoe no seu livro surgido em 1719. A história inspira-se numa situação bastante frequente na época da marinhagem à vela e dos piratas, ou seja, a de um marinheiro abandonada numa ilha deserta por causa de desobediência ao seu capitão.
O marinheiro que inspirou Defoe chama-se Alexander Selkirk. Com 30 anos, foi recolhido pelo capitão Woodes Roger a bordo do Duc em 2 de Fevereiro de 1709 e conta quatro anos depois as suas aventuras (Viagem à volta do mundo). Daniel Defoe daí tirou a história do seu herói Robinson, sem nunca ter conhecido Selkirk, o autor do relato das suas próprias façanhas.
Filho de um tanoeiro escocês, Alexander Selkirk escolheu a vida no mar. Navegante no Pacífico em 1704 como segundo marinheiro, queixou-se do mau estado do navio opondo-se ao seu capitão sobre a oportunidade de prosseguir a rota. E ele próprio pede para ser abandonado numa ilhota desconhecida a 600 Km do Chile, acontecendo por fim que o navio se viria a afundar na costa peruana, deixando apenas oito sobreviventes, imediatamente presos pelas autoridades locais.
A ilhota onde ficou Selkirk era um rochedo escarpado de luxuriante vegetação com o seu cume a 900 metros de altura, habitada por milhares de cabras e de gatos, uns e outros abandonados por náufragos precedentes, e ainda por focas e outros.
Selkerk dançando com as suas cabras - Gravura naïve Adaptando-se com alguma dificuldade à solidão, Selkerk conseguiu construir a sua própria cabana e aprender a retirar das cabras o essencial para a alimentação, bem como para o vestuário. Ocupava o espírito lendo a Bíblia e recitando orações em voz alta para não perder o uso da fala... E um dia, um barco acostou à ilha, tratando-se porém de espanhóis, inimigos declarados dos britânicos. Caçado, o infeliz eremita conseguiria finalmente escapar. Veio a ser libertado por compatriotas e então, Selkerk pôde reaprender os usos e costumes sociais, vindo mesmo a casar-se. Retomou a vida marítima e em pleno mar viria a morrer em 1721,... dois anos após o aparecimento de "Robinson Crusoé".
Verdadeiro fenómeno de sociedade em Inglaterra e na Europa, o romance Robinson Crusoé veio alimentar a crença dos leitores do séc. XVIII em uma felicidade simples e perto da Natureza, longe dos artifícios da sociedade.
Este fenómeno culminaria com a publicação em França de "Paul et Virginie" em 1788, nas vésperas da Revolução. Este curto romance teve de imediato um grande êxito e veio alimentar o moralismo redentor dos burgueses da Convenção. O seu autor, Bernardin de Saint-Pierre, foi un fervoroso leitor de Robinson Crusoé.