O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Amantes reais - A Marquesa de Pompadour (1721-1764)
"Après nous le déluge !"
Vendo Louis XV destroçado após a derrota dos seus exércitos contra os Prussianos, em Rossbach (5 de Nov de 1757), a marquesa, que estava para se fazer retratar por Quentin de La Tour, reconfortou-o nestes termos: "Il ne faut point s'affliger : vous tomberiez malade. Après nous, le déluge !"
La marquise de Pompadour, por Maurice Quentin de La Tour ( Musée Du Louvre)
Jeanne Antoinette Poisson, era filha de um condutor de víveres envolvido em trapaças financeiras aquando da peste de Marseille e condenado em 1727, quando ela tinha 6 anos, tendo então fugido para Hamburgo. Mas graças à mãe e ao amante desta, recebeu uma excelente educação que lhe permitiu brilhar nos salões parisienses e fazer-se notar pelo rei Louis XV em 1745, que lhe monta casa em Versailles, a faz acompanhá-lo na Batalha de Fontenay e no mesmo ano lhe concede o título de Marquesa.
Porém, gasta pela vida da côrte e pela saúde frágil, vai-se apagando em benefício de novas favoritas do rei desde 1751, sendo no entanto recompensada com o título de duquesa e permanecendo como confidente de Louis XV, assim como cúmplice dos seus prazeres e dirigindo o Hotel Parc-aux-Cerfs, em Versailles, que servia para os encontros amorosos do rei com jovenzinhas que muito apreciava, como a deliciosa irlandesa Mlle Louise O'Murphy, retratada neste quadro de François Boucher, "Le peintre du plaisir et de l'amour".
"Jeune fille au repos" por François Boucher ( 1752), Alte Pinakotek, München
A então duquesa beneficiou igualmente de inúmeras ofertas como o Castelo de Pompadour e o Hotel d'Évreux, em Paris, mais conhecido hoje com o nome de... Palácio do Eliseu! É verdade!... Fazendo uso da sua influência em favor do ministério Choiseul , a ela foi atribuído o "reverso das alianças" no decurso da Guerra dos Sete Anos que conduziu ao desastroso Tratado de Paris.
Mas as suas origens populares valeram-lhe o ódio de membros da côrte que a seu propósito propagavam canções satíricas, as "poissonades" ("peixeiradas", glosando o seu apelido Poisson ).
Tendo sido mecenas, fez atribuir a um irmão, Abel Poisson, a Direcção das Obras de Construção, tendo este desempenhado com brio essas funções, fazendo nomeadamente construir em Paris a Place Louis XV (La Concorde). Protegeu ainda os enciclopedistas e os "filósofos" que contestavam o absolutismo real, inclusive Voltaire que lhe deve a sua cadeira de académico e sobre ela viria a escrever: "Dans le fond de son coeur, elle était des nôtres ; elle protégeait les lettres autant qu'elle pouvait".
Esta amante real ficou para sempre como um símbolo de "l'art de vivre raffiné et léger" do Século das Luzes.
"Na vida de hoje, o mundo só pertence aos estúpidos, aos insensíveis e aos agitados. O direito a viver e a triunfar conquista-se hoje quase pelos mesmos processos por que se conquista o internamento num manicómio: a incapacidade de pensar, a amoralidade e a hiperexcitação"-Bernardo Soares
Serão tantas as razões que conduzem à criação de um blogue que me dispenso de as querer conhecer. Fico com as minhas, e de vez em quando interrogo-me se as que agora tenho são as mesmas de quando comecei. Ao longo da caminhada, vi-me a escrever para plateias de cadeiras vazias e para outras que, cheias de gente, não me ouviam nem me viam. Às primeiras franqueei as portas e às outras tive que despertar. Atravessei só uma mancha enevoada que não permitia ver quem entrava. E foram-se ocupando as cadeiras. Um dia, acenderam-se as luzes e observei que a sala enchera, muda, esperando pelo início do espectáculo, feita de rostos fechados, curiosos, tranquilos, excitados, juízes, comparsas, mas ainda assim envoltos numa espécie de onda térmica que lhes revelava apenas os contornos e aquecia a sala. Avancei um passo no palco e finalmente o espectáculo começou.
Desde então várias peças têm subido à cena. Mudam-se cenários e espectadores. Apenas o actor não muda, insensível ao desgaste, resistente aos críticos, obstinado na utilidade e clareza das mensagens, atento às marcações nas tábuas, tropeçando em novelos invisíveis para se levantar de seguida, aprendendo com os seus erros, entregando-se. Em cada noite, o balanço do som das palmas e dos assobios, umas e outras sentidas e não vividas. Espectadores fortuitos, temporários, de sempre, foram entrando e ocupando os lugares por livre escolha. Uns, não voltaram porque não pretendiam voltar; outros porque a vida os levou para diferentes deveres e caminhos; outros ainda, desapareceram um dia, sem que se saibam os porquês; houve gente que entrou, entretanto, ao ver a porta aberta; alguns, não muitos, sentam-se nas filas mais próximas do palco e prosseguem na sua observação atenta dos movimentos de cena e do trabalho do actor. Alegram-se e sofrem com ele e atiram-lhe com palavras ou vivem com sentimento contido as falas e os murmúrios de cada sessão.
Em cada dia, uma plateia distinta, enquanto no palco permanece a mesma vontade de comunicar de um criador de imagens e produtor de sonhos. Palmas, loas, assobios, flores ou espinhos, meros momentos, não mais que a exteriorização de sentimentos de ocasião, verdadeiros enquanto duram. E é desta verdade que se alimenta um actor. Para o qual o passado não existe e o presente é tão só o passado do futuro. Onde não entre a mesquinhez, a ausência de ética e o apressado ritmo de julgar o mundo.
Obrigado!
Caspar David Friedrich (1774-1840) -Wanderer above the sea of fog - 1818
AVISO: PEÇO DESCULPA, MAS PROBLEMAS TÉCNICOS IMPEDEM -ME DE
UTILIZAR O COMPUTADOR ONDE COSTUMO TRABALHAR, O TAMAGOCHI!
UNS TROIANOS INSTALARAM-SE
E NÃO
FORAM AINDA IRRADICADOS .
DESISTO! Razão tinham os outros Troianos, que tão bem se souberam esconder para derrotar o inimigo forte e poderoso. Instalei não sei quantos anti-troianos, virus cleaners, removedores de spam e até mesmo um óptimo desentupidor de canos que encontrei cá em casa. Nada!... Assim sendo, tenho, de 30 em 30 segundos, um suave "pop" na barra inferior do ecran do Tamagochi, com um alerta dizendo que o pobre está infectado com um "back door Trojan that allows the remote attacker to perform various malicious actions. Click this baloon to download malware removal software". Uma chatice para quem não souber inglês, mas estes troianos ainda não falam outra língua... Pois bem, esse milagroso remédio anunciado é claro que tem de ser adquirido, pago na hora! Tenho, pois, um "pop" que me vende remédio contra si próprio! Fantastique!
O que resta fazer? Nada! mas posso estar de facto infectado, pergunta-me o Tamagochi. - Podes! - E o que vai acontecer-me? - Nada! - Mas troianos são maus, não são? - São! - Então posso estar infectado e morrer? - Não! - Mas não podem ser perigosos estes troianos? - Podem! - E eu estar mesmo infectado? - Não! - O que vamos então fazer? - Nada!
Vamos habituar-nos ao suave "pop", e a fechar os balões do sistema de alerta de 30 em 30 segundos! ...que os novos troianos hão-de morrer à fome! E, entretanto, optar por uma das soluções mostradas nas imagens acima! Vinde, pois, jackers all around! Roubai-me, roubai-me tudo, já que nada é meu senão a minha resignada indiferença!
Este blogue está hoje em reflexão. Nada, portanto, como levar-vos até ao Musée Rodin, em Paris, um dos que mais vivamente aconselho na capital francesa.
Le Penseur 1881 bronze 71,5 x 40 x 58 cm
De toute l'oeuvre de Rodin, la figure la plus célèbre est sans doute le grand Penseur. Modelé dès 1880-1882 pour la Porte de l'Enfer, le Penseur fut exposé dans sa taille originale (H.71,5 cm) à Copenhague en 1888. Il fut agrandi en 1902 et exposé sous cette forme au Salon de 1904 où il suscita de vives réactions dans la presse. C'est alors que Gabriel Mourey qui dirigeait la revue Les Arts de la vie lança une souscription afin d'en réaliser un bronze qui fut "offert au peuple de Paris", pour effacer l'affront qu'avait constitué le refus du Balzac en 1898. Première oeuvre de Rodin à être érigée à Paris dans un espace public, le Penseur fut en effet inauguré devant le Panthéon le 21 avril 1906 dans un climat de crise politique et sociale intense qui en fit un symbole socialiste. Aussi prit-on prétexte de la gêne qu'il occasionnait dans le déroulement des cérémonies pour le faire transporter dès 1922, avec son socle, dans les jardins de l'hôtel Biron devenu musée Rodin. Un autre exemplaire a été placé sur la tombe de Rodin à Meudon.
E já agora, aquelas que considero as obras mais representativas do escultor, juntamente com O Pensador.
Nas minhas viagens pela imprensa internacional, deparei hoje com uma notícia datada de ontem na secção de tecnologia do consagrado diário italiano "La Repubblica". E porque a mesma nos traz ao conhecimento passos firmes rumo à limitação, na China, da liberdade na Internet, e consequentemente dos bloguistas, dela fiz um resumo que vos deixo já traduzido e procurando ao máximo a tradução mais literal possível. - J.G.
PEQUIM - Os principais servidores presentes na China firmaram com o governo de Pequim "um código de conduta", que os obriga a "não difundir mensagens erradas ou ilegais" bem como à promoção do uso do verdadeiro nome por parte dos bloggers. O acôrdo, que envolve Msn e Yahoo, preocupa os "Reporters sans Frontières": corre-se realmente o risco de "uma nova onda de repressão e de censura", diminuindo o anonimato dos bloggers.
O código de conduta foi elaborado pela Internet Society of China (Isc), um organismo semi-oficial e cujos membros pertencem à Academia das Ciências ou a outras entidades próximas do Partido comunista Chinês, tendo sido assinado esta semana, ainda que os escritórios do Msn e do Yahoo em Pequim não o tenham desmentido nem confirmado.
A iniciativa da Isc poderá estar ligada ao avizinhar do 17º Congresso do Partido Comunista , cuja data é mantida secreta mas que, segundo rumores, deverá ter lugar na segunda semana de Outubro. Nos últimos dias 60 pessoas foram presas no nordeste da China sob a acusação de terem difundido notícias falsas a este propósito, utilizando a Internet ou os SMS. os directores dos principais jornais tinham sido previamente avisados a prestar a máxima atenção para a não publicação de notícias que poderão perturbar a atmosfera "harmoniosa" que, segundo os líderes chineses, deverá rodear o Congresso.
Este clima preocupa os "Reporters sans Frontières", que vêem no "código" um novo perigo para a liberdade de expressão: "Trata-se - afirma Rsf - do fim dos blogues livres na China". De facto, a iniciative "terá consequências muito graves na blogosfera chinesa e que assina o final dos bloggers anónimos. Corre-se o risco de se abrir uma nova onda de repressão e de censura".
Nos últimos cinco anos a Internet tem dado cada vez mais espaço à expressão da opinião pública, nem sempre em sintonia com as opiniões das autoridades. O mais recente episódio, ainda esta semana, foi a partilha no YouTube de um vídeo, provavelmente realizado com um telefone celular, sobre os protestos dos familiares dos 181 mineiros soterrados em Xintai, na província de Shandong.
Nota à margem do texto traduzido:"Repórteres sem Fronteiras" (RSF) é uma Ong internacional que visa defender a liberdade de imprensa no mundo, sendo membro fundador do Intercâmbio Internacional de Liberdade de Expressão, uma rede global network de mais de 70 organizações não-governamentais que monitoriza violações à liberdade de imprensa e de expressão no mundo e faz campanha para defender jornalistas, escritores, usuários de Internet e outras vítimas de perseguição por exercerem o direito à livre expressão.
Venho desafiar-vos a escrever um pequeno conto colectivo.
O texto de cada um não deverá exceder as 15 linhas da caixa de comentários e cada pessoa só poderá colocar a sua continuação de texto imediatamente a seguir ao que leu na caixinha. Dou a imagem e o pontapé de saída... e o trabalho de o ir actualizando.
Agora, uma pessoa deverá continuar a história. Depois, será a vez de outra pessoa. A mesma não pode entrar sem que outra o tenha feito antes.
Amanhã à noite, ou no Domingo, fecharemos a história às 24:00, por exemplo. Depois, posso fornecer todo o conto e cada um de nós o poderá guardar ou publicar, como quiser.
Será um conto colectivo! Pertencerá por inteiro a todos os que nele publicarem ! Vamos ver o que sai daqui? QUE DIZEM? O 1º que chegar, publico! CORAGEM!
Carolina do mar salgado
Caminhava lentamente levantando a cada passo pequenas porções de areia que fazia escorrer por entre os dedos. Olhava para os finos grãos e avançava o outro pé, sem outra vontade que não fosse a observação do acto repetido e sempre novo. Ia assim marcando o seu rumo, indiferente ao tempo e ao lugar. Só ouvia o mar no estalar das ondas, mas num rugido abafado a que se habituara desde sempre. O sol, esse, há muito que a não aquecia. Por um momento, a maré trouxe-lhe uma voz, que a fez parar. E um odor a maresia aproximou-se mais e mais… Parou, voltando-se num movimento rápido do tronco esguio. Apenas areia e o mar a rodeavam. Então, a memória de uma voz deixada lá longe e a sugestão de um momento de loucura, tão breve quanto intenso, invadiu a praia e segredou-lhe a sua própria história.
Os seus olhos encontraram-se... ela, comprava o jornal. E aquele olhar foi um raio que a fulminou num instante. E as horas passaram a ter mais minutos, os minutos ficaram mais longos. O amanhã não chegava. A vontade de ver o tempo passar era tão intensa, que entrara numa especie de espiral de luz. Mas era apenas uma passagem no tempo. E de repente vira-se transportada para um imenso campo florido. Borboletas de cores garridas, ensaiavam um lindo bailado à sua volta. O sol brilhava intenso nas águas do pequeno riacho... Um passarinho entoava uma bela ária... Um ruído estranho, veio tirá-la do seu êxtase. Curiosa, aproximou-se, e um jogo de luzes atravessou-se-lhe entre os olhos e os ouvidos, arrastando lembranças antigas; julgava-as apagadas... A vontade de ver o tempo passar viu, por momentos, o desejo enfraquecer. E naquele momento quis sentir a vida que passava rapidamente à sua frente a fluir. E fluía de uma forma tal, que nunca antes acontecera. Sentiu nesse momento que estava viva e que o que deixara para trás não eram somente momentos ou lembranças, mas logro tomar conciencia de todo lo que sucedía, era la vida misma que pasaba su vida como una película,donde vio cada pasaje de su vida como si fuera un gran sueño. Abrió bien los ojos y se dio cuenta que hay momentos que los recuerdos no nos dejan caminar bien por la vida. Levanto los brazos como reconciliándose con la vida y se dio cuenta que el camino siempre había estado hermoso y que solo el lo había dejado de ver... (E EIS QUE SE OUVE BELZEBU: Só ele não tinha visto porque as cataratas lhe danavam a vidinha! Tinha uma Niagara no olho direito e uma Iguaçu logo ao lado e fiquemos por aqui, pois de olhos estamos falados! Deixara-o para trás, porque o estupor tropeçava em tudo e ela já não tinha pachorra. Deu-lhe um Golden Retriever e quatro bengalas e ainda assim ele não atinava com o caminho. ) Aquela voz que a maresia lhe trouxera e que a fizera parar ouvia-se agora nitidamente. Belzebu não a faria recuar na decisão que havia tomado. Apressou o passo, decidida. Conseguiria encontrá-lo? Nas malhas que o destino tece tudo é possível! Continuou a caminhada. Agora tinha um objectivo e nada a faria recuar. O sol parecia querer raiar por entre as nuvens de um céu ainda plúmbeo e um campo florido começava a vislumbrar-se ao longe. Só agora reparava num vulto que caminhava apressado na sua direcção. Não! Não podia ser! Ela não acreditava no que os seus olhos viam. Estaria a sonhar? Deu um suspiro e disse para si mesma: Ai meu Deus, será? Mas não era... Era apenas um velho pescador a caminho do mar nas primeiras horas da manhã. Devo estar louca, pensou ela... Tinha os olhos turvos e a mente cansada pela noite insone em que caminhara ao longo da praia e já estava começando a ficar entorpecida. O dia já havia raiado e a vida começava a fervilhar e ela decidiu afastar-se do burburinho que se fazia com a chegada dos barcos pesqueiros no pequeno ancoradouro que servia de mercado àquela hora. Afastou-se do pier e contornou a viela em direcção a a casa. Antes, porém, passaria pelo quiosque onde se haviam entreolhado pela primeira vez. Acreditava no destino e, assim como não o havia esquecido, cria que também ela faria parte dos pensamentos dele. O hábito de comprar o jornal levava-o todas as manhãs a percorrer a mesma rua, a frequentar o mesmo café, a sentar-se à mesma mesa. Um suor frio descia-lhe pela espinha, arrepiava-a, o coração batia descompassadamente só de pensar nele. E se o encontrasse? Teria coragem de lhe contar que todos os seus projectos de vida passavam por ele? E tal como acontecera da primeira vez, ele estava lá a folhear o jornal e lia os títulos da primeira página. Ruborizou, a voz, trémula, custava a sair-lhe. Ele cumprimentou-a com um sorriso. Carolina, assim se chamava, sentiu as pernas a tremer, o coração batia cada vez mais forte, teve a sensação que ia mesmo desmaiar ali, mas pensou com os seus botões: - Não, não será agora que me irás ver cair. Devolveu o sorriso que ele, António, lhe concedera e olhou em volta procurando uma mesa vaga. Sentou-se, pegou no jornal, e olhando pelo canto do olho viu que António se levantara e se dirigia para a sua mesa. Continuou fingindo ler o jornal... Pressentia a sua presença que se aproximava... as folhas do jornal tremiam nas suas mãos! Não sabia se conseguia manter os olhos nas páginas que não lia ou se teria força para levantar os olhos e encará-lo... a distância desapareceu, a sombra caiu sobre as notícias e ele afastou-se. Na garganta seca, cresceu um nó e o sol ofuscou os seus olhos um instante, quando se voltou rapidamente. Na sua frente, parado, ele olhava-a, indeciso, talvez pensando nela, linda como sempre a via nos seus sonhos. Deu um passo em frente, sorriu timidamente e disse: - Olá Carolina como estás? e ouviu ela responder-lhe que estava bem devolvendo-lhe o sorriso. António ficou encantado com a luz que irradiava do seu olhar. Foi então que Carolina o convidou para se sentar e tomarem um café. Com as pernas trémulas António puxou da cadeira, sentou-se, olhou fixamente Carolina nos olhos e...ela não iria acreditar nas suas desculpas para aqueles dois longos anos de ausência, sem uma explicação. Certo, certo é que não havia entre eles nenhum compromisso oficial, porém estava implícito em cada olhar, em cada palavra, em cada gesto, o amor que ambos sentiram um pelo outro. Já lá iam uns bons anos. Tinham deixado de ver-se com a frequência habitual. Ele casara, tinha tido um filho que agora vivia com a mãe de quem se tinha separado dois anos atrás. Desde então não tinha tido nenhum caso sério com outra mulher. Por vezes sonhava com Carolina e nesses sonhos ela aparecia sempre acompanhada por alguém quando ele se dirigia a ela. Mas hoje não, ela estava só, e a verdade é que não se tratava de um sonho, era tudo muito real, ela estava mesmo ali... Perguntou-lhe como estava a sua vida, disse-lhe que estava cada vez mais bonita, e ela.. calada, sorria. Olhou-a mais uma vez nos olhos, desta vez sem o sorriso, e convidou-a para jantar naquela noite, ao que ela respondeu, olhando-o fixamente, com aquele olhar azul do mar: - Jantar? Não tenho fome de comida, e ando a fazer dieta, eheheheheh!.... Mas, está bem...acedeu. Pouco depois, levantaram-se e sem palavras encaminharam-se para um restaurante pequeno, requintado e onde, a sós, à luz das velas, poderiam falar dos projectos que um e outro há muito pensavam para ambos. O jantar prolongou-se pela noite dentro. ------------------------------------------------------------------------------ Foram despertados para a realidade por um empregado que, delicadamente, lhes trouxe a conta e lhes fez saber que já passara há muito sobre a hora do encerramento. António espreitou o relógio e verificou que pouco tempo faltava para as duas da madrugada. Sorriu, e tirou a carteira. Procurou dinheiro, depois um cartão de crédito, outro, voltou a procurar…
- Já sei. Ficou no carro. Passei pelo multibanco para levantar dinheiro e deixei-o no tablier. Desculpa-me… eu já volto, Carolina. Levantou-se e tirou o chaveiro do bolso, apressando-se para a saída. Carolina olhou para o empregado, que a tudo assistia de perto, com ar digno e sem proferir palavra nem arredar pé. Viu um outro dirigir-se para a porta e ali ficar, especado, como se a quisesse guardar. António ainda não voltara. Talvez tenha o carro longe… argumentava para si mesma, enquanto a demora a ia começando a perturbar. Os empregados continuavam nos seus postos. Imóveis e silenciosos. Ohou para o relógio e deu-se conta de que mais de vinte minutos se haviam passado desde a fuga de António. Sim, percebia agora tudo. António fugira mais uma vez ao seu amor. Abriu a carteira, depositou umas notas na bandeja de prata que continha a conta da refeição, lançou um rápido olhar à soma total, e vendo que o dinheiro que tinha lhe chegava para pagar, disse ao empregado: - Está bem assim, a demasia fica para si !
Levantou-se lentamente, vestiu o casaco que lhe era devolvido e caminhou para a porta da qual o outro empregado finalmente se afastara.
Na rua, o ar tinha arrefecido bastante desde a hora da entrada. Caminhou sem rumo pela terra deserta. Não pensava em nada, não queria pensar em nada, via uma massa difusa de imagens a percorrer-lhe a mente. Caminhava apenas…
Viu-se ao cair do sol na praia. Descalçou os sapatos, olhou o mar, e sentiu de novo aquele cheiro da maré a que se habituara desde sempre… Finalmente chegara a casa.
FIM
Meninas e meninos, caros co-escrevinhadores, também tenho outro FIM que é assim:
...Abriu a carteira. sabia bem que não tinha um tusto, mas convinha disfarçar ... que o empregado já estava com cara de pinto traído pela galinha. Passar-se, não podia, que o gorila que estava à porta era um armário só comparável aos guarda-fatos da claque do seu clube. Olhou de novo para o que tinha cara de pinto traído pela sua galinha. Pestanejou e traçou a perna. O tipo não se comoveu. Então, Carolina teve uma ideia. Coisa estranha, não se recordava da última que tivera! Destraçou a perna e voltou a traçar, mais lenta e lânguidamente, tão a ver? Mordeu ligeiramente os lábios e lambeu um pouco de bâton, enquanto via no pinto a baba a crescer. Tirou da bolsinha interior da carteira um pequeno cartão que depositou no prato da conta. Olhou fixamente o babado e insinuou-lhe com um olhar de cabra mansa que o lesse. Dizia simplesmente: "Carolinette: 9921698756432 - I can dance like a virgin" - era um cartão de visita internacional.
E assim começou uma carreira agarrada a um varão, no calor da noite da sua desilusão.
E consta que o Toni ainda hoje a visita, depois de feitas as pazes numa noite em que a veio ver dançar e lhe mostrou o seu Rolex Gold, dos autênticos, contrastados e tudo, gamado numa casa de penhores de confiança da Baixa da Imbicta.
ESCOLHEI ENTÃO, O FIM DE QUE MAIS GOSTARDES! - O vosso patrãozinho amigo
FICHA ARTÍSTICA, por ordem de entrada em caixa:
Jorge G. – o pobre sineiro Meg – a recalcitrante Elvira – a 6ª feira Zef – o papa-romãs Profano – o profano Carminda – a cidadã Freyja – la romántica chilena Belzebu – himself Sophiamar – the story teller Menina do Rio – a carioca com açúcar Renda de Bilros – a alexandrina Paginadora – a ocupada
Paginação e teclados : O pobre sineiro & su Tamagochi
Electricidade: A dividir por todos
Figurinos: Aldeia do Meco – Boutiques S.A.
Uma produção de : O Sino da Aldeia Produções Verdadeiramente Reais (OSDAPVR)
Foi há quase 40 anos. Não dei por tanto tempo passado. Estávamos em 1967/68 e era então um adolescente com a ingenuidade da idade e da época, e a premente necessidade de arranjar uma namorada que me afirmasse aos olhos dos colegas mais velhos, alguns já de barba na cara. Era a altura de maior afirmação dos Beatles, começavam a aparecer os primeiros Mini ainda de janelas de correr lateralmente, os rapazes jogavam bilhar no Vavá ou no Londres, ou no Império, aguardava-se avidamente por um convite para uma festinha com m discos de 45 r/mim., e em Lisboa o S.Jorge era um dos cinemas de grandes estreias.
Lembro-me bem do impacto do filme,saído em Dezembro de 67, em Portugal ainda mutilado de algumas cenas mais "ousadas", como se a todos não acontecesse uma primeira noite. Já então, mesmo um miúdo não entendia a estupidez do regime.
"The Graduate", revelava aos portugueses um jovem actor até então não muito conhecido, Dustin Hoffman, o Benjamin saído da Universidade que ama em silêncio mas com a maior determinação uma jovem que nem repara nele - papel protagonizado por Katherine Ross. Amando a filha, Benjamim é seduzido pela mãe de meia-idade, em cenas admiráveis de ternura e cumplicidade para tantos de nós que então vivemos a atrapalhação e o medo de falhar perante o desconhecido, na primeira relação com uma mulher mais velha, experiente e que só queria dele o prazer do sexo. A diferença entre as reacções puras e honestas do jovem e a frieza física de uma excelente Anne Bancroft, perduraram na minha memória, a par da cena de desespero final protagonizada por esse grande Dustin Hoffman.
E como se não bastasse o próprio filme e mestria do seu realizador, Mike Nichols, ainda tínhamos a música de Art&Garfunkel então no auge das suas carreiras. Deixo o trailer original e também uma espantosa versão de "Mrs.Robinson", ao vivo, num clip retirado de "Old Friends: Live on Stage" num reunion tour dos dois músicos, aqui, no Madison Square Garden em 2003.
The Graduate foi candidato a 7 Óscares e vencedor da estatueta para melhor realizador, mas isso pouco me importa. Sendo uma aparentemente banal comédia da vida, ficou como um dos "meus" filmes e nele se cantam das melhores canções que já ouvi.
Óleo de Fernando dos Santos, 1935 (Foto de Luís Pavão) Lisboa, Café Nicola
Há 241 anos, a 15 de Setembro, nasceu aquele que viria a ser um dos maiores poetas portugueses de sempre. Atirado para os confins do anedotário nacional, por ignorância de uns e incúria de outros, de Manuel Maria poucos conhecem a obra real. Tendo morrido jovem, aos 40 anos, Bocage viveu com intensidade e deixou-nos uma obra feita da arte de bem dizer o que quis, indiferente às amarras que sempre tendem a limitar os verdadeiros homens livres. Bocage foi o Poeta da Liberdade. Que se ria com ele quem quiser, mas nunca dele! - Jorge G. em 15.09.2006
"A forma como, actualmente, se perspectiva Bocage é mutiladora e parcelar. Com efeito, apenas uma parte da sua obra é conhecida pelos estudiosos da nossa literatura, sendo o escritor, com frequência, associado a estereótipos limitadores ou falsos, que a tradição, ao longo de duzentos anos, tem laboriosamente sedimentado. No que diz respeito à sua poesia, normalmente apenas se têm em consideração os sonetos, bem como as composições de carácter erótico e satírico. Textos lapidares como “Leandro e Hero”, “À Morte de Inês de Castro”, “Cartas de Olinda e Alzira” ou a emblemática, para muitas gerações, “Pavorosa ilusão da Eternidade”, não têm, hoje em dia, o reconhecimento e a divulgação que a sua qualidade exigiria.
LEIA-SE! Bocage, devido à perspectiva de morte que se aproximava, torna-se emotivo, sensível, e mergulha a sua poesia em um profundo subjectivismo. Dessa forma, Bocage despe-se totalmente do fingimento Neoclássico e prepara o terreno para o advento do Romantismo.
"Pavorosa ilusão da Eternidade, Terror dos vivos, cárcere dos mortos; D'almas vãs sonho vão, chamado Inferno, Sistema da política opressora Freio que a mão dos déspotas, dos bonzos, Forjou para boçal credulidade; Dogma funesto, que o remorso arreigas Nos ternos corações, e paz lhe arrancas; Dogma funesto, detestável crença, Que envenenas delícias inocentes Tais como aquelas que no céu se fingem! Fúrias, Cerastes, Dragos Centimanos Perpétua escuridão, perpétua chama Incompatíveis produções do engano, Do sempiterno horror terrível quadro, (Só terrível aos olhos da ignorância): Não, não me assombram tuas negras cores; Dos homens o pincel e a mão conheço. Trema de ouvir sacrílego ameaço Quem dum Deus, quando quer, faz um tirano; Trema a superstição; lágrimas, preces, Votos, suspiros arquejando espalhe, Cosa as faces co'a terra, os peitos fira, Vergonhosa piedade, inútil vénia Espere às plantas do impostor sagrado, Que ora os infernos abre, ora os ferrolha...."
Por outro lado, poucos são os estudiosos que estão cientes da actividade de Bocage como tradutor. As suas versões portuguesas de textos clássicos latinos, entre os quais se contam autores como Virgílio e Ovídio, caracterizam-se pelo rigor e pela originalidade. Estes juízos de valor poderão ser também aplicados às suas traduções da língua francesa de escritores que fizeram escola na época, como Voltaire, La Fontaine, Lesage, Florian, Lacroix, d’Arnaud, Delille e Castel. Permanecem desconhecidos os seus poemas compostos para serem musicados e as suas breves incursões no âmbito dramático, designadamente as peças Atílio Régulo – publicada postumamente por Nuno Álvares de Pato Moniz – e A Virtude Laureada, que veio a lume pouco depois do seu falecimento. Deste modo, a avaliação da obra de Bocage é, por vezes, feita a partir de conceitos redutores que a empobrecem sobremaneira. Não surpreende, assim, que o seu verdadeiro lugar na história da literatura portuguesa não lhe seja reconhecido e que, em Junho de 2001, tenha sido alvo – na companhia de outros expoentes das nossas letras como Fernão Mendes Pinto, Antero de Quental e Gil Vicente – de uma marginalização inaceitável: a exclusão do programa obrigatório do Ensino Secundário. Outros estudiosos confundem erotismo com pornografia e vinculam o poeta a mais um estigma, por puritanismo, desinformação ou por seguirem cegamente a tradição eivada de preconceitos de carácter sexual.
Um outro estereótipo que menoriza o poeta prende-se com o extenso anedotário que lhe é atribuído. Na verdade, a generalidade da população identifica Bocage, de imediato, com as anedotas, tantas vezes primárias, que proliferaram na nossa sociedade. Sabemos, por outro lado, como, designadamente na primeira metade do século XX, o espírito ávido de editores sem escrúpulos foi perpetuando esta fraude, através de edições sucessivas e de inúmeras tiragens, indo ao encontro da procura assinalável de um público culturalmente indigente. Por estranho que pareça, a associação espúria de Bocage ao chiste, estendeu-se a outras zonas do globo. Com efeito, em Macau – território que o poeta demandou, em 1789, na sequência da sua segunda deserção das forças armadas, oriundo de Damão, e no qual esteve apenas alguns meses –, faz parte do patois local a palavra “bocagem” que, sintomaticamente, significa "anedota".
Fontes: Biblioteca Nacional ( Perífrase e adaptação de Jorge G. )
O calor record que tem estado no Japão levou alguns comerciantes do arquipélago ao relançamento da "camisa com ventilador", inventada por um ex-engenheiro da Sony, o Senhor Hiroshi Ichigaya ( na foto). O ventilador é instalado em baixo, à direita, em casacos e camisas. Pode funcionar a pilhas ou ligado a uma porta USB do computador (que os japoneses obviamente sempre trazem consigo). No Japão, as camisas "com ventilador" estão à venda por cerca de 10000 yen (62 euros) mas, segundo o jornal britânico 'Mail on Sunday', o preço de venda previsto para a Europa situa-se entre os 75 e os 150 euros. Andar fresquinho, por cá, fica mais caro !
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E PORQUE O FIM-DE-SEMANA JÁ ESPREITA, "O SINO" SEGUE LEVE E FRESQUINHO, CALÇÕES E T-SHIRT MOLHADA, MÚSCULOS RETESADOS COBIÇADOS, DE SANDÁLIAS E CHAPÉU-DE-PALHA, ELE AÍ VAI PELA CALÇADA A CAMINHO DA PRAIA DESEJADA.
FAÇAM COMO ELE! A PÉ OU NA CARRIPANA, LEVEM FARNEL QUE A FOME AMAINA, MAS ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO ! SIGAM BEM OS SINAIS DE TRÂNSITO. ELES ESTÃO LÁ PARA VOS GUIAR E PROTEGER!
E CUIDADO, SOBRETUDO, COM AS CURVAS PERIGOSAS!
Atentai bem nesta foto, sim claro, a da direita!Que tal? Boa sinalização!
Todos os anos, em Março, a AFPC (Association Française de Prévention des Comportements au volant) organiza uma "Journée Nationale de la Courtoisie au Volant", cuja finalidade é sensibilizar os condutores, instaurar um clima de segurança nas estradas, transformar os comportamentos disruptivos em atitudes cívicas.
Hoje, 15 de Agosto, e até ao próximo Domingo, inicia-se previsivelmente o grande regresso de férias. Entretanto, números já divulgados oficialmente, apontam para um aumento de acidentes e de mortos nas estradas portuguesas. Enquanto isso, e respigando passagens do DD de hoje,sabe-se que:
"Os 21 radares de controlo de velocidade instalados em algumas vias de Lisboa registaram mais de 63 mil infracções e «coleccionam» criticas de especialistas, a dois dias de completarem um mês de funcionamento. O sistema de controlo de velocidade entrou em funcionamento às 09:15 de 16 de Julho, inaugurado pela então presidente da Comissão Administrativa da Câmara de Lisboa, sendo que as 63.262 infracções ocorreram até às 24:00 de 13 de Agosto, dois dias antes de perfazer um mês de entrada em funcionamento. Este número poderá no entanto disparar nos próximos dias, uma vez que o sistema de comunicação (por fibra óptica) de alguns radares está com problemas e encontra-se em reparações."
Serve isto para mostrar a preocupação das autoridades com o número crescente dos acidentes nas estradas... onde a gravidade dos mesmos é bem maior!
Mais uma vez volto à carga! Sempre defendi que a limitação da velocidade nas estradas e, sobretudo, nas autoestradas, a números semelhantes aos de há 40 anos nada traz de positivo na diminuição da sinistralidade e que antes seria mais uma fonte de receita para os cofres do Estado. Nada é menos respeitado do que uma lei estúpida!
Qualquer um de nós sabe que, ao volante de um automóvel em bom estado de conservação, viajar em auto-estrada, com boa visibilidade e piso seco a 120 Km/h, pode provocar uma espécie de letargia, um semi-adormecimento, em nada benéfico se, em caso de manobra de recurso, houver necessidade de fazer uso de reflexos mais rápidos.
Os números aí estão, os acidentes aumentaram. E os mesmos números afirmam que a grande maioria foi motivada por excesso de álcool. E é esse excesso de álcool, gerador de um clima de euforia e de aparente controlo da condução por parte do automobilista, que o leva a aumentar a pressão do pé no acelerador para números, esses sim, superiores aos recomendados pela situação em que se encontra no momento. Assim , os 120 Km/h podem ser excessivos para uns e francamente entorpecentes e também perigosos para outros.
O que fazer, então? Tenho conduzido em muitos países europeus com limites de velocidade iguais aos nossos. Em todos, com excepção da Áustria e da Suécia onde se anda mesmo devagar, em passeio, vi que a velocidade normal a que seguiam em auto-estrada rondava os 140/150 Km/h. E muito poucos acidentes vi. Uma política de educação correcta e uma aposta na difusão e sensibilização de regras básicas de civismo, a par da boa manutenção do piso e sinalização das estradas e um patrulhamento eficaz, são a meu ver as apostas mais prementes quando se pretende realmente diminuir o número da sinistralidade automóvel.
E se as pessoas souberem que o dinheiro das coimas por circular a 70 Km/h numa localidade mesmo que não haja ninguém à vista, como num Domingo no Alentejo, ou a 140 Km/h na A1 com piso seco e visibilidade total, virá a ser utilizado para um patrulhamento mais dissuasor das infracções e para campanhas acesas de luta pelo cumprimento de regras elementares de civismo, pois se soubermos que isso será assim... até nem nos importaremos de pagar por aqueles que nunca cumprem as leis, sejam elas quais forem.
Mas enquanto a estupidez da legislação subsistir e as autoridades continuarem a culpar unicamente os condutores, sinto-me como um mero pagante de impostos a quem tudo se exige e muito pouco se dá.
P.S - Recebi há dias uma multa do ano passado, em Itália, porque circulava a 71 Km/h num local com limite de 50. Já vinha reduzida depois de contestada e paga pela entidade locadora do carro que utilizava. Paga com o meu cartão de crédito, claro. Estava no contrato, nas letras pequeninas... Aqui vos deixo o aviso! Boa Viagem!
ÚLTIMA HORA: Faleceu hoje a mulher mais velha do mundo, a japonesa Yone Minagawa, nascida em 4 Janeiro de 1893. Tinha completado 114 anos. Boa viagem avozinha !
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Foto de Alípio Padilha ( (f:3.5; veloc.1/125; ISO 400; ext foco: 18 mm - Canon EF-S 18-55mm f/3.5-5.6)
As pessoas seguem por vias tão diferentes ! Uns, na vida, correm a arrecadar, guardar tudo o que podem, no seu cofre-forte de achados e adquiridos. Metem lá de tudo o que lhes faz ou poderá fazer falta. As memórias, os sentires, os cheiros, os haveres… Fecham-no bem, compõem um código que só eles sabem e vivem descansados. A guardar…a guardar…até se esquecerem do que lá deixaram a apodrecer no tempo. Partem um dia, feitos de pedra, embrulhados em cetins, sós e de alma vazia, fria. Traga-os o mar que os leva e deles... um cofre cheio de nada.
Outros, percorrem a estrada com mãos de dedos esgalhados de tanto se abrirem. Não têm cofre nem bolsos. Nem segredos sequer por contar. Fazem amigos. E a eles se dão, e com eles partilham momentos, ideais, o coração, dores, risos,a obra construída, os saberes, os caminhos...o horizonte. Juntam-se às aves, voam em bando. E nunca partem sem voltar um dia, cobertos de penas quentes, macias, nas asas claras o mesmo abraço sentido. Regressam como abalaram, pés nús e peito enfunado pelas marés. Na praia espera-os a vida de branco trajada.
Adenda: No seguimento deste trabalho, li hoje uma notícia veiculada pela Agência Lusa e de que aqui deixo link : China
Abriu em Xangai a feira de sexo que durante 3 dias é dedicada aos brinquedos para adultos e à saúde dos casais. Esta é uma exposição para relançar a vida íntima dos chineses. Segundo uma recente pesquisa, na verdade, o stress derivado do trabalho e família reduziu drasticamente as relações sexuais entre os jovens casais.
Deste modo justificam as autoridades a implantação na China de uma das indústrias mais crescentes nas últimas décadas, bem como de todo o tipo de comércio que ela gera no mundo.
Pretendendo uma modernização de costumes que os aproxime de outros países com políticas sociais mais liberais, os chineses dão assim um primeiro passo para que a já alta taxa de crescimento do país se possa acentuar, desistindo dos seus rígidos princípios ancestrais de recolhimento e de pudicícia.
Se até aqui o crescimento chinês vinha a assustar outros mercados que tradicionalmente dominam a economia mundial, ou muito me engano ou a partir de agora, sim, poder-se-á prever que a tão temida "invasão amarela" irá dominar o mundo dentro de poucos anos. A ver vamos...
E enquanto o país se abre a estas modernas práticas ocidentais, as crianças continuam a ser exploradas nas fábricas e a ser ensinadas em escolas como esta que abaixo se pode ver.
Tudo a favor do "patriótico crescimento económico", claro está ...- Texto integral do autor do blogue
Quem somos afinal, quem somos nós? que no tempo voamos sem saber, e que aos outros mudamos mais e mais. Que rio nos transporta tão veloz e em tantas águas leva a beber, por vales e montanhas colossais.
Quantos rostos ficaram para trás sem que ao menos saibamos se existiram ou se acaso os vestimos uma vez. De que é feita a verdade, que nos faz olhar e encontrar nos que partiram tudo que um dia seremos talvez?
E quantos somos afinal, quantos?... se cada dia nos vemos mais que um. E deles, será qual o verdadeiro? aquele que abrigam nossos recantos, o outro que outros vêem, ou nenhum? Quem fomos, o que somos nós primeiro?
Jack, The Ripper, na Whitechapel a 8 de Agosto de 1888
Na noite de 8 de Agosto de 1888, a policia descobre numa rua de Whitechapel, um dos bairros pobres do East End de Londres, o corpo terrivelmente mutilado de uma prostituta. Quatro outras vítimas, mortas nas mesmas circunstâncias, são descobertas nas semanas seguintes. A sinistra série de assassínios termina misteriosamente em 9 de Novembro. Os jornais, inundados de cartas, mobilizam-se. A Scotland Yard põe-se em busca do misterioso assassino, a quem chamam Jack the Ripper. A julgar pela arte mórbida coma qual esventra as vítimas, atribuem-se-lhe talentos de cirurgião.
Mas o inquérito a nada leva, apesar de numerosas pistas, entre as quais surgem um reputado cirurgião e um membro da Família Real, nunca oficialmente admitido, como presumíveis autores dos crimes. Um escândalo político por trás de um fait divers.
Whitechapel - gravura de Gustave Doré, de cerca de 1872
Este fait divers relativamente anódino mas muito mediatizado faz a opinião pública britânica tomar consciência da situação miserável dos subúrbios da cidade mais poderosa da época, em pleno apogeu da era victoriana ! A classe política e as organizações humanitárias comovem-se com este escândalo e assumem compromissos para a melhoria das condições de vida no East End.
Ilustração contemporânea da descoberta de uma vítima
Jack, O Estripador, alimenta de igual modo o interesse do público pelos diversos casos de mistério. Um ano antes, o famoso Sherlock Holmes tinha sido lançado, mas não consta que tenha servido de algum socorro na resolução do enigma da Whitechapel !...
Até hoje, nunca se conseguiu apurar a identidade do Estripador e o East End continua a ser um bairro pobre da grande capital.
Carta enviada à Central News Agency
Senhores agentes , só por piada, não querem guardar esta carta até eu fazer mais um trabalhinho? Depois, tornem-na pública imediatamente. A minha faca é tão bonita e afiada!
Quero voltar já ao trabalho se tiver oportunidade.
Boa sorte!
Atenciosamente, Jack The Ripper
Não me importo de dar o meu nome comercial
Quem quiser ler mais, consulte o excelente site da London Metropolitan Police em :
Numa das raras incursões pelos telejornais, ouvi ontem a notícia de qua o Min. Adm. Int. vai integrar mais 1400 polícias já para o próximo ano.
Naturalmente que a primeira reacção foi perguntar-me quantos actuais agentes, entretanto, serão reformados. Calculando que uns bons 500 estejam na calha, os efectivos passarão, de facto, a integrar apenas uns 800 e tal mais do que actualmente. Ora, como esse ajuste só se dará em 2008, até lá, os 1400 de que fala o ministério resultarão ainda mais insuficientes do que hoje já seriam.
E, não serão 1400 mas, de facto, uns 800 a mais, que bem distribuídos darão, em média, para mais meia dúzia de polícias por cidade.
Mas hoje, outra nova veio esclarecer-me melhor: a dispensa de 872 funcionários dos diversos serviços do Min. dito da Cultura, como se pode ler neste resumo de um artigo do Diário Económico de hoje que a seguir transcrevo:
"O Ministério da Cultura vai dispensar quase 25% dos seus 3.700 funcionários públicos, no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE), avança o Diário Económico esta terça-feira. Um despacho interno do Ministério da Cultura (MC) dirigido aos serviços e organismos, no âmbito da preparação do Orçamento do Estado (OE) para 2008, fixa o número total de postos de trabalho naquele Ministério em 2.771.
O despacho do MC, com data de 1 de Agosto, fixa assim o número total de funcionários por serviço e organismo. Agora, os serviços terão de enviar, até final da semana, para o gabinete de Isabel Pires de Lima, novas propostas de postos de trabalho.
Segundo a Base de Dados dos Recursos Humanos da Administração Pública (BDAP) divulgada em Setembro do ano passado, existem 3.643 funcionários no Ministério tutelado por Isabel Pires de Lima, «o que significa que 872 serão dispensados», conclui o diário.
O passo seguinte será definir os nomes dos excedentes a integrar em mobilidade especial, o que deverá acontecer na próxima semana. O prazo «é apertado e surge no seguimento de uma circular da Direcção Geral do Orçamento (DGO)» divulgada na semana passada, acrescenta o artigo."
Chamo a isto uma real política concertada e acho que vou praticá-la cá em casa. Para 2008, vou adquirir mais 1 dúzia de plantas para refrescar o ambiente do fumo dos meus cigarros, contando com a água e o areão dos aquários que o meu vizinho dispensou. Só não sei é se as plantas se darão sem terra! Mas logo se vê!...
Bom dia a todos, que não serão muitos em virtude da época do ano, mas que são muito bons como costumo dizer.
Tive o cuidado de enviar um mail a cerca de 40 amigos dos quais tinha o endereço arquivado, pois alguns há que ainda não tive oportunidade de juntar à lista mais antiga.
Nesse mail, dizia que acabaram a Tasca da Malta, uma brincadeira que surgiu depois de instigado por amigos, e o Coffee Time, um projecto falhado por falta de verbas para pagar a luz que naquele café se consumia.
Em seu lugar, anunciei "Os Bigodes do Gato", nome do meu primeiro blogue de que muito poucos se recordarão ou terão ouvido falar.
Estes "Bigodes" não terão que ver com gatos, propriamente.
Pretendo, só, apresentar um blogue com algumas coisas diferentes, sobretudo ao nível da forma. Posso, desde já, dizer-vos que haverá rubricas fixas, uma diferente em cada dia.
Eis o esquema:
- Domingo: Bonecos e imagens; apontamentos avulsos
- 2ª feira : Humor
- 3ª feira : Espectáculos
- 4ª feira : Literatura
- 5ª feira : Curiosidades
- 6ª feira : Desporto
- Sábado : Pedacinhos de cultura
Este esquema entrará em linha de publicação a partir de dia 12, o próximo Domingo. Até lá, publicarei sem obedecer a qualquer "programação".
Desejo ver-vos pelos Bigodes do Gato, nem que seja de vez em quando.
O Sino da Aldeia não sofrerá nenhuma alteração na linha traçada.
Obrigado e um abraço.
E porque se fala de gatos, lembrei-me de vos deixar uma proposta de leitura a sós ou, melhor ainda, com os vossos filhos ou netos. Trata-se de um livrinho de Luís Sepúlveda, esse incansável contador de viagens, que um belo dia escreveu um dos contos mais ternos que li: "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar". São pouco mais de 120 páginas, editadas em Portugal, em 2000, pela ASA. É uma admirável lição de amizade e de ética comportamental, uma fábula de encantar crianças e adultos, em que o autor nos conta exactamente o que o título anuncia. Um belo dia, Zorbas, um gato preto enorme, estava a apanhar sol na varanda da casa onde vivia em Hamburgo quando lhe cai por perto uma gaivota moribunda, apanhada pela maré negra e que se perdera do seu bando...e antes de morrer, põe um ovo e faz a Zorba dois pedidos: que este tome conta da pequena gaivota que estava para nascer e que a ensinasse a voar. Zorba aceita satisfazê-los e então começa a sua aventura...uma lição de amor à palavra dada e à fraternidade entre os seres. Simplesmente admirável, recomendo vivamente este pequeno livro que se lê de um fôlego e que jamais iremos esquecer. Fresco, leve e ternamente divertido.
Foram extinguidos os blogues "A Tasca da Malta" e "Coffee Time". Em seu lugar, o recuperado projecto "Os BIGODES do GATO", que aguarda as vossas visitas. OBRIGADO.
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A um dia de nuvens e ventos contrários segue-se habitualmente uma manhã clara e confiante. Por isso nunca me preocupo quando do limão espremido não jorra sumo. Viro costas ao tempo e deixo que ele siga o seu caminho sem mim. Flutuo à espera da maré seguinte. E hoje chegou o dia de nova viagem. Pego na tralha e faço-me ao mar, levando para alimento um saco de memórias recentes.
É Agosto e as cidades entram no outono, despem-se das folhas que as vestem durante o ano, acolhendo outras que lhes emprestam diferentes cores e cheiros. Os seus habituais moradores estiram-se ao sol ou aproveitam as sombras das árvores e nelas tudo muda. E pensam os turistas que as ficam a conhecer... Não são as mesmas, resguardam-se para os que as habitam todo o ano. Por toda a parte é assim. Lisboa, Madrid, Estocolmo, Viena , Roma, Paris...
E é de Paris, naturalmente, que em jeito de rescaldo, vou falar. Antes da chegada da nova maré.
Paris não tem mar. Mas tem um rio. E dele partiu, em círculos concêntricos para o que hoje é. Uma imensa metrópole, separada pelo Sena, rive droîte - rive gauche, mas que as mais de 30 pontes unem em um único gigantesco coração.
A norte, a Montmartre des artistes et des bohèmes contempla a cidade, lá de cima da colina, subindo desde a Place Clichy e o Pigalle. E lá mais para o norte entre as Portes de Clichy e de Clignancourt, fica St. Ouen - uma vila duramente atingida durante a 2ª Guerra, local onde se estabeleceram os primeiros forasteiros que vinham vender produtos vários a Paris, e onde se faz a maior feira de antiguidades no mundo, o famoso Marché aux Puces de St Ouen com os seus antiquaires et brocanteurs.
A leste, o Parque de Vincennes mais a sul e o Cimetière du Pére Lachaise mais para cima e no qual repousam dois séculos de artistas, escritores, militares, compositores, também Balzac, Sarah Bernardt, Bizet, Chopin, Auguste Comte, Delacroix, Molière, Camus, G. Apollinaire, Marcel Proust, Rossini, Oscar Wilde, Jim Morrison, Yves Montand e Simone Signoret, Bécaud, e igualmente Édith Piaff - a alma de Paris... e tantos outros.
A sul, a Porte de Vanves com um Marché aux Puces menos famoso e "mais francês" do que o de St.Ouen; a gare d'Austerlitz; a Place d'Italie. E para oeste, o Bois de Boulogne e as suas alamedas e lagos e cascatas, interdito à noite e antigo terreno de caça de reis e fidalgos e lugar de festejos.
E no meio de Paris, no centro, à volta de ambas as margens do verde e pachorrento Sena, a história de um povo nas ruas e nas pontes; nas igrejas e nos monumentos; nos Grands Boulevards de Haussmann e seus discípulos; nos buracos das balas dos nazis marcando para sempre as paredes da Conciergerie e de vários edifícios; nas placas anunciando que foi naquele exacto local que tombou um resistente; no deslumbrante Jardin du Luxembourg; e no Parc Monceau; e no Jardin des Plantes com a Ménagerie onde os gorilas fazem pose para as câmaras que os filmam e outras espécies são protegidas, ali mesmo, no centro de uma cidade enorme, e onde não se ouve ruído algum.
O comércio activo e tão procurado estende-se da Place Vendôme dos famosos Cartier ou Dior ao Marais das pequenas boutiques e comércio tradicional naquele intrincado labirinto de ruas estreitas e baixos edifícios. Pelo meio, St.Honoré e os sofisticados estilistas; ou então, o Boulevard des Italiens; St Michel e o Quartier Latin com os seus restaurantes durante o ano muito frequentados pelos estudantes da magnífica e renovada Sorbonne. E depois, há os antiquários ao longo das margens do rio, os bouquins com milhares de livros e artigos vários de colecção estirando-se da zona da Mairie até à Pont St Michel, pela qual se atravessa para a Ile St Louis, um paraíso aos Domingos de manhã. E Montmartre, a Place du Tertre onde hoje mal sobra espaço para os artistas, e o Sacré Coeur, claro, e as escadarias daquela íngreme colina, uma das poucas da cidade, e que nos fazem recuar no tempo.
E falta o Pigalle, hoje já muito descaracterizado mas com o mítico Moulin Rouge em néon gigante; a Tour Eiffel e a sua beleza à noite observando o Champ de Mars; les Invalides, les Champs Elysées das inúmeras lojas, esplanadas, cinemas, o Lido,... e o Arc de Triomphe do cimo do qual lá muito ao longe no fim da avenida se pode avistar o Obélisque da Concorde, esse Arco do Triunfo espantoso no centro da Étoile onde circulam sem faixas de rodagem carros e autocarros vindos das várias e muitas avenidas que nela confluem.
E não falei da singular e fantástica Place des Voges, no Marais, perfeitamente quadrada, com um jardim no meio de palácios e de galerias de pintura, onde viveu durante uns tempos Victor Hugo e onde hoje fica o seu museu. Não falei, ainda no Marais, dos inúmeros pequenos museus, como o de Picasso, do Carnavalet, do Cognacq-Fay onde se observam gratuitamente as mais belas caixinhas de porcelana fina do séc.XVII que algum dia vi, ...
A Place de la Concorde e o Obelisco; as Tuilleries e o sonho dos seus jardins com o arco e o Louvre ao cimo, imponente e inexplicavelmente fora do concurso para Maravilha do Mundo. Notre Dame; La Madeleine; la Bastille; la Mairie; la République; la Comédie Française ao fundo da Avenue de l'Opéra; a Igreja de St. Eustache em Les Halles; o maravilhoso Musée d'Orsay - antiga estação de combóios com um relógio sumptuoso, belíssimo, e uns terraços de onde temos uma das mais linda vistas do Sena e do Louvre; o Musée Rodin; a gigantesca Tour Montparnasse lá no fim da rue de Rennes quase em frente do Café Flore e do Aux Deux Magots, onde se sentavam Sartre, Simone de Beauvoir e tantos, tantos outros que por ali viviam ou paravam, numa St. Germain des Prés ainda não despida dos seus pequenos livreiros em lugar das actuais boutiques de moda.
E tanto, mas mesmo tanto, fica por dizer... os pequenos mercados de rua; os bateaux mouches no Sena; o Trocadéro e o Palais de Chaillot de onde melhor se observa a Eiffel; as acolhedoras pracetas que nos surgem de repente e nos descansam das caminhadas em pequenos cafés ou aprazíveis bancos à sombra de uma árvore; os candeeiros, oh, os candeeiros deslumbrantes da ponte Alexandre III e os típicos e sempre diferentes das zonas mais frequentadas à noite, como St Michel, o Pigalle, Les Halles, o Odéon; ... é tudo isto Paris.
Como não gostar de uma cidade assim? Como não a revisitar uma, e outra, e outra vez...
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"Toutes les grandeurs de ce monde ne valent pas un bon ami." Voltaire (1694-1778)
Meus amigos:
Nunca pude imaginar!
Parti a 15 de Julho para férias e sempre pensei que teria aqui a presença de meia dúzia de comentários, aos quais responderia "nas calmas" quando regressasse, ou mesmo durante a minha ausência num daqueles momentos em que as saudades apertam e a calma da noite nos traz à memória mais vivamente estes mundos em que passamos parte das nossas vidas. Qual o quê! Logo nos primeiros dias, uma vintena de comentários e a graça imensa de tanta gente a fazer-me recordar que, afinal, eu apenas tinha saído de Portugal, não dos vossos habituais lugares de "peregrinação" nem dos vossos corações. Fiquei pasmado. Que fazer? deixar-vos a falar uns com os outros e não dizer nada? Porque estava de férias? Não! Tentei, assim, manter uma janelinha aberta, transmitindo um pouquinho do que via, do que vivia, do que sentia.
Hoje, regressado já há três dias, não consegui ainda - pese embora todo o meu esforço - ler tudo o que vocês escreveram, "rever" todos os que aqui vieram, apesar de esta 3ª feira ter sido integralmente dedicada a visitar-vos. Fiquei mais ou menos pela metade, mas hei-de visitar-vos a todos nos próximos dias, mesmo ainda estando "de férias". Sem prioridades absolutas, procurei os que mais vezes me procuraram. Era imperioso e justo fazê-lo. Todos sabemos do papel absolutamente inacreditável da Meg e da Sonhadora, umas cheerleaders que fariam as delícias de qualquer equipa da NBA. E duas companheironas e amigonas!
Mas, todas as outras, desde a Carminda à Papoila, Luísa, Isabel F., Renda, Sophiamar, Porca, Menina do Rio, Odele, T.B., Renatinha, Neves de Ontem, Bárbara,... e outros como o Belzebu, o C. Valente, o Zé Povinho, o Guardião, o Zef, o A. J. Soares, o Phantom, o Chanesco, o Corcunda, o A Flores, o António Delgado, o Marius, o Oscar, o Guerra, o Savonarola,... desculpai-me mas não posso nomear todos, vêm os nomes desta trintena ao sabor da memória, pois TODAS E TODOS fazem parte desta maravilhosa comunidade de gente que se quer bem e se interessa, uns pelos outros, como numa família deve acontecer... e tantas vezes não é assim.
Mas que lição demos a tantas famílias !
Juntos, somos uma nação.
Um grande e apertado abraço a todos e a certeza reiterada de que não hei-de deixar ninguém de fora. Quero ir a casa de cada um. A música que comprei, as fotos tiradas, os papéis recolhidos, os livros trazidos, esses podem esperar um pouco mais.