O PLÁGIO CONSTITUI CRIME punível com pena de prisão até 3 anos pelo artº197 da lei 16/2008,de 01 de Abril, a mesma que, no seu artº1, ponto 1, refere que estabelece medidas e procedimentos necessários para assegurar o respeito dos direitos de propriedade intelectual.
O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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sábado, 19 de maio de 2007
Le temps des cerises
Provei hoje as primeiras do ano
Cerdeiras ou cerdeiros lá para o Norte, ou simplesmente cerejeiras, elas dão-nos as belas e carnudas cerejas - brincos das meninas do meu tempo de criança.
Vindas em seu tempo, anunciam o degelo, a Primavera, e os dias em que as brincadeiras se prolongam por mais umas corridas ao por-do-sol, agora que as noites se atrasam.
Delas se diz que atrás de uma vem outra, são como as palavras.
Le temps des cerises
Paroles: Jean-Baptiste Clément - Musique: Antoine Renard (1868)
NOTA: Esta cantiga é anterior à Comuna de Paris e foi adoptada como Hino dos Revolucionários
Antes da canção, porém, aqui recordo em traços necessariamente muito breves o que foi a Comuna de Paris."Ela anunciou o futuro. Não deu à luz o socialismo, mas trazia-o no ventre".
“Há 136 anos, a França sofria a humilhação nacional da ocupação pela Prússia de numerosas províncias, com a capitulação do governo de Thiers. Junta-se a este facto a intensa exploração em que vivia a classe operária francesa em plena ascensão – ainda que ‘adolescente’- e o descontentamento dos sectores da manufacção, artesanais e da pequena indústria que, empobrecidos, resistiam à grande indústria. Estavam criadas as condições para a insurreição popular de 25 de Março de 1871.
A revolta espontânea do povo francês transformou-se na primeira revolução operária internacional – A Comuna de Paris. Este ‘assalto aos céus’, como Marx lhe chamou, duraria apenas 72 dias, após os quais o governo de Thiers – então sediado em Versailles – desencadearia uma repressão terrível, traduzida no massacre de 25 a 30 mil pessoas abatidas em quartéis, nas ruas, nas praças, na prisão e na deportação de milhares de outras.
"O cadáver está no chão, mas a ideia está viva", disse Victor Hugo a respeito dos acontecimentos.
De uma entrevista com o historiador francês e estudioso da Comuna de Paris, Claude Willard, cito:
Pergunta - "Este 'interregno' de 72 dias no capitalismo do século XIX, que foi a Comuna de Paris, pode ser considerada como uma experiência democrática?"
Claude Willard - "A democracia foi o seu traço mais marcante. O que a Comuna de Paris teve de essencial foi o facto de ser um governo do povo, pelo povo e para o povo. Ela é a democracia mais autêntica que existiu no mundo: um democracia directa, que atribuía aos seus eleitos um mandato imperativo e revogável, com um controle permanente pelas massas populares, ou seja, pelos sindicatos e outras associações. É, portanto, a democracia directa que se exerce."