Muito bom dia e uma boa semana para todos!
No intuito de proporcionar a todos uma música agradável, coloquei há dias, desaparecido o Filelodge, uma nova caixinha musical que tem a grande vantagem de reproduzir uma selecção de trechos que escolhi dentro do que o Finetune disponibiliza.
De aspecto gráfico muito atraente, parecia a solução ideal. Acontece, porém, que o site está mais tempo em baixo do que activo e não há coisa que mais me irrite que ver um buraco onde deveria estar uma simpática caixinha musical a funcionar. Vou aguardar mais uns dias para ver se realmente o Finetune resolve este problema que, comprovadamente, não ocorre apenas n'O Sino.
Entretanto, logo por baixo, passo a propor-vos uma canção diária, escolhida de outro site. Para as falhas!...
E, como hoje é 2ª feira, chegam as "Memórias de outros mundos", como vos disse. Às 2as e 5as, elas aqui virão ter convosco.
Espero que gostem.
Um grande abraço a todos. - Jorge G, o sineiro
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Memórias de "Recantos da Terra"-1 (de 27-09.2006)
TRADIÇÕES DA BULGÁRIA
1. Troca de martenitsas
“Se por acaso estiver na Bulgária no dia 1 de Março, vai reparar que quase todas as pessoas com quem se cruzar usam um enfeite chamado martenitsa: um broche, pulseira ou colar feito com fios vermelhos e brancos. A tradição búlgara dita que se devem trocar esses presentes e usá-los desde 1 de Março até se ver uma árvore carregada de botões ou ouvir um pássaro de primavera, como uma garça ou uma andorinha, pela primeira vez. Então, deve-se pendurar a martenitsa numa árvore. Tudo isso para garantir que se tenha boa saúde durante o resto do ano. Diversas lendas explicam a tradição da troca de martenitsas e todas estão relacionadas com as cores do enfeite. Uma dessas lendas está ligada a Asparukh, o primeiro governante da Bulgária. A história diz que, há cerca de 1.400 anos, no dia 1º de março, uma andorinha-macho deu um presente à irmã: flores amarradas com fitas de seda, uma branca e outra vermelha. Desde então, existe a tradição de trocar presentes com essas cores.”
2. Dança com o fogo
“Ao saltar e dançar por cima de brasas para alegrar os moradores locais e os turistas, os dançarinos do fogo homenageiam São Constantino e Santa Helena com este ritual anual que acontece no dia 21 de Maio. Esta tradição só pode ser encontrada nos vilarejos das montanhas Strandzha, no sudeste da Bulgária. No início da cerimónia, o líder dos dançarinos abençoa o lugar e a sua primavera com ícones dos santos. Depois, os dançarinos do fogo reúnem-se na praça da aldeia, onde foi feita uma fogueira, e músicos começam a tocar. Quando os dançarinos do fogo ouvem a música, começam a sentir um formigueiri nas mãos e nos pés. Então entram em estado de êxtase e começam a dançar de pés descalços nas brasas ardentes da fogueira, segurando os ícones de santos acima da cabeça. Consideram este um acto de purificação e rezam aos santos pelo bem-estar do lugarejo.”
3. Festival dos mummers
“Entre o Ano Novo e Shrovetide, o primeiro domingo antes da Quaresma, os búlgaros recebem a Primavera com o Festival dos Mummers. Homens vestidos como mummers, ou artistas de pantomima, colocam máscaras que se assemelham a cabeças de carneiros, bodes e touros para espantar os espíritos maus do inverno e permitir que a primavera chegue. Algumas das máscaras têm duas faces, uma simpática e outra de causar medo, que representam a dualidade da vida e a indivisibilidade do bem e do mal. Os mummers enfeitam as suas fantasias com sinos especiais e fazem danças rituais que, acredita-se, servem para expulsar os espíritos maus e para garantir uma rica colheita durante o ano.”
4. Sourva
“Na primeira manhã do Ano Novo, as crianças participam numa tradição chamada sourva. Saem de casa carregando galhos enfeitados com fios coloridos, milho, frutos secos, sementes ou pedaços de papel. Em grupos, visitam a casa dos parentes e dos vizinhos. Em cada casa, batem nas costas de cada integrante da família com os galhos e desejam-lhes um ano cheio de saúde, felicidade e riqueza. O dono da casa retribui a visita com frutos secos, castanhas, pãezinhos, biscoitos de gergelim e outras guloseimas.”
5. Chitalishte
“Uma tradição búlgara mais recente surgiu durante o Império Otomano na segunda metade do século XIX. Chama-se chitalishte, que significa “quarto de leitura”. Mas chitalishte não é, de modo nenhum, uma simples biblioteca. Estas instituições – abertas a todos os integrantes da sociedade, sem excepção – começaram como local para se ampliar a educação e como palco para actividades artísticas amadoras como o canto, a dança e o teatro. Quase todas as terras da Bulgária consideravam uma questão de honra ter a sua própria chitalishte, e o seu número foi crescendo gradualmente até chegar aos milhares espalhados por todo o país. Com o passar dos anos, uma das principais actividades das chitalishte passou a ser a preservação do folclore e das tradições da região em que se localizam. Hoje, muitos dos rituais do país só permanecem vivos
por causa desta instituição búlgara única.”
Sarah Kliff
Catedral Alexandre Nevski, Sófia
Publicado em "Recantos da Terra"por Jorge G. em 27.09.2006
Republicado em 15-Jan. de 2007