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quarta-feira, 11 de outubro de 2006
Uma nova ameaça
North Korean Nukes to the Highest Bidder?
Com este título - “Quem dá mais pelas armas nucleares norte-coreanas?” -, o correspondente do Spiegel em Washington, Georg Mascolo, resume os receios principais dos norte-americanos e do mundo em geral depois dos testes nucleares levados à prática pelo regime ditatorial de Pyongyang no último Domingo. Na verdade, em Washington cresce a preocupação quanto à possibilidade da linha dura comunista, liderada por Kim Jong-il, vir agora a exportar a sua tecnologia – podendo mesmo ajudar terroristas na aquisição de bombas nucleares. Às 9:00 p.m. de Domingo os chineses foram informados, 45 minutos depois foi a vez da Secretária de Estado Condoleezza Rice. Bush soube às 9:58 p.m.
Foto Reuters
Sem secretismos de qualquer espécie, como se se tratasse de um qualquer ensaio científico inócuo, o governo norte-coreano fez gala de um novo tipo de exibicionismo, deixando a real preocupação sobre a entrada em palco de uma nona potência nuclear e de que modo ela poderá alterar as relações internacionais. Nenhum dos outros oito estados é tão volúvel e governado por um ditador que está a usar a bomba inquestionavelmente como uma ameaça. De acordo com peritos americanos e com o próprio Presidente Bush, o regime de Pyongyang não estará a fazer “bluff”. A Coreia do Norte é um dos maiores fornecedores de tecnologia de mísseis, sendo a Síria e o Irão, adversários dos americanos no Médio Oriente, os seus principais clientes desde há muito. Se, no futuro, a tecnologia nuclear vier a ser exportada, a América considerará tal uma “séria ameaça” e a Coreia do Norte totalmente responsável pelas consequências. Bush foi bem claro! Os americanos, de resto, iniciaram já fortes pressões junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas para a imposição de pesadas sanções ao regime de Pyongyang. E enquanto uma longa lista de possíveis sanções era debatida no interior do Conselho de Segurança, cá fora o Embaixador coreano solicitava à comunidade internacional que desse os parabéns ao seu país. Alguns dos passos considerados incluiriam a redução da entrega de petróleo e de alimentos por parte da China e a intercepção de navios norte-coreanos pelas forças navais americanas e dos seus aliados. Todavia, e tal como sucedeu com a Índia e o Paquistão, não será viável usar este tipo de pressão para persuadir esta Coreia a desistir da bomba. Será, por isso, ainda mais importante para os Estados Unidos que o mais recente membro do “clube nuclear” possa ser amarrado por umas quantas regras irreversíveis, sendo que a primeira é a proibição de passagem de know-how nuclear a quaisquer partes interessadas em pagar tal acto a alto-preço. E, para os serviços secretos americanos, o Irão está no topo da lista de potenciais clientes. Kim Jong-il com o pai, Kim Il-sung.
Na verdade, muito poucos serão os que não desconfiam deste ditador, nascido (segundo fontes oficiais coreanas) num gabinete da base de guerrilha do seu pai na montanha mais alta da Coreia do Norte, Paektu, em Fevereiro de 1942; e sempre visto como um simples playboy trazido para a ribalta à morte do pai, tendo então vários analistas prognosticado que a queda do regime comunista não tardaria. Mas a verdade é que este pequeno homem, de cerca de 1,55m, há vários anos (cerca de 12) que sobrevive no poder. Raramente aparecendo em discursos públicos e, pelo menos nos seis primeiros anos de governação, até efectuar uma viagem secreta à China, dele se dizia que não teria saído da Coreia do Norte desde os anos 80. Os serviços secretos do Ocidente estão convencidos que o regime de Pyongyang já faz tráfico de drogas e que protagonizou o ‘upgrade’ da tecnologia dos mísseis Scud soviéticos. A Administração Bush ainda o acusa de imprimir notas falsas de 100 dólares. Será esta mais uma típica visão apocalíptica do governo dos Estados Unidos? - Não, respondem os diplomatas americanos, afirmando que durante as conversações dos seis em Pequim já a Coreia do Norte tinha ameaçado de forma expressiva a ameaça de transmitir (transacionar?) a bomba. Perante este novo cenário, pergunto: Porque não acreditar que estamos todos à mercê do eclodir de uma real ameaça para a paz mundial?
Publicação nº 96 - Texto de Jorge G, baseado num artigo do "Spiegel".