Muitas formigas alimentam-se de plantas com flor ricas em carbohidratos. Algumas espécies constroem "abrigos defensivos" em volta das bases das plantas, gerando-se assim uma curiosa troca de serviços entre formiga e planta, com esta a ser defendida de outros herbívoros e aquela a guardar para si o pólen que lhe serve de alimento.
As formigas que vivem em habitats quentes e secos descobriram meios de subsistência aos longos períodos de seca, armazenando comida.
Algumas lutam pela alimentação. Espessas antenas das cabeças de formigas-guerreiras travam verdadeiras batalhas contra outras.
O trabalho é todo das fêmeas
Uma família de formigas tem rainhas, jardineiras e bandidas que desenvolveram instrumentos e competências especializadas para o cabal cumprimento das respectivas tarefas e dentro de cada espécie, a divisão do trabalho varia com a idade e o sexo.
As que cuidam da descendência e trabalham internamente são as mais jovens, enquanto que as defensoras do "lar" e que providenciam à alimentação, pilhando a forragem no exterior, são as mais velhas.
Tal como todas as espécies sociais da ordem das Hymenopterae, as fêmeas fazem todo o trabalho, limitando-se os machos a espalharem os seus genes.
"Os machos são pequenos mísseis de esperma voador", afirmou Alex Wild, um entomologista da Universidade do Arizona.
A formiga bulldog australiana - Myrmecia nigriscapa
Todas as formigas são sociais, mas algumas espécies desenvolveram complexas sociedades ao passo que outras permanecem mais primitivas. Enquanto umas caçam em festas, a "formiga bulldog australiana" opera solitariamente, usando os seus grandes olhos em vez de complicadas interpretações químicas do ambiente.
As colónias são pequenas e não há grandes diferenças morfológicas entre rainhas e operárias.
Contrariamente às abelhas e vespas, a grande maioria das formigas é desprovida de asas, tendo desenvolvido todo um arsenal de químicos para facilitar a comunicação no solo.
Essa ausência de asas coloca uma restrição na procura dos alimentos, pois têm de apanhar toda a comida no solo, o que significa que a comunicação com base no terreno que pisam seja deveras importante.
As indicações químicas permitem-lhes encontros, alarmes e a localização dos alimentos.
Quando está pronta para procriar, a rainha de algumas espécies trepa para um ponto mais elevado, espeta a cauda no ar, e liberta uma feromona que vai atrair a atenção dos pequenos machos que pouco tempo vivem depois.
Se algo perturba a família, uma feromona é emitida a partir de uma glândula localizada na boca. Então, agarrando nas suas larvas, correm a enterrar-se no solo para sua segurança.
As defensoras do "lar" começam a correr à volta com as mandíbulas abertas e prontas a morder e a picar.
A comunicação é a chave
Os humanos também são capazes de sentir estas feromonas.
Uma espécie de formigas cor-de-laranja que unicamente se encontra na América do Norte exala um forte odor a limão. Mas nem todas as feromonas cheiram tão agradavelmente, pois há as que cheiram, mesmo, a fezes.
As formigas seguem as suas trilhas, no solo, seguindo pistas químicas e recrutando trabalhadoras para seguirem os caminhos das provisões que procuram e transportam.
"O sucesso destes insectos está no modo como descobriram como usar o seu comportamento social para a maximização de uma via que lhes traga os recursos de que precisam", disse o entomologista da Universidade do Arizona, o já referido Alex Wild. "Desenvolveram sistemas que lhes permitem uma eficaz e rápida comunicação. É por isso que nos nossos piqueniques se apresenta sempre um elevado número destas indesejadas convidadas."
Fonte: Live Science - - - Tradução e adaptação de Jorge G.