COMPANHIA PORTUGUESA NO LUXEMBURGO ACUSADA DE PRATICAR "MODERNA ESCRAVATURA"
O sindicato OGB-L, luxemburguês, acusou esta semana a Companhia portuguesa Açomonte de "praticar moderna escravatura", contratando trabalhadores de Portugal por 300 a 700 euros/mês para trabalharem "7 dias por semana" e "mais de 10 horas por dia".
"A Açomonte usa grupos de subcontratadores. Estes, enviam para o Luxemburgo trabalhadores que vivem em Portugal por conta da Açomonte, que os recebe e aloja nas suas instalações", referiu o sindicato num comunicado.
Em vez de receberem o salário legal do Luxemburgo, não ganham mais do que 300 a 700 euros/mês.
O salário mínimo daquele país, correntemente, é de mais do que 1800 euros mensais.
"Se algum trabalhador reclama os seus direitos, é imediatamente conduzido ao aeroporto ou estação mais próximos", acrescentou o sindicato, afirmando que, uma vez em Portugal, o recurso à justiça é "quase impossível" pois é "complexo e moroso".
Aparentemente, os trabalhadores são "alojados em França", onde a Açomonte tem um armazém, e são transportados diariamente em autocarros para o Luxemburgo, "o que complica a supervisão da Inspecção do Trabalho."
A maioria dos operários em questão é natural das antigas colónias portuguesas ou de fora da União europeia.
A Açomonte negou todas as acusações, mas a Companhia tem sido acusada de já maltratar os trabalhadores no passado, particularmente durante a construção do novo "Centro de Dados" da Portugal Telecom, na Covilhã, quando foi acusada de albergar africanos e seus descendentes num armazém sem água nem adequadas instalações sanitárias.
- TNP/Lusa
-in "Portugal News" de 23-03-2013, com tradução de Jorge M.P.Guedes (Sineiro)