Chama-se "microcebus lehilahytsara" e é um lémur que cabe na palma da mão, encontrado em Madagáscar. O nome do pequeno primata, que no dialecto local significa «homem bom», é uma homenagem ao biólogo Steve Goodman, investigador do Field Museum de Chicago que se dedica, há 17 anos, ao estudo dos animais que habitam as florestas desta ilha africana.
Curiosamente, o pequeno animal foi descoberto em Andasibe, uma área florestal protegida, muito frequentada por turistas e investigadores.
Inicialmente, os especialistas julgaram tratar-se de uma espécie já conhecida. Só depois de analisarem o seu ADN perceberam a importância da sua descoberta.
O «microcebus lehilahytsara» é um animal nocturno bastante irrequieto que passa as noites a saltitar, explicou Steve Goodman ao «Chicago Sun-Times». Apesar disso, este é um animal madrugador, revelou o biólogo.
Para recuperar forças, o pequeno primata alimenta-se sobretudo de insectos e descansa num ninho que constrói no topo das árvores.
Ainda a propósito destes simpáticos animaizinhos, de hábitos nocturnos e que tendem a depender mais de pistas auditivas e olfactivas do que visuais para se reconhecerem uns aos outros, outros investigadores descobriram que os lémures que se pensava pertencerem a espécies diferentes por causa das variadas cores das suas pelagens, não são apenas geneticamente semelhantes mas pertencem à mesma espécie.
Historicamente, a classificação das espécies tem-se baseado na comparação de de características físicas visíveis das plantas e dos animais.
Os investigadores testaram a relação genética de 70 lémures que se cria serem de três espécies diferentes e que tinham três cores de pelo e vivido em variados tipos de locais da floresta no sul de Madagáscar
Surpreendentemente, descobriu-se que apesar de visualmente diferentes, não diferiam do ponto de vista genético. Todos pertenciam à mesma espécie previamente identificada, a Microcebus griseorufus.
Mas os biólogos investigadores ainda mostraram que os lémures com cada uma das três diferentes cores de pelo se podiam encontrar, em proporções similares, nas três localidades geográficas.
A equipa de primatólogos alemães descobriu ainda outra espécie de lémur gigante (mede cerca de 18 cm e tem uma cauda comprida) que se denomina "Mirza zaza".A expressão significa "criança" no dialecto local e foi escolhida por estes serem mais pequenos do que outros espécimes já conhecidos (os "Mirza coquereli").
"Este nome é ainda dedicado às crianças de Madagáscar, para lhes lembrar que têm a responsabilidade de conservar a biodiversidade desta ilha para as gerações futuras", acrescentaram ainda os investigadores.
Com estas descobertas eleva-se para 49 o número de espécies de lémures conhecidas.
Tidos como os primatas mais ameaçados do mundo, estes animais vivem exclusivamente em Madagáscar e nas ilhas Comoros.
Os lémures distinguem-se pelos olhos "esbugalhados", nariz pontiagudo e por terem uma cauda longa. A sua dimensão é muito variável: consoante as espécies, podem ter desde o tamanho de um rato até ao de um gato doméstico.
Bem simpáticos estes nossos primos!
Tradução e adaptação do Inglês por jorgg