Num país com uma imensa diversidade de culturas, idiomas e crenças religiosas e no qual onze línguas oficiais são reconhecidas pela Constituição; num país que possui as maiores comunidades de europeus, indianos e multiétnicos do continente africano, embora 70% da população sul-africana seja negra; num país de perto de 50 milhões de habitantes onde cerca de um quarto da população está desempregada e vive com menos de 1,25 dólar por dia, esta notícia feriu-me e revoltou-me. Lá, os ricos, decidiram agora “brincar aos pobrezinhos”.
Uma “resort” de 5 estrelas, “Emoya”, oferece aos clientes uma experiência exclusiva: viverem como os pobres numa barraca de lata (semelhante a uma casa de favela). Assim, os ricos habitam pequenas casas entre candeeiros a petróleo no exterior e cadeiras feitas de pneus. “Shanty Town” (N.T. Favela), lê-se no local da propriedade, é também uma reserva de caça e espaço ...ideal para jogos de equipa, festas e churrascos.
As barracas são, contudo, dotadas de água corrente, electricidade, televisão e Wi-Fi, podendo receber até 52 pessoas, cada qual pagando cerca de 82 dólares por noite.
- in “La Repubblica” de 25-Nov.2013
- apontamento de Jorge MPG Sineiro, Nov. 2013