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O artª180, no seu ponto 3, diz: "Presume-se artista,intérprete ou executante,aquele cujo nome tiver sido indicado como tal nas cópias
autorizadas da prestação e no respectivo invólucro ou aquele que for anunciado como tal em qualquer forma de utilização lícita, representação ou comunicação ao público."
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quarta-feira, 16 de julho de 2008
DA HIBERNAÇÃO DE UM PROF. À PARTIDA DE MECA, NUM DIA 16 DE JULHO
Há duas tardes que não faço outra coisa que não seja dormir. É uma espécie de hibernação d'après-midi, nada premeditada, mas real e incontrolável. Diria que o final dos relatórios mil me deixou de adrenalina esgotada no depósito. Assim, creio que será esse o motivo de estar com uma letargia nada habitual. Como os gatos, vou dormitando e acordando, nem mesmo sabendo ao certo se hoje seria Quarta ou Quinta-Feira, como há bem pouco quando descerrei as cortinas e revi o mundo. Sinto, então, uma estranha sensação do dever não cumprido. Acho que não respondo a quem devo nem visito quem merece. Vejo-me ingrato e incomodado, e para reagir escrevo o que aqui fica. Afinal, os desprezíveis papéis até me faziam bem!
Bom, mas para que este escrito não pareça uma mea culpa proferida em público confessionário, sempre deixo alguma coisinha que espero seja prestável. Só um pouco do tanto que haveria para contar.
Pois bem!
Hoje é o dia 16 de Julho, ao que o calendário me informou, e nesse dia do ano de 622 produziu-se um acontecimento na península arábica que veio a fazer surgir uma religião de vocação universal, o Islamismo, isto a creditar na maioria dos historiadores, já que estas datas encerram sempre uma boa dose de incertezas. A partida de um punhado de fugitivos do oásis de Meca em direcção a um oásis vizinho foi, com efeito, o início de uma era.
Maomé na Gruta das Revelações - Gravura turca do séc. XV Tudo terá sido iniciado por um homem, nascido 52 anos antes, de uma família de mercadores árabes de Meca, MAOMÉ. Segundo os dizeres, este havia recebido uma revelação do Deus Único (Allah em árabe). Tal como se conta que ocorreu com Jesus, não tardou que os seus primeiros discípulos fossem objecto de violências da parte dos mercadores de Meca, os quais se aproveitavam com lucro dos peregrinos que chegavam de toda a península para adorar os ídolos e a pedra sagrada do santuário, a Kaaba. Receavam eles que a profecia de Maomé pusesse fim a essas peregrinações.
Ora, após ter pensado em deixar Meca pelo oásis de Taïf, uns cem Km a sul, Maomé foi contactado pelos discípulos originários de Yathrib, uma outra cidade oásis situada 400 Km ao norte de Meca.
A 23 de Junho de 622, em Aqaba, hoje uma importante estância balnear da Jordânia nas margens do Mar Vermelho, os representantes de Yathrib assinaram com o Profeta um pacto de aliança aceitando acolher os discípulos de Meca, num total de 70 pessoas. Pouco depois, o prório Maomé decidiu empreender a viagem para Medina com um grupo de fiéis seguidores. A partida teve lugar, no maior segredo, justamente no dia 16 de Julho de 622 segundo reza a maioria dos historiadores, repito. De acordo com a tradição fixada bem mais tarde pelo califa Omar, este acontecimento foi designado em árabe pela palavra hijra, a Hégira como o conhece o mundo ocidental, e que significa «fuga»,«emigração» se he dermos um sentido mais lato.
Gravura do túmulo de Maomé, em Medina
E para não me alongar mais neste escrito, apenas refiro ainda que também por decisão do mesmo califa Omar o ano da Hégira marca o princípio oficial do Islamismo, a nova religião que o Profeta difundiu entre as bases. O seu nome e o dos fiéis vêm de uma expressão árabe que significa: «remeter-se a Deus».