O Natal aí está e, com ele, todos os símbolos da tradição natalina. Decoramos a árvore de Natal com bolas e laços, colocamos coroas e grinaldas nas portas, acendemos velas, as cidades enfeitam-se com luz, o clima de Natal toma conta das pessoas...
E a noite de Natal é coroada com a ceia... às vezes à meia-noite, às vezes mais cedo, mas todos, de uma forma ou de outra, comemoram essa data com um jantar feito especialmente para a família.
Durante uma semana de Dezembro, os pagãos saíam às ruas para comemorar a Saturnália. Música, comezaina e sexo - tudo era permitido. Além disso, as pessoas trocavam presentes como forma de confraternização. Quando a Igreja Católica escolheu o dia 25 de dezembro como a data oficial do nascimento de Jesus, a Saturnália foi proibida, mas alguns dos costumes pagãos, como a troca de presentes, acabaram por ser adoptados pelo cristianismo.
Caso parecido é o da árvore de Natal. Antes do nascimento de Jesus, os egípcios usavam galhos verdes de palmeiras nas festas de dezembro como sinónimo de vida, energia e fertilidade. Os druidas decoravam carvalhos nas suas festividades. A proximidade com o dia 25 acabou fazendo com que esse costume fosse trazido para o Natal. Séculos depois, por influência do clima do norte da Europa, o carvalho foi substituído pelo pinheiro.
O presépio é um dos poucos símbolos que têm a sua origem religiosa comprovada. Quando São Francisco de Assis decidiu construir o primeiro modelo, em 1223, inspirou-se no relato da visita dos Reis Magos. A ideia era reconstituir o ambiente onde Jesus nasceu, com a manjedoura, os reis do Oriente, pastores e outros presentes. Depois o costume difundiu-se entre os cristãos.
Sabe a origem da ceia de Natal ?
Durante a Saturnália, festa pré-cristã da Roma Antiga, as pessoas enfartavam-se em banquetes. Como a festa terminava em 25 de Dezembro, a mesa farta foi incorporada no Natal. A presença de frutas secas e cristalizadas deve-se ao inverno rigoroso na região.
Conforme consta na literatura, há centenas de anos, os europeus deixavam a porta de suas casas abertas, no dia de Natal, para que os peregrinos e viajantes entrassem e, juntamente com a família, convivessem nesse dia. Daí o motivo de o Natal ser uma data de confraternização entre amigos e familiares.
E o prato mais clássico nesta ocasião é o peru. O consumo dessa ave teve origem nos EUA. Lá, o peru é um prato tradicionalmente servido no Dia de Acção de Graças, uma data muito importante para os americanos, sendo essa tradição exportada para outras paragens.
Os índios americanos já criavam perus antes de ocorrer a colonização inglesa. Durante a colonização, os índios serviram peru para comemorar a primeira grande colheita, e assim surgiu o hábito de o consumir para celebrar datas importantes.
Outros alimentos tradicionais do Natal são as frutas secas, as nozes, as castanhas e o panetone, na Itália e no Brasil, por exemplo, para onde foi levado por imigrantes italianos depois da Grande Guerra.
O panetone foi criado em Itália, mas não se sabe exactamente a sua origem.
Existem várias versões. De acordo com uma delas, um padeiro de Milão chamado Tone, em aproximadamente 900 d.C., fez um pão no qual misturou alguns ingredientes como frutas secas e nozes. Esse pão fez muito sucesso e ficou conhecido como pane di Tone.
Uma segunda versão diz que, entre 1300 e 1400, um italiano, também de Milão, com o nome de Ughetto, estava apaixonado por uma jovem que se chamava Adalgisa e, para poder ficar junto dela, empregou-se na padaria de seu pai. Lá, criou um pão especial que conquistou tanto a filha quanto o pai. E assim, o pai de Adalgisa “concedeu a mão da filha” a Ughetto.
Ainda uma outra versão conta que um chef de cuisine chamado Gian Galeazzo Visconti, duque de Milão, em 1395 criou um pão diferente para uma festa, na qual fez muito sucesso por causa do seu sabor.
A todos um feliz Natal, com muito amor e paz!
Publicação nº 228 - jorgg