Brasão da cidade de Évora e Bandeira da cidade
Esta lenda passou-se no ano de 1166, no tempo em que Évora era ainda a Yeborath árabe, para grande desgosto de D. Afonso Henriques que a desejava como ponto estratégico da reconquista de Portugal aos Mouros.
Geraldo Geraldes, um homem de origem nobre que vivia à margem da lei, era chefe de um bando de proscritos que habitavam num pequeno castelo nos arredores de Yeborath. Conhecido também pelo Sem Pavor, Geraldo Geraldes decidiu conquistar Évora para resgatar a sua honra e o perdão para os seus homens.
Disfarçado de trovador rondou a cidade e traçou a sua estratégia de ataque à torre principal do castelo que era vigiada por um velho mouro e pela sua filha. Numa noite, o Sem Pavor subiu sozinho à torre e matou os dois mouros, apoderando-se em silêncio da chave das portas da cidade. Mobilizou os seus homens e atacou a cidade adormecida numa noite sem lua que, surpreendida, sucumbiu ao poder cristão.
No dia seguinte, D. Afonso Henriques recebeu surpreendido a grande novidade e tão feliz ficou que devolveu a Geraldo Geraldes as chaves da cidade, bem como a espada que ganhara, nomeando-o alcaide perpétuo de Évora.
Ainda hoje, a cidade ostenta no brasão do claustro da Sé, a figura heróica de Geraldo Geraldes e as duas cabeças dos mouros decepadas, para além de lhe dedicar a praça mais emblemática de Évora. -De " Lendas de Portugal"
Claustro da Sé de Évora. Fundada em 1186 e consagrada em 1204, a Sé Catedral de Évora, dedicada a Santa Maria, é a maior catedral medieval do país, e um incomparável exemplar da arquitectura de transição romano-gótica.
Tem planta de estilo românico, com estrutura e decoração góticas, estilo bem visível nas abóbadas e nos arcos ogivais.
O portal é um dos mais impressionantes exemplares góticos portugueses. É ladeado por estátuas dos apóstolos, da autoria de Mestre Pêro, também autor das esculturas do claustro e da capela do fundador, espaço funerário do bispo D. Pedro IV, encomendador destes trabalhos.
É ainda de realçar a Capela de Nossa Senhora da Piedade, ou do Esporão, do século XVI, com portal tardo-manuelino de mármore e retábulo maneirista.
O coro alto, também do século XVI, conserva o cadeiral renascença e um orgão da mesma época e estilo.
De destacar também a torre-lanterna, com corpo de planta octogonal, encimado por janelas góticas e coroado por uma agulha coberta de escamas de pedra.
A Sé inclui um Museu de Arte Sacra com um riquíssimo espólio.
Morada: Largo do Marquês de Marialva
Horário: das 9 às 12 e das 14 às 17.30 horas (entre 1 de Julho e 15 de Setembro, não fecha ao almoço); o Museu e o Claustro encerram às 16.30.
Publicação nº 224 - jorgg