Mulher
Sublime ser por um Deus criado
Que seja teu corpo esculpido
Que teu ventre é sagrado, Mulher.
Abençoada sejas
Por dares ao mundo vida
Por sorrires no parto de dor
No prazer deixares gotas de amor
Por seres Mulher... inteira... vivida.
Mulher.
Maria, Ana, Ester,Teresa, Madalena... Mulher.
Cantadas sejais todas vós
Apenas por serem... Mulheres!
1ªpublicação do meu ex-blogue "Quentes e Belas" - Jorge 20-08-2006
Republicada hoje, 14 de Julho de 2007, dia da Tomada da Bastilha
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Virgens que passais, ao Sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me transporte ao meu perdido lar.
Cantai-me, nessa voz omnipotente,
O sol que tomba, aureolando o Mar
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a graça, a formosura, o luar!
Cantai! Cantai as límpidas cantigas!
Das ruínas do meu lar desaterrai
Todas aquelas ilusões antigas
Que eu vi morrer num sonho, como um ai....
Ó suaves e frescas raparigas,
adormecei-me nessa voz...cantai !
António Nobre (Porto, 1867- Figueira da Foz, 1900)
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Canto do Nosso Amor sem Fronteira
Estamos juntos.
E moçambicanas mãos nossas
dão-se
e olhamos a paisagem e sorrimos.
Não sabemos de áreas de esterlino
de câmbios
vistos de fronteira
zonas de marco e dólar
portagem do Limpopo
canais de Suez e do Panamá.
Amamo-nos hoje numa praia das Honduras
estamos amanhã sob o céu azul da Birmânia
e na madrugada do dia dos teus anos
despertamos nos braços um do outro
baloiçando na rede da nossa casa na Nicarágua.
Ou
com os olhos incendiados
nos poentes do Mediterrâneo
recordamos as noites mornas da praia da Polana
e a beijos sorvo a tua boca no Senegal
e depois tingimos mutuamente
os lábios com as negras amoras de Jerusalém
ambos entristecidos ao galope dos pés humanos
sem ferraduras mas puxando riquexós.
Karingana ua Karingana
José Craveirinha(1922-2003 )
Publicação nº 434 - J.G