NELLE PALUDI DI VENEZIA
Alle paludi di Venezia poi Francesco arrivò
E in compagnia di un altro frate
Le attraversò…
Fu tornando dall’Oriente
Che in quel luogo si fermò,
venne la sera e tempo fu di pregare.
Stormi di uccelli neri
Sui rami stavano
Ad alta voce cantando…
Pareva che quel fragore
Fosse a lode Del loro Creatore.
Così Francesco in quelle paludi
Con gli uccelli volle pregare
Ed in mezzo a quella folla
Si incamminò…
Svaniva tra quelle grida
L’eco dei suoi passi,
la voce della sua preghiera…
“Vi prego di volere tacere”
Ed il silenzio sulle paludi calò.
E nessuno più cantò
Sinchè Francesco smise di pregare
E se ne andò…
To a child Dancing in the Wind
Dance there upon the shore;
What need have you to care
For wind or water's roar?
And thumble out your hair
.
That the salt drops have wet;
Being young you have not known
The fool's triumph, nor yet
Love lost as soon as won,
.
Nor the best labourer dead
And all the sheaves to bind.
What need have you to dreed
The monstrous crying of wind?
.
W.B.YEATS
A una bambina che danza nel vento
.
Ora danza là, danza sulla sabbia;
e non ti curare del vento,
non ti curare se fa rumore il mare,
che bisogno c'è?
Ora danza là, asciuga i tuoi capelli,
gocce di sale li hanno bagnati;
tu sei così giovane e ancora non conosci,
ora danza là.
Tu il trionfo dello sciocco non sai,
o la perdita dell'amore appena nato,
nè perchè mai il migliore se ne va
e lascia il grano da legare.
Ora danza là, danza sulla sabbia,
tu non ti curare del vento;
non devi temere se ora vuol gridare,
che bisogno c'è?
Hoje é 6ª feira. Continuando a divulgação de músicas e músicos menos "tocados" nas rádios, queira o acaso - ou a boa-vontade dos amigos! - que alguém leia este meu modesto contributo para a divulgação de música de qualidade reconhecida.
Cabe então a vez a ANGELO BRANDUARDI.
Com 56 anos completados em 12 de Fevereiro, ele é hoje um dos músicos italianos mais interessantes e talentosos.
Nascido numa pequena vila da margem sul do Ticino, numa região verdejante da "campagna milanese", vai com os pais, ainda menino, para Génova, onde passa a infância e a adolescência, tendo vivido num bairro mal-afamado do velho porto genovês.
Tendo começado a estudar música na escola do seu bairro, logo aos 6 anos manifesta vontade de estudar piano, o que não consegue devido a dificuldades económicas da família.
Assim, escolhe o violino, tendo mais tarde completado os estudos deste instrumento no Conservatório Niccolò Paganini, no qual viria a ser solista da Orquestra.
Regressado a Milão, no final da adolescência, aí conhece o seu "inesquecível professor", o poeta Franco Fortini. E é neste período que Branduardi se interessa pela guitarra, mais em moda no final dos anos 60.
Durante alguns meses frequenta a Faculdade de Filosofia, que abandona por lá não encontrar resposta para os seus problemas existenciais.
Conhece, então, Luisa Zappa, sua futura mulher e companheira de trabalho.
Nessa época, inicia a sua "produção" musical a partir dos seus poetas favoritos, tendo composto "Confessioni di un malandrino", adaptando um poema do russo Sergej Esenin.
Em 1974, a aventura discográfica de Angelo Branduardi começa com o seu primeiro e ainda "imaturo" álbum editado pela RCA e intitulado, simplesmente, "Angelo Branduardi".
A partir daí, o artista cresceu, e em 75, " La Luna" já dá mostras do mundo de fábulas e fantasia que é a obra de Branduardi. As relações Homem-Natureza-Música, mas também a Morte, são peças fundamentais do Universo Branduardiano.
Com a amizade e a colaboração profissional de Maurizio Fabrizio, irá produzir numerosas obras.
Em 1976, "Alla fiera dell'est" obtem um sucesso estrondoso na Europa e recebe o Prémio da Crítica Discográfica.
Em 78, é o álbum "La pulce d'acqua" que faz mergulhar numa atmosfera fantástica, fazendo referências ao Mundo Zen, às lendas de Merlin, indo dos Evangelhos de Mateus às lendas bretãs, sem esquecer os contos dos Índios Americanos.
Os anos seguem-se e a música de Branduardi mantem-se fiel aos seus ideais.
Em 86, faz uma recolha de dez poemas de William Butler Yeats e, com tradução e adaptação da sua mulher, acrescenta música à bela poesia do irlandês.
Com "Pane e Rose", em 88, um álbum de ritmos cheios de cor, de sonoridades africanas ou crioulas, e no qual faz uma adaptação da última carta de Che Guevara a seus pais, Branduardi aproxima-se de uma fase novado seu estilo, agora mais melancólico ou então, de raiva ou vingança.
Em "Si può fare" (1992), regressa a uma atmosfera mais alegre e, de novo, surgem temas como o amor, a partida, as viagens...
Segue-se "Domenica e Lunedi" em 95, que impõe o estilo actual do artista : doce e áspero ao mesmo tempo, um convite à vida e ao amor, sem esquecer a realidade, mas poético...poético sempre!
"Futuro Antico", "Il dito e la luna", "Futuro Antico II", participação no álbum Excalibur, colaborações com Ennio Morricone, o álbum "L'infinitamente piccolo" inspirado nos escritos de S.Francesco di Assisi, "Futuro Antico III"em 2002, "Altro ed altrove,parole d'amore dei popoli lontani" (2003) com 13 canções de amor, adaptando "parole d'amore" provenientes de outros tempos e outros países, do Nepal à balada irlandesa, passando pelos Índios Americanos, "il Kabili" de África, a música tradicional japonesa ou do Líbano...tanta música e tão boa!...
Entretanto, o músico lombardo recupera a antiga tradição do Teatro Sacro itinerante, através de uma laudatória : "Francesco", baseado no álbum "L'infinitamente piccolo", juntando em palco actores e bailarinos, naturalmente, ao Maestro Branduardi e à sua Orquestra.
Traduzido e adaptado do italiano por J. Guedes
Nota final : No álbum "Obrigado" de Teresa Salgueiro, uma das faixas traz-nos um dueto com Branduardi. É de ouvir no início, carregando em "play"!
Jorge G.