Já se sabia da amizade que liga desde há anos Tony Blair a Bernard Arnault, o maior accionista da Louis Vuitton e tido como o homem mais rico de França, assim como se fala que desde que deixou a chefia do governo, há cerca de dois anos e meio, Sir Blair já embolsou mais de 17 milhões de euros em trabalhos "part-time".
No passado sábado, o diário "Daily Telegraph" voltou à carga com a velha relação entre os dois homens, tendo publicado a opinião de um membro liberal do Parlamento britânico que dizia que "se um ministro sabe que por ser amigo enquanto estiver no poder poderá beneficiar quando sair, isso compromete o Governo".
Ora, Blair havia convidado Arnault para passar uns dias na sua casa de campo oficial em 2003, tendo sido hóspede do francês, no seu iate de luxo, durante os Jogos Olímpicos de Pequim. Mas mais escandalosos foram outros episódios.
Em 2005, o filho mais velho de Blair estagiou durante dois meses em Paris numa rádio de Arnault, vivendo num apartamento oferecido pelo magnata e com direito ainda a carro, motorista e guarda-costas. Mas as simpatias não acabaram aqui.
Em 2007, a filha de Tony Blair, Kathryn, permeneceu em Paris numa mansão de Arnault de 20 milhões de euros, enquanto frequentou por alguns meses um curso na Sorbonne.
Agora, segundo o jornal, estará pronto a assinar um contrato para conselheiro do "patrão" da Vuitton, visando a angariação de novos clientes para a marca.
De recordar, ainda, que Blair, após a saída do governo, foi lobbyista do Banco JP Morgan, é enviado do Quarteto (ONU, EUA, UE e Rússia) para o Médio Oriente e renunciou ao anglicanismo para se converter ao catolicismo.
Nota final: No fundo, estamos perante o mesmo homem que foi um dos que caucionaram a "louca aventura" de Bush no Iraque, a qual causou tantos milhares de mortos e estropiados entre as partes envolvidas na guerra.
Vende, agora, malas da Vuitton.
Por cá, começa a agitar-se o PSD. Naquele saco de ratos e de gatos vai-se assistindo, para já, ao tradicional contar de espingardas e de franco-atiradores. Do baronato às bases há mais apoiadores do que candidatos, mas o que é certo é que o ambicioso e socrático PPC (Pedro Passos Coelho) não virá a concorrer sozinho. O mutismo de Cavaco é muito presidencialista, mantendo-se como figura de referência para uns e como peça de museu para outros, enquanto vai ensaiando para o seu difícil pas de deux com Alegre(?).
Portugal quis naturalmente prestar auxílio aos infelizes cidadãos do Haiti. Perante tal tragédia, ninguém pode ficar indiferente.
Porém, começou por "uma grande barraca" o acto de solidariedade nacional. O nosso boomerang C-130 foi... e voltou antes de chegar.
Até nas situações mais dramáticas, este país de amadores consegue arrancar gargalhadas ao mundo.
Publicação nº 804 de "O SINO DA ALDEIA"